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Palestra do Guia Pathwork No.

148
Palestra Anteriormente Editada
2 Dezembro 1966.

POSITIVIDADE E NEGATIVIDADE: UMA CORRENTE ÚNICA

Saudações, meus queridos amigos ! Que as bênçãos de inteligência


criativa existentes em torno e dentro de vocês, os fortaleçam e os iluminem
para que estas palavras ecoem e sirvam como material para ajudar a
continuar, com sucesso, o seu caminho rumo à descoberta do Eu Real.

Muitos de vocês, meus amigos, descobriram uma camada dentro de si,


onde estão cara a cara com sua própria destrutividade.

E eu estou me referindo a algo além da descoberta de uma simples


emoção, o reconhecimento de uma hostilidade momentânea; estou falando
de uma destrutividade generalizada, perversa, essencial e persistente, que
tem estado adormecida e bastante encoberta.

É uma experiência bem diferente, a da descoberta desta camada;


senti-la e comparar as condições em que vocês estavam antes desta nova
percepção.

Vocês estão, agora, num estágio em que podem observar-se


pensando, sentindo e agindo destrutivamente, enquanto que antes, vocês,
no máximo, tinham uma percepção teórica de tal destrutividade e podiam
apenas supor a sua presença através de manifestações desconfortáveis na
sua vida. Agora, vocês estão lidando com o problema de como sair dessa
condição.

Vocês estão confundidos, porque não gostam de estar desse jeito.


Vocês até mesmo sabem e compreendem com bastante clareza que essa
condição é totalmente inútil e sem sentido, que a destrutividade não serve a
um propósito bom. Contudo, vocês estão na situação de serem incapazes de
abrir mão desta destrutividade.

Não é fácil alcançar uma consciência em que possam se ver pensando,


sentindo e agindo destrutivamente; onde, além do mais, exista a
consciência de que isso lhes causa miséria; mas ainda estão totalmente
incapacitados e sem vontade para abrir mão desta maneira de ser.

by Eva Broch Pierrakos


 1999 The Pathwork Foundation
Palestra do Guia Pathwork No. 148
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Devo dizer-lhes que, estar consciente deste estado é uma grande parte
do sucesso, se é que esta palavra pode ser usada. Mas, para realizar a
segunda parte desta fase da sua evolução o chamado abrir mão da
destrutividade, a natureza da destrutividade deve ser melhor compreendida.

Todo o problema humano do conceito dualista de vida tem, em grande


parte, a ver com a falta de compreensão da humanidade sobre a sua própria
destrutividade. Os seres humanos são levados a pensar na força destrutiva
como algo oposto à força construtiva.
Mesmo aqueles de vocês que, teoricamente, sabem que não existe tal
divisão, tendem a pensar: Aqui estão os meus sentimentos negativos. Eu
gostaria de, no lugar, ter pensamentos positivos".

Vocês acham, também que, após as emoções negativas estarem


dissipadas, um novo conjunto de sentimentos se seguirá, como se este novo
conjunto de sentimentos consistisse de uma energia ou material psíquico
inteiramente diferente.

Quando vocês falam de duas forças ou dois conjuntos de sentimentos


é meramente uma figura de linguagem, uma maneira de expressar dois tipos
diferentes de experiências. Contudo, esta figura de linguagem é uma
expressão da má concepção dualística e operativa dentro de toda a
consciência humana.

Na verdade, existe apenas um poder. É muito importante


compreender, meus amigos, particularmente quando vocês começam a lidar
com sua própria destrutividade e negatividade. Existe uma força vital que
energiza cada expressão de vida. A mesma força vital pode fluir de uma
forma constante, positiva e afirmativa, ou pode transformar-se numa
corrente destrutiva e negativa.

A fim de compreender este processo de uma forma específica e


pessoal eu falarei sobre isto de um ponto de vista de um indivíduo em
relação à sua vida. Não farei um discurso sobre os princípios espirituais
gerais; apenas tocarei nesse tema quando for necessário para a
compreensão do tópico como um todo.

Primeiro, repetirei que a força de vida como tal, quando


verdadeiramente expressada, é totalmente construtiva, positiva e
afirmativa. Conseqüentemente, produz prazer total para qualquer
consciência que viva, sinta e perceba.

Quanto mais esta consciência estiver plenamente desenvolvida, mais


pleno o prazer que ela pode experimentar, a partir e através da força de vida
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pura, qualquer que seja a forma em que ela se expresse. A força de vida
pura só pode ser beleza.

Cada organismo de vida tende a perceber esta potencialidade na


natureza - um bebê recém-nascido, uma planta, uma célula. Quando este
fluxo natural sofre interferência, a corrente de energia que busca expressão
fica bloqueada e proibida de fluir para seu destino; o fluxo natural fica
paralisado por algumas condições.

Estas, podem ser tanto internas como externas - ou ambas. Quando


as crianças mais jovens encontram condições no ambiente externo que
proíbem o fluxo natural da força de vida, a extensão do prejuízo depende de
quão livres elas estão dos bloqueios internos.

Se os bloqueios internos existem e permanecem adormecidos porque


não foram eliminados nas existências anteriores, as condições externas
negativas criarão um severo bloqueio, congelando a corrente de energia
flutuante e petrificando-a numa massa psíquica endurecida. Quando não
existem bloqueios anteriores, as condições externas negativas criarão um
distúrbio apenas temporário no fluxo da força de vida.
Os problemas persistentes na vida das pessoas, resultam de tal
bloqueio de energia. O desbloqueio só pode ocorrer quando o
relacionamento entre as condições negativas externas e internas,
responsáveis pelo bloqueio, é perfeitamente compreendido.

As faculdades do ego imaturo da criança criam um procedimento


adequado às condições negativas. Uma condição negativa externa pode,
conseqüentemente, nunca ser totalmente responsável pela condensação de
energia e pela paralisação da corrente de vida. Ela pode ser, apenas, o fator
de ativação final, trazendo à tona a condição adormecida negativa e interior.

O lugar (na alma), onde as condições externas negativas ativam as


condições internas negativas que estão adormecidas , é aquele ponto no
qual a força de vida positiva se transforma numa força de não-vida
destrutiva.

Os sentimentos passam de amor para medo e hostilidade, de confiança


para desconfiança, e assim por diante. Finalmente, o poder negativo torna-
se tão insuportável que os sentimentos conectados com isso ficam todos
entorpecidos.

Quando os seres humanos se encontram em tal caminho, é muito


importante que compreendam, especificamente, que uma emoção negativa
não pode ser substituída por uma emoção diferente e positiva. Ela deve ser
re-convertida ao seu estado original.
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Como faremos isso, meus amigos? Cada indivíduo deve encontrar a


maneira de re-converter este fluxo energético ao estado original. Cada
manifestação de vida que vocês experimentam como problemática,
desconfortável ou produtora de ansiedade é o resultado de uma repetição do
evento original nesta vida, quando a força positiva prazerosa foi bloqueada,
impedida ou proibida e foi, conseqüentemente, transformada em
desconforto.

Mas, não se pode afirmar cabalmente que, neste desprazer, o prazer


esteja totalmente ausente. Eu já mencionei isto, num contexto diferente
mas, como isto não ficou suficientemente claro, estou voltando ao assunto,
visto de um ângulo novo.

Quando vocês se encontram bloqueados na tentativa de superar a


negatividade, é extremamente importante sentir, em profundidade, dentro
de si mesmo, o aspecto prazeroso dessa negatividade, a despeito do mal-
estar que isso provoque na consciência.

A dificuldade de se livrar da destrutividade é, naturalmente, também


devido a outras razões, que vocês já verificaram: o desejo de punir ou de
usar o condicionamento que diz: "Se eu for muito infeliz, isso mostrará como
o mundo está errado, não me dando o que eu quero."

Mas, essas razões não constituem a maior dificuldade na dissolução da


negatividade. É necessário sentir, intuitivamente, e, então, sentir muito
especificamente, que na sua negatividade, paradoxalmente, ambos, prazer e
desprazer, estão simultaneamente presentes.

Isto é muito compreensível quando vocês olham o processo nos termos


da explanação que eu fiz. O princípio do prazer não pode estar
completamente ausente, apesar dele aparecer de uma forma distorcida.

Os ingredientes básicos da energia de vida devem permanecer


sempre, não importa quão distorcidas são as suas manifestações e,
conseqüentemente, quão difícil o detectar da natureza original da corrente
de vida.

Aqui está, precisamente, o por quê da negatividade parecer tão difícil


de ser transformada. Os aspectos prazerosos dela sempre existem.
Quando é compreendido que apenas a forma de expressão deve ser
modificada, a fim de que a corrente vital idêntica possa ser, ela mesma, re-
convertida, a negatividade pode ser deixada para trás.
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Quando vocês tiverem compreendido que o aspecto doloroso, que


significa a expressão negativa, pode ser abandonado, enquanto que os
aspectos prazerosos podem crescer em força, a negatividade pode se
transformar. Quando vocês tiverem compreendido que um novo conjunto
de emoções não virá do nada, mas que a mesma corrente se manifestará de
modo diferente, então, o que parece difícil, acontecerá por si.

Quando vocês meditarem sobre isso, vai se tornar possível para vocês
ficarem cientes do prazer conectado à destrutividade. Ao invés de
sentimentos de culpa sobre este prazer e conseqüente repressão deles,
vocês estarão numa posição de permitir que a corrente destrutiva se
desenvolva, se expresse e se re-converta.

O apego, ou a conexão, entre prazer e destrutividade tem contribuído


para a culpa disseminada que os seres humanos sentem acerca das
experiências de prazer. Isto, por sua vez, é responsável por entorpecer
todos os sentimentos. Pois, como o prazer pode ser liberado da
destrutividade, se ambos são considerados igualmente errados?

E, contudo, os seres humanos não podem viver sem o prazer, mesmo


quando o fazem em segredo, pois a vida e o prazer são unos e iguais.
Quando o prazer está ligado à destrutividade, não se pode abrir mão desta.
Sentimos como se estivéssemos desistindo da vida.

Isso faz com que, em algum nível da sua vida interior, vocês se
segurem igualmente ao prazer e à destrutividade, sentindo culpa e, ao
mesmo tempo, medo de ambos. Num nível superficialmente mais
consciente, ficam entorpecidos e sentem-se pequenos ou aniquilados.

Não é suficiente saber disso de modo geral; este conhecimento deve


ser trazido de volta às circunstâncias específicas. Qual é a manifestação
externa, neste momento, que lhe causa angústia constante?

Não é possível que seja simplesmente uma experiência momentânea


que se dissolve logo que novas condições emergem. Não, estes são os
problemas que vocês não conseguem resolver nas suas vidas.

Para resolver verdadeiramente estas condições que chamamos


imagens e que recriam eternamente condições similares e novas situações,
a energia bloqueada e paralisada deve tornar-se fluida de novo. E isso só
pode acontecer quando vocês começam, como primeiro passo nessa fase
específica do seu desenvolvimento, a descobrir o aspecto prazeroso na sua
destrutividade. Esta deve ser uma percepção nítida.
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Como a corrente de prazer na força vital se manifesta primariamente


em sua vida naquilo que referimos como sexualidade, as energias
destrutivas e bloqueadas contém a energia sexual bloqueada.

Segue-se que o problema exterior deve ser simbólico ou representativo


de como a energia sexual foi, pela primeira vez, bloqueada por condições
exteriores. A dor desse bloqueio causou a destrutividade que, ao mesmo
tempo, contém aspectos do princípio do prazer.

Conseqüentemente, cada situação difícil na vida representa uma


fixação sexual na parte mais interna da psique que vocês temem e da qual
tentam fugir. Pelo fato de não enfrentarem e vivenciarem isto, as condições
externas tornam-se "não resolvíveis"; a situação torna-se cada vez mais
alienada da sua causa interior, onde ainda está viva pelo aspecto do prazer.

Neste caminho, vocês devem, por conseguinte, voltar-se para dentro,


por assim dizer, e permitirem-se sentir o prazer na destrutividade. Então, e
apenas então, é que compreenderão verdadeiramente a situação externa
dolorosa que pode não ter nada a ver com a sua vida emocional de agora ou
com seus problemas sexuais.

Já mencionei antes que, na maioria de suas fantasias sexuais mais


secretas estão os segredos dos seus conflitos, bem como a chave para a sua
solução. Quando encontrarem o paralelo entre o problema externo e a
corrente de prazer na sua sexualidade, vocês serão capazes de fazer com
que a energia congelada flua de novo.

Isso os capacitará a dissolver a negatividade, a destrutividade e isto, é


claro, é essencial para a eliminação do problema exterior. A inabilidade em
sentir o prazer no desprazer é o resultado da luta contra vocês mesmos e de
não gostarem de si mesmos por causa desta distorção específica.

Conseqüentemente, há negação, repressão e posterior alienação do


núcleo onde as condições podem ser experimentadas e gradualmente
alteradas.

Cada experiência deve ter um núcleo desses, onde a corrente original


foi bloqueada e está, portanto, distorcida e onde a dicotomia
prazer/desprazer produz uma fixação inconsciente da experiência de prazer
numa situação negativa.

Então, vocês lutam contra isso por quaisquer razões e, como


conseqüência, os problemas exteriores começam a se formar e, então, a
repetir-se cada vez mais. Eles não podem ser superados até que este núcleo
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seja experimentado. Isto se aplica a todos os problemas persistentes,


apareça ou não a ligação dos mesmos com a sexualidade.

Bem, meus amigos, esta reação em cadeia que acabei de explicar,


deve ser compreendida e trabalhada pessoalmente. Vocês devem parar de
fugir desta distorção em si mesmos. Devem permitir-se vê-la e deixar que
ela se desenvolva dentro de vocês, vivenciando-a plenamente - e, então,
vocês verão a dicotomia entre prazer e desprazer.

Vocês compreenderão e experimentarão o por quê e o como a


destrutividade, em qualquer que seja a forma ou modo em que ela se
manifeste na sua vida, parece ser tão difícil de abandonar. ao mesmo tempo
que ela se enfraquecerá, mais que antes, quando vocês tentaram livrar-se
dela sem a compreensão.

Tudo isto pode parecer muito teórico para a pessoa que ainda está
longe deste ponto, mas muitos de vocês estão muito próximos ou já estão no
ponto em que estas palavras podem ser usadas e postas em ação, em
reconhecimento.

Este será um ponto de mutação no seu interior e, conseqüentemente,


na sua vida exterior, após o qual não será mais um problema abandonar a
destrutividade, pois não se pode conseguir abandoná-la forçando para longe
com a vontade superficial, sem uma profunda compreensão das forças
internas que constituem esta mesma destrutividade.

Sim, a vontade deve estar lá, em princípio mas, ao mesmo tempo,


como eu disse em tantos outros contextos, a vontade exterior deveria ser
usada apenas para o propósito de liberação dos poderes internos que
tornam o desenvolvimento um processo natural, orgânico e harmonioso.

Assim, a destrutividade se dissolverá por si mesma. Não é


deliberadamente jogada, como um casaco sobre uma poltrona, nem os
sentimentos construtivos são produzidos por um ato de vontade desses. É
um processo evolutivo dentro de você, bem aqui e agora.

Uma outra área em que os seres humanos se encontram


extremamente bloqueados, impedidos e impacientes com sua própria
evolução ou desenvolvimento, está ligada à inveja. Este é um tópico muito
mais importante do que a maioria de vocês imaginam.

Alguns de vocês começaram a ver que todas as vezes que têm


problemas em sua vida, emerge a inveja. Quando não há problema, vocês
estão livres dela. A inveja emerge do ódio de si mesmo e, para sair desta
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cristalização, a corrente de inveja tem que ser transcendida, a fim de


realmente ser re-convertida a sua natureza original.

O que causa a inveja é, de novo, o conceito dualista, no qual a vida é


compreendida em termos de escolha entre duas coisas distintas. "Ou eu
obtenho isto, ou o outro o obtém", é natureza de toda a inveja. Isto mostra a
limitação com a qual a humanidade experimenta o universo. O universo é
infinito na sua abundância e, realmente, saber disso, torna impossível a
inveja.

O que outra pessoa tem, não foi retirado de você. O que você tem,
nunca foi retirado de outra pessoa. A má concepção dualista apresenta
inúmeros problemas. Não cria apenas a inveja, mas também a culpa que
paraliza o fluxo poderoso da energia para alcançar o bem que pode ser seu.
Isto torna você muito indeciso para expressar e experimentar o melhor
(que é possível), e faz vocês verem os problemas de uma forma distorcida.
Isto gera culpa por querer o que os outros têm e, ao mesmo tempo, por
invejá-los.

Esta percepção distorcida das condições de vida é,


também,responsável pela atitude competitiva endêmica que aflige a
humanidade. Isto se manifesta particularmente forte em algumas
civilizações, em certos períodos da sua história.

Contudo, compreender a verdade espiritual desta maneira, torna


impossível para as pessoas "medirem-se" por qualquer outra pessoa. A
comparação entre duas pessoas é totalmente irreal; mede-se o que não
pode ser medido.

A pessoa que não está mais presa a este erro, será livre da angústia
específica da destrutividade. Uma vez que vocês compreendam o princípio
unitivo, que o bem nunca é divisível, grande parte dos problemas serão
eliminados.

Vocês não se sentirão invejosos e, conseqüentemente, não sentirão


culpa. Não terão que enfrentar a necessidade aparente de renunciar em
favor de alguém porque saberão (em profundidade) que aquilo que é seu, é
seu; e o que é da outra pessoa, pertence a ela/ele.

Este simples fato tornará impossível o egoísmo e a desonestidade


existentes na natureza infantil, onde prevalece a tendência de enganar a
vida. Não tentarão fugir com algo, nem se verão como seres especiais ao se
comparar com outros.
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Na última sessão de perguntas, nós discutimos este tópico em conexão


com uma questão sobre os danos do desejo ou da necessidade de ser
especial. Em conexão com o assunto desta palestra, eu digo que esta
necessidade é devida a uma confusão que surge na tendência correta para a
plena auto-realização e a necessidade interna de fazê-la acontecer.

Qual é a confusão aqui? A auto-realização plena envolve sempre a


unicidade do indivíduo. Ela não nivela a individualidade nem implica, por
pouco que seja, em mediocridade. Pelo contrário. Por que, então, se crê
que o fato de não necessitar de ser especial significa desistir da
individualidade, ou até mesmo aceitar a mediocridade?

A resposta é que, quando a necessidade de ser especial contém um


desejo de triunfo sobre os outros, assinala uma atitude de ser contra os
outros. Implica que auto desenvolvimento só existe às custas dos outros. É
o "Ou ele, ou eu", resultante dos conceitos dualistas errôneo que são sempre
destrutivos.

Isso, na verdade, destrói o valor dos outros, ao menos em termos do


seu desejo e objetivo, se é que não destrói de fato. A conseqüência
posterior é que o processo latente e auto-regulador da consciência diz não
para este esforço e para a corrente de energia fluente.

Esta corrente torna-se, então, entorpecida ou negativa. Isto significa


que vocês ficam ou passivos, paralisados e impedidos ou implacáveis, com a
culpa inevitável e conseqüências externas.
A verdade da questão e a solução para esta confusão, só pode ser
encontrada quando vocês distinguem entre duas maneiras totalmente
diferentes de medir ou de avaliar aquilo que aponta para dois objetivos
totalmente diferentes.

Quando vocês querem ser especiais a fim de triunfar sobre os outros,


quando a sua unicidade existe à custa dos outros e é medida "contra" a dos
outros, esta unicidade é destrutiva e levará a inúmeros problemas.

Mas quando vocês perceberem que a sua própria "especialidade"


pode ser desbloqueada sem que vocês se meçam pelos outros, não haverá
problemas de tal ordem. Vocês estarão livres para desbloquear e
desenvolver o melhor em si mesmos, sem infringir os direitos ou
necessidades dos outros.

Pelo contrário, o que há de melhor em vocês cooperará com os outros,


ao invés de tirar deles, vocês darão o melhor de si mesmos sem que
necessitem roubar, ultrapassar, obter mais do que dão. A liberação do
poder ativará mais poder. Não haverá necessidade de frear. A inveja, a
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culpa, a desonestidade e a depreciação dos outros é que criam a


necessidade de por freios na corrente de força construtiva das pessoas.

Quando vocês não conhecem o fato de que têm dentro de si as


possibilidades de auto desenvolvimento, a única maneira que podem
conceber de expressar-se é se medindo e se comparando com os outros.

Quando vocês sabem que, a despeito de serem melhores ou piores que


os outros, vocês têm sua própria cota de crescimento para realizar por si
mesmos, não terão qualquer conflito sobre este assunto.

Claro que vocês deveriam dar o melhor de si mesmos, mas, se, por
qualquer razão, não importa quão secreta, o seu melhor é planejado para
dominar os outros ou obter quaisquer privilégios ilícitos, vocês acabarão
tendo problemas. Então, a individualidade não poderá se desenvolver
porque o ego, a vaidade e a crueldade tomam o seu lugar e a convertem em
poder destrutivo.

Quando vocês sentirem inveja - ou olhando para o outro lado da


mesma moeda - a necessidade de impressionar as outras pessoas, ou de
serem melhores do que elas, tentem sentir o poder construtivo por detrás
desta necessidade.

Pois essa necessidade é apenas a distorção da vontade interior de


perceber o melhor em vocês. Quando fizerem isso, não mais se sentirão
paralisados ou bloqueados.

Alguma pergunta?

PERGUNTA:O que torna a percepção do prazer tão única e específica


em relação ao desprazer?

RESPOSTA: Esta é uma pergunta muito importante e a resposta pode


não parecer direta, mas é. É sabido que vocês, seres humanos, temem o
prazer, quando ainda estão cheios de conflitos e problemas cuja natureza
vocês não entendem.

Qualquer de vocês, trilhando este caminho que explora profundamente


as suas reações, descobre este fato surpreendente: vocês temem mais o
prazer do que a dor.

Vocês, que não verificaram ainda este fato em si mesmos, podem


achar isso inacreditável, pois, conscientemente, se ressentem do desprazer
e querem que ele desapareça.
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E, até certo ponto, isso está certo, pois o desprazer não pode ser
desejado. Não se pode resolver esta dicotomia a menos que você mergulhe
profundamente nos seus processos psíquicos, para sentir o prazer no
desprazer.

O prazer total é temido por uma razão muito importante: o prazer


supremo da corrente de energia cósmica parece insustentável,
amedrontador, insuportável e quase aniquilador, quando a personalidade
ainda está voltada para a negatividade e a destrutividade.

Colocando isso de outra forma, enquanto a personalidade não


harmoniza sua integridade, a impureza, a desonestidade, o engano e a
malícia ainda existem na psique, o prazer puro deve ser rejeitado.

Daí, o prazer negativo é a única forma da entidade poder experimentar


uma fração do prazer como um todo. Quando aqueles que estão no
caminho descobrem que lá no fundo de si temem o prazer como se fosse um
perigo, devem perguntar-se: "Onde é que não sou honesto com a vida ou
comigo mesmo? Onde me engano? Onde desarmonizo a minha
integridade?"

Estas áreas mostram precisamente onde, por que e em que grau o


prazer puro é rejeitado. Quando vocês admitem que temem e rejeitam o
prazer e que não é a vida que os priva dele é que, então, algo pode ser feito,
fazendo-se perguntas desconcertantes e subseqüentemente encontrando os
elementos da desarmonia em vocês.

Quando encontram o ponto em que violam seu senso de decência e


honestidade, vocês podem destravar a porta que fechava o acesso à
transformação do prazer negativo e que os forçava a rejeitar o prazer que
estava bloqueado pela dor.

PERGUNTA: Você poderia definir o prazer como expansão e a dor como


contração?

RESPOSTA: Sim, isso é bem verdade. Mas, no puro prazer existe


também contração, só que num movimento suave e rítmico, de maneira
harmoniosa. O desprazer é uma contração prolongada, semelhante a uma
câimbra.

PERGUNTA:A maneira como experimento o medo do prazer, é


experimentando o medo de me perder no prazer. É a isso, que você se
referiu?
RESPOSTA: Sim, foi a isso precisamente que me referi. Isso pode ser
explicado quando você pensa em termos de confiança. Quando você,
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consciente ou inconscientemente, profundamente sente os pequenos


mecanismos ocultos, através dos quais vocês evitam ser diretos para com a
própria vida, quando a sua resposta para a vida é negativa sob qualquer
ângulo e, conseqüentemente, o seu senso de integridade está
desarmonizado, vocês não conseguem confiar em si.

Não confiam, também, quando fogem do seu núcleo de princípio de


prazer negativo, como foi explicado nesta palestra. É para ser,
compreendido e vivido, plenamente, com auto aceitação, antes que vocês
possam confiar e abrir as defesas.

Como eu tenho dito sempre, seu eu mais profundo, as suas próprias


energias psíquicas e as energias vitais são unas e da mesma substância;
não se pode confiar em si sem confiar na vida.

Se você desconfia de si mesmo, em algum nível, por qualquer razão -


certa ou errada - como vocês podem se entregar para mergulhar nas suas
profundezas interiores e dentro da corrente da vida?

Para se perder desta forma, a confiança deve existir e esta confiança


é, em princípio, absolutamente justificável. Mas, na prática, em
manifestações específicas, ela freqüentemente não é justificável.

A auto aceitação plena deve estabelecer-se antes de existir confiança.


Então, não haverá mais nenhum medo de se perder, porque tal perda do ego
será experimentada como retorno para seu eu, mais rico que nunca.

PERGUNTA:Me parece que, quando eu faço algo de que não gosto, o


que significa entrar em contato com a raiva, a culpa ou o ciúme, eu jogo
sobre outra pessoa a responsabilidade por eu estar desta forma. Esta é
uma observação válida e o que eu deveria fazer a respeito?

RESPOSTA: Mesmo se um pouco de culpa é jogada sobre a


responsabilidade da outra pessoa, como uma situação parcialmente
verdadeira - e geralmente acontece assim com os seres humanos são - deve
haver algo em você que você ignora e que o incomoda, pois, do contrário,
não haveria problemas ou sentimentos de desarmonia em você.

Seria relativamente fácil aceitar as dificuldades e falhas das outras


pessoas. Pois do contrário, a pessoa não estaria envolvida em situações em
que estas falhas não são úteis e, sim, afetam negativamente o self.

A existência desses distúrbios aponta para elementos desconhecidos


que devem ser verificados, a fim de eliminar sentimentos destrutivos. Daí,
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essa raiva é essencialmente dirigida contra o eu. Você pode ficar com raiva
porque está com raiva e não consegue aceitar esta emoção em si mesmo.

Pode ficar com raiva porque não consegue aceitar um aspecto similar
ou correspondente em você; o que quer que o "enraive" na outra pessoa,
pode existir de uma maneira ligeiramente diferente em você.
Resumindo, a pergunta deve ser: O que em mim produziu esta
situação? De que forma sou co-produtor desta situação? De que maneira
contribuo para ela?

Novamente, o conceito dualista de vida estorva e confunde vocês. Se


o indivíduo tenta resolver tal problema com a atitude de descobrir as falhas
desta ou daquela pessoa, não há solução.

Nenhuma destas duas alternativas satisfaz pois pode ser ou um erro


completo, ou estar baseado numa avaliação inconsciente do problema
interior da pessoa - que está afetando o problema interior da outra pessoa -
é visto como um ciclo vicioso interagente.

Quando você percebe, verdadeiramente, que a situação deve ser uma


co-produção, então pode começar a fazer sérias "tomadas" na direção
correta.

A segunda coisa é que vocês raramente conseguem encontrar a


resposta, porque procuram a causa de uma maneira limitada e moralista. A
maneira com a qual você pode contribuir para a situação, pode ser
inteiramente diferente daquilo que você quer se defender.

Por exemplo, vocês podem tentar inocentar-se porque sentem


maldade em si mesmos. Na verdade, sua contribuição pode não ser nada
de mau ou ruim de todo. pelo contrário, pode ser que você subestime seus
valores, seus direitos, sua pessoa como um todo.

Você pode ser fraca, submissa, não suficiente assertiva e, então, você
fomenta uma situação negativa de um tipo bem diferente daquela em que
você vagamente se defende em si mesma.

Tal fraqueza é sempre o resultado de algum distúrbio na psique no


nível mais profundo e não pode ser útil, apenas cria negatividade e
destrutividade; mas, a maneira de eliminar a fraqueza não é expulsando a
destrutividade.

Assim, não se poderá chegar ao sucesso. Deve-se trabalhar num nível


muito profundo com estes problemas. Freqüentemente, a fraqueza é
confundida com a bondade e a força com a crueldade ou egoísmo. Quando
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você se prende a estas confusões, não encontra o caminho para resolver o


problema e encontrar a verdade plena.

Conseqüentemente, sugiro a seguinte meditação, que alcança o fundo


do self: "De verdade, eu quero ver onde violo a lei espiritual, onde é que
estou errada, no sentido usual da palavra, mas eu gostaria de saber onde é
que sou fraca e confusa e, conseqüentemente, onde as emoções negativas
afloram".

Onde é que eu talvez não esteja consciente dos meus verdadeiros


valores e, por causa desta falta de consciência, eu luto de maneira errada?
Eu gostaria de ver esses elementos e direcioná-los. Eu quero ver "todos os
lados". Geralmente eles interagem e não são elementos desconectados. A
falta de auto afirmação num nível, pode induzir a uma super-afirmação
raivosa manifesta.

Quando a meditação está direcionada para tais canais, a nova visão


pode vir - a visão que, até então, estava bloqueada.
Possa a compreensão de vocês crescer para que sintam suas próprias
distorções e percebam como estas distorções são uma energia de vida
válida, que pode ser ativada da maneira específica que eu mostrei aqui.

Sejam abençoados, cada um de vocês; recebam a força e o poder que


flui para vocês. Façam uso deles, viagem neste caminho para o núcleo de
seu próprio interior.

Estejam com Deus!

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Palestra do Guia Pathwork No. 148
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