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Código Internacional de Nomenclatura Zoológica:

Como dar nome a um Protista ou a um animal

Com o objetivo de agrupar os protistas e animais conhecidos de acordo com


seu parentesco convencionou-se:

1 - Que o Reino é formado de grandes grupos de animais, Os Filos; êstes, de


grupos menores, as Classes; estas, de ordens; estas de Famílias; estas de
Gêneros; estes de Espécies. Para fixar essa Hierarquia Lineana, talvez gostem
dessa frase auxiliar:

O REI
FILósofo
CLASSifica
ORDinária a
FAMa dos
GENERais
ESPartanos

2 - que, às vezes, é necessário dividir-se o Reino em Subreinos, o Filo em


Subfilos, a Classe em Subclasses, a Ordem em Subordens,a Família em
Subfamílias, o Gênero em Subgêneros, a Espécie em Subespécies.

3 - que, mais raramente, é necessário subdividir-se o Subreino, o Subfilo, a


Subclasse, a Sub ordem e a Subfamília em GRUPOS, que levam diferentes
nomes.

O termo GRUPO tem dois empregos:

como uma subdivisão suplementar, de grau bem definido: "a subclasse dos
Eutérios compreende dois grupos - o dos Ungulados e o dos Ungüiculados" ou

- para substituir uma subdivisão qualquer, quando não se queira ou não se


possa usar a designação apropriada, o que ocorre quando se deseja evitar
preciosismos, como "a classe dos Insecta e a ordem dos Decapoda sao...", que
pode ser substituído por" os grupos dos Insecta e dos Decapoda são...",ou
quando não se sabe, por exemplo, se Insecta é família, classe ou o que seja,
pode-se dizer "o grupo dos Insecta..."
Não há erro nisso, e constitui, até, uma tábua de salvação para os iniciantes.

4 - que todos os graus são designados por um nome latino ou latinizado, com
inicial, maiúscula escritos, quando impressos em gráfica-ou computador, em
grifo, quando manuscrito ou a máquina de escrever, sublinhado. Mas, à
exceção dos grupos do gênero e da espécie, TODOS PODEM, TAMBÉM, SER
ESCRITOS POR ESSE NOME TRADUZIDO PARA o PORTUGUÊS, COM INICIAL
MAÍUSCULA E SEM DESTAQUE - quando o texto não for científico.

5 - que ESPÉCIE, unidade básica, é o conjunto de indivíduos semelhantes que


se cruzam livremente na natureza, produzindo prole fértil. No caso de animais
de reprodução assexuada, espécie é o conjunto de indivíduos muito
semelhantes, oriundos de indivíduos também semelhantes a eles.

Cada espécie é designada por dois nomes latinos ou latinizados, escritos,


quando impressos em gráfica ou computador, em grifo e, quando escritos a
mão ou a máquina, sublinhados: o primeiro nome, um substantivo, com inicial
maiúscula, designa o gênero - é o nome genérico e, o segundo, um adjetivo,
com inicial minúscula, é o nome específico que, quando junto ao primeiro
designa a espécie. Se derivado de nome próprio, pode ser escrito com
maiúscula.

Musca domestica
Trypanosoma cruzi ou Trypanossoma Cruzi
Schistosoma mansoni ou Schistosoma Mansoni

Quando se quiser indicar o autor da descrição da espécie, escreve-se-lhe o


nome, abreviadamente ou por extenso, logo após o binômio, sem interposição
de pontuação. A seguir coloca-se uma vírgula e o ano em que foi feita a
descrição, tudo sem nenhum destaque.

Musca domestica L., 1758 ou Musca domestica Lineu, 1758


Trypanossoma cruzi Chagas, 1909
Peripatus heloisae Carvalho, 1904

Uma espécie só pode ter uma designação. Tem prioridade, a partir de 1758, a
designação mais antiga, desde que publicada de acordo com as regras
Internacionais de Nomenclatura Zoológica.

O mosquito transmissor do vírus da febre - amarela era designado por


Stegomyia fasciata. tempos depois foi mudado para Aëdes fasciatus, porque
verificou-se que anteriormente à designação Stegomyia havía sido descrito o
gênero Aëdes, em que se enquadrava perfeitamente Stegomyia. E mais
recentemente mudou-se para Aëdes aegypti, porque descobriu-se que Lineu já
havia descrito esse mosquito com o nome de Culex aegypti.

Para evitar que a mesma espécie receba mais de uma denominação, ou que a
mesma designação seja atribuída a espécies diferentes, o especialista ao
publicar a descrição e nome de espécie até então desconhecida, deve estudar
cuidadosamente essas Regras e, na dúvida, consultar a Comissão Internacional
de Nomenclatura Zoológica.

Unicamente em relação ao nome genérico, a designação de uma espécie pode


ser corrigida, No caso de desdobramento de um gênero em dois ou mais, ou de
animal descrito
Anteriormente como de um gênero, cujas características coincidem com as de
gênero já existente.

Nessas correções, dependentes de aprovação por Congresso de especialistas


do grupo deve constar, entre parênteses, antes do nome do último autor, o do
primeiro seguido da data:

Atta sexdens (L., 1758) Fabr., 1904

Lineu descreveu a saúva, criando para ela o gênero Formica. Mais tarde,
Fabricius, em exame mais cuidadoso, transferiu-a para o gênero Atta.

Quando se quer referir a determinado animal, do qual existem várias espécies


próximas,mas não a sabemos ao certo, e esse detalhe não interessa, pode-se
usar o binômio formado pelo nome do gênero seguido de sp, que é a
abreviatura de specie :

Anopheles sp - uma espécie qualquer do gênero


Anopheles.

Quando se quer referir a várias espécies de um mesmo gênero, pode-se usar o


binômio, mas agora formado pelo nome do gênero seguido de spp, que é a
abreviatura de species:

Anopheles spp - várias espécies de Anopheles.

Quando já citamos o nome do gênero, podemos abreviá-Io quando da citação


do nome da espécie:

"As espécies mais comuns do gênero Ancylostoma são A.


duodenale, A. caninum e A.
braziliense" .
6 - que esporadicamente as espécies do mesmo gênero podem se cruzar,
originando, em regra, indivíduos estéreis, chamados híbridos. Os híbridos são
designados pelos binômios das espécies que se cruzaram, separados por X e o
nome do macho vem em primeiro lugar; ou em foma de fração, ficando o
nome do macho no numerador:
Canis familiaris X Canis lupus
Panthera leo X Panthera tigris
Bos taurus X Bos

O produto do acasalamento de indivíduos da mesma espécie, mas de RAÇAS


artificiais diferentes (como ocaso de animais domésticos ou domesticados)
chamas-se MESTIÇO, nunca híbrido.

7 - que a espécie não é constante. Além das diferenças individuais, pode


apresentar:

VARIEDADES, variações não hereditárias, que comumente trocam genes com


outras variedades da mesma espécie.

Designa-se a variedade com acréscimo ao binômio da espécie, da abreviatura


var., sem grifo, que se "Varietas", seguida do nome latino ou latinizado, escrito,
quando impresso em gráfica ou no computador, em grifo, e quando escrito a
mão ou a máquina, sublinhado. Atualmente os taxonomistas substituem o
nome VARIEDADE por MORPHO, abreviado para morph. seguida do nome
latinizado ou não.
Pediculus humanus var. capitis
Pediculus humanus var. corporis
Polistes lanio morph. black

Designa-se a subespécie com o simples acréscimo do nome latino ou latinizado


ao binômio da espécie que, assim, passa a ser trinômio, escrito com o mesmo
tipo de letra.

Rhea americana americana, a ema cinzenta do Nordeste


Rhea americana albensis a ema branca do Sul
Crotalus terrificus terrificus, a cascavel do Brasil
Crotalus terrificus durissus, a cascavél da América Central .

8 - que GÊNERO é a reunião de todas as espécies que possuem em comum


certos caracteres morfológicos externos e internos, fisiológicos,
comportamentais e genéticos. Um gênero possui, em regra, várias espécies e,
para todas, o primeiro nome será o mesmo, cabendo ao segundo distinguí-Ias:
Panthera onca, a onça
Panthera tigris, o tigre
Panthera leo, o leão

o segundo nome não pode jamais ser usado isoladamente, porque nada
significa, uma vez que Gêneros diversos podem ter a mesma denominação
específica.

Leishmania brasiliensis, é um Protista parasita


Obelia brasiliensis, é um animal Cnidaria.

Ao contrário, o primeiro nome pode se apresentar isolado, porque não existem


dois gêneros com o mesmo nome no mesmo reino. Não identificará o animal
ou Protista, mas dará idéia de seu grupo

Plamodium, informa ser causador de malária, já


Plasmodium vivax identifica o causador da Terça Maligna.

Certos gêneros podem ser agrupados em TRIBOS, cujo nome latino ou


latinizado é formado pelo radical do gênero tipo, seguido do sufixo 00:

Anopheles - es + ini = Anophelini


Culex - ex + ini = Culicini
Polistes - es + ini = Polistini

O subgênero é designado por um nome latino ou latinizado, com letra inicial


maiúscula, escrito, quando impresso em gráfica ou em computador, em grifo,e,
quando escrito a mão ou a máquina, sublinhado, entre parênteses, colocado
entre o nome genérico e o específico.

Aëdes (Stegomyia) aegypti


Anopheles (Nissorhynchus) darlingi
Polistes (Aphanopterus) canadensis
Polistes (Aphanopterus) ferreri

9 - que a FAMÍLIA é a reunião de todos os gêneros aparentados.

O nome das famílias é formado acrescentando-se ao radical do nome do


gênero tipo o sufixo IDAE, em português ÍDEOS:
Trypanossoma – a + idae = Trypanosomidae ou
Tripanossomídeos
Amoeba - a + idae = Amoebidae ou Amoebídeos
Blatta - a + idae = Blattidae ou Blatídeos
Polistes - es + idae = Polistidae ou Polistídeos

o nome das subfamilias é formado acrescentando-se ao radical do gênero tipo


o sufixo INAE, em português, ÍNEOS:

Felis - is + inae = Felinae ou Felíneos


Blatta - a + inae = Blattinae ou Blattineos
Polistes - es + inae = Polistinae ou Polistíneos
Vespa - a + inae = Vespinae ou Vespíneos

Certas famílias podem ser agrupadas em .SUPERFAMÌLIAS, cujo nome é


formado pelo radical do nome do gênero tipo seguido do sufixo OIDEA:

Ascaris - is + oidea = Ascaroidea


Gryllus - us + oides = Grylloidea
Vespa - a + oidea = Vespoidea

10 - que na prática, ocorrem duas situações bem distintas, quando se tem um


animal ou Protista para ser enquadrado na classificação:

. trata-se de um animal ou Protista cuja espécie (espécie nova) ainda não foi
vista por pesquisador ou estudada, desenhada e fotografada; enfim, que não
foi catalogada. Então, ela deve ser encaminhada a especialista do grupo para
ser DETERMINADA (descrita).
. trata-se de um animal cuja espécie já foi anteriormente determinada
(descrita), havendo fontes para o seu reconhecimento. Procede-se, então, à
sua IDENTIFICAÇÃO.

DETERMINAR é empreendimento fino de sistemática, que demanda muito


trabalho, terminando Sempre por uma publicação, ao passo que IDENTIFICAR é
apenas reconhecer a determinação feita anteriormente.

CLASSIFICAÇAR é termo pouco preciso, sendo usado como sinônimo tanto de


determinar as Categorias taxonômicas nas quais o animal ou o Protista se
enquadra.

A identificação de um animal pode ser feita:

A - por alunos ou amadores, com a finalidade de iniciação à ciência, utilizando-


se de publicações Ao alcance. Sem muito trabalho, chega-se à conclusão de
que o rato caseiro pertence ao

Reino - Animalia
Subreino - Eumetazoa (= Histozoa)
Phylum - Chordata
Subphylum - Vertebrata
Classe. - Mammalia
Subclasse - Theria
Ordem - Rodentia
Família - Muridae
GêneI:o - Mus
Espécie – Mus musculus

B - por especialistas do grupo, com a finalidade de identificar espécies - eles


dispõem de literatura Completa e de coleções com diversas espécies de
animais do grupo.

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