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Tratamentos térmicos - Têmpera e revenido

Written by Marcos Cassiano


Friday, 12 March 2010 12:27 -

Têmpera e revenido

Conforme visto em página anterior, a martensita é a estrutura básica formada no processo de


têmpera, que tem como resultado um expressivo aumento da dureza do aço.

Em razão das posições das linhas de início e de fim da transformação (M i  e M f  no diagrama),
há necessidade de um rápido resfriamento para que ela ocorra.

Na prática, isso é obtido através da imersão da peça em um meio adequado (água ou óleo, por
exemplo). Em alguns casos, jatos de ar são suficientes para a operação.

Fig 01
A linha indicativa do processo no diagrama TTT da Figura 01 dá uma idéia das etapas. O
resfriamento é a parte esquerda da curva, isto é, da temperatura pouco acima de A até pouco
abaixo de M f .

Considerando a inércia térmica do metal e a rapidez do resfriamento, conclui-se que este


último não se dá de maneira uniforme. Quanto mais próximo do meio de resfriamento, maior a
velocidade. Assim, há duas curvas extremas, uma para a superfície e outra para a região
central.

A dureza da martensita e as tensões resultantes das diferenças estruturais provocadas pelas


diferentes velocidades de resfriamento resultam em um material bastante duro, mas frágil e

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com reais possibilidades de trincas ou deformações, a depender do nível dessas tensões.

Em peças de pequenas dimensões ou seções, esses efeitos podem ser algumas vezes
tolerados, mas são bastante prejudiciais ou inaceitáveis na maioria dos casos.

O revenido é um tratamento posterior à têmpera, que consiste em elevar a temperatura até


certo nível e manter por algum tempo, conforme restante da curva verde da Figura 01.

O resultado é um alívio das tensões internas e redução da dureza, tanto maior quanto maiores
a temperatura e o tempo de revenido.

Fig 02
Pode-se dizer, portanto, que a operação de revenido ajusta a dureza desejada da peça. Se a
dureza diminui, a ductilidade aumenta e, por conseqüência, a resistência ao impacto. Na Figura
02, a variação aproximada desses parâmetros versus temperatura de revenido para aço com
0,45% C.

A temperatura de aquecimento para a têmpera deve estar um pouco acima de um determinado


nível A, indicado na Figura 01.

Esse valor deve ser tal que a estrutura do aço, antes de iniciar o resfriamento, seja formada
basicamente pela austenita.

No caso de aços hipereutetóides, a presença de alguma cementita não traz maiores


conseqüências. Portanto, o nível A pode ser a temperatura crítica inferior A 1 . Aços
hipoeutetóides contêm ferrita logo acima de A
1
, o que produz um endurecimento incompleto. Para esses aços, o nível A deve ser a
temperatura crítica superior, linha A
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no diagrama Fe-C.

Fig 03
A Figura 03 (a) dá o aspecto micrográfico típico da martensita obtida após o resfriamento.
Notar a estrutura agulheada. Em (b), o aspecto após o revenido. A estrutura é transformada em
finos grãos de cementita distribuídos em uma matriz de ferrita.

A transformação da austenita em martensita não é um processo de difusão. É um rearranjo


atômico e a martensita pode ser considerada uma solução sólida supersaturada de carbono em
ferro alfa. A estrutura é tetragonal de corpo centrado, diferente da cúbica de face centrada da
austenita.

Fig 04
A martensita não aparece no diagrama ferro-carbono porque é uma condição metaestável, que
pode permanecer indefinidamente sob temperatura ambiente, mas retorna às fases de
equilíbrio mediante recozimento. A martensita e outras fases ou estruturas do sistema
ferro-carbono podem coexistir.

As temperaturas de início e fim da transformação da martensita (M i  e M f  da Figura 01) variam


de acordo com a composição do aço. A Figura 04 mostra uma variação típica com o teor de
carbono. Elementos de liga também exercem considerável influência. Isso significa que, em

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alguns aços, a temperatura de término da transformação M


f
pode ficar abaixo da ambiente. E uma têmpera convencional deixa algum resíduo de austenita,
comumente denominada 
austenita retida
.

O efeito da austenita retida é uma instabilidade dimensional, que pode ser inadmissível para
certas aplicações. Há alguns meios para a sua remoção. Um deles é uma segunda etapa de
revenido, entre 200 e 300ºC, que transforma o resíduo de austenita em bainita. Outro meio é o
uso de refrigeração mecânica ou criogênica (dióxido de carbono, nitrogênio líquido, etc) para
efetuar o tratamento subzero, isto é, a redução de temperatura até a transformação completa.

Martêmpera

Conforme já visto, a têmpera convencional produz tensões internas devido às diferenças de


velocidades de transformação entre partes superficiais e interiores.

O tratamento posterior de revenido pode contornar o problema, mas não é suficiente em alguns
casos.

Na martêmpera, a peça é resfriada até uma temperatura um pouco acima do início da


transformação da martensita (M i ) por um meio adequado como óleo aquecido ou sal fundido.

Nesse meio, ela é mantida por um tempo suficiente para uniformizar as temperaturas internas e
externas. Logo após, ocorre o resfriamento para transformação da martensita.

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Figmartêmpera
01 de
Portanto,
evitando
controle
A ou
martensitaa da
transformação
diminuindo
parâmetros
têmpera a equipamentos
formação
não dispensaacontece
convencional.
e de
com
tensões
o tratamento algumaresiduais.
uniformidade
Naturalmente,
apropriados.
de revenido,
devido de temperatura
pois àa etapa
estrutura
adicional, énaa peça,
básicaexige mesma
mais

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