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Alunos: Victor Mesquita Gomes (DRE: 108027803), Felliphe dos Santos Pereira (DRE:)
Prof.: Atílio Gorini
Matéria: Direito Administrativo II
Período: 6° Noturno
Pode até mesmo ocorrer que a decisão penal influa na esfera administrativa, mas
isso a posteriori. O certo é que a realização do procedimento administrativo não se sujeita
ao pressuposto de haver prévia definição sobre o fato firmado na esfera judicial.
2. Responsabilidade Civil
"o desconto só é possível se com ele o servidor concordar". A afirmação é correta, pois
que o Poder Público não tem crédito privilegiado em relação a seu servidor. Seu crédito é
indiscutível, mas a forma de satisfazê-lo há de ser a empregada para a cobrança dos
créditos em geral, conforme jurisprudência do STF, decidindo pela vedação da
autoexecutoriedade da cobrança do dano pela Administração nos autos do mandado de
segurança n° 24.182-DF, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, julg. em 21/8/2002, in verbis:
3. Responsabilidade Penal
4. Responsabilidade Administrativa
Na esfera administrativa, o regime é diverso, pois que as condutas não tem a precisa
definição que ocorre no campo penal. Os estatudos funcionais apresentam um elenco de
deveres e vedações para os servidores, e o ilícito administrativo vai configurar-se
exatamente quando tais deveres e vedações são inobservados. Além do mais, os
estatutos relacionam as penalidades administrativas, sem, contudo, fixar qualquer elo de
ligação a priori com conduta.
Deflui dessa circunstância que o sistema punitivo na Administração deverá atender
a princípios específicos para regular a aplicação das sanções. Um deles é o princípio da
adequação punitiva (ou proporcionalidade), pelo qual se incumbe ao administrador certa
margem de discricionaridade para compatibilizar a conduta e a sanção. Fora desse
princípio, a punição é arbitrária e ilegal, e passível de invalidação pela Administração ou
pelo Judiciário. Outro é o princípio da motivação da penalidade, necessário para apontar
os elementos que comprovam a observância, pelo administrador, da correlação entre a
infração funcional e a punição imposta.
Por essa razão, em tais atos punitivos devem estar integrados os fatores apurados
no processo administrativo-disciplinar, bem como os fundamentos jurídicos da punição,
rendendo ensejo, por conseguinte, a que possam tais elementos ser aferidos no Poder
Judiciário. Acrescente-se a esses o princípio do contraditório e da ampla defesa, fundado
no art. 5°, LV, da CF, que, além de não poder ser postergado, deve incidir toda vez que
que a Administração aplica sanção a seus servidores. Avulta, em consequência, que lei
na qual seja prevista punição sumária qualifica-se como irremediavelmente
inconstitucional.
Ressalva-se, no entanto, que ao juiz só é lícito examinar o aspecto da legalidade,
mas não pode ter ingerência nos critérios de conveniência, oportunidade ou justiça dos
atos punitivos, visto que são eles da exclusiva alçada da Administração.
pelo Estado.
Desde logo, cave observar, conforme exposto anteriormente, que a
responsabilização administrativa competirá executoriamente à Administração em todos os
casos; a responsabilização civil caberá ao Poder Judiciário, sem exceções, e a
responsabilização criminal caberá também como regra, ao Judiciário, salvo nos casos de
crime de responsabilidade de agentes políticos.
Esse quadro permite, então, distinguir os meios internos dos meios externos de
responsabilização, desde o ponto de vista do Direito Administrativo.
São meios internos: o processo administrativo disciplinar e os processos e
respectivos procedimentos disciplinares sumários.
São meios externos: o processo civil ordinário, o processo preparatório de
seqüestro, o procedimento de perdimento de bens, o processo penal comum, o processo
penal militar, o processo parlamentar de crime de responsabilidade, o processo penal de
crime de responsabilidade, e a representação de abuso de autoridade e o respectivo
processo de responsabilidade penal.
6.3.1. Condenação
Em se tratando de decisão penal condenatória por crime funcional, terá que haver
sempre reflexo na esfera da Administração. Se o juiz reconheceu que o servidor praticou
crime e este é conexo à função pública, a Administração não tem outra alternativa senão
a de considerar a conduta como ilícito também administrativo. Exemplo; se o servidor é
condenado pelo crime de corrupçãp passiva (art. 317 do CP), terá implicitamente
praticado um ilícito administrativo. No caso da Lei n° 8.112/90, o servidor terá violado o
art. 117, XII, que o proíbe de receber propina ou vantagem de qualquer espécie em razão
de suas atribuições. A instância penal, então obriga a instância administrativa.
Assinale-se, ainda, que o CP estabelece, como um dos efeitos da condenação, a
perda do cargo, função pública ou mandato eletivo, quando for aplicada pena privativa de
liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de
poder ou violação de dever para com a Administração Pública. Há também previsão de
perda de função pública no caso de condenação por crime contra a probidade
administrativa (art. 12, III, da Lei n° 8.429/92).
6.3.2. Absolvição
1. A hipótese do inciso III, porque o mesmo fato que não constitui crime pode
corresponder a uma infração disciplinar; o ilícito administrativo é menos do que o
ilícito penal e não apresenta o traço de tipicidade que caracteriza o crime;
Vale dizer: pode o servidor ser absolvido no crime e ser punido na esfera
administrativa. Sendo assim, inexistirá repercussão, nesse caso, da decisão criminal no
âmbito da Administração, ou seja, a instância penal não obriga a esfera administrativa,
matéria já pacificada no atual ordenamento jurídico brasileiro, como se vê na Súmula de
número 18 do STF "pela falta residual não compreendida na absolvição pelo juízo
criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público". Vejamos um exemplo:
imagine-se que um servidor federal tenha sido absolvido da imputação, a ele atribuída, da
prática do crime de peculato (art. 312 do CP), por insuficiência de provas quanto à sua
participação no fato: nada impede, porém, que seja punido na esfera administrativa por ter
procedido de dorma desidiosa, ilícito administrativo previsto no art. 117, XV, da Lei n°
8.112/90, que constitui conduta residual independente do crime de peculato.
Essa orientação, que já está pacificada dos Tribunais, ainda leva alguns
profissionais a erronis técnicas, ao postularem reintegração de servidores absolvidos na
esfera criminal por insuficiência de provas. Assim, sempre vale a pena repeti-la, sobretudo
em decisões claríssimas como esta do Egrégio STF, no mandado de segurança n°
20.814, Pleno, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO, julg. em 22/3/1991, in verbis:
6.4.1. Condenação
Se o servidor é condenado a crime que não tenha correlação com a função pública,
nenhuma influência haverá na esfera administrativa quando a pena não impuser a perda
6.4.2. Absolvição
7. Bibliografia: