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Genética

"Ramo da biologia que estuda a hereditariedade, ou seja, investiga as razões de


semelhanças e diferenças que se manifestam nos organismos relacionados entre si por
descendência. Suas bases assentam-se nas experiências do botânico Gregor Johann
Mendel (1822-1884)".

Para você aprender Genética, é fundamental o conhecimento des alguns conceitos


básicos, que estão abaixo relacionados.

Termos e expressões usados em genética

1. Genes
- Elementos nucleares constituídos por DNA, responsáveis pela determinação e
transmissão dos caracteres hereditários.

2. Genes alelos ou alelomorfos


- Genes que interagem determinando um caráter hereditário formam par e se situam em
locais correspondentes nos cromossomos homólogos.

3. Cromossomos homólogos
- São aqueles que nas células somáticas formam um par. Possuem o mesmo tamanho,
têm a mesma forma e encerram genes para o mesmo caráter.

4. Fator
- É o mesmo que gene.

5. Locus (plural = loci)


- Local certo de cada gene no cromossomo.

6. Homozigoto ou puro
- Indivíduo que possui genes alelos iguais para determinado fenótipo.

7. Heterozigoto ou híbrido
- Indivíduo que possui genes alelos diferentes para um mesmo caráter.

8. Genótipo
- Conjunto de genes responsáveis por um caráter hereditário. É a constituição genética
de um indivíduo. O genótipo é representado por letras. Para isso, convencionou-se:
a) A letra que designa a manifestação dominante deve ser a mesma que designa a
manifestação recessiva.
b) Distinguimos a manifestação dominante por uma letra maiúscula; a recessiva , por
letra minúscula.

9. Fenótipo
- Caráter que se manifesta por efeito do genótipo. Resulta da interação do genótipo com
o meio ambiente.

Fenótipo = genótipo + o meio


Essa influência externa, levando à manifestação de um fenótipo que não ocorre
exatamente ao que se poderia esperar em função do genótipo, recebe o nome de
peristase.

10. Dominância e recessividade


- Gene dominante: É aquele que manifesta seu caráter hereditário mesmo na ausência de
seu alelo dominante, ou seja, determina seu caráter mesmo em dose simples.
- Gene recessivo: É aquele que só manifesta seu caráter hereditário, na ausência do seu
alelo dominante, ou seja, só manifesta seu caráter hereditário em dose dupla.

11. Nomenclatura dos pares de genes


AA = dominante homozigoto (puro)
Aa = dominante heterozigoto (híbrido)
aa = recessivo homozigoto (puro)

12. Mutações gênicas


Os genes alelos não são necessariamente idênticos. Assim, o gene A não é idêntico ao
gene a. Isso de deve a pequenas alterações no locus.

As origens da genética

A palavra genética foi criada pelo biologista inglês Willian Bateson (1861 - 1926), para
definir o ramo das ciências biológicas que estuda e procura explicar os fenômenos
relacionados a hereditariedade. A genética na realidade só surgiu a partir de 1900, com a
descoberta dos trabalhos de um botânico austríaco chamado Gregor Johann Mendel
(22/06/1822 - 06/01/1884), considerado o Pai da Genética.
Mendel vivia em um mosteiro na Cidade de Brunn na Áustria (hoje, Brno -
Thecoslovaquia), onde por volta de 1865-66, apresentou seus trabalhos sobre
cruzamentos com ervilhas. Mendel iniciou seus trabalhos com 34 diferentes variedades
de ervilhas, dentre as quais selecionou as que mais convinham a seus experimentos.

Por que ervilhas?

- facilidade de cultivo; variedades facilmente identificadas; - alto índice de fertilidade. -


ciclo de vida curto, que permite obter várias gerações em pouco tempo; - hermafroditas
As ervilhas são plantas da família das leguminosas, que apresentam frutos em forma de
vagens, chamado legume. A flor da ervilha é hermafrodita.

A Herança Mendeliana

Traços dominantes e recessivos estudados por Mendel Vamos considerar, como


exemplo, apenas uma das sete características analisadas por Mendel, quando
trabalhando com as ervilhas.

A Primeira lei de Mendel (Lei da segregação dos fatores alelos ou Lei da pureza dos
gametas ou monoibridismo)
Existe para cada caráter dito biológico um par de fatores (genes) alelos que, durante a
formação dos gametas (gametogênese), se segregam , recebendo cada gameta apenas
um gene de cada par.
Mendel chegou a tal conclusão trabalhando com ervilhas (Pisum sativum) e analisando
inicialmente como ocorria a transmissão de cada caráter individualmente. Mendel
queria verificar o que aconteceria se cruzasse duas ervilhas com características
diferentes, como por exemplo a cor.

Mendel selecionou ervilhas que apresentavam sementes amarelas e verdes e procedeu


ao cruzamento.

Geração parental (P)

semente amarelas x semente amarelas

semente amarelas

Geração F1 (100% ervilhas c/ sementes amarelas)

Conclusão:
Todas as ervilhas descendentes do cruzamento apresentam sementes amarelas.
Isto levou Mendel a cruzar as ervilhas amarelas obtidas na F1 entre si (F1 x F1).

Fazendo a autofecundação, os indivíduos da geração F1 originavam sempre uma


geração F2 com o seguinte resultado:

F1 x F1

semente amarelas x semente amarelas

semente amarelas 75% e semente amarelas 25%

Geração F2 >>> 75% amarelas e 25% verdes

A manifestação verde do caráter "cor das sementes", não apareceu em nenhum


indivíduo de F1 e, no entanto, foi reaparecer em 1\4 da progênie de F2 (2ª geração -
filha). Note ainda que esses portadores de sementes verdes têm descendência direta de
ervilhas exclusivamente de sementes amarelas.

Conclusões tiradas por Mendel

- A manifestação de um caráter depende de um "fator" específico que existe nas células


dos indivíduos e que se transmite aos descendentes por meio dos gametas.
- Se 1/4 da progênie, em F2, possui sementes verdes, é porque nesses indivíduos existe
o fator verde.
- Se assim ocorre, é porque herdaram esse fator dos indivíduos de F1.
- Se os indivíduos de F1, tendo o fator para verde, são amarelos, é porque certamente
têm 2 fatores em cada célula respondendo pela cor das sementes: um para amarelo e
outro para verde. Isso sugere que, então, todos indivíduos têm sempre 2 fatores para
cada caráter, nas suas células.
A proporção genotípica foi de: 1:2:1, ou seja, VV(1); Vv(2); vv(1)
A proporção fenotípica foi de 3:1, ou seja, 3 amarelas para 1 verde.
Aplicação das experiências de Mendel

Genótipo Fenótipo
Amarela
VV
Homozigota
Amarela
Vv
heterozigota
vv verde

V = gene para semente amarela


v = gene para semente verde

Geração P

xx V V
v Vv Vv
v Vv Vv

Geração F1

xx V v
V Vv Vv
v Vv Vv

A co-dominância ou semidominância (um outro caso de monoibridismo)

É um padrão de herança em que não ocorre a expressividade máxima de um gene sobre


o seu alelo de manifestação oposta. Assim, não há nem dominância nem recessividade.
O indivíduo heterozigoto revela um fenótipo intermediário ou até mesmo bem diferente
dos fenótipos observados nos homozigóticos.

Geração P
Boninas c/ flores brancas x Boninas c/ flores vermelhas
xx B B
V VB VB
V VB VB

O resultado foi 100% boninas róseas

Em seguida foi feito o cruzamento entre a F1

F1 x F1 > > > Boninas róseas x Boninas róseas

xx B V
B BB VB
V VB VV

O resultado obtido foi


1/4 ou 25% com flores brancas
2/4 ou 50% com flores róseas
1/4 ou 25% com flores vermelhas
Para três genótipos diferentes, encontramos também três fenótipos diversos.

A proporção genotípica foi de: 1;2:1


A proporção fenotípica foi de: 1:2:1

GENÉTICA MOLECULAR

Tópicos

Identificação do material genético

DNA e RNA

Função do material genético

Bases fisiológicas da dominância e recessividade

Código genético

Síntese de cadeia polipeptídica


IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO

Em 1866 Mendel descreveu os genes através dos seus efeitos finais tais
como os fenótipos. Pelos experimentos de Mendel, e de outros
pesquisadores, ficou definido que os genes levam a informação genética
de uma geração para outra e, apesar de não ser visto ou delimitado
fisicamente, deveriam apresentar as seguintes propriedades:

- Replicação: processo que permite ao gene produzir outras unidades


iguais a si próprio.

- Transcrição: Processo pelo qual a informação genética, é transferida


para o local apropriado (ribossomo) e é traduzido.

- Tradução: Processo pelo qual são produzidas as proteínas a partir de


uma seqüência de nucleotídeos.

Após Mendel, os genes foram definidos quimicamente e foram


conhecidos pelo que realizam na síntese protéica e não a nível de
expressão fenotípica.

Miescher (1869-71) publicou metodologia, que permite separar o núcleo


do citoplasma. Do núcleo ele extraiu uma substância denominada
nucleína, hoje conhecida por ácido nucléico, que se caracterizava por ter
alta acidez, apresentava grande quantidade de fósforo e não continha
enxofre.

Mais tarde descobriram que a nucleína estava associada, a vários tipos de


proteínas formando a nucleoproteínas.

Da porção protéica foi constatado dois tipos de proteínas:

a. Protaminas: Proteína de estrutura simples, consistindo na maioria das


vezes de grupos do aminoácido arginina. Esta proteína está presente no
esperma de peixes e aves.

b. Histona: Proteínas relativamente complexas de ocorrência mais ampla.

Embora os peixes e as aves não sejam as mais complexas das criaturas


parece difícil aceitar a idéia de que o material genético destes organismos
seja a protamina. Ela, constituída quase apenas de arginina, não deveria
ser capaz de originar os outros 20 aminoácidos conhecidos. Também é
pouco aceitável que o material genético seja a histona, até a formação de
uma protamina.

Griffith (1928) apresentou as primeiras evidências de que o DNA é o


material genético. As evidências surgiram em experimentos realizados
com bactérias do gênero Pneumococus. Muitas linhagens ou tipos de
pneumococus (Diplococcus pneumoniae) podem ser distinguidos por
diversas características:

Caracterização Virulenta Avirulenta


Colônia Lisa (S) Rugosa (R)
Capa protéica Presente Presente

O experimento realizado por Griffith é resumido a seguir:

Tratamento Resultado
ratos
· Tipo II R injetado em ratos
sobreviveram
· Tipo III S morto pelo calor injetado ratos
em rato sobreviveram
· Tipo III S morto pelo calor mais o
ratos morreram
tipo II R injetado em ratos

A mudança não poderia ter surgida por mutação pois um mutante deveria
ser da mesma linhagem genética do tipo III, entretanto foi o tipo II (com
capa protéica) que adquiriu a propriedade de causar a doença tal como o
tipo III. Algum fator das bactérias do tipo III S estava aparentemente
sendo transferido para os cocus vivos (tipo II) de tal forma que o tipo II
avirulento, transformara-se em cocus virulentos. Este fenômeno foi
conhecido como "efeito Griffith" ou "transformação".

Avery, MacLeod e McCarty (1944) publicaram resultados de extensas


investigações durante um período de 10 anos. Ele fizeram, em condições
de laboratório, experimentos semelhante ao de Griffith. Avery et al
relataram que ao colocar em um tubo de ensaio bactérias II R (avirulenta),
extrato de DNA do tipo III S (virulenta) mortas pelo calor e soro que
precipitava as bactérias do tipo II R, foram recuperadas as colônias de
bactérias do tipo III S. Estes experimentos identificaram o DNA como
material genético. Assim, quando o DNA extraído de uma linhagem é
introduzido em células de outra linhagem, os organismos receptores
desenvolveram características da linhagem doadora. Desta forma,
conclui-se que:

- O DNA é o material genético em D. pneumoniae.

- O DNA atua como agente que especifica produção de um produto final.


DNA E RNA

Constituição química do DNA e RNA

Quando o ácido nucléico foi separado da proteína muitos pesquisadores,


especialmente Levene, mostraram que ele poderia ser quebrado em
pequenas partes denominadas de nucleotídeos. Cada nucleotídeo
contém:

Caracterização DNA RNA


1. Açúcar Desoxiribose Ribose
2. Grupo Fosfatro H3PO4 H3PO4
Piridiminas:
Piridiminas:
Citosinas e
Citosinas e Uracil
3. Bases Timinas
Purinas
nitrogenadas Purinas
Adenina e
Adenina e
Guanina
Guanina

Chargaff, em seus estudos, apresentou várias informações a respeito da


molécula de DNA. Identificou-se que ocorre ligações entre a pirimidina
citosina e purina guanina e entre a pirimidina timina e a purina adenina.
As ligações envolvem duas pontes ente A e T e três entre G e C. Também
constatou a seguinte relação:

(C+A)/(G+T) =1

Diferenças entre DNA e RNA

O DNA se diferencia do RNA nos seguintes aspectos:

a. O açúcar do DNA é a desoxiribose enquanto que o do RNA é a ribose.

b. O DNA contém a timina e o RNA a uracil.

c. O DNA é um filamento duplo e o RNA é um monofilamento.

d. O DNA apresenta uma molécula longa e o RNA uma molécula


curta

Modelo do DNA segundo Watson e Crick

Watson e Crick propuseram um modelo de DNA cujos


princípios físicos derivaram das figuras de difração de raios X produzidas
por Wilkins e Astracan, usando DNA isolado. Os princípios químicos
derivaram principalmente dos trabalhos apresentados por Chargaff e
seus associados.

Segundo Watson e Crick, o DNA apresenta as seguintes características:

a. O DNA é uma hélice dupla helicoidal.

b. O enrolamento da hélice é para a direita.

c. Os longos filamentos externos relativamente rígidos, são constituídos


de fósforo (P) e açúcar (A).

d. No sentido transversal os filamentos menos rígidos são constituídos


por bases orgânicas (purinas e pirimidinas) unidas, por pontes de
hidrogênio.

e. O comprimento de uma volta completa, na espiral envolve cerca de 10


nucleotídeos (34 angstron)

Associação entre DNA e Histonas

As histonas formam um
complexo juntamente com os
grupos fosfatados do DNA
carregados negativamente. As
histonas são carregadas
positivamente, sendo
conhecidas por "proteínas
básicas". As cargas positivas
são fornecidas por uma alta
proporção de aminoácidos
lisina e arginina. Algumas
histonas são denominadas
"rica. em lisina" e outras "ricas
em arginina".

Em geral são encontradas


somente nos organismos em
que a diferenciação celular
ocorre (eucariotas). São
distinguidos, em função da
proporção lisina/arginina,
cinco diferentes tipos de
histonas (H1, 2 H2A, 2 H2B e 2 H3).

A complexação das histonas além de causar um aumento do diâmetro do


DNA, de cerca de 20 a 30 angstron, muda também as propriedades físicas
do DNA. A temperatura de fusão (temperatura na qual os fios de DNA
mudam da forma de hélice dupla regular para a forma de fio simples) é
bastante aumentada.

Replicação do material genético

O modelo de replicação do DNA é dito ser semi-conservativo, ou seja,


uma fita de DNA dá origem a outras duas sendo que, cada uma delas
apresenta um filamento da fita original.

A replicação ocorre na intérfase da divisão celular e é dirigida pela enzima


DNA polimerase. Na replicação as pontes de hidrogênio entre as bases
nitrogenadas se rompem e a enzima DNA polimerase cataliza a adição de
novos nucleotídeos complementares às bases expostas de tal maneira
que duas novas fitas de DNA sejam formadas. .

O RNA - Ácido ribonucléico

O RNA é encontrado tanto no núcleo quanto no citoplasma. Tem sido


reconhecido vários tipos de RNA:

a. RNA mensageiro - mRNA

É o RNA envolvido pela transcrição da informação genética contida no


DNA, no núcleo, e condução da mesma até os sítios ribossômicos.

b. RNA transportador - tRNA

Caracteriza-se por ser um RNA pequeno, contendo cerca de 75 a 85


nucleotídeos e por assumir uma forma de trevo. Sua função principal é a
de conduzir os aminoácidos requeridos na síntese protéica até as
subunidades do ribossomo.

c. RNA ribossômico - rRNA

Entra na composição do Ribossomo. Sua função não é bem definida.

FUNÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO

Garrod (1900), médico inglês, deu os primeiros passos para evidenciar a


ação dos genes. Este pesquisador estudou a alcaptonúria, uma doença
hereditária caracterizada pela coloração escura na urina. Para esta
doença foi observado que o escurecimento era conseqüência do acúmulo
de ácido homozentízico (alcapton) o qual, nos indivíduos normais, era
decomposto através de reações enzimáticas, de tal maneira que havia
excreção de ácido acético. Constatou-se ainda que dietas com tirozina e
fenilalamina aumentava a manifestação de sintomas.

Os trabalhos decisivos sobre a função do gene foram apresentados por


Beadle e Tatum que propuseram a teoria "um gene - uma enzima". As
idéias principais do trabalho realizado por estes autores foram:

a. Todos os processos bioquímicos dos organismos estão sob controle


genético.

b. Os processos bioquímicos ocorrem numa seqüência de reações


individuais.

c. Cada reação simples é controlada por um gene simples.

d. Cada gene atua através do controle e produção de uma enzima


específica.

Na atualidade esta teoria apresenta as seguinte falhas:

a. Um gene pode especificar a síntese de uma cadeia polipeptídica que


não apresenta nenhuma função enzimática (Ex.: Hemoglobina).

b. Uma enzima pode ser constituída por mais de uma cadeia polipeptídica
(Ex.: RNA polimerase é constituída por várias cadeias e,
consequentemente, esta sob o controle de vários genes.

c. Um gene pode controlar a atividade de uma enzima especificada por


outro gene (Ex.: sítio operadores, repressores, etc.).

BASES FISIOLÓGICAS DA DOMINÂNCIA E RECESSIVIDADE

De acordo com a teoria "um gene - uma enzima" os genes agem através
da produção de enzimas, sendo que cada gene é responsável pela
produção de uma enzima específica. Por este princípio podemos explicar
as bases fisiológicas da dominância e recessividade segundo uma
determinada via biossintética. Assim, tem-se:

Dominância completa

Neste caso a quantidade de enzimas produzidas pelo heterozigoto Aa,


embora geralmente menor que a produzida pelo homozigoto AA, é
suficiente para produção do mesmo produto final de AA.

Dominância. incompleta

Neste caso a menor quantidade de enzimas normal produzida pelo


heterozigoto Aa, em relação ao homozigoto AA, resulta em uma menor
quantidade de produto final que pelo efeito de dosagem confere um
fenótipo diferente do produzido pelo homozigoto AA.

Codominância

Neste caso o complexo enzimático produzido por Aa, dado a contribuição


de A e de a, é diferente da enzima produzida por AA e consequentemente
o produto final será diferente daquele produzido por AA. Neste caso a
qualidade de enzima é o fator crítico.

CÓDIGO GENÉTICO

Definição de código genético

Sabe-se que o DNA, que se encontra no núcleo, tem a função de produzir


proteínas cuja síntese ocorre no núcleo. O DNA é uma seqüência de
nucleotídeos e que existe apenas quatro tipos diferentes de nucleotídeos:
os nucleotídeos da adenina, da guanina, de timina e da citosina. Por outro
lado, as proteínas são polímero de subunidades (monômeros)
denominadas de aminoácidos. Cada aminoácido engloba um grupo amino
(NH2) numa extremidade e um grupo carboxila (COOH) na outra. Vinte
tipos diferentes de aminoácidos ocorrem nas proteínas.

Diante do exposto surge a seguinte pergunta: quantos nucleotídeos


seriam necessários para codificar um aminoácido? Para responder a esta
perguntas é necessário o seguinte raciocínio matemático:

- Se 1 nucleotídeo codificasse um aminoácido só poderia existir 4


diferentes tipos de aminoácidos na cadeia protéica.

- Se 2 nucleotídeos codificassem um aminoácido só poderia existir 16


tipos de aminoácidos diferentes na cadeia protéica.

- Se 3 aminoácidos codificassem um aminoácido seria possível existir 64


tipos diferentes de aminoácidos na cadeia protéica logo, por matemática,
um código tríplice é a menor unidade de codificação capaz de acomodar
os 20 diferentes tipos de aminoácidos que comumente ocorrem nas
proteínas.

Atualmente definimos o CODON como sendo uma seqüência de três


nucleotídeos adjacentes no mRNA capaz de codificar um aminoácido.

Decifração do código genético

Estudos foram realizados permitindo constatar que o código genético


representado por sessenta e quatro codons mRNA, sessenta e um dos
quais codificam para aminoácidos e três para terminação em cadeia. Três
dos que codificam aminoácidos são identificados também como
iniciadores.

São evidenciadas as seguintes características do código genético:

Código genético redundante ou degenerado

O código genético é dito degenerado pelo fato de existir, para um


determinado aminoácido, mais de uma trinca para codificá-lo. Apenas a
metionina (Met) e o triptofano (Trp) são codificados por um único codon,
representados por AUG e UGG, respectivamente.

A glicina (GLY), por exemplo, é codificada por GGG, GGC, GGA e GGU.

Trincas sem sentido ou terminalizadoras

São aquelas trincas que não codificam aminoácidos e que tem por função
indicar o término da síntese protéica. São também denominados trincas
terminalizadoras. Ex.: UAG, UAA, UGA.

Código genético universal


O código genético é dito universal devido ao fato da mesma trinca
codificar o mesmo aminoácido em qualquer organismo. Em alguns casos
certas trincas são mais eficientemente utilizadas.

SÍNTESE DE CADEIA POLIPEPTÍDICA

A síntese protéica envolve as seguintes etapas: Transcrição e Tradução

Transcrições

Processo que ocorre no núcleo da célula, no qual a mensagem genética é


passada do DNA para uma fita de mRNA, com auxílio da ação catalítica da
enzima RNA polimerase.

A informação do DNA é transcrita em uma seqüência codificada do


mRNA, através do uso, com gabarito, de um filamento do DNA. Até hoje, o
mecanismo de seleção do filamento apropriado ainda é desconhecido.

O mRNA transcrito solta-se do modelo de DNA e desloca-se do núcleo


para o citoplasma. Após o mRNA se desacoplar, as pontes de hidrogênio
que haviam-se desfeitas voltam-se a ligar.

A enzima RNA polimerase tem as seguintes funções:

a. Reconhecer as bases do DNA.

b. Selecionar os ribonucleotídeos apropriados.

c. Catalizam a formação de ligações entre os ribonucleotídeos.

d. Escolhe o filamento correto a ser transcrito.

A RNA polimerase é constituída de 6 cadeias polipeptídicas (2 alfa, beta,


beta', gama e sigma), sendo que o fator sigma é o responsável pela
transcrição no local e fio correto.

Tradução

A tradução é um processo que ocorre no citoplasma da célula, no qual a


mensagem trazida pela fita de mRNA é traduzida em uma seqüência de
aminoácidos.

O processo de tradução envolve as seguintes etapas:

a. Após a chegada da fita de mRNA no citoplasma, ocorre a complexação


das subunidades do ribossomo (nos procariotas o ribossomo é 70 s = 50
s + 30 s, e nos eucariotas é de 80 s = 50 s + 40 s) com esta fita.
Polissomos é a denominação que se dá à complexação de vários
ribossomos a uma mesma fita de mRNA. No caso da síntese da
hemoglobina, os ribossomos reunem-se em 4 ou 5 polissomos.

b. É iniciado a leitura e tradução da fita de mRNA. Nos procariotas, em


geral, a primeira trinca a ser lida (fator de inicialização) é a AUG, que
corresponde à metionina formilada (As trincas GUU, GUC, GUA e GUG
que corresponde à metionina formilada (as trincas GU, GUC, GUA, GUG,
que corresponde à valina também são fatores iniciadores), enquanto que
nos eucariotas o primeiro aminoácido é também a metionina mas não
formilada. Nem todas as proteínas iniciam com a metionina (ou valina) e
isto se dá pelo fato da proteína final ser o resultado de uma
reestruturação, incluindo quebras, da estrutura linear de aminoácido.

Após a leitura da trinca ocorre a transferência do aminoácido requerido


para os sítios ribossômicos. Este transporte é realizado pelo tRNA. No
tRNA é encontrado o anti-codon, que é uma seqüência de três bases
adjacentes complementares ao codon do mRNA.

c. O tRNA penetrando por uma abertura da subunidade 50S, ocupa o sítio


aminoacil. Pela ação da enzima translocase o tRNA ativado passa para o
sítio peptidil, permitindo a leitura, pelo complexo ribossomo-mRNA, da
trinca consecutiva.

d. Após a leitura da nova trinca um novo tRNA é ativado e deslocado do


suco citoplasmático para o sítio aminoacil do complexo levando o
aminoácido requerido pela proteína.

e. Pela ação da enzima peptidil transferase o aminoácido (ou seqüência


de aminoácidos) que pertencia ao tRNA do sítio peptidil é transferido e
ligado ao aminoácido acoplado ao tRNA do sítio aminoacil.

f. O tRNA desativado, que ocupa o sítio peptidil, deixa o complexo


ribossomo-mRNA podendo ser novamente ativado quando se fizer
necessário.

g. Novamente, pela ação da enzima translocase, o tRNA ativado passa do


sítio aminoacil para o sítio peptidil permitindo a leitura de uma nova
trinca. A leitura da nova trinca implica em ativação de um outro tRNA.

h. O processo é continuado até que todos os aminoácidos necessários


para a confecção da proteína estejam ligados. A última trinca lida na fita
de mRNA deverá ser um fator de terminalização (UAA, UAG ou UGA) que
não codifica nenhum aminoácido mas indica o término da síntese
protéica.

i. A síntese protéica termina com a desativação do complexo ribossomo-


mRNA, a desativação do tRNA e formação da proteína que ainda se
encontra em forma linear. Para adquirir a especificidade é necessário que
esta estrutura primária atinja uma estrutura terciária ou quaternária.

Transcrição (genética)
Transcrição é o processo de formação do RNAm mensageiro a partir da cadeia-molde
de DNA. Este tem como função "informar" ao RNAt (RNA transportador) a ordem
correta dos aminoácidos a serem sintetizados mais tarde em proteínas, através da
tradução desse RNA.

O processo é catalisado pela enzima RNA-polimerase. Os fatores de transcrição


(auxiliares da RNA-polimerase) são responsáveis por romper as ligações de hidrogênio
entre as bases nitrogenadas dos dois filamentos de DNA, como um zíper. A RNA-
polimerase executa várias funções sem necessidade de outras enzimas, ao contrário da
DNA-polimerase, que codifica o genoma inteiro.

O fator sigma da RNA-polimerase é responsável pelo reconhecimento da região do


promotor, local onde se inicia a síntese. Foram convencionados números para a
identificação deste local. O promotor se localiza nos pontos -10 e -35 da cadeia, onde a
enzima se liga. A síntese é iniciada a partir do ponto +1.

A enzima destaca o filamento de RNA formado a partir do DNA e volta a unir as duas
cadeias de DNA.

Para a ligação entre a RNA-polimerase ocorrer são necessários Fatores de transcrição


ou TF em células eucarióticas. Em células procarióticas existem os chamados fatores
sigma.

Exemplos:

• DNA ⇒…ATC GGC TAG CTA GCG TAG CGA TGC AAA TTT AAA TAT
ATG…
• RNAm ⇒…UAG CCG AUC GAU CGC AUC GCU ACG UUU AAA UUU
AUA UAC…
• CODÓNS ⇒…[UAG][CCG][AUC][GAU][CGC][AUC][GCU][ACG][UUU]
[AAA][UUU][AUA][UAC]…
Tradução (genética)

Processo de tradução e síntese de proteínas nos ribossomos.

Em biologia, tradução é o nome dado ao processo biológico no qual a sequência


nucleotídica de uma molécula de mRNA (RNA mensageiro)é utilizada para ordenar a
síntese de uma cadeia polipeptídica com sequência de aminoácidos que determinada
uma proteína.[1]

Neste processo, moléculas de RNA transportador (tRNA) operam a tradução


reconhecendo as seqüências nucleotídicas do mRNA e correlacionando-as com com a
sequência que corresponde a determinados aminoácidos. A molécula que fornece a
informação genética a ser traduzida é o RNA mensageiro. Este contém uma sequência
de nucleotídeos que é lida, pelo RNA transportador (que possui uma série de
anticódons) de três em três bases. Cada trinca de bases do RNA mensageiro representa
um códon e está relacionada a um aminoácido específico. A inserção de aminoácidos na
cadeia polipeptídica crescente ocorre na mesma ordem em que os seus respectivos
códons aparecem na molécula de RNA mensageiro.[1]

Na célula a tradução é processada em estruturas chamadas de ribossomas, que


posicionam corretamente RNAs transportadores com RNAs mensageiros e catalisam as
ligações peptídicas entre aminoácidos para a síntese de proteínas. Os ribossomos são
compostos por duas subunidades e agem de maneira a percorrer a totalidade da cadeia
de RNA mensageiro. O papel do RNA transportador nesse processo seria o de conectar
os códons do RNA mensageiro com os devidos aminoácidos espalhados pelo
citoplasma. Ao efetuar tal processo, o ribossomo fará a ligação peptídica entre os
códons trazidos pelo RNA transportador, gerando a fita protéica

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