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UNIVATES – CENTRO UNIVERSITÁRIO

CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS PRODUTIVOS

Autonomação e Poka-Yoke

Aluno: Luis A. Chanan


Henrique Mezzomo
Yasser R. Gienesini.

Professor: Manfred Costa.

Lajeado, Maio de 2010


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Introdução

O trabalho aborda uma das ferranentas mais usadas pelas empresas, que
utilizam o sistema Toyota de produção, a Autonomação.
A autonomação previne produtos defeituosos, eliminar superprodução e
descobrir realmente o foco do problema para garantir que o mesmo não se repita.
Para atingir os objetivos da autonomação,é usado um dispositivo a prova
de erros destinado a evitar a ocorrência de defeitos em processos de fabricação
ou na utilização de produtos, chamado de poka yoke.
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Autonomação
A autonomação, tradução do termo Jidoka, que significa transferência de
inteligência humana para a máquina, é uma ferramenta do Sistema Toyota de
Produção, e é estruturada nos conceitos de qualidade.
Também conhecida como automação com toque humano, consiste no
controle automático ou humano de defeitos, onde existe a autonomia de
interromper a produção sempre que alguma anormalidade for detectada ou
quando a produção requerida for atingida
O objetivo da autonomação é acrescentar à máquina um avanço ainda
maior do que a sua tecnologia de automação, dando “inteligência humana à
máquina”, principalmente com o intuito de reconhecer e até mesmo corrigir
eventuais anormalidades presentes em processos ou produtos.
É um conceito que incorpora os seguintes dispositivos: um mecanismo
para detectar anormalidades ou defeitos e um mecanismo para parar a linha ou
máquina quando os mesmos ocorrem.
Ele caracteriza como uma pré-automação, mesmo porque ela não é limitada a
processos automáticos. Pode ser utilizada em operações manuais.
Para o sistema Toyota o importante é o equipamento detectar um
determinado problema e parar imediatamente, sem a intervenção humana. Nesse
caso o homem intervém somente na solução do problema.
Automação pode ser interpretada como um controle autônomo de defeitos.
já a autonomação apesar de envolver algum tipo de automação, ela não é
limitado ao processo da máquina, e é utilizada em conjunto com a operação
manual.

Histórico
A autonomação não é uma metodologia recente, pois surgiu a mais de 50
anos atrás quando Sakichi Toyoda produziu nos fundos de sua casa tecidos
através de um tear, que em qualquer momento que algum rompimento
acontecesse automaticamente a máquina parava sua operação e alertava a
presença de algum defeito, permitindo que uma pessoa pudesse cuidar de várias
máquinas ao mesmo tempo. Porém, o conceito de autonomação se tornou
mundialmente conhecido através da adoção do mesmo pelo Sistema Toyota de
Produção, liderado por Taiichi Ohno nos anos 40, surgindo de um
questionamento de Ohno acerca da razão por que uma pessoa na Toyota Motor
Company operava apenas uma máquina, enquanto na Toyota Spinning &
Weaving uma mulher era capaz de cuidar de 40 a 50 teares automatizados.

Aplicação
Um dos preceitos deste pilar do Sistema Toyota de Produção é que, quando
ocorre uma anomalia, todos devem tomar conhecimento do fato, de forma que
melhorias sejam estudadas e implementadas no sistema. O objetivo não é só
resolver a anomalia, mas também identificar a fonte, eliminando o erro, seja através
de medidas preventivas ou através de melhorias no processo.
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Na prática os conceitos de Sakichui Toyota sobre autonomação são


aplicados na forma de dispositivos poka yoke, que têm como objetivo eliminar na
causa as possibilidades de defeitos.
Poka yoke é uma forma de retirar a responsabilidade do operador para o
erro, ou seja, através de dispositivos que antecipam o erro, por exemplo, o
esquecimento de alguma peça ou alguma montagem mal feita. O poka yoke é
considerado um dispositivo anti-erro que tem como objetivo impedir que defeitos
ocorram.
Inicialmente o termo poka yoke era conhecido como baka yoke, que
significa dispositivo anti-tolo. Como a palavra “tolo” era muito ofensiva, foi
decidido adotar um novo termo, poka yoke, conhecido mundialmente como
dispositivo à prova de erros.
O grande objetivo da autonomação é justamente substituir a forma
ocidental de enxergar a qualidade, a qual é focada em excesso de inspeções ao
longo do processo produtivo, que na realidade não agregam valor ao produto e
confirmam a falta de confiabilidade do processo produtivo. Desta forma, a criação
de dispositivos poka yoke passam a ser a grande solução, pois estes dispositivos
acabam por eliminar a necessidade das inspeções e garantem maior qualidade
ao produto ou processo.
A criação de poka yokes não segue muitas regras, pois a solução deve ser
focada na causa do problema e não no efeito, independente de qual seja a
anomalia. Para auxiliar na criação do poka yoke o conceito do Sistema Toyota de
Produção utiliza uma ferramenta simples e de grande importância conhecida
como 5 Porque’s. Desta forma, quando um problema é identificado faz-se
necessário perguntar por qual motivo aquele problema ocorreu. Com a resposta
pergunta-se novamente por que ocorreu, e assim sucessivamente por cinco
vezes. O objetivo é identificar a causa raíz de um determinado problema, para
que a ação corretiva seja realmente permanente e não provisória, ou seja, deve-
se atacar na causa do problema e não no efeito.
A criatividade para a solução e criação de dispositivos passa a ser o
grande diferencial.

Poka yoke
Poka-yoke é um dispositivo a prova de erros destinado a evitar a
ocorrência de defeitos em processos de fabricação ou na utilização de produtos.
Conceito que faz parte do Sistema Toyota de Produção e foi desenvolvido
primeiramente por Shigeo Shingo, a partir do princípio do "não-custo". Um
exemplo é a impossibilidade de remover a chave da ignição de um automóvel se
a sua transmissão automática não estiver em "ponto morto", assim o motorista
não pode cometer o erro de sair do carro em condições inseguras.
Segundo SHINGO, inspeção sucessiva, auto-inspeção e inspeção da fonte
podem ser todas alcançadas através do uso de métodos Poka-yoke. O Poka-
yoke possibilita a inspeção 100% através de controle físico ou mecânico. Quanto
às funções de regulagem do Poka-yoke há duas maneiras onde ele pode ser
usado para corrigir erros:

Método de Controle. Quando o Poka-yoke é ativado a máquina ou linha de


processamento pára, de forma que o problema possa ser corrigido.
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Método de advertência. Quando o Poka-yoke é ativado um alarme soa ou uma


luz sinaliza, visando alertar o trabalhador.

O Poka-yoke de controle é o dispositivo corretivo mais poderoso, porque


paralisa o processo até que a condição causadora do defeito tenha sido corrigida.
O Poka-yoke de advertência permite que o processo que está gerando o
defeito continue, caso os trabalhadores não atendam ao aviso. A freqüência com
que ocorrem os defeitos e o fato deles poderem ou não ser corrigidos, uma vez
que tenham ocorrido, irá influenciar na escolha entre esses dois métodos.
Defeitos mais freqüentes ou impossíveis de serem corrigidos exigem um
Poka-yoke de controle, enquanto que se a freqüência de defeitos é baixa e o
defeito é possível de ser corrigido é preferível um Poka-yoke de advertência. O
Poka-yoke de controle é o mais eficiente na maioria dos casos.

Há três tipos de Poka-yoke de controle:

Método de contato: Identifica os defeitos em virtude da existência ou não de


contato entre o dispositivo e alguma característica ligada à forma ou dimensão do
produto.

Método de conjunto: Determina se um dado número de atividades previstas são


executadas.

Método de etapas: Determina se são seguidos os estágios ou operações


estabelecidas por um dado procedimento.

Escolha de um método Poka-yoke


O dispositivo Poka-yoke em si não é um sistema de inspeção, mas um
método de detectar defeitos ou erros que pode ser usado para satisfazer uma
determinada função de inspeção. A inspeção é o objetivo, o Poka-yoke é
simplesmente o método. Por exemplo, um gabarito que rejeita uma peça
processada incorretamente é um Poka-yoke que desempenha a função de
inspeção sucessiva. Se a inspeção sucessiva, aquela que detecta defeitos depois
que eles ocorrem, não é a maneira mais eficaz de eliminar os defeitos naquele
processo específico, um outro sistema deve ser usado.
Portanto, o primeiro passo na escolha e adoção de métodos de controle de
qualidade efetivos é identificar o sistema de inspeção que melhor satisfaz as
necessidades de determinado processo. O passo seguinte é identificar um
método de Poka-yoke (controle ou freqüência) que seja capaz de satisfazer a
inspeção desejada. Somente depois de definido o método apropriado, deve-se
considerar qual o tipo do dispositivo Poka-yoke (contato, controle ou etapas).
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Conclusões

Autonomação ou automação com toque humano pode ser usada para a


obtenção da competitividade nas empresas, pois ela permite:
- Sustentar fluxos produtivos contínuos e estáveis, evitando defeitos;
- Identificar e eliminar as causas dos desperdícios causados pela não-
qualidade;
- Liberar o homem para que ele execute o trabalho que agrega valor;
- Melhorar a produtividade com ações para evitar a recorrência de problemas,
incorporando elementos que assegurem a qualidade na origem.
- Evita produzir peças defeituosas; Montagem ou seqüencia da operação com
peça errada, Falta de peças, desgaste de ferramentas e conseqüente quebra de
máquinas.
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Referências:

www.oficinadanet.com.br/artigo/546/poka-yoke

www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/383_SistemaToyotaGeral.pdf

www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/1210.pdf

www.pg.utfpr.edu.br/depog/periodicos/index.php/revistagi/article/viewFile/544/461

www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg6/anais/T10_0289_1295.
pdf

www.produttare.com.br/downloads/ENEGEP_2005_Circuitos_Autonomacao.pdf

www.leanway.com.br/jidoka

www.e-science.unicamp.br

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