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INTRODUÇÃO
IMPORTÂNCIA
TERRITÓRIOS ADUANEIROS
O presente estudo, de forma modesta, procurará focar a questão da logística mormente no
que concerne ao comércio marítimo, amplamente regulamentado pela Lei 8.630/93,
conhecida como a Lei dos Portos.
Define o artigo 1o. da Lei 8.630/93: “porto é local construído e aparelhado para atender às
necessidades da navegação e da movimentação e armazenagem de mercadorias, concedido
ou explorado pela União, cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de uma
autoridade portuária”.
Logo, ante a uma numerosa gama de segmentos, seus atores necessitam conviver
harmoniosamente nos portos, a começar pelos entes estatais constituídos, especialmente
pela União, expressamente mencionada no artigo supra, nas suas diversas áreas como
segurança, aduaneira, transportes, marinha, saúde, agricultura, bem como pelos governos
estadual e municipal, além da própria autoridade portuária.
Os atores privados que dão verdadeiro impulso a toda a atividade portuária, também devem
submeter-se aos poderes estatais em suas respectivas funções profissionais como os
armadores, isto é, aquele que em seu nome e sob a sua responsabilidade apresta a
embarcação com fins comerciais, colocando-a ou não para navegar por sua conta. É certo
que armador não é necessariamente o dono do navio, podendo ser somente o afretador.
Destarte, qualquer porto organizado está regido pela Lei dos Portos, supra-referida, a qual
determina a existência de um Conselho de Autoridade Portuária (CAP), como seu Órgão
Deliberativo, enquanto a Autoridade Portuária, seu Órgão Executor, está subordinado
àquele, constituindo ambos, a Administração Portuária.
CATEGORIAS PROFISSIONAIS
Por sua vez, no âmbito trabalhista, o conhecido OGMO – Órgão Gestor de Mão-de-Obra –
é quem administra e fiscaliza o abastecimento de mão-de-obra do trabalhador portuário
vinculado ou avulso.
Devido a sua suprema importância social, diversas são as categorias e áreas profissionais
em que os chamados trabalhadores portuários atuam, movimentando riquezas e gerando
tributos para o país, interferindo sobremodo no cotidiano no seu mais amplo sentido das
cidades que abrigam Portos.
PORTOS SECOS
Por mais contraditório que possa parecer, a expressão acima é de capital importância, pois,
no dizer de alguns especialistas: “porto não precisa de água, mas sim de terra” –
expliquemos:
Portos Secos são locais alfandegados de uso público onde são executadas operações de
movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e bagagem, sob
controle aduaneiro, isto é, estatal, com o fulcro de aliviar o tráfego de produtos na Zona
Primária do Porto. Devido à sua agilidade de movimentação (terrestre), propiciam
importante economia com aluguel de contêiner e armazenamento.
Assim, de nada adianta ter-se um Porto bem organizado em matéria marítima se não houver
por trás uma também organizada estrutura terrestre para que se dê vazão a toda a
movimentação de carga embarcada e desembarcada de e para os seus respectivos destinos,
isto é, transporte terrestre, quer rodoviário ou ferroviário.
Logo, a atividade portuária que se socorre intimamente da Logística, nosso tema central,
para organizar harmonicamente todo o seu labor, é sim em última análise, verdadeiro
exercício de soberania de estado, pois ao exercer toda essa gama de árduas tarefas que se
resumem naquilo que vai ser exportado/importado pelo/para nosso País, dependente de
forma imprescindível do poder estatal que concede autorização para que toda essa cadeia
produtiva exista sendo as respectivas autoridades constituídas acima descritas seus
legítimos gestores.
Tendo em vista o todo aqui descrito ao longo deste modesto trabalho, emerge como um dos
sustentáculos desta imensa gama de operações técnicas envolvendo a logística
internacional, a indispensável atuação da advocacia especializada no tema, exigindo dos
patronos militantes ou interessados em militar nesta seara, sólidos conhecimentos de áreas
do direito como comercial/societária, internacional, civil, trabalhista e processual civil,
além da fluência na língua inglesa, a qual vem sendo desde há muito, o idioma de
comunicação do comércio internacional.
Em face de todo o exposto, não adianta apenas os advogados serem “experts” no assunto,
mister também, que os Juizes das causas marítimistas/portuárias também o sejam, razão
pela qual, tem sido reivindicado pela OAB, a criação de Varas especializadas para que
processem e julguem os conflitos oriundos do nosso tema.
Se e quando tais Varas forem uma realidade, haverá verdadeiro avanço para todos os
segmentos sociais e profissionais elencados neste texto.