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Itabira-MG, 2010
SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO DE ITABIRA-MG
Equipe Coordenadora
Nome Função
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Hidrógrafa 2007 ............................................................................................................. 8
Gráfico 2: Hidrógrafa 2008 ............................................................................................................. 8
LISTA DE MAPAS
Mapa 1: Aspectos Gerais de Itabira .............................................................................................. 12
Mapa 2: Manancial Candidópolis e Área do Mãe D’água ............................................................ 13
LISTA DE FOTOS
Art. 2o Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos
seguintes princípios fundamentais:
XII - integração das infra-estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos
hídricos.
1
2 DIAGNÓSTICO
2
Em 2007 foi apresentado um estudo técnico intitulado “Atualização do Plano Diretor
de Abastecimento de Água da Cidade de Itabira”, realizado pelo consórcio das empresas Brandt
Meio Ambiente, O&M Oliveira e Marques e VOGBR Recursos Hídricos & Geotecnia,
contratados pela Companhia Vale do Rio Doce – CVRD em atendimento a condicionante 12 ‘e’
de uma LOC (Licença de Operação Corretiva) de 2000.
Este estudo estimou a demanda de pico diário da cidade em 465 l/s para o presente
ano, mas atualmente o SAAE-IRA tem outorgas para captar apenas 248 l/s e os mananciais já
estão nos seus limites, não sendo possível nenhum incremento nas captações existentes.
Tal situação compromete o desenvolvimento local, pois há a restrição a qualquer
acréscimo nas demandas e, portanto, restrição à implementação de novos empreendimentos,
como indústrias.
Art. 3° A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma
forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo,
visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.
3
O Mãe D’água”, como é conhecido, surgiu para tentar melhorar a situação ambiental
do Manancial Candidópolis e garantir o abastecimento humano, em quantidade e qualidade
adequadas. O projeto também contribui para o cumprimento da função social da propriedade
exigida no artigo 186 da constituição brasileira de 1988, pois visa “à compatibilização do
desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico”, o que é um objetivo da política Nacional do Meio Ambiente expresso no
inciso I do artigo 4º da lei 6938/81.
De forma geral, o projeto Mãe D’água representa uma forma de “integração das infra-
estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos”; princípio fundamental para a
prestação dos serviços públicos de saneamento básico colocado no inciso XII do artigo 2º da Lei
11445/2007.
3 IMPLEMENTAÇÃO
Desde suas fases de elaboração, o projeto “Mãe D’água” contou com a participação
de inúmeros atores da gestão pública local, bem como com a assessoria técnica especializada do
Dr. Marcos Antônio Gomes (mestre e doutor em solos e recursos hídricos pela Universidade
Federal de Viçosa-MG (UFV).
O Mãe D’água vem sendo desenvolvido pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto –
SAAE Itabira e pela Prefeitura Municipal de Itabira – PMI, que participa por meio da Secretaria
Municipal de Agricultura e Abastecimento – SMAA e da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente – SMMA.
Dentre alguns dos diversos colaboradores, que participam das ações de forma menos
intensa, mas não menos importante, destacam-se:
• Secretaria Municipal de Educação – SME
• Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano – SMDU
• Instituto Estadual de Florestas – IEF
• Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER
• Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG
• Empresa de Desenvolvimento Urbano de Itabira – ITAURB
• Associação de Pais Amigos dos Excepcionais – APAE
• ONG Sociedade Ambiente Vivo Itabira – SAVI
4
• Rotary Club de Itabira
• Movimento Negro de Itabira
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Os trabalhos de revitalização estão sendo finalizados em duas sub-bacias do Ribeirão
Candidópolis: Sub-Bacia do Córrego Contendas, com área de 432 ha; e Sub-Bacia do Córrego do
Meio com área de 160 ha, que juntas correspondem a aproximadamente 19% da área do
manancial. (vide mapa 2 em anexo)
Os trabalhos já estão sendo executados em outras áreas do manancial e existe um
projeto de expansão para captar recursos para sua expansão em toda a Bacia do Ribeirão
Candidópolis e para outros mananciais superficiais, inclusive em bacias hidrográficas que
possivelmente serão os próximos mananciais da cidade.
Uma preocupação inicial dos gestores do projeto dizia respeito à possível resistência
dos proprietários rurais da região à execução destas atividades nas suas terras. Para contornar
este problema decidiu-se que as intervenções seriam implantadas primeiramente em algumas
terras públicas existentes no interior do manancial. Então foi escolhida a micro-bacia do córrego
Contendas, afluente do Candidópolis, onde havia terras federais, municipais e terras do
Movimento Negro de Itabira (parceiro do projeto).
Com o desenvolvimento das atividades nesta área (2007 e 2008) os técnicos Gilmar
Bretas Martins Cruz (SMAA) e Clóvis Ferreira Pires (SAAE), que já conheciam a região,
passaram a ter maior contato com os proprietários, o que possibilitou o diálogo entre eles. Neste
processo, muitos dos produtores foram percebendo a importância daquelas intervenções. Ainda
assim, muitos outros tinham temores como, por exemplo, que o cercamento e o reflorestamento
pudessem tirar deles a posse das terras, ou ainda que os mini-terraços e as caixas de captação
reduzissem a produtividade das suas terras, por isto não aderiram no primeiro momento.
Com o passar do tempo estes proprietários perceberam que as intervenções não
reduziam a produtividades das terras, ao contrário, devido ao aumento da umidade no solo por
um período maior do ano e devido à manutenção dos nutrientes, que antes eram carreados pela
erosão, as pastagens melhoravam e se mantinham em boas condições todo o ano. Além disso,
perceberam que os cercamentos e o reflorestamento, geralmente feitos em áreas muito
degradadas, portanto pouco produtivas, não comprometiam as atividades econômicas no restante
das terras e não tiravam a posse da terra de ninguém – afinal muitos proprietários mais
esclarecidos haviam aderido ao projeto e eles não fariam isto se houvesse tal risco.
O resultado deste processo é que, em função da grande procura, existe uma lista de
espera de produtores que querem aderir ao projeto.
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4 RESULTADOS ENCONTRADOS
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Gráfico 1: Hidrógrafa 2007 Gráfico 2: Hidrógrafa 2008
8 350 8 250
Pluviom etria (m m )
Pluviom etria (m m )
7 300 7
200
6 250 6
V az ão (l/s)
V azâo (l/s)
5 5 150
200
4 4
150 100
3 3
2 100 2
50
1 50 1
0 0 0 0
10:40
10:50
11:00
11:10
11:20
11:30
11:40
11:50
12:00
12:10
12:20
12:30
12:40
12:50
13:00
13:10
15:00
15:10
15:20
15:30
15:40
15:50
16:00
16:10
16:20
16:30
16:40
16:50
17:00
17:10
17:20
17:30
17:40
17:50
Horas Horas
P Q P Q
Além dos resultados hídricos, o projeto “Mãe D’água promove a notória melhoria das
condições ambientais, com o aumento da biodiversidade proporcionado principalmente pelo
reflorestamento das áreas degradadas.
Antes da implantação do projeto “Mãe D’água”, na Sub-bacia do Córrego do Meio
havia uma área que a prefeitura de Itabira utilizava para extração de cascalho, e que se
encontrava em situação de extrema de degradação. Esta foi uma das primeiras áreas trabalhadas
dentro do projeto. (vide fotos 1 e 2 a seguir)
8
Foto 1: Atividades de recuperação da cascalheira Foto 2: Área da cascalheira (dois anos depois)
(antes)
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
9
Um resultado interessante do Mãe D’água é a transformação do manancial em uma
Bacia Escola, que pode se tornar referência para o aprimoramento de técnicos atuantes na área
ambiental e para o desenvolvimento de trabalhos científicos sobre o tema. Situação cada vez
mais vislumbrada em função das parcerias que estão sendo construídas com instituições de
ensino como a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), com um campus estendido sendo
instalado em Itabira-MG.
5 REFERÊNCIASBIBLIOGRAFICAS
–––––––. Decreto 97.632, de 10 de abril de 1989. Dispõe sobre a regulamentação do Artigo 2°,
inciso VIII, da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá outras providências. Disponível
emhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D97632.htm
–––––––. Lei 11445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990,
8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11
de maio de 1978; e dá outras providências. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm
–––––––. Lei 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm
–––––––. Lei 9433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos,
cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do
art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que
modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9433.htm
Guerra Júnior, D. Recuperação de Vazão Hídrica Por Meio de Medidas Não Estruturais: O
Caso do Córrego Contendas, em Itabira – MG. 1ª Ed. Monografia apresentada, para fins de
conclusão de curso, ao Instituto Superior de Educação de Itabira, curso de Geografia. Itabira:
Funcesi, 2008, 43p.
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ANEXO
MAPAS E FOTOS
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Mapa 1: Aspectos Gerais de Itabira
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Mapa 2: Manancial Candidópolis e Área do Mãe D’água
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Foto 3: Vertedor da ETA “Pureza” (2004) Foto 4: Vertedor da ETA “Pureza” (seca de 2008)
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 5: Reservatório da ETA “Pureza” em situação Foto 6: Reservatório da ETA “Pureza” assoreado
normal
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 7: Parte da equipe de elaboração do Projeto Mãe Foto 8: Parte da equipe do Projeto Mãe D’água
D’água
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
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Foto 9: Construção de Mini-terraços por trator Foto 10: Construção de Mini-terraços por trator
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 11: Construção de Mini-terraços com o uso de Foto 12: Limpeza manual dos mini-terraços
tração animal
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 13: Mini-terraços após chuva Foto 14: Mini-terraços após chuva
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
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Foto 15: Escavação de caixa de contenção de Foto 16: Caixa de contenção de enxurrada na margem
enxurrada de estrada rural
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 17: Caixa de contenção de enxurrada durante Foto 18: Caixa de contenção de enxurrada após chuva
chuva
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 19: Construção de paliçadas com bambu Foto 20: Paliçadas construídas com eucalipto
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
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Foto 21: Paliçadas em erosão na margem da estrada Foto 22: Paliçada com os sedimentos contidos após
chuvas
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 23: Fossa e filtro para o tratamento do esgoto Foto 24: Alguns componentes da fossa séptica
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 25: Instalação de fossa e filtro Foto 26: Fossa séptica instalada
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
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Foto 27: Construção de cerca em torno de nascente Foto 28: Nascente cercada
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 29: Viveiro de mudas nativas do Mãe D’água Foto 30: Muda recém plantada
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 31: Mudas com dois anos de idade Foto 32: Muda com dois anos
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
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Foto 33: Instalação do Linígrafo na estação de Foto 34: Coleta de dados na estação de monitoramento
monitoramento de vazão do Córrego do Meio de vazão do Córrego Contendas
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 35: Dia de campo com integrantes da Foto 36: Palestra em escola do ensino fundamental
comunidade local
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
Foto 37: Dia de campo com funcionários da Secretaria Foto 38: Dia de campo com alunos da APAE-Itabira
Municipal de Obras para demonstrar as técnicas de
conservação de estradas aplicáveis ao seu trabalho
Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água Fonte: Monitoramento do Projeto Mãe D’água
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