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2828 Diário da República, 1.ª série — N.

º 98 — 20 de Maio de 2011

Artigo 11.º de 20 de Agosto, alterada pela Lei Orgânica n.º 2/2002,


[...]
de 28 de Agosto, e pelas Leis n.os 23/2003, de 2 de Julho,
48/2004, de 24 de Agosto, e 48/2010, de 19 de Outubro.
1— .....................................
2— ..................................... Artigo 2.º
3 — No exercício das suas competências, a IGF pode,
Alteração à Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto
em relação às companhias aéreas e marítimas que ope-
rem nas rotas entre o continente e a Região Autónoma da Os artigos 2.º, 4.º, 5.º, 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 11.º, 18.º, 19.º,
Madeira e respectivos agentes, proceder a verificações 20.º, 23.º, 24.º, 28.º, 32.º, 35.º, 37.º, 45.º, 50.º, 51.º, 52.º,
selectivas em relação a bilhetes de viagens nessas rotas 59.º, 64.º, 73.º, 75.º, 76.º, 77.º, 79.º, 82.º, 88.º e 92.º da Lei
e correspondentes facturas, com vista à confirmação n.º 91/2001, de 20 de Agosto, alterada pela Lei Orgânica
cruzada dos subsídios públicos requeridos e pagos aos n.º 2/2002, de 28 de Agosto, e pelas Leis n.os 23/2003, de
beneficiários nos termos do presente decreto-lei. 2 de Julho, 48/2004, de 24 de Agosto, e 48/2010, de 19 de
4— ..................................... Outubro, passam a ter a seguinte redacção:

Artigo 12.º «Artigo 2.º


[...] [...]
1— ..................................... 1 — A presente lei aplica-se ao Orçamento do Estado,
2 — Esta avaliação deve ser efectuada em con- que abrange, dentro do sector público administrativo, os or-
junto pela IGF, pelo Instituto Nacional de Aviação çamentos do subsector da administração central, incluindo
Civil, I. P., e pelo Instituto Portuário e dos Transportes os serviços e organismos que não dispõem de autonomia
Marítimos, I. P., com vista a habilitar os membros do administrativa e financeira, os serviços e fundos autónomos
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e do e a segurança social, bem como às correspondentes contas.
transporte aéreo a decidir sobre o valor a atribuir aos 2— .....................................
beneficiários a partir do início de Abril de cada ano.» 3— .....................................
4 — Dentro do sector público administrativo, entende-
Artigo 2.º -se por subsector da segurança social o sistema de soli-
Regulamentação
dariedade e segurança social, constituído pelo conjunto
dos subsistemas definidos na respectiva lei de bases, as
O Governo regulamenta a presente lei no prazo de 90 dias respectivas fontes de financiamento e os organismos
após a sua publicação. responsáveis pela sua gestão.
Artigo 3.º 5 — Para efeitos da presente lei, consideram-se inte-
grados no sector público administrativo, como serviços
Entrada em vigor e fundos autónomos, nos respectivos subsectores da
A presente lei entra em vigor com a publicação do Or- administração central, regional e local e da segurança
çamento do Estado para 2012. social, as entidades que, independentemente da sua na-
tureza e forma, tenham sido incluídas em cada subsector
Aprovada em 6 de Abril de 2011. no âmbito do Sistema Europeu de Contas Nacionais e
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Regionais, nas últimas contas sectoriais publicadas pela
Gama. autoridade estatística nacional, referentes ao ano anterior
ao da apresentação do Orçamento.
Promulgada em 9 de Maio de 2011. 6 — Sem prejuízo do princípio da independência orça-
Publique-se. mental estabelecido no n.º 2 do artigo 5.º, são aplicáveis aos
orçamentos dos subsectores regional e local os princípios
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. e as regras contidos no título II, bem como, com as devidas
Referendada em 10 de Maio de 2011. adaptações, o disposto no artigo 17.º, devendo as respectivas
leis de enquadramento conter as normas adequadas para o
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto efeito.
de Sousa.
Artigo 4.º
Lei n.º 22/2011 Anualidade e plurianualidade

de 20 de Maio 1— .....................................
2 — A elaboração dos orçamentos é enquadrada num
quadro plurianual de programação orçamental, que tem
Quinta alteração à Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto em conta os princípios estabelecidos na presente lei e
(lei de enquadramento orçamental)
as obrigações referidas no artigo 17.º
A Assembleia da República decreta, nos termos da 3 — Os orçamentos integram os programas, medidas
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: e projectos ou actividades que implicam encargos plu-
rianuais, os quais evidenciam a despesa total prevista
Artigo 1.º para cada um, as parcelas desses encargos relativas ao
ano em causa e, com carácter indicativo, a, pelo menos,
Objecto
cada um dos três anos seguintes.
A presente lei procede à quinta alteração da lei de en- 4— .....................................
quadramento orçamental, aprovada pela Lei n.º 91/2001, 5— .....................................
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Artigo 5.º c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[...]
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1— ..................................... f) As receitas que resultem da disponibilização
2— ..................................... efectiva ou presumível de um bem ou serviço público
3 — O Orçamento do Estado e os orçamentos das regi- quando essa disponibilização é realizada em regime de
ões autónomas e das autarquias locais devem apresentar, concorrência com o sector privado podem, por expressa
nos termos do artigo 32.º, o total das responsabilidades estatuição legal, ser afectas à cobertura da correspon-
financeiras resultantes de compromissos plurianuais, cuja dente despesa;
natureza impeça a contabilização directa do respectivo g) As receitas afectas ao financiamento da segurança
montante total no ano em que os compromissos são as- social, nos termos legais.
sumidos ou os bens em causa postos à disposição do
Estado. 3 — (Revogado.)
Artigo 6.º
[...]
Artigo 8.º
1— ..................................... [...]
2— ..................................... 1— .....................................
3— ..................................... 2— .....................................
4 — (Revogado.) 3 — As despesas são ainda estruturadas por programas.
5 — O disposto nos n.os 1 e 3 não se aplica aos activos 4— .....................................
financeiros. 5— .....................................
6 — As operações de gestão da dívida pública directa
6— .....................................
do Estado são inscritas nos correspondentes orçamentos
que integram o Orçamento do Estado nos seguintes termos: 7 — A estrutura dos códigos da classificação eco-
nómica das receitas e das classificações económica e
a) As despesas decorrentes de operações de derivados funcional das despesas é definida por decreto-lei, po-
financeiros são deduzidas das receitas obtidas com as dendo a especificação desagregada do terceiro nível de
mesmas operações, sendo o respectivo saldo sempre detalhe ser definida por portaria do membro do Governo
inscrito em rubrica da despesa; responsável pela área das finanças.
b) As receitas de juros resultantes de operações as-
sociadas à emissão e gestão da dívida pública directa Artigo 9.º
do Estado e ou à gestão da Tesouraria do Estado são
abatidas às despesas da mesma natureza; [...]
c) As receitas de juros resultantes das operações as- 1— .....................................
sociadas à aplicação dos excedentes de Tesouraria do 2 — As receitas e as despesas efectivas são as que
Estado, assim como as associadas aos adiantamentos de alteram definitivamente o património financeiro líquido.
tesouraria, são abatidas às despesas com juros da dívida 3 — O património financeiro líquido é constituído
pública directa do Estado. pelos activos financeiros detidos, nomeadamente pelas
disponibilidades, pelos depósitos, pelos títulos, pelas
7 — O disposto nas alíneas do número anterior não acções e por outros valores mobiliários, subtraídos dos
dispensa o registo contabilístico individualizado de to- passivos financeiros.
dos os fluxos financeiros, ainda que meramente escri- 4 — A diferença entre as receitas efectivas e as des-
turais, associados às operações nelas referidas, nem a pesas efectivas corresponde ao saldo global.
apresentação de todos eles na Conta Geral do Estado. 5 — A diferença entre as receitas efectivas e as des-
8 — A inscrição orçamental dos fluxos financeiros
pesas efectivas, deduzidas dos encargos com os juros
decorrentes de operações associadas à gestão da carteira
de activos dos fundos sob administração do Instituto da dívida, corresponde ao saldo primário.
de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança
Social, I. P., é efectuada de acordo com as seguintes regras: Artigo 11.º
[...]
a) As receitas obtidas em operações de derivados
financeiros são deduzidas das despesas decorrentes das 1 — (Anterior corpo do artigo.)
mesmas operações, sendo o respectivo saldo sempre 2 — Todos os serviços e fundos autónomos que ainda
inscrito em rubrica de receita; não apliquem o plano oficial de contabilidade pública ou
b) Os juros corridos recebidos nas vendas de valores outro plano de substituição ficam sujeitos à disciplina
representativos de dívida são deduzidos dos juros corridos financeira dos serviços integrados, sendo a estes equi-
pagos na aquisição do mesmo género de valores, sendo parados para todos os efeitos, sem prejuízo do regime
o respectivo saldo sempre inscrito em rubrica de receita. especial de autonomia administrativa e financeira que
decorra de imperativo constitucional, da sua integração
Artigo 7.º nas áreas do Serviço Nacional de Saúde, da regulação
[...] e supervisão, bem como do facto de se tratar de orga-
nismos especialmente competentes para a gestão dos
1— ..................................... fundos comunitários que tenham a autonomia indispen-
2— .....................................
sável à sua gestão.
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 — O disposto nos números anteriores não abrange
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . as entidades que aplicam o sistema de normalização
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contabilística ou que elaborem as suas contas em confor- Artigo 28.º


midade com as normas internacionais de contabilidade. [...]

Artigo 18.º 1— .....................................


2— .....................................
[...]
3 — Para efeitos do disposto no n.º 1, não são consi-
1 — Sem prejuízo da sua especificação de acordo deradas as receitas provenientes de activos e passivos fi-
com as classificações orgânica, funcional e económica, nanceiros, bem como, do saldo da gerência anterior, nem
as despesas inscritas nos orçamentos que integram o das despesas relativas a activos e passivos financeiros.
Orçamento do Estado estruturam-se por programas, nos
termos previstos na presente lei. Artigo 32.º
2 — (Revogado.) [...]
3 — (Revogado.)
Artigo 19.º Os mapas a que se refere a alínea a) do n.º 1 do ar-
tigo anterior são os seguintes:
[...]
Mapa I, ‘Receitas dos serviços integrados, por clas-
1 — O programa orçamental inclui as despesas corres- sificação económica’;
pondentes a um conjunto de medidas que concorrem, de Mapa II, ‘Despesas dos serviços integrados, por clas-
forma articulada e complementar, para a concretização de sificação orgânica, especificadas por capítulos’;
um ou vários objectivos específicos, relativos a uma ou Mapa III, ‘Despesas dos serviços integrados, por
mais políticas públicas, dele fazendo necessariamente parte classificação funcional’;
integrante um conjunto de indicadores que permitam ava- Mapa IV, ‘Despesas dos serviços integrados, por
liar a economia, a eficiência e a eficácia da sua realização. classificação económica’;
2— ..................................... Mapa V, ‘Receitas dos serviços e fundos autónomos,
3 — O Governo define agrupamentos de programas por classificação orgânica, com especificação das re-
de acordo com as respectivas áreas de actuação. ceitas globais de cada serviço e fundo’;
4 — (Anterior corpo do n.º 3.) Mapa VI, ‘Receitas dos serviços e fundos autónomos,
a) Ao mesmo título; por classificação económica’;
Mapa VII, ‘Despesas dos serviços e fundos autóno-
b) [Anterior alínea b) do n.º 3.]
mos, por classificação orgânica, com especificação das
despesas globais de cada serviço e fundo’;
5 — (Anterior n.º 4.)
Mapa VIII, ‘Despesas dos serviços e fundos autóno-
6 — (Anterior n.º 5.) mos, por classificação funcional’;
Mapa IX, ‘Despesas dos serviços e fundos autóno-
Artigo 20.º mos, por classificação económica’;
[...] Mapa X, ‘Receitas da segurança social, por classifi-
cação económica’;
1— ..................................... Mapa XI, ‘Despesas da segurança social, por classi-
2 — A medida pode ser executada por uma ou várias ficação funcional’;
entidades pertencentes ao mesmo ou a diferentes sub- Mapa XII, ‘Despesas da segurança social, por clas-
sectores da administração central. sificação económica’;
3— ..................................... Mapa XIII, ‘Receitas de cada subsistema, por clas-
4— ..................................... sificação económica’;
5— ..................................... Mapa XIV, ‘Despesas de cada subsistema, por clas-
6 — As alterações decorrentes da criação de medi- sificação económica’;
das, nos termos do número anterior, devem constar ex- Mapa XV, ‘Despesas correspondentes a programas’;
pressamente do relatório informativo sobre a execução Mapa XVI, ‘Repartição regionalizada dos programas
orçamental a publicar mensalmente. e medidas, de apresentação obrigatória, mas não sujeito
a votação’;
Artigo 23.º Mapa XVII, ‘Responsabilidades contratuais pluria-
Saldo primário dos serviços integrados nuais dos serviços integrados e dos serviços e fundos
autónomos, agrupadas por ministérios’;
1 — Os serviços integrados têm de apresentar saldo Mapa XVIII, ‘Transferências para as regiões autó-
primário positivo, salvo se a conjuntura do período a que nomas’;
se refere o orçamento justificadamente o não permitir. Mapa XIX, ‘Transferências para os municípios’;
2— ..................................... Mapa XX, ‘Transferências para as freguesias’;
3 — (Revogado.) Mapa XXI, ‘Receitas tributárias cessantes dos servi-
Artigo 24.º ços integrados, dos serviços e fundos autónomos e da
[...]
segurança social’.

1— ..................................... Artigo 35.º


2 — No orçamento do subsector dos serviços e fun-
[...]
dos autónomos, incluindo o de cada um destes serviços e
fundos, as respectivas despesas estruturam-se ainda por 1— .....................................
programas, nos termos do disposto nos artigos 18.º a 21.º 2— .....................................
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3— ..................................... Artigo 51.º


4— ..................................... [...]
5 — Os desenvolvimentos orçamentais dos serviços
integrados, o orçamento de cada serviço e fundo autó- 1 — No âmbito da execução dos programas orçamen-
nomo e o orçamento da segurança social evidenciam as tais, competem ao Governo as alterações orçamentais
despesas relativas aos programas e medidas a cargo da não referidas no artigo anterior.
respectiva entidade gestora. 2 — Competem ao Governo as alterações orçamen-
tais que consistam num aumento do montante total das
Artigo 37.º despesas de cada programa aprovadas no mapa XV da Lei
do Orçamento do Estado, quando as mesmas resultem:
[...]
a) De saldos de gerência ou dotações de anos ante-
1— ..................................... riores cuja utilização seja permitida por lei;
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . b) Da dotação provisional.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 — As alterações efectuadas nos termos do número
d) Informação individualizada sobre despesas anuais anterior devem constar do relatório de execução dos
e plurianuais com parcerias público-privadas; programas a que se refere o artigo 72.º-A.
e) [Anterior alínea d).] 4 — (Revogado.)
f) [Anterior alínea e).]
g) [Anterior alínea f).] Artigo 52.º
h) Situação do endividamento global do conjunto das [...]
administrações públicas e das empresas públicas, das em-
presas de capitais públicos, das parcerias público-privadas, Nos casos em que a respectiva publicidade não seja
das empresas regionais e das empresas municipais; assegurada através da obrigatoriedade da publicação
i) [Anterior alínea g).] no Diário da República dos actos que as aprovam, as
j) [Anterior alínea h).] alterações orçamentais e os mapas da Lei do Orçamento
l) [Anterior alínea i).] do Estado modificados em virtude das alterações neles
m) [Anterior alínea j).] introduzidas durante o trimestre em causa são divul-
n) [Anterior alínea l).] gadas na página electrónica da entidade encarregue do
o) [Anterior alínea m).] acompanhamento da execução orçamental:
p) [Anterior alínea n).] a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
q) [Anterior alínea o).] b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
r) [Anterior alínea p).]
s) [Anterior alínea q).] Artigo 59.º
t) [Anterior alínea r).]
u) [Anterior alínea s).] [...]
v) Identificação de medidas destinadas à cobertura da 1— .....................................
receita cessante que resulte da criação ou alargamento 2— .....................................
de quaisquer benefícios fiscais. 3— .....................................
2— ..................................... a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) A utilização da dotação provisional;
Artigo 45.º c) [Anterior alínea b).]
d) [Anterior alínea c).]
[...] e) [Anterior alínea d).]
1— ..................................... f) [Anterior alínea e).]
2— ..................................... g) [Anterior alínea f).]
h) [Anterior alínea g).]
a) Respeitarem a programas, medidas, projectos ou
actividades constantes do mapa XV da Lei do Orçamento 4 — Os elementos informativos a que se referem as
do Estado, que sejam consistentes com o quadro plu- alíneas a) e b) do número anterior são enviados, pelo
rianual de programação orçamental a que se refere o Governo, à Assembleia da República mensalmente e os
artigo 12.º-D; restantes trimestralmente, devendo, em qualquer caso,
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o respectivo envio efectuar-se nos 60 dias seguintes ao
período a que respeitam.
3— ..................................... 5— .....................................
6— .....................................
Artigo 50.º 7— .....................................
[...]
8— .....................................

1 — A estrutura e o conteúdo das leis de alteração or- Artigo 64.º


çamental obedecem ao disposto no capítulo II, do título III,
[...]
cujas normas são aplicáveis com as necessárias adaptações.
2— ..................................... 1— .....................................
3— ..................................... 2— .....................................
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3 — Os trabalhos preparatórios e os progressos re- 7— .....................................


gistados na aplicação da sistematização por objectivos 8 — (Revogado.)
devem ser objecto de especial menção no momento 9— .....................................
da apresentação do quadro plurianual de programação
orçamental a que se refere o artigo 12.º-D. Artigo 77.º
[...]
Artigo 73.º
1 — As contas dos serviços integrados e dos servi-
[...]
ços e fundos autónomos são prestadas, até 30 de Abril
1 — O Governo apresenta à Assembleia da Repú- do ano seguinte àquele a que respeitam, ao membro
blica a Conta Geral do Estado, incluindo a da segurança do Governo responsável pela área das finanças e ao
social, até 30 de Junho do ano seguinte àquele a que respectivo ministro da tutela.
respeite. 2— .....................................
2— .....................................
a) Infracção financeira, punível com multa de va-
3— .....................................
lor igual ao previsto nos n.os 2, 4 e 5 do artigo 65.º da
4 — A Conta Geral do Estado inclui o relatório, os
Lei n.º 98/97, de 26 de Agosto, alterada pelas Leis
mapas contabilísticos gerais e os elementos informativos.
n.os 1/2001, de 4 de Janeiro, 55-B/2004, de 30 de De-
zembro, 48/2006, de 29 de Agosto, 35/2007, de 13 de
Artigo 75.º Agosto, e 3-B/2010, de 28 de Abril, pela qual são res-
[...] ponsáveis os dirigentes dos serviços em causa;
b) Fundamento de recusa dos pedidos de requisição
1— .....................................
de fundos, de libertação de créditos, de autorização de
2— .....................................
pagamentos e de transferências relativamente ao orça-
3 — Os mapas referentes à situação de tesouraria
mento em execução, enquanto permanecer a situação
são os seguintes:
de atraso.
a) Mapa XXIV — cobranças e pagamentos orça- Artigo 79.º
mentais;
b) Mapa XXV — reposições abatidas nos pagamentos; [...]
c) Mapa XXVI — movimentos e saldos das contas Depois de aprovada, a conta do Tribunal de Contas é
na Tesouraria do Estado; remetida, até 31 de Março do ano seguinte àquele a que
d) Mapa XXVI-A — movimentos e saldos das contas respeita, à Assembleia da República, para informação,
na tesouraria do sistema de segurança social; e ao Governo, para efeitos da sua integração na Conta
e) Mapa XXVII — movimentos e saldos nas caixas Geral do Estado.
da Tesouraria do Estado; Artigo 82.º
f) Mapa XXVII-A — movimentos e saldos nas caixas
da tesouraria do sistema de segurança social. [...]
1— .....................................
4— ..................................... 2 — No âmbito da estabilidade orçamental, o presente
5— ..................................... título destina-se a cumprir as obrigações decorrentes do
6— ..................................... artigo 126.º do Tratado sobre o Funcionamento da União
7— ..................................... Europeia e do Pacto de Estabilidade e Crescimento, até à
plena realização deste, e concretiza o disposto na parte final
Artigo 76.º do n.º 6 do artigo 2.º, no n.º 2 do artigo 4.º e na alínea b)
[...] do artigo 17.º
1— ..................................... Artigo 88.º
2— ..................................... [...]
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 — Para assegurar o estrito cumprimento dos prin-
b) Montante global das transferências e dos subsídios cípios da estabilidade orçamental e da solidariedade
para entidades privadas exteriores ao sector público recíproca, decorrentes do artigo 126.º do Tratado sobre
administrativo; o Funcionamento da União Europeia e do Pacto de
c) Montante global das indemnizações pagas a en- Estabilidade e Crescimento, a Lei do Orçamento pode
tidades privadas exteriores ao sector público adminis- determinar transferências do Orçamento do Estado de
trativo; montante inferior àquele que resultaria das leis finan-
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ceiras especialmente aplicáveis a cada subsector, sem
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . prejuízo dos compromissos assumidos pelo Estado no
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . âmbito do sistema de solidariedade e de segurança social.
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 92.º
3— .....................................
[...]
4— .....................................
5— ..................................... 1— .....................................
6— ..................................... 2— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2833

3 — Tendo em vista o estrito cumprimento das obri- Artigo 12.º-A


gações decorrentes do artigo 126.º do Tratado sobre Endividamento das regiões autónomas
o Funcionamento da União Europeia e do Pacto de e das autarquias locais
Estabilidade e Crescimento em matéria de estabili-
dade orçamental, pode suspender-se a efectivação das 1 — As regiões autónomas não podem endividar-se
transferências do Orçamento do Estado, em caso de para além dos valores inscritos no Orçamento do Estado,
incumprimento do dever de informação estabelecido nos termos das respectivas leis de financiamento, sem
no artigo anterior e até que a situação criada tenha sido prejuízo do disposto no artigo 87.º
devidamente sanada. 2 — As autarquias locais só podem endividar-se nos
termos das suas leis de financiamento, sem prejuízo do
4 — (Revogado.)»
disposto no artigo 87.º
3 — O aumento do endividamento em violação dos
Artigo 3.º números anteriores origina uma redução das transferên-
Aditamento à Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto cias do Orçamento do Estado devidas nos anos subse-
quentes, de acordo com os critérios estabelecidos nas
São aditados à Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto, alterada respectivas leis de financiamento.
pela Lei Orgânica n.º 2/2002, de 28 de Agosto, e pelas Leis
n.os 23/2003, de 2 de Julho, 48/2004, de 24 de Agosto, e Artigo 12.º-B
48/2010, de 19 de Outubro, os artigos 10.º-A a 10.º-C,
12.º-A a 12.º-I, 16.º-A, 21.º-A a 21.º-E, 50.º-A, 67.º-A, Programa de Estabilidade e Crescimento
72.º-A e 98.º, com a seguinte redacção: 1 — O processo orçamental inicia-se com a revi-
são anual do Programa de Estabilidade e Crescimento,
«Artigo 10.º-A elaborada pelo Governo e efectuada de acordo com a
Estabilidade orçamental regulamentação comunitária.
2 — O Programa de Estabilidade e Crescimento es-
1 — Os subsectores que constituem o sector público pecifica as medidas de política económica e orçamen-
administrativo, bem como os organismos e entidades tal, apresentando de forma suficiente os seus efeitos
que os integram, estão sujeitos, na aprovação e execu- financeiros, devidamente justificados, e o respectivo
ção dos seus orçamentos, ao princípio da estabilidade calendário de execução.
orçamental. 3 — A revisão anual do Programa de Estabilidade
2 — A estabilidade orçamental consiste numa situa- e Crescimento inclui um projecto de actualização do
ção de equilíbrio ou excedente orçamental, calculada de quadro plurianual de programação orçamental, a que
acordo com a definição constante do Sistema Europeu se refere o artigo 12.º-D, para os quatro anos seguintes.
de Contas Nacionais e Regionais, nas condições esta- 4 — AAssembleia da República procede à apreciação do
belecidas para cada um dos subsectores. Programa de Estabilidade e Crescimento no prazo de 10 dias
úteis a contar da data da sua apresentação, pelo Governo.
Artigo 10.º-B 5 — O Governo envia à Assembleia da República
a revisão final do Programa de Estabilidade e Cresci-
Solidariedade recíproca mento, antes de o entregar definitivamente ao Conselho
1 — A aprovação e a execução dos orçamentos dos Europeu e à Comissão Europeia.
subsectores a que se refere o n.º 1 do artigo anterior 6 — O disposto nos n.os 3 e 4 não prejudica a neces-
estão sujeitas ao princípio da solidariedade recíproca. sária aprovação do quadro plurianual de programação
2 — O princípio da solidariedade recíproca obriga orçamental nos termos do artigo 12.º-D.
todos os subsectores, através dos seus organismos, a
contribuírem proporcionalmente para a realização do Artigo 12.º-C
princípio da estabilidade orçamental, de modo a evitar Saldo orçamental
situações de desigualdade.
1 — O saldo orçamental das administrações públicas,
3 — As medidas que venham a ser implementadas
definido de acordo com o Sistema Europeu de Contas
no âmbito do presente artigo devem constar da síntese Nacionais e Regionais, corrigido dos efeitos cíclicos
de execução orçamental do mês a que respeitam. e das medidas temporárias, não pode ser inferior ao
objectivo de médio prazo.
Artigo 10.º-C 2 — Quando não for possível o cumprimento da regra
Transparência orçamental estabelecida no número anterior, o desvio é corrigido
nos anos seguintes.
1 — A aprovação e a execução dos orçamentos dos 3 — O cumprimento do disposto nos números ante-
subsectores a que se refere o n.º 1 do artigo 10.º-A estão riores é objecto de parecer do Conselho das Finanças
sujeitas ao princípio da transparência orçamental. Públicas previsto no artigo 12.º-I.
2 — O princípio da transparência implica a existência 4 — O objectivo de médio prazo é o definido no âmbito
de um dever de informação entre todas as entidades e de acordo com o Pacto de Estabilidade e Crescimento.
públicas.
3 — O princípio da transparência implica, desig- Artigo 12.º-D
nadamente, o dever de fornecimento de informação à
Quadro plurianual de programação orçamental
entidade encarregada de monitorar a execução orça-
mental, nos termos e prazos a definir no decreto-lei de 1 — O Governo apresenta à Assembleia da Repú-
execução orçamental. blica, de harmonia com as Grandes Opções do Plano,
2834 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

uma proposta de lei com o quadro plurianual de pro- Governo, à Assembleia da República, no prazo de três
gramação orçamental. meses a contar da data da sua posse.
2 — A proposta referida no número anterior deve ser
apresentada e debatida simultaneamente com a primeira Artigo 12.º-F
proposta de lei do Orçamento do Estado apresentada Discussão e votação
após tomada de posse do Governo.
3 — O quadro plurianual de programação orçamental 1 — A proposta de lei do Orçamento do Estado é
é actualizado anualmente, para os quatro anos seguintes, discutida e votada nos termos do disposto na Consti-
na lei do Orçamento do Estado, em consonância com os tuição, na presente lei e no Regimento da Assembleia
objectivos estabelecidos no Programa de Estabilidade e da República.
Crescimento a que se refere o artigo 12.º-B. 2 — A votação da proposta de lei do Orçamento do
4 — O quadro plurianual de programação orçamental Estado realiza-se no prazo de 45 dias após a data da sua
define os limites da despesa da administração central admissão pela Assembleia da República.
financiada por receitas gerais, em consonância com os 3 — O Plenário da Assembleia da República discute
objectivos estabelecidos no Programa de Estabilidade e vota, na generalidade, a proposta de lei do Orçamento
e Crescimento. do Estado, nos termos e nos prazos estabelecidos no
5 — O quadro plurianual de programação orçamental Regimento da Assembleia da República.
define ainda os limites de despesa para cada programa 4 — O Plenário da Assembleia da República discute
orçamental, para cada agrupamento de programas e na especialidade a proposta de lei do Orçamento do Es-
para o conjunto de todos os programas, os quais são tado, nos termos e prazos estabelecidos no Regimento
vinculativos, respectivamente, para o primeiro, para o da Assembleia da República.
segundo e para os terceiro e quarto anos económicos 5 — Com excepção das matérias votadas na especia-
seguintes. lidade pelo Plenário, nos termos do n.º 4 do artigo 168.º
6 — As leis de programação financeira e as transfe- da Constituição, a votação na especialidade da proposta
rências efectuadas no âmbito da lei de financiamento da de lei do Orçamento do Estado decorre na comissão
segurança social ficam sujeitas aos limites resultantes parlamentar competente em matéria de apreciação da
da aplicação dos n.os 4 e 5. proposta de lei do Orçamento e tem por objecto o ar-
7 — As despesas relativas a transferências resultan- ticulado e os mapas orçamentais constantes daquela
tes da aplicação das leis de financiamento das regiões proposta de lei.
autónomas e das autarquias locais, as transferências 6 — Quaisquer matérias compreendidas na fase de
para a União Europeia e os encargos com a dívida pú- votação na especialidade da proposta de lei do Orça-
blica estão apenas sujeitos aos limites que resultam da mento do Estado podem ser objecto de avocação pelo
aplicação do n.º 4. Plenário da Assembleia da República, nos termos pre-
8 — Os saldos apurados em cada ano nos progra- vistos no respectivo Regimento.
mas orçamentais e o respectivo financiamento, nome- 7 — No âmbito do exame e da discussão da proposta
adamente as autorizações de endividamento, podem de lei do Orçamento do Estado, a Assembleia da Repú-
transitar para os anos seguintes, de acordo com regras blica pode realizar quaisquer audições nos termos gerais.
a definir pelo Governo. 8 — Para efeitos do disposto no número anterior,
9 — A dotação provisional prevista no n.º 5 do ar- pode, designadamente, a Assembleia da República con-
tigo 8.º concorre para os limites a que se refere o n.º 4 e vocar directamente, a solicitação da comissão especiali-
pode destinar-se a despesas de qualquer programa. zada permanente competente em matéria orçamental, as
entidades que não estejam submetidas ao poder de direc-
Artigo 12.º-E ção do Governo e cujo depoimento considere relevante
para o cabal esclarecimento da matéria em apreço.
Prazos de apresentação da proposta
de lei do Orçamento do Estado
Artigo 12.º-G
1 — O Governo apresenta à Assembleia da Repú-
Publicação do conteúdo integral do Orçamento
blica, até 15 de Outubro de cada ano, a proposta de lei
do Orçamento do Estado para o ano económico seguinte, O Governo assegura a publicação anual do conteúdo
acompanhada por todos os elementos a que se referem integral do Orçamento do Estado até ao final do segundo
os artigos 35.º a 37.º mês após a entrada em vigor da lei do Orçamento do
2 — O prazo a que se refere o número anterior não Estado.
se aplica nos casos em que:
a) O Governo em funções se encontre demitido em Artigo 12.º-H
30 de Setembro; Prorrogação da vigência da lei do Orçamento
b) A tomada de posse do novo Governo ocorra entre
1 — A vigência da lei do Orçamento do Estado é
15 de Julho e 30 de Setembro;
prorrogada quando se verifique:
c) O termo da legislatura ocorra entre 30 de Setembro
e 31 de Dezembro. a) A rejeição da proposta de lei do Orçamento do
Estado;
3 — Nos casos previstos no número anterior, a pro- b) A tomada de posse do novo Governo, se esta tiver
posta de lei do Orçamento do Estado para o ano eco- ocorrido entre 1 de Julho e 30 de Setembro;
nómico seguinte, acompanhada pelos elementos a que c) A caducidade da proposta de lei do Orçamento do
se referem os artigos 35.º a 37.º, é apresentada, pelo Estado em virtude da demissão do Governo proponente
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2835

ou de o Governo anterior não ter apresentado qualquer Artigo 12.º-I


proposta; Conselho das finanças públicas
d) A não votação parlamentar da proposta de lei do
Orçamento do Estado. 1 — É criado um órgão independente, o conselho das
finanças públicas, cuja missão consiste em pronunciar-
2 — A prorrogação da vigência da lei do Orçamento -se sobre os objectivos propostos relativamente aos
do Estado abrange o respectivo articulado e os corres- cenários macroeconómico e orçamental, à sustentabi-
pondentes mapas orçamentais, bem como os seus desen- lidade de longo prazo das finanças públicas e ao cum-
volvimentos e os decretos-leis de execução orçamental. primento da regra sobre o saldo orçamental, prevista
3 — A prorrogação da vigência da lei do Orçamento no artigo 12.º-C, da regra da despesa da administração
do Estado não abrange: central, prevista no artigo 12.º-D, e das regras de endivi-
damento das regiões autónomas e das autarquias locais
a) As autorizações legislativas contidas no seu arti- previstas nas respectivas leis de financiamento.
culado que, de acordo com a Constituição ou os termos 2 — O conselho deve integrar personalidades de re-
em que foram concedidas, devam caducar no final do conhecido mérito, com experiência nas áreas económica
ano económico a que respeitava a lei; e de finanças públicas.
b) A autorização para a cobrança das receitas cujos 3 — A composição, as competências, a organização
regimes se destinavam a vigorar apenas até ao final do e o funcionamento do conselho, bem como o estatuto
ano económico a que respeitava a lei; dos respectivos membros, são definidos por lei.
c) A autorização para a realização das despesas rela-
tivas a serviços, programas e medidas plurianuais que Artigo 16.º-A
devam extinguir-se até ao final do ano económico a que Financiamento do Estado
respeitava aquela lei.
1 — Para fazer face às necessidades de financiamento
4 — Durante o período transitório em que se man- decorrentes da sua execução, incluindo os serviços e
fundos autónomos, o Orçamento do Estado estabelece
tiver a prorrogação da vigência da lei do Orçamento
a variação máxima do endividamento líquido global
do Estado respeitante ao ano anterior, a execução do directo do Estado.
orçamento das despesas obedece ao princípio da uti- 2 — Em acréscimo à variação máxima do endivi-
lização por duodécimos das verbas fixadas nos mapas damento líquido global directo referida no número
orçamentais que as especificam, de acordo com a classi- anterior, o Estado pode financiar-se antecipadamente
ficação orgânica, sem prejuízo das excepções previstas até ao limite de 50 % das amortizações previstas de
na alínea a) do n.º 5 do artigo 43.º dívida pública fundada a realizar no ano orçamental
5 — Durante o período transitório em que se man- subsequente.
tiver a prorrogação da vigência da lei do Orçamento 3 — Caso seja efectuado financiamento antecipado
do Estado respeitante ao ano anterior, o Governo e os num determinado ano orçamental, o limite de endivi-
serviços e fundos autónomos podem: damento do ano subsequente é reduzido pelo financia-
mento antecipado efectuado, mas pode ser aumentado
a) Emitir dívida pública fundada, nos termos previs-
até 50 % das amortizações de dívida pública fundada a
tos na respectiva legislação; realizar no ano orçamental subsequente.
b) Conceder empréstimos e realizar outras operações
activas de crédito, até ao limite de um duodécimo do Artigo 21.º-A
montante máximo autorizado pela lei do Orçamento em
cada mês em que ela vigore transitoriamente; Processo de orçamentação de base zero
c) Conceder garantias pessoais, nos termos previstos 1 — Sem prejuízo dos princípios e das regras orça-
na respectiva legislação. mentais constantes da presente lei de enquadramento
orçamental, a organização e a elaboração do Orçamento
6 — As operações de receita e de despesa executadas do Estado comporta os seguintes procedimentos:
ao abrigo do regime transitório são imputadas às contas
respeitantes ao novo ano económico iniciado em 1 de a) A sistematização de objectivos referida no n.º 1
Janeiro. do artigo 15.º obriga a que cada um dos organismos
a que se refere o n.º 1 do artigo 2.º justifique detalha-
7 — Para efeitos do disposto no número anterior,
damente todas as dotações de despesa que pretende
os decretos-leis de execução das leis do Orçamento do inscrever no orçamento, com base na análise de custo
Estado que entrem em vigor com atraso estabelecem de estrutura e de cada uma das actividades que pretende
os procedimentos a adoptar nos casos em que nestas desenvolver;
deixem de constar dotações ou sejam modificadas de- b) Obrigatoriedade de indicação de alternativas para a
signações de rubricas existentes no Orçamento anterior concretização de cada uma das actividades a desenvolver;
e por conta das quais tenham sido efectuadas despesas c) Análise das propostas de despesa e das alternativas
durante o período transitório. apresentadas, em função do seu enquadramento nas
8 — Durante o período transitório em que se man- actividades programadas;
tiver a prorrogação da vigência da lei do Orçamento d) Avaliação e decisão sobre as propostas e as alter-
respeitante ao ano anterior, o Governo pode aprovar, por nativas apresentadas.
decreto-lei, as normas de execução orçamental necessá-
rias para disciplinar a aplicação do regime estabelecido 2 — As regras previstas no número anterior devem
no presente capítulo. preferencialmente ser aplicadas na organização e na
2836 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

elaboração do segundo ou do terceiro Orçamento do Leis n.os 64-A/2008, de 31 de Dezembro, e 55-A/2010,


Estado após o início de uma nova legislatura. de 31 de Dezembro, o Governo aprovará:
3 — Compete ao Governo, mediante proposta do
Ministro das Finanças, definir quais os organismos e a) As orientações estratégicas e as directrizes ne-
programas incluídos no processo de orçamentação de cessárias para a observância pelos institutos públicos
base zero, com prioridade para os programas orçamen- e entidades públicas empresariais de orçamentação de
tais em situação de défice orçamental. base zero na elaboração dos respectivos orçamentos;
b) Os critérios a observar no processo tutelar de
Artigo 21.º-B aprovação dos orçamentos dos institutos públicos para
avaliação da sua conformidade às orientações referidas
Análise e avaliação da orçamentação de base zero na alínea anterior.
1 — A análise das propostas e das alternativas apre-
sentadas pelos organismos e serviços integrados em 2 — Compete ao Ministro das Finanças e ao mi-
ministérios será feita no âmbito do respectivo Gabinete nistro responsável pela tutela dos institutos públicos e
de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Inter- entidades públicas empresariais em causa, que podem
nacionais ou pela Direcção-Geral do Orçamento. delegar, a verificação do cumprimento das orientações
2 — A análise das propostas e das alternativas apre- previstas no número anterior.
sentadas pelos restantes organismos e serviços será feita
pelo Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Artigo 21.º-E
Relações Internacionais do Ministério das Finanças e Enquadramento orçamental da orçamentação de base zero
da Administração Pública ou pela Direcção-Geral do
Orçamento. Para além dos elementos informativos referidos no
3 — A avaliação das propostas e das alternativas artigo 37.º, nos anos em que o orçamento de base zero
engloba poderes de correcção de deficiências ou ex- seja aplicado, o Governo deve incluir na proposta de
cessos de orçamentação, com fundamento no critério lei do Orçamento do Estado as informações relevantes
da adequação dos meios aos fins definidos. relacionadas com a apresentação de cada programa
4 — Compete ao Ministro das Finanças, que pode sujeito a esta regra orçamental.
delegar, efectuar a análise final das propostas e das
alternativas apresentadas pelos organismos referidos Artigo 50.º-A
nos números anteriores. Alterações orçamentais da competência
da Assembleia da República
Artigo 21.º-C
Competem à Assembleia da República as alterações
Aplicação da orçamentação de base orçamentais que:
zero às empresas públicas
1 — No âmbito dos poderes relativos ao exercício a) Consistam na inscrição de novos programas;
da função accionista nas empresas públicas, previs- b) Consistam num aumento do montante total das
tos no artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de despesas de cada programa aprovadas no mapa XV da
Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 300/2007, de lei do Orçamento;
23 de Agosto, e pelas Leis n.os 64-A/2008, de 31 de De- c) Consistam em transferências de verbas entre pro-
zembro, e 55-A/2010, de 31 de Dezembro, o Governo gramas;
incluirá nas orientações estratégicas a necessidade de d) Consistam numa alteração do orçamento das recei-
observância pelas empresas públicas do processo de tas dos serviços integrados, do orçamento dos serviços
orçamentação de base zero na elaboração dos respec- ou fundos autónomos ou da segurança social determi-
tivos orçamentos, orientadas no sentido de contribuir nadas por alterações dos respectivos orçamentos das
para o equilíbrio económico e financeiro do conjunto do despesas, da competência da Assembleia da República;
sector público e para a obtenção de níveis adequados de e) Envolvam um acréscimo dos respectivos limites
satisfação das necessidades da colectividade. do endividamento líquido fixados na lei do Orçamento
2 — Compete ao Ministro das Finanças e ao ministro do Estado;
responsável pela tutela das empresas públicas em causa, f) Consistam num aumento do montante total das des-
que podem delegar, a verificação do cumprimento das pesas do orçamento da segurança social, com excepção
orientações previstas no número anterior, podendo emi- das referidas a prestações que constituam direitos dos
tir directivas para a sua aplicação. beneficiários do sistema de segurança social;
g) Envolvam transferências de verbas do orçamento
Artigo 21.º-D da segurança social entre diferentes grandes funções
ou funções no respeito pela adequação selectiva das
Adopção da orçamentação de base zero pelos institutos
públicos e pelas entidades públicas empresariais
fontes de financiamento consagradas na Lei de Bases
do Sistema de Segurança Social.
1 — No âmbito dos poderes de tutela e superinten-
dência sobre os institutos públicos, elencados nos arti- Artigo 67.º-A
gos 41.º e 42.º da Lei n.º 3/2004, de 15 de Janeiro, na
Informação a prestar por outras entidades pertencentes
redacção dada pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezem- ao sector público administrativo
bro, e dos poderes de tutela económica e financeira das
entidades públicas empresariais, elencados no artigo 29.º As entidades referidas no n.º 5 do artigo 2.º remetem
do Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de Dezembro, alterado ao Ministério das Finanças os elementos informativos
pelo Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23 de Agosto, e pelas definidos no decreto-lei de execução orçamental.
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2837

Artigo 72.º-A Artigo 7.º


Relatório com indicadores de resultados Aplicação da lei no tempo
O Governo envia à Assembleia da República, até 1 — A regra estabelecida no artigo 12.º-C aplica-se a
31 de Março, um relatório da execução dos programas partir do ano económico de 2015, inclusive, devendo as
orçamentais no ano anterior, explicitando os resultados revisões anuais do Programa de Estabilidade e Cresci-
obtidos e os recursos utilizados. mento, a apresentar até essa data, prever a trajectória de
ajustamento do saldo orçamental compatível com o cum-
Artigo 98.º primento daquela regra.
2 — O prazo previsto no artigo 79.º aplica-se às contas
Regulamentação da orçamentação de base zero
referentes à execução orçamental de 2015 e seguintes.
Para efeitos do previsto no artigo 21.º-A e seguintes,
compete ao Governo definir: Artigo 8.º
a) A adaptação ao processo de orçamentação de base Produção de efeitos
zero das regras relativas ao modo e à forma de definição A presente lei produz efeitos no primeiro dia útil do mês
concreta dos programas e medidas a inscrever no Orça- seguinte ao da sua publicação.
mento do Estado e das respectivas estruturas;
b) O modo de aplicação do processo de orçamentação Aprovada em 6 de Abril de 2011.
de base zero na organização e elaboração dos orçamentos
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
dos serviços e fundos autónomos, no orçamento da segu-
rança social, bem como no âmbito dos programas pluria- Promulgada em 9 de Maio de 2011.
nuais dos serviços públicos nas áreas da saúde, educação,
segurança social, justiça e segurança pública.» Publique-se.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Artigo 4.º
Referendada em 10 de Maio de 2011.
Alterações sistemáticas à Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
São feitas na Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto, alterada de Sousa.
pela Lei Orgânica n.º 2/2002, de 28 de Agosto, e pelas Leis ANEXO
n.os 23/2003, de 2 de Julho, 48/2004, de 24 deAgosto, e 48/2010,
de 19 de Outubro, as seguintes alterações sistemáticas: Republicação da Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto
a) O título III passa a ter a epígrafe «Conteúdo e estrutura (lei de enquadramento orçamental)
do Orçamento do Estado»;
b) É aditada uma nova secção II ao capítulo I do título TÍTULO I
III, com a epígrafe «Orçamentação de base zero»;
c) É aditado o título II-A, com a epígrafe «Processo Objecto, âmbito e valor da lei
orçamental», que inclui os artigos 12.º-B a 12.º-I;
d) É aditado o título III-A, com a epígrafe «Execução Artigo 1.º
orçamental», no qual se incluem os seguintes capítulos:
Objecto
i) Capítulo I, com a epígrafe «Execução orçamental»,
que inclui os artigos 42.º a 48.º; A presente lei estabelece:
ii) Capítulo II, com a epígrafe «Alterações orçamentais», a) As disposições gerais e comuns de enquadramento
que inclui os artigos 49.º a 57.º; dos orçamentos e contas de todo o sector público admi-
iii) Capítulo III, com a epígrafe «Controlo orçamental nistrativo;
e responsabilidade financeira», que inclui os artigos 58.º b) As regras e os procedimentos relativos à organização, ela-
a 72.º-A. boração, apresentação, discussão, votação, alteração e execu-
Artigo 5.º ção do Orçamento do Estado, incluindo o da segurança social, e
Norma revogatória a correspondente fiscalização e responsabilidade orçamental;
c) As regras relativas à organização, elaboração, apre-
São revogados o n.º 4 do artigo 6.º, o n.º 3 do artigo 7.º, sentação, discussão e votação das contas do Estado, in-
os n.os 2 e 3 do artigo 18.º, o n.º 3 do artigo 23.º, os arti- cluindo a da segurança social.
gos 33.º, 38.º a 41.º, o n.º 4 do artigo 51.º, os artigos 53.º
a 57.º, 60.º, 61.º, o n.º 8 do artigo 76.º, os artigos 84.º, Artigo 2.º
85.º, o n.º 4 do artigo 92.º e os artigos 93.º a 95.º da Lei
Âmbito
n.º 91/2001, de 20 de Agosto, alterada pela Lei Orgânica
n.º 2/2002, de 28 de Agosto, e pelas Leis n.os 23/2003, de 1 — A presente lei aplica-se ao Orçamento do Estado,
2 de Julho, 48/2004, de 24 de Agosto, e 48/2010, de 19 que abrange, dentro do sector público administrativo, os or-
de Outubro. çamentos do subsector da administração central, incluindo
Artigo 6.º os serviços e organismos que não dispõem de autonomia
Republicação
administrativa e financeira, os serviços e fundos autónomos
e a segurança social, bem como às correspondentes contas.
É republicada, em anexo à presente lei, da qual faz 2 — Os serviços do Estado que não disponham de au-
parte integrante, a Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto, com tonomia administrativa e financeira são designados, para
a redacção actual. efeitos da presente lei, por serviços integrados.
2838 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

3 — São serviços e fundos autónomos os que satisfa- Artigo 5.º


çam, cumulativamente, os seguintes requisitos: Unidade e universalidade
a) Não tenham natureza e forma de empresa, fundação 1 — O Orçamento do Estado é unitário e compreende
ou associação públicas, mesmo se submetidos ao regime todas as receitas e despesas dos serviços integrados, dos ser-
de qualquer destas por outro diploma; viços e fundos autónomos e do sistema de segurança social.
b) Tenham autonomia administrativa e financeira; 2 — Os orçamentos das regiões autónomas e das autar-
c) Disponham de receitas próprias para cobertura das quias locais são independentes do Orçamento do Estado
suas despesas, nos termos da lei. e compreendem todas as receitas e despesas das admi-
nistrações, regional e local, incluindo as de todos os seus
4 — Dentro do sector público administrativo, entende- serviços e fundos autónomos.
-se por subsector da segurança social o sistema de soli- 3 — O Orçamento do Estado e os orçamentos das
dariedade e segurança social, constituído pelo conjunto regiões autónomas e das autarquias locais devem apresen-
dos subsistemas definidos na respectiva lei de bases, as tar, nos termos do artigo 32.º, o total das responsabilidades
respectivas fontes de financiamento e os organismos res- financeiras resultantes de compromissos plurianuais, cuja
ponsáveis pela sua gestão. natureza impeça a contabilização directa do respectivo
5 — Para efeitos da presente lei, consideram-se inte- montante total no ano em que os compromissos são assu-
grados no sector público administrativo, como serviços e midos ou os bens em causa postos à disposição do Estado.
fundos autónomos, nos respectivos subsectores da admi-
nistração central, regional e local e da segurança social, Artigo 6.º
as entidades que, independentemente da sua natureza e Não compensação
forma, tenham sido incluídas em cada subsector no âmbito
do Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais, 1 — Todas as receitas são previstas pela importância
nas últimas contas sectoriais publicadas pela autoridade integral em que foram avaliadas, sem dedução alguma para
estatística nacional, referentes ao ano anterior ao da apre- encargos de cobrança ou de qualquer outra natureza.
sentação do Orçamento. 2 — A importância integral das receitas tributárias cor-
6 — Sem prejuízo do princípio da independência orça- responde à previsão dos montantes que, depois de abatidas
mental estabelecido no n.º 2 do artigo 5.º, são aplicáveis aos as estimativas das receitas cessantes em virtude de benefí-
orçamentos dos subsectores regional e local os princípios cios tributários e os montantes estimados para reembolsos
e as regras contidos no título II, bem como, com as devidas e restituições, serão efectivamente cobrados.
adaptações, o disposto no artigo 17.º, devendo as respec- 3 — Todas as despesas são inscritas pela sua importân-
tivas leis de enquadramento conter as normas adequadas cia integral, sem dedução de qualquer espécie.
para o efeito. 4 — (Revogado.)
5 — O disposto nos n.os 1 e 3 não se aplica aos activos
Artigo 3.º financeiros.
Valor reforçado 6 — As operações de gestão da dívida pública directa
do Estado são inscritas nos correspondentes orçamentos
O disposto na presente lei prevalece, nos termos do n.º 3 que integram o Orçamento do Estado nos seguintes termos:
do artigo 112.º da Constituição, sobre todas as normas
que estabeleçam regimes orçamentais particulares que a a) As despesas decorrentes de operações de derivados
contrariem. financeiros são deduzidas das receitas obtidas com as mes-
mas operações, sendo o respectivo saldo sempre inscrito
TÍTULO II em rubrica da despesa;
b) As receitas de juros resultantes de operações asso-
Princípios e regras orçamentais ciadas à emissão e gestão da dívida pública directa do
Estado e ou à gestão da Tesouraria do Estado são abatidas
Artigo 4.º às despesas da mesma natureza;
c) As receitas de juros resultantes das operações asso-
Anualidade e plurianualidade ciadas à aplicação dos excedentes de Tesouraria do Estado,
1 — Os orçamentos dos organismos do sector público assim como as associadas aos adiantamentos de tesoura-
administrativo são anuais. ria, são abatidas às despesas com juros da dívida pública
2 — A elaboração dos orçamentos é enquadrada num directa do Estado.
quadro plurianual de programação orçamental, que tem
em conta os princípios estabelecidos na presente lei e as 7 — O disposto nas alíneas do número anterior não
obrigações referidas no artigo 17.º dispensa o registo contabilístico individualizado de todos
3 — Os orçamentos integram os programas, medidas os fluxos financeiros, ainda que meramente escriturais, as-
e projectos ou actividades que implicam encargos pluria- sociados às operações nelas referidas, nem a apresentação
nuais, os quais evidenciam a despesa total prevista para de todos eles na Conta Geral do Estado.
cada um, as parcelas desses encargos relativas ao ano em 8 — A inscrição orçamental dos fluxos financeiros de-
causa e, com carácter indicativo, a, pelo menos, cada um correntes de operações associadas à gestão da carteira de
dos três anos seguintes. activos dos fundos sob administração do Instituto de Gestão
4 — O ano económico coincide com o ano civil. de Fundos de Capitalização da Segurança Social, I. P., é
5 — O disposto no número anterior não prejudica a pos- efectuada de acordo com as seguintes regras:
sibilidade de existir um período complementar de execução a) As receitas obtidas em operações de derivados finan-
orçamental, nos termos previstos na lei. ceiros são deduzidas das despesas decorrentes das mesmas
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2839

operações, sendo o respectivo saldo sempre inscrito em Artigo 9.º


rubrica de receita; Equilíbrio
b) Os juros corridos recebidos nas vendas de valores
representativos de dívida são deduzidos dos juros corridos 1 — Os orçamentos dos organismos do sector público
pagos na aquisição do mesmo género de valores, sendo administrativo prevêem as receitas necessárias para co-
o respectivo saldo sempre inscrito em rubrica de receita. brir todas as despesas, sem prejuízo do disposto nos arti-
gos 23.º, 25.º e 28.º
Artigo 7.º 2 — As receitas e as despesas efectivas são as que alte-
Não consignação ram definitivamente o património financeiro líquido.
3 — O património financeiro líquido é constituído pelos
1 — Não pode afectar-se o produto de quaisquer receitas activos financeiros detidos, nomeadamente pelas dispo-
à cobertura de determinadas despesas. nibilidades, pelos depósitos, pelos títulos, pelas acções
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior: e por outros valores mobiliários, subtraídos dos passivos
a) As receitas das reprivatizações; financeiros.
b) As receitas relativas aos recursos próprios comuni- 4 — A diferença entre as receitas efectivas e as despesas
tários tradicionais; efectivas corresponde ao saldo global.
c) As receitas do orçamento da segurança social afectas 5 — A diferença entre as receitas efectivas e as despesas
ao financiamento dos diferentes subsistemas; efectivas, deduzidas dos encargos com os juros da dívida,
d) As receitas que correspondam a transferências prove- corresponde ao saldo primário.
nientes da União Europeia, de organizações internacionais
ou de orçamentos de outras instituições do sector público Artigo 10.º
administrativo que se destinem a financiar, total ou par- Equidade intergeracional
cialmente, determinadas despesas;
e) As receitas que correspondam a subsídios, donativos 1 — O Orçamento do Estado subordina-se ao princípio
ou legados de particulares, que, por vontade destes, devam da equidade na distribuição de benefícios e custos entre
ser afectados à cobertura de determinadas despesas; gerações.
f) As receitas que resultem da disponibilização efectiva 2 — A apreciação da equidade intergeracional incluirá
ou presumível de um bem ou serviço público quando essa necessariamente a incidência orçamental:
disponibilização é realizada em regime de concorrência a) Das medidas e acções incluídas no mapa XVII;
com o sector privado podem, por expressa estatuição legal, b) Do investimento público;
ser afectas à cobertura da correspondente despesa;
c) Do investimento em capacitação humana, co-finan-
g) As receitas afectas ao financiamento da segurança
ciado pelo Estado;
social, nos termos legais.
d) Dos encargos com a dívida pública;
e) Das necessidades de financiamento do sector empre-
3 — (Revogado.)
sarial do Estado;
f) Das pensões de reforma ou de outro tipo.
Artigo 8.º
Especificação Artigo 10.º-A
1 — As receitas previstas devem ser suficientemente Estabilidade orçamental
especificadas de acordo com uma classificação económica.
2 — As despesas são fixadas de acordo com uma clas- 1 — Os subsectores que constituem o sector público ad-
sificação orgânica, económica e funcional, podendo os ministrativo, bem como os organismos e entidades que os
níveis mais desagregados de especificação constar apenas integram, estão sujeitos, na aprovação e execução dos seus
dos desenvolvimentos, nos termos da presente lei. orçamentos, ao princípio da estabilidade orçamental.
3 — As despesas são ainda estruturadas por programas. 2 — A estabilidade orçamental consiste numa situação
4 — A especificação das receitas cessantes em virtude de equilíbrio ou excedente orçamental, calculada de acordo
de benefícios fiscais é efectuada de acordo com os códigos com a definição constante do Sistema Europeu de Contas
de classificação económica das receitas. Nacionais e Regionais, nas condições estabelecidas para
5 — No orçamento do Ministério das Finanças será cada um dos subsectores.
inscrita uma dotação provisional destinada a fazer face a
despesas não previsíveis e inadiáveis. Artigo 10.º-B
6 — São nulos os créditos orçamentais que possibilitem Solidariedade recíproca
a existência de dotações para utilização confidencial ou
para fundos secretos, sem prejuízo dos regimes especiais 1 — A aprovação e a execução dos orçamentos dos
legalmente previstos de utilização de verbas que excepcio- subsectores a que se refere o n.º 1 do artigo anterior estão
nalmente se justifiquem por razões de segurança nacional, sujeitas ao princípio da solidariedade recíproca.
autorizados pela Assembleia da República, sob proposta 2 — O princípio da solidariedade recíproca obriga todos
do Governo. os subsectores, através dos seus organismos, a contribuí-
7 — A estrutura dos códigos da classificação económica rem proporcionalmente para a realização do princípio da
das receitas e das classificações económica e funcional das estabilidade orçamental, de modo a evitar situações de
despesas é definida por decreto-lei, podendo a especifica- desigualdade.
ção desagregada do terceiro nível de detalhe ser definida 3 — As medidas que venham a ser implementadas no
por portaria do membro do Governo responsável pela área âmbito do presente artigo devem constar da síntese de
das finanças. execução orçamental do mês a que respeitam.
2840 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

Artigo 10.º-C TÍTULO II-A


Transparência orçamental
Processo orçamental
1 — A aprovação e a execução dos orçamentos dos
subsectores a que se refere o n.º 1 do artigo 10.º-A estão Artigo 12.º-B
sujeitas ao princípio da transparência orçamental. Programa de Estabilidade e Crescimento
2 — O princípio da transparência implica a existência de
um dever de informação entre todas as entidades públicas. 1 — O processo orçamental inicia-se com a revisão
3 — O princípio da transparência implica, designada- anual do Programa de Estabilidade e Crescimento, elabo-
mente, o dever de fornecimento de informação à enti- rada pelo Governo e efectuada de acordo com a regula-
dade encarregada de monitorar a execução orçamental, mentação comunitária.
nos termos e prazos a definir no decreto-lei de execução 2 — O Programa de Estabilidade e Crescimento es-
orçamental. pecifica as medidas de política económica e orçamental,
Artigo 11.º apresentando de forma suficiente os seus efeitos financei-
ros, devidamente justificados, e o respectivo calendário
Instrumentos de gestão de execução.
1 — Os organismos do sector público administrativo 3 — A revisão anual do Programa de Estabilidade e
ficam sujeitos ao Plano Oficial de Contabilidade Pública, Crescimento inclui um projecto de actualização do quadro
podendo ainda dispor de outros instrumentos necessários plurianual de programação orçamental, a que se refere o
à boa gestão e ao controlo dos dinheiros e outros activos artigo 12.º-D, para os quatro anos seguintes.
públicos, nos termos previstos na lei. 4 — A Assembleia da República procede à apreciação do
2 — Todos os serviços e fundos autónomos que ainda Programa de Estabilidade e Crescimento no prazo de 10 dias
não apliquem o Plano Oficial de Contabilidade Pública úteis a contar da data da sua apresentação, pelo Governo.
ou outro plano de substituição ficam sujeitos à disciplina 5 — O Governo envia à Assembleia da República a
financeira dos serviços integrados, sendo a estes equipara- revisão final do Programa de Estabilidade e Crescimento,
dos para todos os efeitos, sem prejuízo do regime especial antes de o entregar definitivamente ao Conselho Europeu
de autonomia administrativa e financeira que decorra de e à Comissão Europeia.
imperativo constitucional, da sua integração nas áreas do 6 — O disposto nos n.os 3 e 4 não prejudica a necessária
Serviço Nacional de Saúde, da regulação e supervisão, bem aprovação do quadro plurianual de programação orçamen-
como do facto de se tratar de organismos especialmente tal nos termos do artigo 12.º-D.
competentes para a gestão dos fundos comunitários que
tenham a autonomia indispensável à sua gestão. Artigo 12.º-C
3 — O disposto nos números anteriores não abrange as Saldo orçamental
entidades que aplicam o sistema de normalização contabi-
lística ou que elaborem as suas contas em conformidade 1 — O saldo orçamental das administrações públicas,
com as normas internacionais de contabilidade. definido de acordo com o Sistema Europeu de Contas
Nacionais e Regionais, corrigido dos efeitos cíclicos e das
Artigo 12.º medidas temporárias, não pode ser inferior ao objectivo
de médio prazo.
Publicidade 2 — Quando não for possível o cumprimento da regra
1 — O Governo assegura a publicação de todos os do- estabelecida no número anterior, o desvio é corrigido nos
cumentos que se revelem necessários para assegurar a anos seguintes.
adequada divulgação e transparência do Orçamento do 3 — O cumprimento do disposto nos números anteriores
Estado e da sua execução, recorrendo, sempre que possível, é objecto de parecer do conselho das finanças públicas
aos mais avançados meios de comunicação existentes em previsto no artigo 12.º-I.
cada momento. 4 — O objectivo de médio prazo é o definido no âmbito
2 — A obrigação prevista no número anterior é assegu- e de acordo com o Pacto de Estabilidade e Crescimento.
rada nas regiões autónomas e nas autarquias locais pelos
respectivos governos regionais e câmaras municipais. Artigo 12.º-D
Quadro plurianual de programação orçamental
Artigo 12.º-A
1 — O Governo apresenta à Assembleia da República, de
Endividamento das regiões autónomas e das autarquias locais
harmonia com as Grandes Opções do Plano, uma proposta
1 — As regiões autónomas não podem endividar-se para de lei com o quadro plurianual de programação orçamental.
além dos valores inscritos no Orçamento do Estado, nos 2 — A proposta referida no número anterior deve ser
termos das respectivas leis de financiamento, sem prejuízo apresentada e debatida simultaneamente com a primeira
do disposto no artigo 87.º proposta de lei do Orçamento do Estado apresentada após
2 — As autarquias locais só podem endividar-se nos tomada de posse do Governo.
termos das suas leis de financiamento, sem prejuízo do 3 — O quadro plurianual de programação orçamental
disposto no artigo 87.º é actualizado anualmente, para os quatro anos seguintes,
3 — O aumento do endividamento em violação dos na lei do Orçamento do Estado, em consonância com os
números anteriores origina uma redução das transferências objectivos estabelecidos no Programa de Estabilidade e
do Orçamento do Estado devidas nos anos subsequentes, Crescimento a que se refere o artigo 12.º-B.
de acordo com os critérios estabelecidos nas respectivas 4 — O quadro plurianual de programação orçamen-
leis de financiamento. tal define os limites da despesa da administração central
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2841

financiada por receitas gerais, em consonância com os 4 — O Plenário da Assembleia da República discute na
objectivos estabelecidos no Programa de Estabilidade e especialidade a proposta de lei do Orçamento do Estado,
Crescimento. nos termos e prazos estabelecidos no Regimento da As-
5 — O quadro plurianual de programação orçamental sembleia da República.
define ainda os limites de despesa para cada programa 5 — Com excepção das matérias votadas na especia-
orçamental, para cada agrupamento de programas e para o lidade pelo Plenário nos termos do n.º 4 do artigo 168.º
conjunto de todos os programas, os quais são vinculativos, da Constituição, a votação na especialidade da proposta
respectivamente, para o primeiro, para o segundo e para de lei do Orçamento do Estado decorre na comissão
os terceiro e quarto anos económicos seguintes. parlamentar competente em matéria de apreciação da
6 — As leis de programação financeira e as transfe- proposta de lei do Orçamento e tem por objecto o ar-
rências efectuadas no âmbito da lei de financiamento da ticulado e os mapas orçamentais constantes daquela
segurança social ficam sujeitas aos limites resultantes da proposta de lei.
aplicação dos n.os 4 e 5. 6 — Quaisquer matérias compreendidas na fase de vo-
7 — As despesas relativas a transferências resultantes tação na especialidade da proposta de lei do Orçamento
da aplicação das leis de financiamento das regiões autóno- do Estado podem ser objecto de avocação pelo Plenário
mas e das autarquias locais, as transferências para a União da Assembleia da República, nos termos previstos no res-
Europeia e os encargos com a dívida pública estão apenas pectivo Regimento.
sujeitos aos limites que resultam da aplicação do n.º 4. 7 — No âmbito do exame e da discussão da proposta de
8 — Os saldos apurados em cada ano nos programas lei do Orçamento do Estado, a Assembleia da República
orçamentais e o respectivo financiamento, nomeadamente pode realizar quaisquer audições nos termos gerais.
as autorizações de endividamento, podem transitar para 8 — Para efeitos do disposto no número anterior, pode,
os anos seguintes, de acordo com regras a definir pelo designadamente, a Assembleia da República convocar
Governo. directamente, a solicitação da comissão especializada per-
9 — A dotação provisional prevista no n.º 5 do artigo 8.º manente competente em matéria orçamental, as entidades
concorre para os limites a que se refere o n.º 4 e pode que não estejam submetidas ao poder de direcção do Go-
destinar-se a despesas de qualquer programa. verno e cujo depoimento considere relevante para o cabal
esclarecimento da matéria em apreço.
Artigo 12.º-E
Artigo 12.º-G
Prazos de apresentação da proposta
de lei do Orçamento do Estado Publicação do conteúdo integral do Orçamento

1 — O Governo apresenta à Assembleia da Repú- O Governo assegura a publicação anual do conteúdo in-
blica, até 15 de Outubro de cada ano, a proposta de lei tegral do Orçamento do Estado até ao final do segundo mês
do Orçamento do Estado para o ano económico seguinte, após a entrada em vigor da lei do Orçamento do Estado.
acompanhada por todos os elementos a que se referem os
artigos 35.º a 37.º Artigo 12.º-H
2 — O prazo a que se refere o número anterior não se Prorrogação da vigência da lei do Orçamento
aplica nos casos em que:
1 — A vigência da lei do Orçamento do Estado é pror-
a) O Governo em funções se encontre demitido em rogada quando se verifique:
30 de Setembro;
b) A tomada de posse do novo Governo ocorra entre a) A rejeição da proposta de lei do Orçamento do Estado;
15 de Julho e 30 de Setembro; b) A tomada de posse do novo Governo, se esta tiver
c) O termo da legislatura ocorra entre 30 de Setembro ocorrido entre 1 de Julho e 30 de Setembro;
e 31 de Dezembro. c) A caducidade da proposta de lei do Orçamento do Es-
tado em virtude da demissão do Governo proponente ou de
3 — Nos casos previstos no número anterior, a proposta o Governo anterior não ter apresentado qualquer proposta;
de lei do Orçamento do Estado para o ano económico se- d) A não votação parlamentar da proposta de lei do
guinte, acompanhada pelos elementos a que se referem os Orçamento do Estado.
artigos 35.º a 37.º, é apresentada, pelo Governo, à Assem-
bleia da República, no prazo de três meses a contar da data 2 — A prorrogação da vigência da lei do Orçamento do
da sua posse. Estado abrange o respectivo articulado e os corresponden-
Artigo 12.º-F tes mapas orçamentais, bem como os seus desenvolvimen-
tos e os decretos-leis de execução orçamental.
Discussão e votação 3 — A prorrogação da vigência da lei do Orçamento do
1 — A proposta de lei do Orçamento do Estado é discu- Estado não abrange:
tida e votada nos termos do disposto na Constituição, na a) As autorizações legislativas contidas no seu articu-
presente lei e no Regimento da Assembleia da República. lado que, de acordo com a Constituição ou os termos em
2 — A votação da proposta de lei do Orçamento do que foram concedidas, devam caducar no final do ano
Estado realiza-se no prazo de 45 dias após a data da sua económico a que respeitava a lei;
admissão pela Assembleia da República. b) A autorização para a cobrança das receitas cujos re-
3 — O Plenário da Assembleia da República discute e gimes se destinavam a vigorar apenas até ao final do ano
vota, na generalidade, a proposta de lei do Orçamento do económico a que respeitava a lei;
Estado, nos termos e nos prazos estabelecidos no Regi- c) A autorização para a realização das despesas relativas
mento da Assembleia da República. a serviços, programas e medidas plurianuais que devam
2842 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

extinguir-se até ao final do ano económico a que respeitava TÍTULO III


aquela lei.
Conteúdo e estrutura do Orçamento do Estado
4 — Durante o período transitório em que se mantiver
a prorrogação da vigência da lei do Orçamento do Estado CAPÍTULO I
respeitante ao ano anterior, a execução do orçamento das
despesas obedece ao princípio da utilização por duodé- Conteúdo e estrutura
cimos das verbas fixadas nos mapas orçamentais que as
especificam, de acordo com a classificação orgânica, sem Artigo 13.º
prejuízo das excepções previstas na alínea a) do n.º 5 do Conteúdo formal e estrutura
artigo 43.º
5 — Durante o período transitório em que se mantiver 1 — O Orçamento do Estado contém, relativamente
a prorrogação da vigência da lei do Orçamento do Estado ao período a que respeita, as dotações das despesas e as
respeitante ao ano anterior, o Governo e os serviços e previsões das receitas relativas aos organismos referidos
fundos autónomos podem: no n.º 1 do artigo 2.º, devidamente quantificadas, bem
como as estimativas das receitas cessantes em virtude de
a) Emitir dívida pública fundada, nos termos previstos benefícios tributários.
na respectiva legislação; 2 — As dotações, previsões e estimativas referidas no
b) Conceder empréstimos e realizar outras operações número anterior formam, respectivamente, o orçamento
activas de crédito, até ao limite de um duodécimo do mon- do subsector dos serviços integrados, adiante designado
tante máximo autorizado pela lei do Orçamento em cada por orçamento dos serviços integrados, o orçamento do
mês em que ela vigore transitoriamente; subsector dos serviços e fundos autónomos, incluindo os
c) Conceder garantias pessoais, nos termos previstos na dos vários serviços e fundos, adiante designado por orça-
respectiva legislação. mento dos serviços e fundos autónomos, e o orçamento
do sistema de solidariedade e segurança social, adiante
6 — As operações de receita e de despesa executadas designado por orçamento da segurança social.
ao abrigo do regime transitório são imputadas às contas
respeitantes ao novo ano económico iniciado em 1 de Artigo 14.º
Janeiro.
Harmonização com os planos
7 — Para efeitos do disposto no número anterior, os
decretos-leis de execução das leis do Orçamento do Estado O Orçamento do Estado é desenvolvido de harmonia
que entrem em vigor com atraso estabelecem os proce- com as Grandes Opções e demais planos elaborados nos
dimentos a adoptar nos casos em que nestas deixem de termos e para os efeitos previstos no título II da parte II da
constar dotações ou sejam modificadas designações de Constituição da República Portuguesa, designadamente
rubricas existentes no Orçamento anterior e por conta das mediante a gestão por objectivos a que se refere o arti-
quais tenham sido efectuadas despesas durante o período go seguinte.
transitório.
8 — Durante o período transitório em que se mantiver Artigo 15.º
a prorrogação da vigência da lei do Orçamento respeitante Gestão por objectivos
ao ano anterior, o Governo pode aprovar, por decreto-lei,
as normas de execução orçamental necessárias para dis- 1 — Os orçamentos e contas dos organismos a que
ciplinar a aplicação do regime estabelecido no presente se refere o n.º 1 do artigo 2.º devem ser objecto de uma
capítulo. sistematização por objectivos, compatibilizada com os
objectivos previstos nas Grandes Opções do Plano, con-
Artigo 12.º-I siderando a definição das actividades a desenvolver por
cada organismo e respectivos centros de custos e tendo
Conselho das finanças públicas em conta a totalidade dos recursos envolvidos, incluindo
1 — É criado um órgão independente, o conselho das os de capital, visando fundamentar as decisões sobre a
finanças públicas, cuja missão consiste em pronunciar-se reorientação e o controlo da despesa pública:
sobre os objectivos propostos relativamente aos cenários a) No conhecimento da missão, objectivos e estratégia
macroeconómico e orçamental, à sustentabilidade de longo do organismo;
prazo das finanças públicas e ao cumprimento da regra b) Na correcta articulação de cada área de actividade
sobre o saldo orçamental, prevista no artigo 12.º-C, da em relação aos objectivos;
regra da despesa da administração central, prevista no c) Na responsabilização dos agentes empenhados na
artigo 12.º-D, e das regras de endividamento das regiões gestão das actividades pela concretização dos objectivos
autónomas e das autarquias locais previstas nas respectivas e bom uso dos recursos que lhes estão afectos;
leis de financiamento. d) Na identificação de actividades redundantes na ca-
2 — O conselho deve integrar personalidades de reco- deia de valor do organismo a justificada reafectação dos
nhecido mérito, com experiência nas áreas económica e recursos nelas consumidos.
de finanças públicas.
3 — A composição, as competências, a organização e 2 — Os desenvolvimentos orçamentais referidos no
o funcionamento do conselho, bem como o estatuto dos n.º 1 obedecem à estruturação por programas prevista na
respectivos membros, são definidos por lei. presente lei.
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2843

Artigo 16.º Artigo 19.º


Despesas obrigatórias Programas orçamentais
1 — No Orçamento do Estado serão inscritas obriga- 1 — O programa orçamental inclui as despesas corres-
toriamente: pondentes a um conjunto de medidas que concorrem, de
forma articulada e complementar, para a concretização de
a) As dotações necessárias para o cumprimento das
um ou vários objectivos específicos, relativos a uma ou
obrigações decorrentes de lei ou de contrato;
b) As dotações destinadas ao pagamento de encargos mais políticas públicas, dele fazendo necessariamente parte
resultantes de sentenças de quaisquer tribunais; integrante um conjunto de indicadores que permitam ava-
c) Outras dotações determinadas por lei. liar a economia, a eficiência e a eficácia da sua realização.
2 — A avaliação da economia, da eficiência e da eficácia
2 — As dotações correspondentes a despesas obrigató- de programas com recurso a parcerias dos sectores público
rias de montante certo, conhecidas à data da apresentação e privado tomará como base um programa alternativo
da proposta de lei do Orçamento do Estado, serão devida- visando a obtenção dos mesmos objectivos com exclusão
mente evidenciadas nessa proposta. de financiamentos ou de exploração a cargo de entidades
privadas, devendo incluir, sempre que possível, a estima-
Artigo 16.º-A tiva da sua incidência orçamental líquida.
3 — O Governo define agrupamentos de programas de
Financiamento do Estado acordo com as respectivas áreas de actuação.
1 — Para fazer face às necessidades de financiamento 4 — O programa orçamental pode ser executado por
decorrentes da sua execução, incluindo os serviços e fun- uma ou várias entidades pertencentes:
dos autónomos, o Orçamento do Estado estabelece a va- a) Ao mesmo título;
riação máxima do endividamento líquido global directo b) Ao mesmo ou a diferentes subsectores da adminis-
do Estado. tração central.
2 — Em acréscimo à variação máxima do endivida-
mento líquido global directo referida no número anterior, o 5 — Cada programa orçamental divide-se em medidas,
Estado pode financiar-se antecipadamente até ao limite de podendo existir programas com uma única medida.
50 % das amortizações previstas de dívida pública fundada 6 — Os programas orçamentais com financiamento
a realizar no ano orçamental subsequente. comunitário devem identificar os programas comunitários
3 — Caso seja efectuado financiamento antecipado num que lhes estão associados.
determinado ano orçamental, o limite de endividamento
do ano subsequente é reduzido pelo financiamento ante- Artigo 20.º
cipado efectuado, mas pode ser aumentado até 50 % das
amortizações de dívida pública fundada a realizar no ano Medidas
orçamental subsequente. 1 — A medida compreende despesas de um programa
orçamental correspondente a projectos ou actividades,
Artigo 17.º bem especificados e caracterizados, que se articulam e
Vinculações externas complementam entre si e concorrem para a concretização
dos objectivos do programa em que se inserem.
Os orçamentos que integram o Orçamento do Estado são 2 — A medida pode ser executada por uma ou várias
elaborados, aprovados e executados por forma que: entidades pertencentes ao mesmo ou a diferentes subsec-
a) Contenham as dotações necessárias para a realização tores da administração central.
das despesas obrigatórias a que se refere o artigo anterior; 3 — Cada medida divide-se em projectos ou activida-
b) Respeitem as obrigações decorrentes do Tratado da des, podendo existir medidas com um único projecto ou
União Europeia; actividade.
c) Tenham em conta as grandes opções em matéria de 4 — O projecto ou actividade correspondem a unidades
planeamento e a programação financeira plurianual ela- básicas de realização da medida, com orçamento e calen-
borada pelo Governo. darização rigorosamente definidos.
5 — As medidas, projectos ou actividades podem ser
criados no decurso da execução do Orçamento do Estado.
SECÇÃO I
6 — As alterações decorrentes da criação de medidas,
Orçamento por programas nos termos do número anterior, devem constar expressa-
mente do relatório informativo sobre a execução orçamen-
Artigo 18.º tal a publicar mensalmente.
Regime
Artigo 21.º
1 — Sem prejuízo da sua especificação de acordo com Legislação complementar
as classificações orgânica, funcional e económica, as des-
pesas inscritas nos orçamentos que integram o Orçamento As regras relativas ao modo e à forma de definição
do Estado estruturam-se por programas, nos termos pre- concreta dos programas e medidas a inscrever no Orça-
vistos na presente lei. mento do Estado e das respectivas estruturas, bem como
2 — (Revogado.) à sua especificação nos desenvolvimentos orçamentais e
3 — (Revogado.) à respectiva execução, serão estabelecidas por decreto-lei.
2844 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

SECÇÃO II empresas públicas do processo de orçamentação de base


zero na elaboração dos respectivos orçamentos, orientadas
Orçamentação de base zero
no sentido de contribuir para o equilíbrio económico e
financeiro do conjunto do sector público e para a obtenção
Artigo 21.º-A de níveis adequados de satisfação das necessidades da
Processo de orçamentação de base zero colectividade.
2 — Compete ao Ministro das Finanças e ao ministro res-
1 — Sem prejuízo dos princípios e das regras orçamen-
ponsável pelo respectivo sector, que podem delegar, a verifi-
tais constantes da presente lei de enquadramento orçamen-
cação do cumprimento das orientações previstas no número
tal, a organização e a elaboração do Orçamento do Estado
anterior, podendo emitir directivas para a sua aplicação.
comporta os seguintes procedimentos:
a) A sistematização de objectivos referida no n.º 1 do Artigo 21.º-D
artigo 15.º obriga a que cada um dos organismos a que Adopção da orçamentação de base zero pelos institutos
se refere o n.º 1 do artigo 2.º justifique detalhadamente públicos e pelas entidades públicas empresariais
todas as dotações de despesa que pretende inscrever no
orçamento, com base na análise de custo de estrutura e de 1 — No âmbito dos poderes de tutela e superintendência
cada uma das actividades que pretende desenvolver; sobre os institutos públicos, elencados nos artigos 41.º e
b) Obrigatoriedade de indicação de alternativas para a 42.º da Lei n.º 3/2004, de 15 de Janeiro, na redacção dada
concretização de cada uma das actividades a desenvolver; pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezembro, e dos poderes
c) Análise das propostas de despesa e das alternativas de tutela económica e financeira das entidades públicas
apresentadas, em função do seu enquadramento nas acti- empresariais, elencados no artigo 29.º do Decreto-Lei
vidades programadas; n.º 558/99, de 17 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei
d) Avaliação e decisão sobre as propostas e as alterna- n.º 300/2007, de 23 de Agosto, e pelas Leis n.os 64-A/2008,
tivas apresentadas. de 31 de Dezembro, e 55-A/2010, de 31 de Dezembro, o
Governo aprovará:
2 — As regras previstas no número anterior devem a) As orientações estratégicas e as directrizes necessárias
preferencialmente ser aplicadas na organização e na ela- para a observância pelos institutos públicos e entidades
boração do segundo ou do terceiro Orçamento do Estado públicas empresariais de orçamentação de base zero na
após o início de uma nova legislatura. elaboração dos respectivos orçamentos;
3 — Compete ao Governo, mediante proposta do Minis- b) Os critérios a observar no processo tutelar de apro-
tro das Finanças, definir quais os organismos e programas vação dos orçamentos dos institutos públicos para ava-
incluídos no processo de orçamentação de base zero, com liação da sua conformidade às orientações referidas na
prioridade para os programas orçamentais em situação de alínea anterior.
défice orçamental.
Artigo 21.º-B 2 — Compete ao Ministro das Finanças e ao ministro
Análise e avaliação da orçamentação de base zero
responsável pelo respectivo sector, que podem delegar, a
verificação do cumprimento das orientações previstas no
1 — A análise das propostas e das alternativas apresenta- número anterior.
das pelos organismos e serviços integrados em ministérios Artigo 21.º-E
será feita no âmbito do respectivo Gabinete de Planea-
mento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais ou Enquadramento orçamental da orçamentação de base zero
pela Direcção-Geral do Orçamento. Para além dos elementos informativos referidos no ar-
2 — A análise das propostas e das alternativas apresen- tigo 37.º da presente lei de enquadramento orçamental,
tadas pelos restantes organismos e serviços será feita pelo nos anos em que o orçamento de base zero seja aplicado, o
Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Governo deve incluir na proposta de lei do Orçamento do
Internacionais do Ministério das Finanças e da Administra- Estado as informações relevantes relacionadas com a apre-
ção Pública ou pela Direcção-Geral do Orçamento. sentação de cada programa sujeito a esta regra orçamental.
3 — A avaliação das propostas e das alternativas en-
globa poderes de correcção de deficiências ou excessos de
orçamentação, com fundamento no critério da adequação SECÇÃO III
dos meios aos fins definidos. Orçamento dos serviços integrados
4 — Compete ao Ministro das Finanças, que pode de-
legar, efectuar a análise final das propostas e das alternati- Artigo 22.º
vas apresentadas pelos organismos referidos nos números
anteriores. Especificação
Artigo 21.º-C 1 — A especificação das despesas do orçamento dos ser-
Aplicação da orçamentação de base zero às empresas públicas
viços integrados, de acordo com a classificação orgânica,
subordina-se aos critérios gerais previstos nos números
1 — No âmbito dos poderes relativos ao exercício da seguintes.
função accionista nas empresas públicas, previstos no 2 — A classificação orgânica agrupa as despesas em
artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de Dezem- títulos, divididos em capítulos, podendo estes dividir-se
bro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23 de em um ou mais níveis de desagregação, conforme se revele
Agosto, e pelas Leis n.os 64-A/2008, de 31 de Dezembro, necessário para uma adequada especificação das despesas.
e 55-A/2010, de 31 de Dezembro, o Governo incluirá nas 3 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,
orientações estratégicas a necessidade de observância pelas cada título corresponde a um ministério, abrangendo as
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2845

secretarias de Estado e os serviços nele inseridos, nos 2 — No orçamento do subsector dos serviços e fundos
termos da respectiva Lei Orgânica. autónomos, incluindo o de cada um destes serviços e fun-
4 — São inscritos em título próprio os encargos gerais dos, as respectivas despesas estruturam-se ainda por pro-
do Estado correspondentes às despesas: gramas, nos termos do disposto nos artigos 18.º a 21.º
a) Dos órgãos de soberania que não disponham de auto-
nomia administrativa e financeira, bem como dos serviços Artigo 25.º
e outros organismos seus dependentes; Equilíbrio
b) Dos restantes serviços e outros organismos que não
1 — O orçamento de cada serviço ou fundo autónomo
disponham de autonomia administrativa e financeira, não
é elaborado, aprovado e executado por forma a apresentar
integrados em ministérios;
saldo global nulo ou positivo.
c) Das transferências para os orçamentos dos órgãos
de soberania e outros organismos não integrados em mi- 2 — Para efeitos do cômputo do saldo referido no nú-
nistérios, que disponham de autonomia administrativa e mero anterior, não são consideradas receitas provenientes
financeira; de activos e passivos financeiros, bem como do saldo da
d) Das transferências para os orçamentos das regiões gerência anterior, nem as despesas relativas a activos e
autónomas; passivos financeiros.
e) Das transferências para as autarquias locais. 3 — Nos casos em que, durante o ano a que respeitam os
orçamentos a que se refere o n.º 1, a execução orçamental
5 — Em cada capítulo são agrupadas todas as despesas do conjunto das instituições do sector público administra-
que concorram para uma mesma finalidade e, designada- tivo o permitir, poderá o Governo, através do Ministro das
mente, as despesas de uma direcção-geral, inspecção-geral Finanças, dispensar, em situações excepcionais, a aplicação
ou serviço equivalente, incluindo as despesas de todos os da regra de equilíbrio estabelecida no mesmo número.
serviços que lhe estiverem subordinados. 4 — Nos casos em que seja dispensada a aplicação
6 — No mesmo capítulo podem agrupar-se as despesas da regra de equilíbrio, nos termos do número anterior, o
de duas ou mais direcções-gerais, inspecções-gerais ou Governo:
serviços equivalentes, desde que os serviços em causa a) Aprovará as correspondentes alterações orçamentais
desenvolvam actividades afins. que sejam da sua competência;
7 — Em casos excepcionais, devidamente justificados b) Proporá à Assembleia da República as correspon-
nos elementos complementares da proposta de lei do Or- dentes alterações orçamentais que sejam da competência
çamento do Estado, podem ser inscritos na classificação deste órgão.
orgânica capítulos especiais. Artigo 26.º
Artigo 23.º Recurso ao crédito

Saldo primário dos serviços integrados 1 — É vedado o recurso ao crédito pelos serviços e
fundos autónomos.
1 — Os serviços integrados têm de apresentar saldo 2 — Exceptua-se do disposto no número anterior a con-
primário positivo, salvo se a conjuntura do período a que tracção de empréstimos que dêem origem:
se refere o orçamento justificadamente o não permitir.
2 — Os relatórios da proposta de lei do Orçamento do a) A dívida flutuante, nos termos do disposto na alínea a)
Estado e da Conta Geral do Estado apresentam a justifica- do artigo 3.º da Lei n.º 7/98, de 3 de Fevereiro;
ção a que se refere a parte final do número anterior. b) A dívida fundada, nos termos do disposto na alínea b)
3 — (Revogado.) do artigo 3.º da Lei n.º 7/98, de 3 de Fevereiro, desde que se
verifique a situação prevista no n.º 3 e na alínea b) do n.º 4
SECÇÃO IV do artigo anterior e que o correspondente endividamento
Orçamento dos serviços e fundos autónomos líquido seja autorizado pela Assembleia da República.

Artigo 24.º 3 — Apenas podem contrair os empréstimos a que se


refere a alínea b) do número anterior os serviços e fundos
Especificação autónomos cujas leis orgânicas permitam que os mesmos
1 — No orçamento do subsector dos serviços e fundos disponham dessas receitas.
autónomos, incluindo o de cada um destes serviços e fundos, 4 — Nos casos previstos nos n.os 2 e 3, os serviços e fun-
as receitas e despesas especificam-se do seguinte modo: dos autónomos recorrerão prioritariamente a financiamento
junto do Tesouro.
a) As receitas globais do subsector especificam-se de
acordo com as classificações orgânica e económica; SECÇÃO V
b) As despesas globais do subsector especificam-se de Orçamento da segurança social
acordo com as classificações orgânica, económica e funcional;
c) As receitas cessantes do subsector, em virtude de
Artigo 27.º
benefícios tributários, especificam-se de acordo com a
classificação económica das receitas; Especificação
d) As receitas de cada serviço e fundo autónomo espe- 1 — No orçamento da segurança social, as receitas e
cificam-se de acordo com a classificação económica;
despesas especificam-se da seguinte forma:
e) As despesas de cada serviço e fundo autónomo
especificam-se de acordo com as classificações econó- a) As receitas globais do sistema especificam-se de
mica e funcional. acordo com a respectiva classificação económica;
2846 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

b) As despesas globais do sistema especificam-se de pelo Estado, através do Governo, e pelos serviços e fundos
acordo com a classificação económica e funcional; autónomos, durante o ano económico;
c) As receitas de cada subsistema especificam-se de f) A determinação dos montantes suplementares ao
acordo com a respectiva classificação económica; acréscimo de endividamento líquido autorizado, nos casos
d) As despesas de cada subsistema especificam-se de em que se preveja o recurso ao crédito para financiar as
acordo com a respectiva classificação económica e funcional. despesas com as operações a que se refere a antecedente
alínea d) ou os programas de acção conjuntural;
2 — O orçamento da segurança social pode ser estru- g) A determinação das condições gerais a que se de-
turado por programas. vem subordinar as operações de gestão da dívida pública
3 — As despesas do orçamento da segurança social legalmente previstas;
serão estruturadas por classificação orgânica a definir por h) A determinação do limite máximo das garantias pes-
decreto-lei. soais a conceder pelo Estado, através do Governo, e pelos
serviços e fundos autónomos, durante o ano económico;
Artigo 28.º i) A determinação do limite máximo dos empréstimos a
conceder e de outras operações de crédito activas, cujo prazo de
Equilíbrio reembolso exceda o final do ano económico, a realizar pelo Es-
1 — As receitas efectivas do orçamento da segurança tado, através do Governo, e pelos serviços e fundos autónomos;
social têm de ser, pelo menos, iguais às despesas efectivas j) A determinação do limite máximo das antecipações
do mesmo orçamento. a efectuar, nos termos da legislação aplicável;
2 — Os saldos anuais do subsistema previdencial re- l) A determinação do limite máximo de eventuais com-
vertem a favor do Fundo de Estabilização Financeira da promissos a assumir com contratos de prestação de serviços
Segurança Social, nos termos da Lei de Bases da Segu- em regime de financiamento privado ou outra forma de
rança Social. parceria dos sectores público e privado;
3 — Para efeitos do disposto no n.º 1, não são con- m) A determinação dos limites máximos do endivida-
sideradas as receitas provenientes de activos e passivos mento das regiões autónomas, nos termos previstos na
financeiros, bem como, do saldo da gerência anterior, nem respectiva lei de finanças;
das despesas relativas a activos e passivos financeiros. n) A eventual actualização dos valores abaixo dos quais
os actos, contratos e outros instrumentos geradores de des-
Artigo 29.º pesa ou representativos de responsabilidades financeiras
directas ou indirectas ficam isentos de fiscalização prévia
Recurso ao crédito pelo Tribunal de Contas;
O recurso ao crédito no âmbito do sistema de segurança o) O montante global máximo de autorização financeira ao
social só é permitido ao Instituto de Gestão Financeira Governo para satisfação de encargos com as prestações a li-
da Segurança Social, e desde que não dê origem a dívida quidar, referentes a contratos de investimento público no âm-
fundada. bito da Lei de Programação Militar, sob a forma de locação;
p) As demais medidas que se revelem indispensáveis à
correcta gestão financeira dos serviços integrados, dos ser-
CAPÍTULO II viços e fundos autónomos e do sistema de segurança social
no ano económico a que respeita a lei do Orçamento.
Lei do Orçamento do Estado
2 — As disposições constantes do articulado da lei do
Artigo 30.º Orçamento do Estado devem limitar-se ao estritamente ne-
Conteúdo formal e estrutura cessário para a execução da política orçamental e financeira.
A lei do Orçamento do Estado contém o articulado e os Artigo 32.º
mapas orçamentais.
Mapas orçamentais
Artigo 31.º
Articulado Os mapas a que se refere a alínea a) do n.º 1 do arti-
go anterior são os seguintes:
1 — O articulado da lei do Orçamento do Estado con-
tém, designadamente: Mapa I, «Receitas dos serviços integrados, por classi-
ficação económica»;
a) A aprovação dos mapas orçamentais; Mapa II, «Despesas dos serviços integrados, por classi-
b) As normas necessárias para orientar a execução or- ficação orgânica, especificadas por capítulos»;
çamental; Mapa III, «Despesas dos serviços integrados, por clas-
c) A indicação do destino a dar aos fundos resultantes sificação funcional»;
dos eventuais excedentes dos orçamentos dos serviços Mapa IV, «Despesas dos serviços integrados, por clas-
integrados e dos serviços e fundos autónomos; sificação económica»;
d) A eventual indicação das verbas inscritas no orça- Mapa V, «Receitas dos serviços e fundos autónomos,
mento que, para assegurar a consecução de objectivos de por classificação orgânica, com especificação das receitas
política orçamental, ficam cativas, até o Governo autorizar globais de cada serviço e fundo»;
a sua utilização, total ou parcial, nos casos em que a evo- Mapa VI, «Receitas dos serviços e fundos autónomos,
lução da execução orçamental o permita; por classificação económica»;
e) A determinação do montante máximo do acréscimo Mapa VII, «Despesas dos serviços e fundos autónomos,
de endividamento líquido e as demais condições gerais a por classificação orgânica, com especificação das despesas
que se deve subordinar a emissão de dívida pública fundada globais de cada serviço e fundo»;
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2847

Mapa VIII, «Despesas dos serviços e fundos autónomos, despesas de cada um dos respectivos serviços, especifica-
por classificação funcional»; das, até aos níveis máximos de desagregação, de acordo
Mapa IX, «Despesas dos serviços e fundos autónomos, com as classificações económica e funcional.
por classificação económica»; 4 — O orçamento de cada serviço e fundo autónomo
Mapa X, «Receitas da segurança social, por classifica- apresenta as respectivas receitas e despesas especificadas,
ção económica»; até aos níveis máximos de desagregação, de acordo com
Mapa XI, «Despesas da segurança social, por classifi- as classificações económica e funcional.
cação funcional»; 5 — Os desenvolvimentos orçamentais dos serviços
Mapa XII, «Despesas da segurança social, por classi- integrados, o orçamento de cada serviço e fundo autónomo
ficação económica»; e o orçamento da segurança social evidenciam as despesas
Mapa XIII, «Receitas de cada subsistema, por classifi- relativas aos programas e medidas a cargo da respectiva
cação económica»; entidade gestora.
Mapa XIV, «Despesas de cada subsistema, por classi- Artigo 36.º
ficação económica»;
Conteúdo do relatório
Mapa XV, «Despesas correspondentes a programas»;
Mapa XVI, «Repartição regionalizada dos programas 1 — O relatório da proposta de lei do Orçamento do
e medidas, de apresentação obrigatória, mas não sujeito Estado contém a apresentação e a justificação da política
a votação»; orçamental proposta.
Mapa XVII, «Responsabilidades contratuais plurianuais 2 — O relatório referido no número anterior inclui a
dos serviços integrados e dos serviços e fundos autónomos, análise dos principais elementos relativos aos seguintes
agrupadas por ministérios»; aspectos:
Mapa XVIII, «Transferências para as regiões autónomas»;
Mapa XIX, «Transferências para os municípios»; a) Evolução e projecções dos principais agregados ma-
Mapa XX, «Transferências para as freguesias»; croeconómicos com influência no Orçamento do Estado;
Mapa XXI, «Receitas tributárias cessantes dos serviços b) Evolução da situação financeira do sector público
integrados, dos serviços e fundos autónomos e da segu- administrativo e, em particular, do Estado, incluindo ser-
rança social». viços integrados, serviços e fundos autónomos e sistema
de solidariedade e segurança social;
Artigo 33.º c) Linhas gerais da política orçamental;
Espécies de mapas orçamentais d) Adequação da política orçamental proposta às obri-
gações decorrentes do Tratado da União Europeia e da
(Revogado.) União Económica e Monetária;
Artigo 34.º e) Impacte orçamental das decisões relativas às políticas
Proposta de lei
públicas;
f) Medidas de racionalização da gestão dos dinheiros e
1 — A proposta de lei do Orçamento do Estado tem outros valores públicos;
uma estrutura e um conteúdo formal idênticos aos da lei g) Outras matérias relevantes para a apresentação e
do Orçamento. justificação das principais decisões e políticas orçamentais
2 — A proposta de lei do Orçamento é acompanhada propostas.
pelos desenvolvimentos orçamentais, pelo respectivo rela- Artigo 37.º
tório e pelos elementos informativos previstos na presente
secção, bem como por todos os demais elementos necessá- Elementos informativos
rios à justificação das decisões e das políticas orçamental 1 — A proposta de lei do Orçamento do Estado é acompa-
e financeira apresentadas. nhada, pelo menos, pelos seguintes elementos informativos:
3 — Os elementos informativos a que se refere o nú-
mero anterior podem ser apresentados sob a forma de a) Indicadores financeiros de médio e longo prazos;
anexos autónomos ou de elementos integrados no relatório b) Programação financeira plurianual;
que acompanham a proposta de lei. c) Memória descritiva das razões que justificam o re-
curso a parcerias dos sectores público e privado, face a
Artigo 35.º um programa alternativo elaborado nos termos do n.º 2
do artigo 19.º;
Desenvolvimentos orçamentais d) Informação individualizada sobre despesas anuais e
1 — Os desenvolvimentos orçamentais que acompanham plurianuais com parcerias público-privadas;
a proposta de lei do Orçamento do Estado compreendem: e) Estimativa do orçamento consolidado do sector pú-
blico administrativo, na óptica da contabilidade pública e
a) O desenvolvimento das receitas e das despesas dos na óptica da contabilidade nacional;
serviços integrados; f) Memória descritiva das razões que justificam as dife-
b) Os orçamentos dos serviços e fundos autónomos; renças entre os valores apurados, na óptica da contabilidade
c) O orçamento da segurança social. pública e na óptica da contabilidade nacional;
g) Orçamento consolidado dos serviços integrados e dos
2 — O desenvolvimento das receitas dos serviços in- serviços e fundos autónomos e orçamento consolidado do
tegrados integra um quadro de observações que indicam, Estado, incluindo o da segurança social;
designadamente, as principais características de cada ru- h) Situação do endividamento global do conjunto das
brica de receitas e as respectivas bases legais. administrações públicas e das empresas públicas, das em-
3 — Os desenvolvimentos das despesas dos serviços presas de capitais públicos, das parcerias público-privadas,
integrados organizam-se por ministérios e apresentam as das empresas regionais e das empresas municipais;
2848 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

i) Situação da dívida pública, das operações de tesou- 2 — A segregação de funções a que se refere o número
raria e das contas do Tesouro; anterior pode estabelecer-se entre diferentes serviços ou
j) Situação financeira e patrimonial do subsector dos entre diferentes agentes do mesmo serviço.
serviços integrados; 3 — Nenhuma receita pode ser liquidada ou cobrada,
l) Situação financeira e patrimonial do subsector dos mesmo que seja legal, sem que, cumulativamente:
serviços e fundos autónomos;
m) Situação financeira e patrimonial do sistema de so- a) Tenha sido objecto de correcta inscrição orçamental;
lidariedade e de segurança social; b) Esteja adequadamente classificada.
n) Transferências financeiras entre Portugal e o exterior
com incidência na proposta de orçamento; 4 — A liquidação e a cobrança podem, todavia, ser
o) Transferências orçamentais para as regiões autónomas; efectuadas para além dos valores previstos na respectiva
p) Transferências orçamentais para os municípios e inscrição orçamental.
freguesias; 5 — As dotações constantes do orçamento das despesas
q) Transferências orçamentais para as empresas públi- constituem o limite máximo a utilizar na realização destas.
cas e outras instituições não integradas no sector público 6 — Nenhuma despesa pode ser autorizada ou paga sem
administrativo; que, cumulativamente:
r) Elementos informativos sobre os programas orça- a) O facto gerador da obrigação de despesa respeite as
mentais; normas legais aplicáveis;
s) Justificação das previsões das receitas fiscais, com
b) A despesa em causa disponha de inscrição orçamen-
discriminação da situação dos principais impostos;
tal, tenha cabimento na correspondente dotação, esteja
t) Benefícios tributários, estimativas das receitas ces-
santes e sua justificação económica e social; adequadamente classificada e obedeça ao princípio da
u) Despesas cruzadas pelas diversas classificações or- execução do orçamento por duodécimos, salvas, nesta
çamentais; última matéria, as excepções previstas na lei;
v) Identificação de medidas destinadas à cobertura da c) A despesa em causa satisfaça o princípio da economia,
receita cessante que resulte da criação ou alargamento de eficiência e eficácia.
quaisquer benefícios fiscais.
7 — Salvo disposição legal em contrário, o cabimento
2 — A apresentação dos elementos informativos sobre a si- a que se refere a alínea b) do número anterior afere-se
tuação patrimonial dos serviços e fundos autónomos depende pelas rubricas do nível mais desagregado da classificação
da aplicação a cada um do Plano Oficial de Contabilidade económica e respeitando, se aplicável, o cabimento no
Pública (POCP). programa, projecto ou actividade.
Artigo 38.º 8 — O respeito pelos princípios da economia, eficiência
e eficácia, a que se refere a alínea c) do n.º 6, deverá ser
Prazos de apresentação verificado, em particular, em relação às despesas que, pelo
(Revogado.) seu elevado montante, pela sua continuidade no tempo,
uma vez iniciadas, ou por qualquer outro motivo envolvam
Artigo 39.º um dispêndio significativo de dinheiros públicos.
Discussão e votação 9 — Para além dos requisitos exigíveis, a realização de
qualquer despesa à qual esteja consignada determinada
(Revogado.)
receita fica também condicionada à cobrança desta receita
Artigo 40.º em igual montante.
Publicação do conteúdo integral do Orçamento Artigo 43.º
(Revogado.) Competência
Artigo 41.º 1 — O Governo define, por decreto-lei, as operações
Prorrogação da vigência da lei do Orçamento de execução orçamental da competência dos membros do
Governo e dos dirigentes dos serviços sob sua direcção
(Revogado.) ou tutela.
2 — Em cada ano, o Governo estabelece, por decreto-
TÍTULO III-A -lei, as disposições necessárias à execução da lei do
Execução orçamental Orçamento do Estado, incluindo o da segurança social
respeitante ao ano em causa, sem prejuízo da aplicação
imediata das normas desta lei que sejam exequíveis por
CAPÍTULO I si mesmas.
Execução orçamental 3 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
Governo deve aprovar num único decreto-lei as normas de
Artigo 42.º execução do Orçamento do Estado, incluindo as relativas
ao orçamento dos serviços integrados, aos orçamentos dos
Princípios
serviços e fundos autónomos e ao orçamento da segurança
1 — As operações de execução do orçamento das recei- social.
tas e das despesas obedecem ao princípio da segregação das 4 — O disposto no número anterior não impede que,
funções de liquidação e de cobrança, quanto às primeiras, durante o ano económico, sejam aprovados outros decretos-
e de autorização da despesa, de autorização de pagamento -leis de execução orçamental, sempre que tal se justifi-
e de pagamento, quanto às segundas. que.
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2849

5 — O decreto-lei relativo à execução do orçamento Artigo 46.º


dos serviços integrados, dos serviços e fundos autónomos Execução do orçamento dos serviços integrados
e do orçamento da segurança social contém:
1 — A execução do orçamento dos serviços integrados
a) A indicação das dotações orçamentais em relação às é assegurada:
quais não será aplicável o regime dos duodécimos;
b) A indicação das dotações orçamentais que ficam a) Na parte respeitante às receitas, pelos serviços que as
cativas e das condições a que fica condicionada a sua liquidam e que zelam pela sua cobrança, bem como pela
utilização, total ou parcial; rede de cobranças do Tesouro;
c) A indicação das despesas ou pagamentos cuja autoriza- b) Na parte respeitante às despesas, pelos membros do
ção depende da intervenção dos serviços centrais incumbidos Governo e pelos dirigentes dos serviços, bem como pelo
de coordenar e controlar globalmente a execução do orça- sistema de pagamentos do Tesouro.
mento dos serviços integrados e dos orçamentos dos serviços
e fundos autónomos e a do orçamento da segurança social; 2 — A lei define, em função das suas características ou
d) Os prazos para autorização de despesas; montantes, as operações de execução orçamental, desig-
e) As demais normas necessárias para execução do Or- nadamente as autorizações de despesa que incumbem aos
çamento do Estado e de cada um dos orçamentos por ele membros do Governo.
abrangidos. 3 — No âmbito da gestão corrente dos serviços integrados,
incumbem aos respectivos dirigentes e responsáveis pelos
6 — O decreto-lei a que se referem os n.os 2 e 5 é publi- serviços de contabilidade as operações de execução orçamen-
cado até ao final do mês seguinte ao da entrada em vigor tal, cabendo especialmente aos dirigentes a prática dos actos
da lei do Orçamento do Estado. de autorização de despesa e de autorização de pagamento.

Artigo 44.º Artigo 47.º


Regimes de execução Execução do orçamento dos serviços e fundos autónomos
1 — A execução do orçamento das despesas subordina- 1 — A execução dos orçamentos dos serviços e fundos
-se ao regime: autónomos incumbe aos respectivos dirigentes, sem pre-
juízo das autorizações de despesas que, nos termos da lei,
a) De autonomia administrativa, na parte respeitante ao
devam ser concedidas pelos membros do Governo.
orçamento dos serviços integrados;
2 — A realização das despesas com a aquisição de bens
b) De autonomia administrativa e financeira, na parte res-
e serviços ou a realização de empreitadas pelos serviços
peitante aos orçamentos dos serviços e fundos autónomos;
e fundos autónomos fica sujeita ao regime da contratação
c) Especial de execução do orçamento da segurança
pública, salvas as excepções previstas nas normas comu-
social.
nitárias e na lei.
3 — Os serviços e fundos autónomos utilizam priorita-
2 — O disposto no presente capítulo é aplicável a to-
riamente as suas receitas próprias não consignadas por lei a
dos os regimes de execução orçamental a que se refere o
fins específicos para a cobertura das respectivas despesas.
número anterior.
4 — Só nos casos em que as receitas próprias a que se
3 — A Lei de Bases da Contabilidade Pública estabelece
refere o número anterior se revelem insuficientes, os fundos
as bases dos regimes de execução orçamental, de acordo
e serviços autónomos procederão à cobertura das respec-
com o disposto na presente lei.
tivas despesas através das transferências que recebam do
orçamento dos serviços integrados ou dos orçamentos de
Artigo 45.º outros serviços ou fundos autónomos.
Assunção de compromissos
1 — Apenas podem ser assumidos compromissos de Artigo 48.º
despesa após os competentes serviços de contabilidade Execução do orçamento da segurança social
exararem informação prévia de cabimento no documento
1 — Incumbe ao Instituto de Gestão Financeira da Segu-
de autorização da despesa em causa.
rança Social a gestão global da execução do orçamento da
2 — Os compromissos que dêem origem a encargos
segurança social, no respeito pelo disposto na presente lei e
plurianuais apenas podem ser assumidos mediante prévia
autorização, a conceder por portaria conjunta dos Ministros nas normas especificamente aplicáveis no âmbito do sistema.
das Finanças e da tutela, salvo se, alternativamente: 2 — O Instituto de Gestão Financeira da Segurança So-
cial só pode realizar operações de financiamento mediante
a) Respeitarem a programas, medidas, projectos ou autorização do Governo, a conceder através de despacho
actividades constantes do mapa XV da lei do Orçamento do conjunto dos Ministros das Finanças e do Trabalho e da
Estado, que sejam consistentes com o quadro plurianual de Solidariedade.
programação orçamental a que se refere o artigo 12.º-D; 3 — Os saldos de gerência do orçamento da segurança
b) Os respectivos montantes não excederem, em cada social serão utilizados mediante prévia autorização a con-
um dos anos económicos seguintes, os limites e prazos ceder pelo Governo, através de despacho conjunto dos
estabelecidos, para este efeito, na lei. Ministros das Finanças e do Trabalho e da Solidariedade.
4 — As cobranças das receitas e os pagamentos das des-
3 — O primeiro ano da execução das despesas respei- pesas do sistema de segurança social são efectuados pelo
tantes aos compromissos plurianuais deve corresponder Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, que as-
àquele em que é assumido o compromisso em causa, com sume as competências de tesouraria única do sistema de se-
as excepções legalmente previstas. gurança social em articulação com a Tesouraria do Estado.
2850 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

5 — A execução do orçamento do sistema de segurança g) Envolvam transferências de verbas do orçamento


social tem por base os respectivos planos de tesouraria, da segurança social entre diferentes grandes funções ou
elaborados pelo Instituto de Gestão Financeira da Segu- funções no respeito pela adequação selectiva das fontes
rança Social. de financiamento consagradas na Lei de Bases do Sistema
6 — As entradas e saídas de fundos do sistema de segu- de Segurança Social.
rança social são efectuadas através do Instituto de Gestão
Financeira da Segurança Social, directamente ou por inter- Artigo 51.º
médio de entidades colaboradoras, onde se mantêm depo-
Alterações orçamentais da competência do Governo
sitados os seus excedentes e disponibilidades de tesouraria.
1 — No âmbito da execução dos programas orçamen-
tais, competem ao Governo as alterações orçamentais não
CAPÍTULO II referidas no artigo anterior.
Alterações orçamentais 2 — Competem ao Governo as alterações orçamentais
que consistam num aumento do montante total das des-
pesas de cada programa aprovadas no mapa XV da lei do
SECÇÃO I Orçamento do Estado, quando as mesmas resultem:
Disposições gerais a) De saldos de gerência ou dotações de anos anteriores
cuja utilização seja permitida por lei;
Artigo 49.º b) Da dotação provisional.
Regime geral
3 — As alterações efectuadas nos termos do número
1 — As alterações ao Orçamento do Estado obedecem anterior devem constar do relatório de execução dos pro-
ao disposto no presente capítulo. gramas a que se refere o artigo 72.º-A.
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
4 — (Revogado.)
articulado da lei do Orçamento do Estado pode estabe-
lecer as regras complementares a que se subordinarão as
alterações do orçamento em causa. Artigo 52.º
Publicação das alterações orçamentais
Artigo 50.º
Nos casos em que a respectiva publicidade não seja asse-
Leis de alteração orçamental gurada através da obrigatoriedade da publicação no Diário
1 — A estrutura e o conteúdo das leis de alteração or- da República dos actos que as aprovam, as alterações
çamental obedecem ao disposto no capítulo II do título III, orçamentais e os mapas da lei do Orçamento do Estado
cujas normas são aplicáveis com as necessárias adaptações. modificados em virtude das alterações neles introduzidas
2 — O Governo poderá definir por decreto-lei as re- durante o trimestre em causa são divulgadas na página
gras que entender necessárias à aplicação do disposto no electrónica da entidade encarregue do acompanhamento
número anterior. da execução orçamental:
3 — As leis de alteração orçamental entram em vigor a) Até ao final do mês seguinte a cada trimestre, no caso
na data da sua publicação, salvo disposição em contrário dos três primeiros trimestres do ano económico;
delas constante. b) Até final do mês de Fevereiro, no caso do 4.º trimestre.
Artigo 50.º-A Artigo 53.º
Alterações orçamentais da competência Alterações do orçamento das receitas
da Assembleia da República
(Revogado.)
Competem à Assembleia da República as alterações
orçamentais que: Artigo 54.º
a) Consistam na inscrição de novos programas; Orçamento por programas
b) Consistam num aumento do montante total das des-
pesas de cada programa aprovadas no mapa XV da lei do (Revogado.)
Orçamento;
c) Consistam em transferências de verbas entre pro- Artigo 55.º
gramas; Orçamento dos serviços integrados
d) Consistam numa alteração do orçamento das receitas
dos serviços integrados, do orçamento dos serviços ou (Revogado.)
fundos autónomos ou da segurança social determinadas
por alterações dos respectivos orçamentos das despesas, Artigo 56.º
da competência da Assembleia da República; Orçamento dos serviços e fundos autónomos
e) Envolvam um acréscimo dos respectivos limites do
endividamento líquido fixados na lei do Orçamento do (Revogado.)
Estado;
f) Consistam num aumento do montante total das des- Artigo 57.º
pesas do orçamento da segurança social, com excepção Orçamento da segurança social
das referidas a prestações que constituam direitos dos
beneficiários do sistema de segurança social; (Revogado.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2851

CAPÍTULO III b) A utilização da dotação provisional;


c) A execução do orçamento consolidado das instituições
Controlo orçamental e responsabilidade financeira do sector público administrativo;
d) As alterações orçamentais aprovadas pelo Governo;
Artigo 58.º e) As operações de gestão da dívida pública, o recurso
Controlo orçamental ao crédito público e as condições específicas dos emprés-
timos públicos celebrados nos termos previstos na lei do
1 — A execução do Orçamento do Estado fica sujeita a Orçamento do Estado e na legislação relativa à emissão e
controlo, nos termos da presente lei e da demais legislação gestão da dívida pública;
aplicável, o qual tem por objecto a verificação da legalidade f) Os empréstimos concedidos e outras operações ac-
e da regularidade financeira das receitas e das despesas pú- tivas de crédito realizadas nos termos previstos na lei do
blicas, bem como a apreciação da boa gestão dos dinheiros Orçamento do Estado;
e outros activos públicos e da dívida pública. g) As garantias pessoais concedidas pelo Estado nos
2 — A execução do Orçamento do Estado é objecto de termos previstos na lei do Orçamento do Estado e na le-
controlo administrativo, jurisdicional e político. gislação aplicável, incluindo a relação nominal dos bene-
3 — O controlo orçamental efectua-se prévia, conco- ficiários dos avales e fianças concedidas pelo Estado, com
mitante e sucessivamente à realização das operações de explicitação individual dos respectivos valores, bem como
execução orçamental. do montante global em vigor;
4 — O controlo administrativo compete ao próprio ser- h) Os fluxos financeiros entre Portugal e a União Eu-
viço ou instituição responsável pela respectiva execução, ropeia.
aos respectivos serviços de orçamento e de contabilidade
pública, às entidades hierarquicamente superiores, de supe- 4 — Os elementos informativos a que se referem as alí-
rintendência ou de tutela e aos serviços gerais de inspecção nea a) e b) do número anterior são enviados, pelo Governo,
e de controlo da Administração Pública. à Assembleia da República mensalmente e os restantes tri-
5 — Os serviços ou instituições responsáveis pela exe- mestralmente, devendo, em qualquer caso, o respectivo envio
cução orçamental e os respectivos serviços de orçamento efectuar-se nos 60 dias seguintes ao período a que respeitam.
e de contabilidade pública elaboram, organizam e mantêm 5 — O Tribunal de Contas envia à Assembleia da Re-
em funcionamento sistemas e procedimentos de controlo pública os relatórios finais referentes ao exercício das suas
interno das operações de execução do Orçamento, os quais competências de controlo orçamental.
poderão envolver, nos casos em que tal se justifique, o 6 — A Assembleia da República pode solicitar ao Go-
recurso a serviços de empresas de auditoria. verno, nos termos previstos na Constituição e no Regi-
6 — O controlo jurisdicional da execução do Orçamento mento da Assembleia da República, a prestação de quais-
do Estado compete ao Tribunal de Contas e é efectuado quer informações suplementares sobre a execução do
nos termos da respectiva legislação. Orçamento do Estado, para além das previstas no n.º 1,
7 — O controlo jurisdicional de actos de execução do devendo essas informações ser prestadas em prazo não
Orçamento e a efectivação das responsabilidades não fi- superior a 60 dias.
nanceiras deles emergentes incumbem também aos demais 7 — A Assembleia da República pode solicitar ao Tri-
tribunais, designadamente aos tribunais administrativos e bunal de Contas:
fiscais e aos tribunais judiciais, no âmbito das respectivas
competências. a) Informações relacionadas com as respectivas fun-
8 — A execução do orçamento da segurança social está ções de controlo financeiro, a prestar, nomeadamente,
sujeita ao controlo orçamental previsto para o Orçamento mediante a presença do presidente do Tribunal de Contas
do Estado, do qual faz parte integrante. ou de relatores em sessões de comissão, nomeadamente
de inquérito, ou pela colaboração técnica de pessoal dos
Artigo 59.º serviços de apoio do tribunal;
b) Relatórios intercalares sobre os resultados do controlo
Controlo político da execução do Orçamento do Estado ao longo do ano;
1 — A Assembleia da República exerce o controlo polí- c) Quaisquer esclarecimentos necessários à apreciação
tico sobre a execução do Orçamento do Estado e efectiva do Orçamento do Estado e do parecer sobre a Conta Geral
as correspondentes responsabilidades políticas, nos termos do Estado.
do disposto na Constituição, no Regimento da Assem-
bleia da República, na presente lei e na demais legislação 8 — Sempre que se justifique, o Tribunal de Contas
aplicável. pode comunicar à Assembleia da República as informa-
2 — No exercício das suas funções de controlo da exe- ções por ele obtidas no exercício das suas competências
cução do Orçamento do Estado, compete à Assembleia da de controlo da execução orçamental.
República, designadamente, tomar a Conta do Estado e
acompanhar a execução orçamental, nos termos do disposto Artigo 60.º
na presente lei. Orientação da política orçamental
3 — O Governo envia tempestivamente à Assembleia
da República todos os elementos informativos necessários (Revogado.)
para a habilitar a acompanhar e controlar, de modo efec-
tivo, a execução do Orçamento do Estado, designadamente Artigo 61.º
relatórios sobre: Apreciação da revisão do Programa
de Estabilidade e Crescimento
a) A execução do Orçamento do Estado, incluindo o da
segurança social; (Revogado.)
2852 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

Artigo 62.º 2 — Os desenvolvimentos por objectivo devem ser in-


Controlo da despesa pública
troduzidos faseadamente, acompanhando a proposta de lei
do Orçamento do Estado e a Conta Geral do Estado a título
1 — As despesas dos organismos referidos no n.º 1 do informativo, enquanto a lei não dispuser de outro modo.
artigo 2.º deverão ser sujeitas a auditoria externa, pelo 3 — Os trabalhos preparatórios e os progressos regista-
menos de oito em oito anos, abrangendo a avaliação da dos na aplicação da sistematização por objectivos devem
missão e objectivos do organismo, bem como a economia, ser objecto de especial menção no momento da apresen-
eficiência e eficácia da despesa correspondente. tação do quadro plurianual de programação orçamental a
2 — O sistema e os procedimentos de controlo interno que se refere o artigo 12.º-D.
das operações de execução do Orçamento a que se refere o
n.º 5 do artigo 58.º devem ser sujeitos a auditoria no quadro Artigo 65.º
do funcionamento do Sistema de Controlo Interno (SCI),
Cooperação entre as instâncias de controlo
à luz dos respectivos princípios de coordenação e tendo
presentes os princípios de auditoria internacionalmente Sem prejuízo das respectivas competências fixadas na
consagrados. Constituição e na lei, os órgãos e serviços encarregados
3 — O Governo informará a Assembleia da República do controlo interno e externo da execução do Orçamento
dos programas de auditorias que promoverá por sua ini- do Estado cooperam entre si, tendo em vista o melhor
ciativa no ano em curso, para efeitos de cumprimento do desempenho das suas funções.
disposto nos n.os 1 e 2, acompanhados dos respectivos
termos de referência. Artigo 66.º
4 — Em acréscimo ao disposto no número anterior,
Controlo cruzado
a Assembleia da República determinará em cada ano ao
Governo duas auditorias suplementares para os efeitos 1 — As instâncias de controlo, a que se refere o ar-
previstos no n.º 1 e solicitará ao Tribunal de Contas a au- tigo 58.º, dispõem de poderes de controlo sobre quaisquer
ditoria de dois organismos do Sistema de Controlo Interno entidades, públicas ou privadas, nos casos em que estas
(SCI) para os efeitos previstos no n.º 2. beneficiem de subvenções ou outros auxílios financeiros
5 — Os resultados das auditorias a que se referem os concedidos através do Orçamento do Estado ou aqueles
n.os 3 e 4 devem ser enviados à Assembleia da República poderes se mostrem imprescindíveis ao controlo, por via
no prazo de um ano, prorrogável até 18 meses, por razões indirecta e cruzada, da execução orçamental.
devidamente justificadas. 2 — O controlo cruzado será efectuado apenas nos casos
6 — O Governo responde em 60 dias às recomenda- em que se revele indispensável e na medida estritamente ne-
ções da Assembleia da República que incidirem sobre as cessária ao controlo da execução orçamental e à fiscalização
auditorias referidas nos n.os 4 e 5. da legalidade, regularidade e correcção económica e finan-
ceira da aplicação dos dinheiros e outros activos públicos.
Artigo 63.º
Sistemas e procedimentos do controlo interno
Artigo 67.º
Informação a prestar pelos serviços e fundos autónomos
O Governo envia à Assembleia da República, acompa-
nhando o relatório da Conta Geral do Estado, uma infor- 1 — Com o objectivo de permitir uma informação con-
mação sobre os resultados do funcionamento do sistema solidada do conjunto do sector público administrativo, os
e dos procedimentos do controlo interno das operações serviços e fundos autónomos devem remeter ao Ministério
de execução do orçamento a que se refere o n.º 5 do ar- das Finanças, nos termos e com a periodicidade a definir no
tigo 58.º, especificando o respectivo impacte financeiro. decreto-lei de execução orçamental, os seguintes elementos:
a) Informação completa sobre os saldos de depósitos ou
Artigo 64.º de outras aplicações financeiras e respectivas remunerações;
Gestão por objectivos b) Informação completa sobre as operações de finan-
ciamento, nomeadamente empréstimos e amortizações
1 — Os orçamentos e contas dos organismos a que se
efectuados, bem como as previstas até ao final de cada ano;
refere o n.º 1 do artigo 2.º devem ser objecto de uma sis-
c) Contas da sua execução orçamental, donde constem
tematização complementar por objectivos, considerando
os compromissos assumidos, os processamentos efectuados
a definição das actividades a desenvolver por cada orga-
e os montantes pagos, bem como a previsão actualizada
nismo e respectivos centros de custos e tendo em conta a
da execução orçamental para todo o ano e os balancetes
totalidade dos recursos envolvidos, incluindo os de capital,
que evidenciem as contas das classes de disponibilidades
visando fundamentar as decisões sobre a reorientação e o
e de terceiros, no caso de organismos que utilizem a con-
controlo da despesa pública:
tabilidade patrimonial;
a) No conhecimento da missão, objectivos e estratégia d) Relatório de execução orçamental;
do organismo; e) Dados referentes à situação da dívida e dos activos
b) Na correcta articulação de cada área de actividade expressos em títulos de dívida pública;
em relação aos objectivos; f) Documentos de prestação de contas.
c) Na responsabilização dos agentes empenhados na
gestão das actividades pela concretização dos objectivos 2 — Nos termos a estabelecer pelo diploma referido
e bom uso dos recursos que lhes estão afectos; no número anterior, podem ser solicitados a todo o tempo
d) Na identificação de actividades redundantes na ca- aos serviços e fundos autónomos outros elementos de
deia de valor do organismo a justificada reafectação dos informação não referidos neste artigo destinados ao acom-
recursos nelas consumidos. panhamento da respectiva gestão orçamental.
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2853

Artigo 67.º-A o parecer do Tribunal de Contas sobre a Conta Geral do


Informação a prestar por outras entidades pertencentes
Estado, quer esta seja ou não aprovada.
ao sector público administrativo
Artigo 72.º-A
As entidades referidas no n.º 5 do artigo 2.º remetem
ao Ministério das Finanças os elementos informativos Relatório com indicadores de resultados
definidos no decreto-lei de execução orçamental. O Governo envia à Assembleia da República, até 31 de
Março, um relatório da execução dos programas orçamen-
Artigo 68.º tais do ano anterior, explicitando os resultados obtidos e
Informação a prestar pelos municípios e regiões autónomas os recursos utilizados.
Com o objectivo de permitir uma informação conso-
lidada do conjunto do sector público administrativo, os TÍTULO IV
municípios e as regiões autónomas devem remeter ao Mi-
nistério das Finanças, nos termos e com a periodicidade a Contas
definir no decreto-lei de execução orçamental, os seguintes
elementos: Artigo 73.º
a) Orçamentos, contas trimestrais e contas anuais; Conta Geral do Estado
b) Informação sobre a dívida contraída e sobre os activos 1 — O Governo apresenta à Assembleia da República
expressos em títulos da dívida pública. a Conta Geral do Estado, incluindo a da segurança social,
até 30 de Junho do ano seguinte àquele a que respeite.
Artigo 69.º 2 — A Assembleia da República aprecia e aprova a
Informação a prestar pelo Instituto de Gestão Conta Geral do Estado, incluindo a da segurança social,
Financeira da Segurança Social precedendo parecer do Tribunal de Contas, até 31 de De-
zembro seguinte e, no caso de não aprovação, determina,
Com o objectivo de permitir uma informação conso- se a isso houver lugar, a efectivação da correspondente
lidada do conjunto do sector público administrativo, o responsabilidade.
Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social deve 3 — O parecer do Tribunal de Contas será acompanhado
remeter ao Ministério das Finanças, nos termos e com a das respostas dos serviços e organismos às questões que
periodicidade a definir no decreto-lei de execução orça- esse órgão lhes formular.
mental, os elementos sobre a execução do orçamento da 4 — A Conta Geral do Estado inclui o relatório, os ma-
segurança social. pas contabilísticos e os elementos informativos.
Artigo 70.º Artigo 74.º
Responsabilidade pela execução orçamental
Relatório
1 — Os titulares de cargos políticos respondem política, O relatório contém a apresentação da Conta Geral do
financeira, civil e criminalmente pelos actos e omissões Estado e a análise dos principais elementos relativos aos
que pratiquem no âmbito do exercício das suas funções de seguintes aspectos:
execução orçamental, nos termos da Constituição e demais
legislação aplicável, a qual tipifica as infracções criminais a) Evolução dos principais agregados macroeconómicos
e financeiras, bem como as respectivas sanções, conforme durante o período da execução orçamental;
sejam ou não cometidas com dolo. b) Evolução da situação financeira do Estado, incluindo
2 — Os funcionários e agentes são responsáveis disci- a dos serviços e fundos autónomos e a da segurança social;
plinar, financeira, civil e criminalmente pelos seus actos e c) Execução e alterações do Orçamento do Estado, in-
omissões de que resulte violação das normas de execução cluindo o da segurança social;
orçamental, nos termos do artigo 271.º da Constituição e d) Outras matérias relevantes para a apresentação e
da legislação aplicável. justificação da Conta Geral do Estado.

Artigo 71.º Artigo 75.º


Responsabilidade financeira Mapas contabilísticos gerais

Sem prejuízo das formas próprias de efectivação das 1 — A Conta Geral do Estado compreende mapas con-
restantes modalidades de responsabilidade a que se refere tabilísticos gerais referentes à:
o artigo anterior, a responsabilidade financeira é efecti- a) Execução orçamental;
vada pelo Tribunal de Contas, nos termos da respectiva b) Situação de tesouraria;
legislação. c) Situação patrimonial;
d) Conta dos fluxos financeiros do Estado.
Artigo 72.º
Remessa do parecer do Tribunal de Contas 2 — Os mapas referentes à execução orçamental são
os seguintes:
Para efeitos da efectivação de eventuais responsabili-
dades financeiras ou criminais decorrentes da execução Mapas I a XIX — de acordo com o disposto no n.º 7;
do Orçamento do Estado, o Plenário da Assembleia da Mapa XX — contas das receitas e das despesas do sub-
República pode deliberar remeter às entidades competentes sector dos serviços integrados;
2854 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

Mapa XXI — conta consolidada das receitas e das des- sector dos serviços e fundos autónomos e do sistema de
pesas dos serviços e fundos autónomos; segurança social são os seguintes:
Mapa XXII — conta consolidada das receitas e das
a) Identificação das garantias pessoais do Estado, dos ser-
despesas do sistema de segurança social;
viços e fundos autónomos e do sistema de segurança social;
Mapa XXIII — conta consolidada do Estado, incluindo
b) Montante global das transferências e dos subsídios
a do sistema de segurança social.
para entidades privadas exteriores ao sector público ad-
ministrativo;
3 — Os mapas referentes à situação de tesouraria são c) Montante global das indemnizações pagas a entidades
os seguintes: privadas exteriores ao sector público administrativo;
Mapa XXIV — cobranças e pagamentos orçamentais; d) Créditos satisfeitos por dação em pagamento ou por
Mapa XXV — reposições abatidas nos pagamentos; compensação;
Mapa XXVI — movimentos e saldos das contas na e) Créditos objecto de consolidação, alienação, conver-
Tesouraria do Estado; são em capital ou qualquer outra forma de mobilização;
Mapa XXVI-A — movimentos e saldos das contas na f) Créditos extintos por confusão;
tesouraria do sistema de segurança social; g) Créditos extintos por prescrição;
Mapa XXVII — movimentos e saldos nas caixas da h) Créditos anulados por força de decisão judicial ou
Tesouraria do Estado; por qualquer outra razão.
Mapa XXVII-A — movimentos e saldos nas caixas da
tesouraria do sistema de segurança social. 3 — Os elementos informativos referentes à conta do
subsector dos serviços integrados são os seguintes:
4 — Os mapas referentes à situação patrimonial são a) Alterações orçamentais;
os seguintes: b) Desdobramento das coberturas em receita das alte-
Mapa XXVIII — aplicação do produto de empréstimos; rações orçamentais;
Mapa XXIX — movimento da dívida pública; c) Receitas cobradas, especificadas de acordo com a
Mapa XXX — balanço e demonstração de resultados classificação económica, comparadas com as orçamentadas
do subsector dos serviços integrados; e com as cobradas no ano económico anterior;
Mapa XXXI — balanço e demonstração de resultados d) Despesas pagas, especificadas de acordo com a classifica-
dos serviços e fundos autónomos; ção económica, comparadas com as do ano económico anterior;
Mapa XXXII — balanço e demonstração de resultados e) Despesas pagas, especificadas de acordo com a clas-
do sistema de solidariedade e segurança social. sificação funcional, comparadas com as do ano económico
anterior;
5 — O mapa XXXIII é referente à conta dos fluxos finan- f) Despesas sem receita consignada, comparadas com
ceiros dos serviços integrados do Estado. as do ano económico anterior;
6 — A apresentação dos mapas XXX a XXXI, previstos g) Despesas com receita consignada, comparadas com
no n.º 4, apenas será obrigatória quando todos os servi- as do ano económico anterior;
ços a que se referem tiverem adoptado o Plano Oficial de h) Despesas cruzadas pelas diversas classificações or-
Contabilidade Pública, devendo os balanços apresentados çamentais;
nos mapas XXX a XXXII distinguir o património dos serviços i) Desenvolvimentos das despesas;
e instituições abrangidos do património afecto por ou a j) Mapa dos compromissos assumidos.
outros serviços e instituições.
7 — Sem prejuízo do que o Governo estabelecer quanto 4 — Os elementos informativos referentes à conta do
ao conteúdo mínimo dos mapas contabilísticos gerais, a subsector dos serviços e fundos autónomos são os seguintes:
estrutura dos mapas I a XIX será idêntica à dos correspon- a) Alterações orçamentais;
dentes mapas orçamentais, devendo o seu conteúdo, bem b) Receitas cobradas, especificadas de acordo com a
como o dos restantes mapas, evidenciar, conforme os casos, classificação económica, comparadas com as orçamentadas
as principais regras contabilísticas utilizadas na execução e com as cobradas no ano económico anterior;
das receitas e das despesas, nomeadamente as que se re- c) Despesas pagas, especificadas de acordo com a classifica-
ferem a excepções à regra da não compensação e da não ção económica, comparadas com as do ano económico anterior;
consignação. d) Despesas pagas, especificadas de acordo com a clas-
Artigo 76.º sificação funcional, comparadas com as do ano económico
Elementos informativos
anterior;
e) Despesas cruzadas pelas diversas classificações or-
1 — A Conta Geral do Estado compreende elementos in- çamentais;
formativos, apresentados sob a forma de mapas, referentes: f) Discriminação das receitas e das despesas dos serviços
e fundos autónomos;
a) Em comum, às contas dos subsectores dos serviços
g) Mapa dos compromissos assumidos.
integrados, dos serviços e fundos autónomos e do sistema
de segurança social;
b) À conta do subsector dos serviços integrados; 5 — Os elementos informativos referentes à conta do
c) À conta do subsector dos serviços e fundos autónomos; sistema de segurança social são os seguintes:
d) À conta do sistema de segurança social. a) Alterações orçamentais;
b) Receitas cobradas, especificadas de acordo com a
2 — Os elementos informativos referentes, em comum, classificação económica, comparadas com as orçamentadas
às contas do subsector dos serviços integrados, do sub- e com as cobradas no ano económico anterior;
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2855

c) Despesas pagas, especificadas de acordo com a classifica- o regime de publicação das contas próprias e dos elementos
ção económica, comparadas com as do ano económico anterior; informativos, bem como a informação susceptível de ser
d) Despesas pagas, especificadas de acordo com a clas- publicada apenas em suporte informático.
sificação funcional, comparadas com as do ano económico
anterior; Artigo 81.º
e) Despesas cruzadas pelas diversas classificações or-
çamentais; Contas provisórias
f) Mapa dos compromissos assumidos. 1 — O Governo faz publicar, no Diário da República,
no prazo de 45 dias após o final de cada trimestre, contas
6 — Os elementos informativos relativos aos progra-
mas orçamentais concluídos no ano evidenciam a des- provisórias respeitantes aos trimestres decorridos.
pesa orçamental paga relativa a cada programa, medida 2 — As contas a que se refere o número anterior contêm,
e projecto. pelo menos, os seguintes elementos:
7 — Para além dos elementos informativos previstos nos a) Mapas correspondentes aos mapas XXVI e XXVIII;
números anteriores, a Conta Geral do Estado deverá conter b) Resumos dos mapas XXVI e XXVIII;
todos os demais elementos que se mostrem adequados a
uma prestação clara e completa das contas públicas. c) Mapa correspondente ao mapa I;
8 — (Revogado.) d) Mapa apresentando a comparação, até ao nível dos
9 — O Governo definirá, por decreto-lei, o conteúdo artigos da classificação económica, entre as receitas do
mínimo dos elementos informativos. conjunto dos serviços integrados liquidadas e cobradas no
período em causa e no período homólogo do ano anterior;
Artigo 77.º e) Mapas das despesas do subsector dos serviços inte-
Apresentação das contas
grados, especificadas por título da classificação orgânica,
indicando os respectivos montantes dos duodécimos, das
1 — As contas dos serviços integrados e dos serviços autorizações de pagamento e dos pagamentos;
e fundos autónomos são prestadas, até 30 de Abril do ano f) Mapa do desenvolvimento das despesas do subsector
seguinte àquele a que respeitam, ao membro do Governo dos serviços integrados, especificadas por capítulo da clas-
responsável pela área das finanças e ao respectivo ministro
da tutela. sificação orgânica, comparando os montantes dos respecti-
2 — A falta injustificada da prestação de contas a que vos duodécimos com os das correspondentes autorizações
se refere o número anterior constitui: de pagamento expedidas no período em causa;
g) Mapas correspondentes aos mapas XXI e XXII.
a) Infracção financeira, punível com multa de valor
igual ao previsto nos n.os 2, 4 e 5 do artigo 65.º da Lei
n.º 98/97, de 26 de Agosto, alterada pela Lei n.º 35/2007, TÍTULO V
de 13 de Agosto, pela qual são responsáveis os dirigentes
dos serviços em causa; Estabilidade orçamental
b) Fundamento de recusa dos pedidos de requisição de
fundos, de libertação de créditos, de autorização de paga-
mentos e de transferências relativamente ao orçamento em CAPÍTULO I
execução, enquanto permanecer a situação de atraso.
Objecto e âmbito
Artigo 78.º
Artigo 82.º
Conta da Assembleia da República
Objecto
1 — O relatório e a conta da Assembleia da República
são elaborados pelo conselho de administração, até 31 de 1 — O presente título contém os princípios e os proce-
Março do ano seguinte àquele a que respeitam. dimentos específicos a que devem obedecer a aprovação
2 — A conta da Assembleia da República é enviada, e execução dos orçamentos de todo o sector público admi-
até 30 de Abril do ano seguinte àquele a que respeita, ao nistrativo, em matéria de estabilidade orçamental.
Governo, para efeitos da sua integração na Conta Geral 2 — No âmbito da estabilidade orçamental, o presente
do Estado. título destina-se a cumprir as obrigações decorrentes do
Artigo 79.º artigo 126.º do Tratado sobre o Funcionamento da União
Conta do Tribunal de Contas Europeia e do Pacto de Estabilidade e Crescimento, até à
plena realização deste, e concretiza o disposto na parte final
Depois de aprovada, a conta do Tribunal de Contas é reme- do n.º 6 do artigo 2.º, no n.º 2 do artigo 4.º e na alínea b)
tida, até 31 de Março do ano seguinte àquele a que respeita, do artigo 17.º
à Assembleia da República, para informação, e ao Governo,
para efeitos da sua integração na Conta Geral do Estado.
Artigo 83.º
Artigo 80.º Âmbito
Publicação O presente título aplica-se ao Orçamento do Estado e aos
Depois de aprovada pela Assembleia da República, a orçamentos das regiões autónomas e das autarquias locais,
Conta Geral do Estado é publicada no Diário da República, sem prejuízo do princípio da independência orçamental
nos termos a definir pelo Governo, que definirá igualmente estabelecido no n.º 2 do artigo 5.º
2856 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011

CAPÍTULO II 2 — A possibilidade de redução prevista no número ante-


rior depende sempre da verificação de circunstâncias excep-
Estabilidade orçamental cionais imperiosamente exigidas pela rigorosa observância
das obrigações decorrentes do Programa de Estabilidade e
Artigo 84.º Crescimento e dos princípios da proporcionalidade, não arbí-
Princípios da estabilidade orçamental, de solidariedade trio e solidariedade recíproca e carece de audição prévia dos
recíproca e de transparência orçamental órgãos constitucional e legalmente competentes dos subsec-
tores envolvidos.
(Revogado.)
Artigo 89.º
Artigo 85.º
Prestação de informação
Conselho de coordenação financeira do sector
público administrativo O Governo presta à Assembleia da República toda a
(Revogado.) informação necessária ao acompanhamento e fiscalização
da execução orçamental e, bem assim, toda a informação
Artigo 86.º que se revele justificada para a fixação na lei do Orçamento
Objectivos e medidas de estabilidade orçamental do Estado dos limites específicos de endividamento anual
da administração central, das regiões autónomas e das
1 — A aprovação e a execução dos orçamentos de to- autarquias locais.
dos os organismos do sector público administrativo são
obrigatoriamente efectuadas de acordo com as medidas CAPÍTULO III
de estabilidade orçamental a inserir na lei do Orçamento,
em conformidade com objectivos devidamente identifica- Garantias da estabilidade orçamental
dos para cada um dos subsectores, para cumprimento do
Programa de Estabilidade e Crescimento. Artigo 90.º
2 — Os objectivos e medidas a que se refere o número Verificação do cumprimento do princípio
anterior são integrados no elemento informativo previsto da estabilidade orçamental
na alínea b) do n.º 1 do artigo 37.º, o qual constitui um
instrumento de gestão previsional que contém a progra- 1 — A verificação do cumprimento das exigências da
mação financeira plurianual necessária para garantir a estabilidade orçamental é feita pelos órgãos competentes
estabilidade orçamental. para o controlo orçamental, nos termos da presente lei.
3 — As medidas de estabilidade devem incluir a fixação 2 — O Governo apresentará, no relatório da proposta de
dos limites de endividamento e do montante das transfe- lei do Orçamento do Estado, as informações necessárias so-
rências, nos termos dos artigos 87.º e 88.º bre a concretização das medidas de estabilidade orçamental
4 — A justificação das medidas de estabilidade consta respeitantes ao ano económico anterior, em cumprimento
do relatório da proposta de lei do Orçamento e inclui, de- do Programa de Estabilidade e Crescimento.
signadamente, a justificação do cumprimento do Programa
de Estabilidade e Crescimento e a sua repercussão nos Artigo 91.º
orçamentos do sector público administrativo. Dever de informação
1 — O Ministro das Finanças pode exigir dos organis-
Artigo 87.º
mos que integram o sector público administrativo uma
Equilíbrio orçamental e limites de endividamento informação pormenorizada e justificada da observância
das medidas e procedimentos que têm de cumprir nos
1 — Em cumprimento das obrigações de estabilidade
termos da presente lei.
orçamental decorrentes do Programa de Estabilidade e
2 — Sempre que se verifique qualquer circunstância
Crescimento, a lei do Orçamento estabelece limites espe-
que envolva o perigo de ocorrência, no orçamento de
cíficos de endividamento anual da administração central qualquer dos organismos que integram o sector público
do Estado, das regiões autónomas e das autarquias locais, administrativo, de uma situação orçamental incompatível
compatíveis com o saldo orçamental calculado para o com o cumprimento das medidas de estabilidade a que se
conjunto do sector público administrativo. refere o artigo 86.º, o respectivo organismo deve remeter
2 — Os limites de endividamento a que se refere o imediatamente ao Ministério das Finanças uma informação
número anterior podem ser inferiores aos que resultariam pormenorizada e justificada acerca do ocorrido, identi-
das leis financeiras especialmente aplicáveis a cada sub- ficando as receitas e despesas que as originaram, e uma
sector. proposta de regularização da situação verificada.
Artigo 88.º 3 — O Ministro das Finanças pode solicitar ao Banco de
Transferências do Orçamento do Estado Portugal e a todas as instituições de crédito e sociedades fi-
nanceiras toda a informação que recaia sobre qualquer orga-
1 — Para assegurar o estrito cumprimento dos princípios nismo do sector público administrativo e que considere per-
da estabilidade orçamental e da solidariedade recíproca, de- tinente para a verificação do cumprimento da presente lei.
correntes do artigo 126.º do Tratado sobre o Funcionamento
da União Europeia e do Pacto de Estabilidade e Crescimento, Artigo 92.º
a lei do Orçamento pode determinar transferências do Orça-
Incumprimento das normas do presente título
mento do Estado de montante inferior àquele que resultaria
das leis financeiras especialmente aplicáveis a cada subsector, 1 — O incumprimento das regras e procedimentos pre-
sem prejuízo dos compromissos assumidos pelo Estado no vistos no presente título constitui sempre uma circunstância
âmbito do sistema de solidariedade e de segurança social. agravante da inerente responsabilidade financeira.
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 20 de Maio de 2011 2857

2 — A verificação do incumprimento a que se refere concreta dos programas e medidas a inscrever no Orça-
o número anterior é comunicada de imediato ao Tribunal mento do Estado e das respectivas estruturas;
de Contas. b) O modo de aplicação do processo de orçamentação de
3 — Tendo em vista o estrito cumprimento das obriga- base zero na organização e elaboração dos orçamentos dos
ções decorrentes do artigo 126.º do Tratado sobre o Fun- serviços e fundos autónomos, no orçamento da segurança
cionamento da União Europeia e do Pacto de Estabilidade social, bem como no âmbito dos programas plurianuais dos
e Crescimento em matéria de estabilidade orçamental, serviços públicos nas áreas da saúde, educação, segurança
pode suspender-se a efectivação das transferências do Or- social, justiça e segurança pública.
çamento do Estado, em caso de incumprimento do dever
de informação estabelecido no artigo anterior e até que a Lei n.º 23/2011
situação criada tenha sido devidamente sanada.
4 — (Revogado.) de 20 de Maio

TÍTULO VI Aprova o Estatuto dos Funcionários Parlamentares

Disposições finais A Assembleia da República decreta, nos termos da


alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
Artigo 93.º
Artigo 1.º
Serviços e fundos autónomos
Objecto
(Revogado.)
É aprovado o Estatuto dos Funcionários Parlamentares
Artigo 94.º em anexo à presente lei, da qual faz parte integrante.
Autonomia administrativa e financeira das universidades
e dos institutos politécnicos Artigo 2.º
(Revogado.) Observância de contenção orçamental
Artigo 95.º Na vigência da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro
Legislação complementar (Orçamento do Estado para 2011), e das demais disposi-
ções aplicáveis em matéria de contenção orçamental, do
(Revogado.) presente Estatuto não pode decorrer qualquer acréscimo de
Artigo 96.º encargos para o Orçamento da Assembleia da República.
Norma revogatória
Artigo 3.º
São revogadas a Lei n.º 6/91, de 20 de Fevereiro, e todas Entrada em vigor
as normas, ainda que de carácter especial, que contrariem
o disposto na presente lei, sem prejuízo do disposto no A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua
artigo seguinte. publicação.
Artigo 97.º Aprovada em 6 de Abril de 2011.
Disposição transitória O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
1 — Os processos de organização, elaboração, apresen- Promulgada em 9 de Maio de 2011.
tação, discussão, votação, alteração e execução da fiscaliza-
ção e responsabilidade orçamental relativos aos Orçamen- Publique-se.
tos do Estado e contas anteriores aos de 2003 continuam O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
a reger-se pela legislação a que se refere o artigo 96.º
2 — O disposto no número anterior é igualmente aplicável Referendada em 10 de Maio de 2011.
durante o período em que o Orçamento do Estado, incluindo O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
o da segurança social, respeitante ao ano económico em de Sousa.
curso vigore no ano de 2003, por a sua vigência ter sido pror-
rogada nos termos da legislação a que se refere o artigo 96.º ANEXO
3 — Não são de aplicação obrigatória à preparação,
elaboração e apresentação do Orçamento do Estado para ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PARLAMENTARES
2003 as disposições dos artigos 18.º a 20.º
4 — O disposto no título V aplica-se aos orçamentos
para 2003 e vigora até à plena realização do Pacto de CAPÍTULO I
Estabilidade e Crescimento.
Âmbito
Artigo 98.º
Artigo 1.º
Regulamentação da orçamentação de base zero
Âmbito de aplicação
Para efeitos do previsto no artigo 21.º-A e seguintes,
compete ao Governo definir: 1 — O presente Estatuto, atenta a específica natureza e
as condições de funcionamento próprias da Assembleia da
a) A adaptação ao processo de orçamentação de base República, é aplicável aos funcionários da Assembleia da
zero das regras relativas ao modo e à forma de definição República e aos demais trabalhadores que, independente-

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