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OFICINA de PÃO
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hoje na páscoa.
De Volta ao Passado Foi através dos gregos que o pão chegou à
Europa. Os romanos faziam seus pães em casa, ati-
Sabe-se, pelas informações que se tem, que vidade inclusive reservada às mulheres. Mais tarde
a história mais antiga do pão origina-se em milhares passou a ser fabricado em padarias públicas e assim
de anos a.C., quando ainda era feito com glandes de surgiram os primeiros padeiros. Segundo o filósofo
carvalho e faia triturada (árvore européia de grande romano Plínio, O Antigo, isso dataria de 168 a.C.,
porte), depois lavava-se com água fervente para quando da conquista de Macedônia. Antigamente
retirar o amargor. Em seguida essa massa secava ao era comum entre os egípcios e romanos a distribui-
sol e se faziam broas com farinha. ção de pães aos soldados, como complemento do
Mais tarde se passou a misturar nas fari- soldo, tendo perdurado este costume até na Idade
nhas, que antes eram usadas para fazer sopas e Média.
mingaus, outros ingredientes como o mel, azeite Na maior parte da Europa, na Idade Média,
doce, mosto de uva, tâmaras esmagadas, ovos e as padarias foram desativadas com a queda do Im-
carne moída. Formando-se espécie de bolos que pério Romano e da organização por ele imposta ao
eram cozidos sobre pedras quentes ou sob cinzas. mundo. Com isso os pães voltaram a ser de fabrico
Nas aldeias palafitas (há 10.000 anos) já doméstico. O senhor feudal permitia apenas o uso
produziam o pão com o trigo, cevada ou painço, do moinho e dos fornos. Retornaram assim ao con-
cujos grãos eram esmagados ou tostados sobre pe- sumo do pão ázimo, sem fermento e achatado, pela
dras. E com o resultado deste procedimento, que era sua facilidade de fabrico, com o qual se acompa-
uma farinha grossa, juntava-se água e formava as- nhava outros alimentos como carnes e sopas. Na
sim uma massa. Depois eram assados também so- época só os castelos e conventos possuíam padarias.
bre pedras quentes ou debaixo de cinzas. Mesmo E apesar das limitações no fabrico devido aos mé-
que o produto final nada se assemelhe com o nosso todos incipientes de produção, as associações de
pão, podemos considerá-lo como sendo o primeiro padeiros já eram dotadas de alguma força.
pão que se tem notícias. Pois mais tarde essa broa Com a introdução dos modernos processos
seria usada também pelos gregos, romanos e ger- de panificação, no século XVII, a França se tornou
manos. o centro de fabricação de pães de luxo. Apesar de já
O primeiro povo a usar o forno e a descobrir ser habitual o consumo de mais de vinte variedades
que a utilização de um líquido fermentado na massa de pães naquele país desde o século XII. Depois
proporcionava maciez e leveza, foram os Egípcios Viena, Áustria, passou a ser prioritária no fabrico
(4.000 a.C.). Para esse povo o pão era o alimento desses pães.
básico. Segundo Heródoto, era amassado com os O que contribuiu bastante para a indústria
pés e normalmente feito de cevada ou espelta (trigo de panificação foi a invenção de novos processos de
de qualidade inferior), pois os pães elaborados com moagem da farinha. Inicialmente a farinha era pro-
trigo de qualidade superior eram destinados apenas duzida em moinhos de pedras manuais, que evoluí-
aos ricos. Além de alimento básico, o pão também ram para os de pedra movidos por animais, depois
servia como pagamento: um dia de trabalho valia para os de água e, por fim, pelos famosos moinhos
três pães e dois cântaros de cerveja. de vento, como os que aparecem em Dom Quixote,
Na mesma época os judeus também fabrica- de Cervantes. Foi maior o avanço quando surgiram
vam seus pães, mas não utilizavam a fermentação, os moinhos movidos a vapor, mas isso só aconteceu
pois consideravam que a mesma era uma forma de por volta de 1784. Agora, o que aprimorou bastante
putrefação e impureza. A seu deus Jeová só oferta- a fabricação de pães foi a invenção dos cilindros. E
vam pão ázimo (sem fermento), o que fazem até mesmo com todo esse avanço tecnológico, inclusi-
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Oficina de Pão
ve com os modernos processos de moagem do trigo tros difundiram-se as padarias típicas, sendo que na
em nossos dias, este processo conserva ainda seus cidade de São Paulo até hoje existem, em alguns
princípios básicos iniciais: moer, esmagar e penei- bairros, como no Bexiga, padarias que fabricam
rar. pães italianos muito apreciados
Informações Complementares
Como se pôde observar na trajetória crescimento rápido e uniforme e do que po-
do pão, o seu desenvolvimento e "aperfeiço- deríamos chamar de grande auxiliar, que é o
amento industrial" foi uma longa e difícil forno.
caminhada. Mas o seu fabrico atualmente A descoberta de métodos modernos e
não implica tanto sacrifício. Principalmente muito sofisticados para amassar e preparar
porque hoje dispomos de aparelhagem ade- massas para pão e a utilização de alguns
quada, do fermento que nos proporciona um produtos químicos (e até cancerígenos),
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proporcionou uma fabricação em larga esca- ca (refinada/sem fibras) é muito pobre. Em-
la. Porém, o pão ficou sem graça, com sabor bora alguns tenham coragem de garantir cer-
disfarçado e cores artificiais, ficando total- tas "riquezas" e até considerá-lo "nutritivo".
mente distante daqueles feitos em casa, com Bem, deixemos a crítica de lado e passemos
produtos frescos e amassados com a mão; à solução! Quem optar em fazer seu próprio
ou seja, em contato direto com o calor hu- pão estará definitivamente contornando esta
mano. situação. Bastará acrescentar outros ingredi-
Outro problema existente, mas que a entes mais nutritivos, como será visto nas
maioria desconhece ou até ignora, é que o etapas seguintes, para se obter um produto
pão comum produzido só com farinha bran- de ótima qualidade nutricional.
Fácil, não!
SEUS INGREDIENTES BÁSICOS SÃO:
Farinhas, líquidos, sal e/ou açúcar e
fermento (industrializado ou caseiro).
Coloque numa panela a metade da água da receita, o sal e o açúcar (se optar pelo açúcar mascavo ou rapadu-
ra será preciso peneirar/coar no final), mexa muito bem até dissolver os ingredientes e leve ao fogo até ferver. Des-
peje, coando (se for o caso) o líquido quente numa bacia e complete com o restante da água fria, obtendo assim uma
mistura morna (nunca quente!). Acrescente o óleo e um pouco da farinha fazendo um "mingau mole", certifique-se
da temperatura e aplique, esfarelando, o fermento. Vá despejando o restante da farinha aos poucos até a massa poder
ser trabalhada com as mãos.
Para trabalhar melhor a massa será preciso sova-la numa superfície lisa (o ideal é que esteja abaixo da cintu-
ra). Enfarinhe bem a superfície, despeje a massa, e misture-a com movimentos da ponta para o centro. Vá colocando
mais farinha na medida que a massa for pedindo, ou seja, ficando mais úmida ao ser trabalhada. Continue com esses
movimentos até começar a desgrudar das mãos. Para melhor perceber isso, limpe sempre das mãos a massa grudada,
esfregando-as com um pouco de farinha. Se a mão ficar encoberta de massa você não sentirá o contato direto com a
mesma e poderá, então, achar que a massa está precisando de mais farinha e acabar exagerando. O que resultaria nu-
ma massa muito ressecada, dura e no final um pão bruto, pesado.
Assim que a massa estiver lisa e não grudando mais nas mãos, coloque-a numa bacia coberta com pano para
descansar e dobrar de volume (não menos que ½ hora, nem muito mais que 2 horas). Pode-se usar alguns macetes
para acelerar tal processo: coloque-a dentro de um saco plástico e feche-o, ou leve a bacia coberta ao sol, ao forno
pré aquecido, enrolada em cobertor, sobre vasilhas com água quente ou perto do fogão que se estiver cozinhando. Se
estiver calor não precisamos de tais recursos, mas se a temperatura estiver baixa será a melhor solução.
Depois que dobrar seu volume, despeje-a novamente na superfície enfarinhada e trabalhe-a mais um pouco.
Só que com movimentos mais suaves do que da primeira vez. Nunca se deve espancar a massa! Apesar de muitos
acreditarem que sovar é "abaixar o pau na massa". Nada mais errado! pois assim ela também poderá pedir mais
farinha. E o resultado disso, como já foi dito acima, é um desastre.
Bem, agora é só dividi-la em quantos pães quiser; esta receita dá 4 pães de 500g cada. Vá cortando e pesando
na medida que lhe agradar. Unte a forma escolhida e coloque os pães. Dê um ligeiro aquecimento no forno e coloque
as formas, deixe-os dobrar de volume e então acenda o forno para assá-los (180º a 220º). O que dura mais ou menos
40 minutos aproximadamente (dependerá do tipo de pão e forno). Ao final do cozimento pode-se pincelar os pães
com água ou manteiga e deixá-los por mais alguns minutos (não mais de 10 minutos). Ficarão crocantes e morenos.
Inicialmente sempre é bom fazer uma massa simples, por isso vamos trabalhar com a massa básica
apresentada na fase anterior. O preparo será exatamente igual, passo a passo, a única diferença é que você
irá fazer a metade da receita. E durante todo este processo você estará sendo acompanhado e orientado em
suas dúvidas. Depois que já estiver íntimo com o preparo, o resto será mais fácil. Aí, então, basta você usar
esses princípios básicos que estão sendo apresentados, soma-los à sua imaginação e criatividade, para elabo-
rar os mais diversos pães. E mais adiante você tem ainda uma grande variedade de dicas e sugestões que
irão enriquecer e dar um aspecto mais profissional a seus pães.
υ Que tal um saboroso pão de abóbora? É só acrescentar quatro xícaras de abóbora crua ralada (daquela bem sequinha),
ou cozida, ao "mingau mole" e proceder normalmente. Para pincelar pode-se usar clara de ovo diluído em água e depois salpicar
com gergelim, ou queijo ralado, ou cominho (não muito!), ou ervas aromáticas. Se optar por usar orégano, coloque bem pouqui-
nho pois é muito forte e pode acabar alterando o sabor do pão Ou então pincele só com manteiga
NO FORMATO
υ Os formatos também podem variar conforme sua criatividade e originalidade.
Os mais comuns são, forma, coiós, enrolados, baguettes, tranças, tipo hambúrguer ou care-
cas, argolas (coroas), croissants (meia lua) e os recheados. Um exemplo delicioso de pão
recheado, e que você poderá experimentá-lo, é o de abóbora com formato de hambúrguer
com queijo minas. É só rechear com o queijo da seguinte maneira: faça bolas de tamanho
médio e achate-as no centro da mão, coloque o queijo minas picado, dobre a massa por
cima do queijo, aperte a “costura” para fechar e enrole até conseguir a forma inicial. Distri-
bua os pães num tabuleiro untado e pincele com gema de ovo. Deixe-os dobrar de volume e
ponha-os para assar. Experimente! Pois se ficar pensando, só vai ter água na boca.
LEMBRE-SE QUE . . .
1 colher de sopa cheia de fermento biológico 40 minutos, dependendo do tipo de massa escolhida;
equivale a 15g do mesmo; Leite altera um pouco a massa. Para evitar pro-
2 colheres de sopa cheia de leite em pó em um blemas use sempre leite em pó, ou fervido e morno,
copo d’água de 200ml, corresponde exatamente a nunca gelado e cru;
mesma medida de leite natural; Nunca use formas ou tabuleiros desproporcio-
Enriqueça seus pães com fubá ou milharina, nais a quantidade de massa, pois poderá derramar ou
farelo, aveia, farinha de arroz, ovos e manteiga; se espalhar ao crescer;
A massa com fermento nunca cresce antes de Evite deixar os pães esfriarem nas formas, pois
30 minutos, nem mais do que 2 horas; ficarão com o fundo molhado pelo suor e poderão
O tempo de cozimento costuma variar de 15 a ficar grudados.
Bem, aqui termina nossa oficina. Espero que tenha gostado e que aproveite bem as dicas aqui apresentadas.
Este novo conhecimento contribuirá para que você aumente a qualidade das refeições de sua família com um
custo bem pequeno, ou mesmo auxiliar na renda familiar.
Bom proveito e até a próxima oportunidade...
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