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TAÍS
ÍS FLÔRES
FL [1]
1. Constituição _______________
CONCEITO:
Segundo Alexandre de Moraes, Constituição, em sentido amplo, é o ato de constituir, de estabelecer, de
firmar; ou ainda, o modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; organização,
formação.
Juridicamente, porém, deve ser entendida como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém
normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do
poder de governar, distribuição de competências,
competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso,
individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou administrativas1.
Constituição Federal
Emendas Constitucionais
Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos
Resoluções Administrativas/Portarias
Contratos
1
Canotilho, Fundamentos da Constituição, p. 41
ORDENAMENTO JURÍDICO
Conjunto de normas do Estado, escalonado hierarquicamente. Divide-se em:
A) NORMAS CONSTITUCIONAIS:
A.1. Norma Originária – poder constituinte originário – assembléia constituinte – poder inicial; ilimitado e
incondicional;
A.2. Norma Derivada – EC (67 emendas)
B) NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS
B.1. Legais ou primárias - Leis – elaboradas segundo o processo legislativo constitucional (art. 59)
Lei Complementar
Lei Ordinária
Lei Delegada
Medida Provisória
Decreto Legislativo
Resoluções do Congresso
B.2. Infralegais ou secundárias - Regulamentam e dão executoriedade às normas legais. Ex. Portarias;
Provimentos; Resoluções; Editais etc.
O ESTADO BRASILEIRO
ELEMENTOS DO ESTADO: O Estado constitui-se de quatro elementos essenciais: um poder soberano de um povo
situado sobre um território com certas finalidades. A Constituição é o conjunto de normas que organizam esses
elementos2.
A) Povo - conjunto dos indivíduos que, através de um momento jurídico, se unem para constituir o Estado,
estabelecendo com este um vínculo jurídico de caráter permanente, participando da formação da vontade do
Estado e do exercício do poder soberano3. Segundo Pedro Lenza, povo é o conjunto de pessoas que fazem parte
do Estado, seu elemento humano, unido ao Estado pelo vínculo jurídico-político da nacionalidade4. O termo não
pode ser confundido com os conceitos de população e nação.
2
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 98
3
Dalmo Dallari. Elementos de teoria Geral do Estado, p. 85
4
Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, p. 769
Direito Constitucional – TRE/SC
CONSTITUCIONAL - PROFA. TAÍS FLÔRES [3]
cultural, étnica, lingüística, modos de ver o mundo, entre outros, comunidade disposta a cumprir um único
desígnio, um único destino. São os brasileiros natos e os naturalizados.
B) Território – limite espacial dentro do qual o Estado exerce de modo efetivo e exclusivo o poder de império
sobre pessoas e bens5.
C) Governo Soberano (Soberania) – É o elemento condutor do Estado que detém e exerce o poder absoluto de
autodeterminação e auto-organização emanado do Povo. Não há, nem pode haver Estado independente sem
Soberania, isto é, sem este poder absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se segundo a
vontade livre de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões inclusive pela força, se necessário6.
D) Finalidade – o fim do Estado é o bem comum, ou seja, o conjunto de todas as condições de vida
social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade dos integrantes de um povo
situado em determinado território7.
CONCEITO
Constituem-se como princípios definidores da forma de Estado, dos princípios definidores da estrutura do
Estado, dos princípios estruturantes do regime político e dos princípios caracterizadores da forma de governo e
da organização política em geral8.
Dividem-se em9:
5
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 97
6
Hely Lopes Meirelles. Direito administrativo brasileiro.
7
Dalmo Dallari. Elementos de teoria Geral do Estado, p. 86
8
Gomes Canotilho, Direito Constitucional, p. 178
9
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 94
Direito Constitucional – TRE/SC
CONSTITUCIONAL - PROFA. TAÍS FLÔRES [4]
Art. 1°, parágrafo único: princípios da cidadania, da dignidade da pessoa humana, do pluralismo
político, da soberania popular, da representação política e da participação popular direta.
Art. 3°, II, III e IV: princípios da independência e do desenvolvimento nacional, da justiça social e
da não discriminação.
Art. 4°: princípios da independência nacional, do respeito aos direitos fundamentais da pessoa
humana, da autodeterminação dos povos, da não-intervenção, da igualdade entre os Estados,
da solução pacífica dos conflitos e da defesa da paz, do repúdio ao terrorismo e ao racismo, da
cooperação entre os povos e o da integração da América Latina.
B) ESTADO: Ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado
território11.
Observação
O nome do País pode ou não coincidir com o nome do Estado.
País – Brasil
Estado – Segundo o artigo 1° da CF, o nome oficial do Estado Brasileiro é “República
Federativa do Brasil”
FORMAS DE ESTADO
O Estado pode se apresentar de três formas distintas:
Unitária
Confederativa
Federativa ou Estado Federal
10
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 97
11
Dalmo de Abreu Dallari, Elementos da Teoria Geral do Estado, p. 118
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CONSTITUCIONAL - PROFA. TAÍS FLÔRES [5]
CONFEDERAÇÃO
Consiste na associação de Estados soberanos, usualmente criada por meio de tratados, mas que pode
eventualmente adotar uma constituição comum. As confederações costumam ser instituídas para lidar com
objetivos comuns, especialmente relacionados a assuntos como defesa, relações exteriores, comércio
internacional e união monetária.
Na maioria dos casos, a confederação é governada por uma assembléia dos Estados confederados, que
têm direitos e deveres idênticos. Do ponto de vista histórico, a confederação costuma ser uma fase de um
processo que leva à federação, como nos casos dos Estados Unidos e da Suíça. Por vezes a confederação pode
desfazer-se em Estados soberanos, a exemplo da República Árabe Unida. Os indivíduos súditos de uma
confederação guardam a nacionalidade dos seus respectivos Estados.
12
Darcy Azambuja
C) Distrito Federal
D) Municípios
Existe uma diferença fundamental entre o sistema de federação e o de confederação. Numa federação,
os membros não podem se dissociar do poder central, embora mantenham uma certa liberdade relativa à
distribuição de poderes e encargos. Por sua vez, os Estados de uma confederação têm soberania para decidir
sobre sua permanência ou não nessa confederação.
A Constituição Brasileira de 1988 adotou como forma de Estado o federalismo. O Princípio da
Indissolubilidade em nosso Estado Federal foi consagrado em nossas constituições republicanas desde 1891 (art.
1°) e tem duas finalidades básicas: a unidade nacional e a necessidade descentralizadora.
A organização e estrutura do Estado podem ser analisadas sob três aspectos:
Forma de Governo
Sistema de Governo
Regime de Governo
FORMA DE GOVERNO
O Estado carece de vontade real e própria. Manifesta-se por seus órgãos. Esse conjunto de órgãos
denomina-se GOVERNO. O Poder político se manifesta mediante suas funções que são exercidas e cumpridas
pelos órgãos do governo. O poder político, uno, indivisível e indelegável se desdobra e se
compõe de várias funções, que fundamentalmente são três: legislativa, executiva e jurisdicional. As duas formas
de governo mais adotadas são:
Monarquia
República
MONARQUIA
Para a maioria dos teóricos, a monarquia é a forma de governo em que as funções estatais estão
13
Dalmo Dallari. Elementos de teoria Geral do Estado, p. 90
subordinadas a um único órgão soberano, não dependente da vontade popular. O monarca é o chefe da família
real, divinamente escolhida.
Características14:
REPÚBLICA
Tem relação direta com o conceito de democracia. Do latim res publica, "coisa pública" é forma de
governo que possibilita a participação popular. Não se trata do governo de um só, mas traduz-se em governo do
povo, para o povo15.
Características16:
SISTEMAS DE GOVERNO
PRESIDENCIALISMO
14
Dalmo Dallari. Elementos de teoria Geral do Estado, p. 91
15
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 102
16
Dalmo Dallari. Elementos de teoria Geral do Estado, p. 93
17
Dalmo Dallari. Elementos de teoria Geral do Estado, p. 95
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CONSTITUCIONAL - PROFA. TAÍS FLÔRES [8]
PARLAMENTARISMO
Características18:
Governo do povo. Consagrado no parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal – “Todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição”.
O poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus
representantes livremente eleitos. Estado democrático de direito é um conceito que designa qualquer Estado
que se aplica a garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas
liberdades fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica.
O Brasil adotou a Democracia Semi-Representativa ou Semi-Direta.
Princípios:
18
Dalmo Dallari. Elementos de teoria Geral do Estado, p. 97
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Institutos:
Plebiscito;
Referendo;
Iniciativa popular (possibilita ao eleitorado participar do processo legislativo,
propondo projetos de lei que devem ser obrigatoriamente apreciados pelo Legislativo);
Ação Popular (meio judicial gratuito colocado à disposição do cidadão para anular
ato lesivo
o ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural).
ATO CONCEITO
Consulta prévia formulada ao povo, através do voto obrigatório daqueles que possuem
p
capacidade eleitoral ativa, para que deliberem sobre matéria relevante de natureza
Plebiscito constitucional, legislativa ou administrativa, aprovando ou denegando o que lhe tenha sido
submetido.
CONVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO CONGRESSO NACIONAL
Consulta posterior formulada ao povo, através do voto obrigatório daqueles que possuem
capacidade eleitoral ativa, para que deliberem sobre matéria relevante de natureza
Referendo constitucional, legislativa ou administrativa, ratificando ou rejeitando o que lhe
lh tenha sido
submetido.
CONVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO CONGRESSO NACIONAL
Projeto de lei apresentado ao legislativo, subscrito por um número mínimo do eleitorado
Iniciativa Popular nacional. Ex. art. 61, § 2º da CF
Lei 9709/98
Art. 5º, LXXIII da CF
Legitimado: qualquer cidadão
Finalidade: anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
Ação Popular
participe. À moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural.
Isenção de custas judiciais
judiciais e ônus de sucumbência, salvo comprovada má-fé.
má
Sofreu forte influência da Constituição Portuguesa de 1976, apresentando maior legitimidade popular,
podendo ser destacadas as seguintes características:
CLASSIFICAÇÃO
A) Quanto à origem – promulgada (democrática, votada ou popular) – Fruto do trabalho de uma Assembléia
Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo, para, em nome dele, atuar, nascendo, portanto, da
deliberação da representação legítima popular.
B) Quanto à forma – escrita (instrumental ou legal) – formada por um conjunto de regras sistematizadas e
organizadas em um único documento, estabelecendo as normas fundamentais do nosso Estado. Lembremos que,
atualmente, estão sendo considerados como constitucionais, textos esparsos ou fragmentados, não integrantes
da codificação, como por exemplo, os Tratados e Convenções Internacionais sobre Direitos Humanos que forem
aprovados em cada Casa do Congresso, em dois turnos, por três quintos de votos.
C) Quanto à extensão – analítica – aborda todos os assuntos que os representantes do povo entender
fundamentais, minuciosa, detalhada, estabelecendo regras que poderiam estar leis infraconstitucionais.
D) Quanto ao conteúdo – formal – elege como critério o processo de sua formação e não o conteúdo de suas
normas, assim, qualquer regra nela contida terá caráter constitucional. Vale salientar a exceção dos já
mencionados Tratados e Convenções sobre Direitos Humanos.
E) Quanto ao modo de elaboração – dogmáticas – são sempre escritas, consubstanciando os dogmas estruturais
e fundamentais do nosso Estado.
F) Quanto à estabilidade (alterabilidadade, mutabilidade, consistência) – rígida – exige, para sua alteração, um
processo legislativo mais solene, complexo, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas não
constitucionais.
A) Supremo porque não está limitado por nenhum outro na ordem interna.
B) Independente porque na ordem internacional não tem de acatar regras que não sejam voluntariamente aceitas
e está em pé de igualdade com os poderes supremos de outros povos.
CIDADANIA: Tem sentido mais amplo que o de titular de direitos políticos. Qualifica os participantes da vida do
Estado e reconhece o indivíduo como pessoa integrada na sociedade estatal (art. 5°, LXXVII). Significa que o
funcionamento do Estado estará submetido à vontade popular e nesse sentido o termo está relacionado ao
conceito de soberania popular (art. 1°, parágrafo único), com os direitos políticos (art. 14) e com o conceito de
dignidade da pessoa humana (art. 1°, III), com os objetivos da educação (art. 205) como base e meta essencial do
regime democrático.
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: É um valor supremo que atrai o conteúdo de todos os direitos
fundamentais do homem, desde o direito à vida. “Concebido como referência constitucional unificadora de todos
19
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 104
os direitos fundamentais”, observam Gomes Canotilho e Vital Moreira. Garante o respeito à personalidade.
OS VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA20: É através do trabalho que o homem garante
sua subsistência e o crescimento do País, prevendo a Constituição em diversas passagens, a liberdade, o respeito
e a dignidade do trabalhador (art. 5°, XII; 6° ao 8°; 194 ao 204). Engloba não somente o trabalhador subordinado,
mas o autônomo e o empregador, enquanto empreendedor do crescimento do País.
Consistem em algo exterior, externo ao Estado que deve ser perseguido. São metas a serem alcançadas
no intuito de tornarem efetivos os ideais constitucionais.
INDEPENDÊNCIA NACIONAL.
PREVALÊNCIA DOS DIREITOS HUMANOS.
AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS.
NÃO-INTERVENÇÃO.
IGUALDADE ENTRE OS ESTADOS.
DEFESA DA PAZ.
SOLUÇÃO PACÍFICA DOS CONFLITOS.
REPÚDIO AO TERRORISMO E AO RACISMO.
COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS PARA O PROGRESSO DA HUMANIDADE.
CONCESSÃO DE ASILO POLÍTICO.
20
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p. 22.
21
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p. 22.
Direito Constitucional – TRE/SC
CONSTITUCIONAL - PROFA. TAÍS FLÔRES [14]
2. CLASSIFICAÇÃO:
A Constituição Federal de 1988 trouxe em seu Título II, os direitos e garantias fundamentais,
subdividindo-os em cinco capítulos:
A) Direitos Fundamentais de Primeira Geração – relativos às liberdades clássicas (liberdade, propriedade, vida e
segurança),
rança), ou seja, direitos civis e políticos. São direitos da pessoa humana em relação ao Estado. Esses direitos
são caracterizados por uma obrigação de não-fazer
não fazer (prestação negativa) por parte do Estado. Essa
E geração de
direito tem como principal objetivo proteger a pessoa das arbitrariedades praticadas pelo Estado, estabelecendo
a área de atuação do Estado, garantindo ao indivíduo certa liberdade de ação.
D) Direitos Fundamentais de Quarta Geração – têm surgido paralelamente aos avanços da engenharia genética,
pesquisa biológica, patrimônio genético. Privilegia o direito das minorias. São
São os novos direitos sociais
decorrentes da evolução da sociedade e da globalização. Envolvem questões relacionadas à informática,
biociência, clonagem, eutanásia, estudo de células tronco. Para Paulo Bonavides, são direitos à democracia, à
informação e ao pluralismo.
3. APLICABILIDADE:
Ao enumerar no caput do artigo 5°, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, a Constituição traz um rol meramente exemplificativo, pois os direitos e garantias ali
expressos
pressos não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
22
Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, p.526
O tema ganha relevância com a EC 45. O § 3° do artigo 5°, incluído pela Emenda, afirma que os tratados e
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Trata-se, portanto
de regra que naturalmente comporta exceções trazidas pelo próprio constituinte originário, como por exemplo, o
inciso XIII do mesmo artigo (“é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer”)23.
4. DIREITOS E GARANTIAS24:
4.2. GARANTIAS – são os instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos direitos (preventivamente)
ou os repara, caso violados.
5. CARACTERÍSTICAS:
5.1. HISTORICIDADE25 - São históricos como qualquer direito. Nascem, modificam-se e desaparecem.
Apareceram com a Revolução Burguesa e evoluíram. Ampliaram-se, com o decorrer dos tempos.
5.2. INALIENABILIDADE – São direitos intransferíveis, inegociáveis, porque não são de conteúdo
econômico-patrimonial. Se a ordem constitucional os confere a todos, deles não se pode desfazer, porque são
indisponíveis.
5.3. IMPRESCRITIBILIDADE – Em relação a eles não se verificam que importem em sua prescrição. Vale
dizer, nunca deixam de ser exigíveis. Se são sempre exercíveis e exercidos, não há intercorrência temporal de não
exercício que fundamente a perda da exigibilidade pela prescrição.
5.4. IRRENUNCIABILIDADE – Não se renunciam direitos fundamentais. Alguns deles podem até não ser
exercidos, pode-se deixar de exercê-los, mas não se admite sejam renunciados.
5.6. LIMITABILIDADE – Os direitos fundamentais não são absolutos (relatividade), havendo, muitas vezes,
no caso concreto, confronto, conflito de interesses. Diante da colisão, indispensável será a “ponderação de
interesses” à luz da razoabilidade e da concordância prática ou harmonização. A solução ou vem discriminada na
própria Constituição (direito de propriedade x desapropriação) ou caberá ao intérprete ou magistrado, no caso
concreto, decidir qual direito deverá prevalecer, levando em consideração a máxima observância dos direitos
envolvidos conjugando-a com a sua mínimoa restrição.
23
Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, p.531
24
Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, p.527
25
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 181
26
Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, p.528
5.7. CONCORRÊNCIA – Os direitos fundamentais podem ser exercidos cumulativamente, quando, por
exemplo, o jornalista transmite uma notícia (direito de informação) e, juntamente, emite uma opinião (direito de
opinião).
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
6.1. DESTINÁRIOS
O caput do artigo 5° faz referência expressa somente a brasileiros e estrangeiros residentes no País.
Contudo a estes destinatários expressos, a doutrina e o STF vêm acrescentando, os estrangeiros não residentes
(turistas), apátridas e as pessoas jurídicas. Deve-se entender que o constituinte quis afirmar que os direitos ali
elencados, salvo as exceções constitucionais (Ação Popular), aplicam-se apenas àqueles que estão em nosso
território, independentemente da nacionalidade.
6.2.1. CONCEITO: São os direitos fundamentais do homem-indivíduo, que são aqueles que reconhecem
autonomia aos particulares, garantindo a iniciativa e independência aos indivíduos diante dos demais membros
da sociedade política e do próprio estado27.
6.2.2. DIREITO À VIDA – O direito à vida é o mais fundamental de todos os diretos, já que se constitui em
pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos28.
De forma genérica como está citado no caput do artigo 5°, abrange tanto o direito de não ser morto,
privado da vida, de continuar vivo, como também o direito de ter uma vida digna.
O Direito Pátrio protege o nascituro, embora preveja a existência da personalidade jurídica com o
nascimento com vida. Por isso é ilícito, em regra, o aborto.
Em virtude do seu primeiro desdobramento (direito de não ser ver privado da vida de modo artificial),
encontramos a proibição da pena de morte, salvo em caso de guerra declarada (XIX). Assim, mesmo por Emenda
Constitucional, é vedada a instituição da pena de morte no Brasil, sob pena de se ferir a cláusula pétrea do art. 60,
§ 4°, IV.
Por fim, o segundo desdobramento, ou seja, o direito a uma vida digna, garantindo-se as necessidades
vitais básicas do ser humano e proibindo qualquer tratamento indigno desumano ou degradante (III), como a
tortura, penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis etc. (XLVII).
6.2.3. DIREITO DE IGUALDADE - O caput do art. 5°consagra o princípio da igualdade, ao afirmar que todos
27
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 191
28
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p. 35
são iguais perante a lei, sem distinções de qualquer natureza. A igualdade constitui o signo fundamental da
democracia, não admitindo privilégios e distinções.
Deve-se, contudo, buscar essa aparente igualdade formal, mas principalmente a igualdade material, na
medida em que a lei deverá tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas
desigualdades29.
A interpretação ao princípio da igualdade constitucionalmente previsto não pode ser estreita, pois deve-
se levar em conta as desigualdades existentes entre os grupos sociais (isonomia material).
Em diversas hipóteses a própria Constituição se encarrega de aprofundar a regra da isonomia material,
como por exemplo, a proibição de se instituir juízo ou tribunal de exceção (XXXVII).
Outras vezes o próprio constituinte estabelece as desigualdades, como, por exemplo, em relação a
igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações, nos termos da Constituição, destacando-se
diferenciações, como o direito das presidiárias para que possam permanecer com seus filhos durante o período
de amamentação (L).
A) Igualdade de Homens e Mulheres30
Essa igualdade já se contém na norma geral da igualdade perante a lei. Já está também contemplada em
todas as normas constitucionais que vedam discriminação de sexo (art. 7°, XXX e 3, IV).
Não se trata de mera isonomia formal. Não é igualdade perante a lei, mas em direito e obrigações. Onde
houver um homem e uma mulher, qualquer tratamento desigual entre eles, a propósito de situações pertinentes
a ambos os sexos, constituirá infringência constitucional.
As discriminações são válidas quando feitas pela própria constituição, como por exemplo, as regras
diferenciadas para a aposentadoria (art. 40).
B) Igualdade Jurisdicional31
O princípio tem como destinatários tanto o legislador quanto os aplicadores da lei (juiz), tanto aos que
criam as normas jurídicas gerais como àqueles que as aplicam aos casos concretos. Constitui uma regra de
interpretação para o juiz que deverá sempre dar à lei o entendimento que não crie distinções. O juiz está proibido
de fazer distinção entre situações iguais ao aplicar a lei.
Temos a proibição da criação de juízos ou tribunais de exceção (XXXVII), ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente (LIII).
Formalmente, a igualdade perante à Justiça está assegurada na Constituição, dentre outros, no artigo 5°,
XXXV – Princípio da Inafastabilidade Jurisdicional.
29
Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, p.531
30
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 191
31
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 220
32
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 223
33
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p. 38
Direito Constitucional – TRE/SC
CONSTITUCIONAL - PROFA. TAÍS FLÔRES [19]
34
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 227
35
Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, p.536
36
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 422
37
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 205
38
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p. 53
A) Intimidade39
Quase sempre considerado como sinônimo do direito à privacidade, abrange sentido mais restrito, pois se
refere à esfera secreta da vida do indivíduo na qual este tem o poder legal de evitar os demais. Assim, nessa esfera
mais restrita, inclui a inviolabilidade do domicílio, o sigilo da correspondência, o segredo profissional. A intimidade é
algo mais do que a privacidade. Ela caracteriza-se por aquele espaço, considerado pela pessoa como impenetrável,
intransponível, indevassável e que, portanto, diz respeito única e exclusivamente à pessoa. Traduz, por exemplo, as
recordações pessoais, memórias e diários, dentre outras coisas. Esse espaço é de tamanha importância que a pessoa
não deseja partilhar com ninguém. São os segredos, as particularidades, as expectativas, enfim, seria o que vamos
chamar de “lugar sagrado” que cada pessoa possui.
B) Vida Privada40
Não é fácil distinguir vida privada de intimidade. Aquela, em última análise, integra a esfera íntima da pessoa,
porque é o repositório de segredos e particularidades do foro moral e íntimo do indivíduo. A Constituição deu
destaque ao conceito para que seja mais abrangente, constituindo o conjunto do modo de ser e viver, como o direito
do indivíduo viver a sua própria vida. O conceito parte da constatação de que a vida das pessoas compreende dois
aspectos: um voltado para o exterior e outro voltado para o interior. A vida das pessoas engloba dois aspectos, um
voltado para o exterior e outro para o interior. A vida exterior envolve a pessoa nas relações sociais e nas atividades
públicas, podendo ser objeto de pesquisas e divulgações de terceiros, porque é pública. A vida interior, que se debruça
sobre a mesma pessoa, sobre os membros de sua família, sobre seus amigos, é a que integra o conceito de vida
privada, inviolável nos termos da Constituição.
A privacidade tem em conta a esfera da vida individual nucleada na ausência do público, ou seja, na esfera de
comodidade onde as relações sociais exteriores ao núcleo familiar permanecem resguardadas, ou, em melhor
expressão, confinadas no próprio núcleo familiar, repugnando qualquer intromissão alheia, enquanto o de intimidade,
ainda mais restrito que o de privacidade, tem em vista exatamente essa interpessoalidade da vida privada.
39
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 206
40
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 207
41
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 209
A inviolabilidade
abilidade domiciliar constitui uma das mais antigas e importantes garantias individuais de uma
sociedade civilizada e familiar que não pode ceder, salvo excepcionalmente, à persecução penal ou tributária do
Estado42.
No sentido constitucional, o termo domicílio tem amplitude maior que no direito privado ou no senso
comum, não sendo somente a residência, ou ainda, a habitação com intenção definitiva de estabelecimento, mas
inclusive, quarto de hotel habitado. Considera-se,
Considera pois domicílio, todo local delimitado
itado ou separado, que alguém
ocupa com exclusividade, a qualquer título, inclusive profissionalmente. Segundo o STF, abrange até mesmo o
local onde se exerce a profissão ou a atividade, desde que constitua um ambiente fechado ou de acesso restrito
ao público, como é o caso típico dos escritórios profissionais43.
A possibilidade de invasão domiciliar durante o dia sujeita-se
sujeita se à denominada cláusula de reserva
jurisdicional, consistente na expressa previsão constitucional de competência exclusiva dos órgãos do Poder
Judiciário, com total exclusão de qualquer outro órgão estatal. Nem a polícia, nem o Ministério Público, nem a
administração tributária, nem a Comissão Parlamentar de Inquérito ou seus representantes, agindo por conta
própria, podem invadir domicílioílio alheio, com o objetivo de apreender, durante o período diurno e sem ordem
judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao Poder Público.
DIA E NOITE44:
42
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p. 55
43
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p. 55
44
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p. 56
- José Afonso da Silva: período das 06 horas da manhã às 18 horas, ou seja, sol alto,
das seis às dezoito.
- Celso de Mello: deve ser levado em conta o critério físico-astronômico,
físico astronômico, como o
intervalo de tempo situado entre a autora e o crepúsculo.
Notas
Sigilo da correspondência
INVIOLÁVEL
Embora a Constituição afaste apenas a inviolabilidade do sigilo das comunicações telefônicas, entende-se
entende
que nenhuma liberdade individual ual é absoluta, sendo possível, respeitados certos parâmetros, a interceptação das
correspondências e comunicações telegráficas e de dados sempre que as liberdades públicas estiverem sendo
utilizadas como instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas. Nesse
Nesse sentido, decidiu o STF pela possibilidade
excepcional de interceptação de carta de presidiário pela Administração Previdenciária, entendendo que a
“inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.”
ilícitas.
Eis o teor da decisão: “A administração penitenciaria, com fundamento em razões de segurança pública,
de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que
respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, proceder a interceptação da
correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não
pode constituir instrumento de salvaguarda de praticas ilícitas.”
Importante destacar que a previsão constitucional, além de estabelecer expressamente a inviolabilidade
das correspondências e das comunicações em geral, implicitamente proíbe o conhecimento ilícito de seus
conteúdos por parte de terceiros. O segredo das correspondências e das comunicações é verdadeiro princípio
corolário das inviolabilidades previstas na Carta Maior.
O preceito que garante o sigilo de dados engloba o uso de informações decorrentes da informática. Essa
nova garantia, necessária em virtude da existência de uma nova forma de armazenamento e transmissão de
informações, deve coadunar-se com as garantias de intimidade, honra e dignidade humanas, de forma que se
impeçam interceptações ou divulgações por meios ilícitos45.
O sigilo de correspondência pode ser restringido nas hipóteses de decretação de estado de defesa e de
sítio (art. 136, § 1°, I, “b” e “c” e art. 139, III).
Ordem judicial
Para fins de investigação criminal ou instrução processual penal
Nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
B) Gravação clandestina
Constitui captação da gravação da conversa pessoal, ambiental ou telefônica no mesmo momento em
que ela se realiza, feita por um dos interlocutores ou por terceira pessoa, com o consentimento de um dos
interlocutores, sem que haja conhecimento dos demais interlocutores. É inconstitucional,
admitindo o STF, excepcionalmente, a possibilidade de gravação clandestina com autorização judicial, mesmo
ausente lei específica que regulamente o assunto.
Para o STF, nada tem de ilícita a gravação de conversa entre dois interlocutores, feita por um deles, sem o
conhecimento do outro, com a finalidade de documentá-la futuramente em caso de negativa, principalmente
quando constitui exercício de defesa.
É lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem
ciência do outro, quando há investida criminosa deste último. É inconsistente e fere o senso comum falar-se em
violação do direito à privacidade quando interlocutor grava diálogo com seqüestradores, estelionatários ou
qualquer tipo de chantagista.
C) Prova emprestada
Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais, judicialmente
autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser
usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais
foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova.
45
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p. 59
46
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p. 72
Invioláveis, somente podendo ser excepcionados por ordem judicial fundamentada ou de Comissões
Parlamentares de Inquérito e requisição do Ministério Público, desde que presentes requisitos razoáveis que
demonstrem, em caráter restrito e nos estritos limites legais, a necessidade de conhecimentos de dados sigilosos.
As características básicas dos sigilos bancário e fiscal são:
CLASSIFICAÇÃO:
7.1. LIBERDADE DA PESSOA FÍSICA: É a possibilidade jurídica que se reconhece a toda a pessoa de ser detentora
de sua própria vontade e de locomover-se desembaraçadamente dentro do território nacional.
7.1.1. LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO: Art. 5º, XV: “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.”
7.2. LIBERDADE DE PENSAMENTO: É o direito de exprimir, por qualquer forma, o que se pense. Trata-se de
47
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 231
7.2.1. LIBERDADE DE OPINIÃO: se exterioriza pelo exercício das liberdades de comunicação, de religião, de
expressão intelectual, artística, científica e cultural.
B) Liberdade de crença religiosa e de convicção filosófica – art. 5º, VIII, primeira parte – “ninguém será privado
de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”
C) Escusa ou imperativo de consciência – art. 5º, VIII, in fine – “salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”
7.2.2. LIBERDADE DE COMUNICAÇÃO: conjunto de direitos, formas, processos e veículos que possibilitam a
coordenação desembaraçada da criação, expressão e difusão do pensamento e da informação. Art. 5º, IV, V, IX,
XII e XIV.
B) Liberdade de informação em geral: direito de informar e de ser informado. Compreende a procura, o acesso, o
recebimento e a difusão de informações ou idéias, por qualquer meio, e sem dependência de censura,
respondendo cada qual pelos abusos que cometer. O acesso de todos à informação é um direito individual
consignado na Constituição, que também resguarda o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional
(art. 5º, XIV). “É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional.”
A) Liberdade de crença: art. 5º, VI e VIII – É inviolável a liberdade de consciência e de crença, não podendo haver
privação de direitos por motivo de crença religiosa. Na liberdade de crença entra a liberdade de escolha da
religião, a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade ou direito de mudar de religião e também a
liberdade de não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de descrença, de ser ateu.
B) Liberdade de Culto: art. 5º, VI – É assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da
lei, proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
C) Liberdade de organização religiosa: Diz respeito à possibilidade de estabelecimento e organização das igrejas e
suas relações com o Estado.
Separação e colaboração - art. 19, I. “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
exercício ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança,
ressalvadas, na forma da lei, a colaboração de interesse público.”
Assistência religiosa – art. 5º, VII. “É assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva” (penitenciárias,
7.2.4. LIBERDADE DE EXPRESSÃO INTELECTUAL, ARTÍSTICA E CIENTÍFICA - Art. 5º, IX- “É livre a expressão da
atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.”
A) Direito autoral – art. 5º, XXVII – “aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.”
B) Proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive
nas atividades desportivas (art. 5º, XXVIII, a) – “é assegurada, nos termos da lei: a proteção às participações
individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas.”
7.3.1. LIBERDADE DE REUNIÃO – art. 5º, XVI – “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais
abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.”
A) Elementos:
Base contratual
Permanência (ao contrário da reunião)
Fim lícito
Inclui as associações (sem fim lucrativo) e as sociedades (com fins lucrativos)
B) Direitos:
Criar associação (não depende de autorização)
Aderir ou na qualquer associação
Desligar-se da associação
Dissolver espontaneamente a associação
Veda-se a interferência estatal no funcionamento das associações
Suspensão de atividades e dissolução compulsória só por decisão judicial, neste último caso, transitada
em julgado.
C) Restrições expressas:
Vedadas as com fins ilícitos
Vedadas a de caráter paramilitar
7.4. LIBERDADE DE AÇÃO PROFISSIONAL: Art. 5º, XIII – “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.”
O dispositivo confere liberdade de escolha do trabalho, de ofício e de profissão de acordo com as
propensões de cada pessoa.
8. DIREITO DE PROPRIEDADE:
A Constituição Federal garante o direito de propriedade, desde que este atenda sua função social. Arts.
5º, XXII e XXIII. Outras normas constitucionais interferem no direito de propriedade (art. 5º, XXIV a XXIX).
8.1. DIREITO DE PROPRIEDADE EM GERAL: art. 5º, XXII e XXIII – “É garantido o direito de propriedade. A
propriedade atenderá a sua função social.”
A) Direitos Morais:
O de reivindicar, a qualquer tempo, a criação da obra
O de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional na utilização da obra
O de conservá-la inédita
O de assegurar-lhe a integridade, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que possam
prejudicá-lo, atingindo sua reputação como autor
O de modificá-la antes ou depois de utilizada
O de retirá-la de circulação ou de suspender-lhe a utilização quando implicarem afronta à reputação ou
imagem
O de ter acesso a exemplar raro quando se encontre legitimamente em poder de outrem, para
preservar sua memória.
Os direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis e, por morte do autor, são transmitidos aos seus
herdeiros, salvo quando de natureza personalíssima.
48
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 275
B) Direitos patrimoniais: compreendem as faculdades de utilizar, fruir e dispor de sua obra, bem como de
autorizar sua utilização ou fruição por terceiros no todo ou em parte. Esses direitos são alienáveis por ele ou por
seus sucessores.
8.2.2. PROPRIEDADE DE INVENTOS, DE MARCAS E DE NOME DE EMPRESAS: art. 5º, XXIX – Assim como o direito
autoral, constitui propriedade de bens incorpóreos, privilégio de invenção industrial, que assegura ao inventor o
direito de obter patente que lhe garanta a propriedade do invento e o direito exclusivo de utilização do objeto da
patente, bem como o direito de impedir que terceiros o façam. O inventor tem proteção, pelo registro, à
propriedade de desenhos industriais, das marcas e de seu uso exclusivo, à propriedade das marcas de serviços; à
exclusividade dos nomes de empresas e de outros signos distintivos. Tal privilégio é, contudo, temporário,
estando submetido ao interesse social.
8.2.3. PROPRIEDADE-BEM DE FAMÍLIA: art. 5º, XXVI – Tem por objetivo principal o de proteger o patrimônio
necessário à manutenção e sobrevivência da família.
B) Requisição: art. 5º, XXV – “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.”
9. DIREITO DE HERANÇA E ESTATUTO SUCESSÓRIO – Art. 5º, XXX e XXXI – “é garantido o direito de herança” e “a
sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos
filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus".”
A sucessão de estrangeiro domiciliado no Brasil reger-se-á, como é óbvio, pela lei brasileira (critério jus
domicilii).
Contudo se a lei nacional do de cujus estrangeiro, aqui domiciliado, for mais favorável ao cônjuge
supérstite ou aos filhos brasileiros, aplicar-se-á aquele ordenamento jurídico (critério do jus patriae).
De outro lado, não sendo o de cujus estrangeiro domiciliado no Brasil, nem o seu estatuto pessoal mais
favorável ao cônjuge ou aos filhos brasileiros, reger-se-á a sucessão dos bens aqui localizados pelo direito
brasileiro (critério do fórum rei sitae – domicílio dos bens – direitos reais)49.
10. DEFESA DO DIREITO DO CONSUMIDOR – Art. 5º, XXXII – “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor.”
A inserção entre os direitos fundamentais erigiu os consumidores à categoria de titulares de direitos
constitucionais fundamentais.
No tocante ao direito brasileiro, os conceitos gerais de consumidor e fornecedor e a noção de produto e
serviço, atendendo aos preceitos constitucionais, foram regulados pelo Código de Proteção e Defesa do
Consumidor (Lei 8.078/90).
49
Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, p. 544
11.1. MONOPÓLIO JUDICIÁRIO DO CONTROLE JURISDICIONAL – art. 5º, XXXV – “a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.”
11.2. DIREITO DE AÇÃO E DE DEFESA – art. 5º, XXXV – consagra o direito de invocar a atividade jurisdicional,
relacionando-se com o direito de defesa previsto no inciso LV: “aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes.”
O poder de agir em juízo e o de defender-se de qualquer pretensão de outrem representam a garantia
fundamental da pessoa para a defesa de seus direitos e competem a todos indistintamente, pessoa física ou
jurídica, brasileiros e estrangeiros.
11.3. DIREITO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL – art. 5º, LIV – “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
sem o devido processo legal.”
Combinado com o direito de acesso à Justiça e o contraditório e a ampla defesa, fecha-se o ciclo das
garantias processuais. Garante-se o processo, ou seja, a forma instrumental adequada a fim de que a prestação
jurisdicional, quando entregue pelo Estado, dê a cada um o que é seu, segundo os ditames de ordem pública.
11.4. DIREITO A DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO – art. 5º, LXXVIII – “a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.”
12. SEGURANÇA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS – Art. 5º, XXXVI – “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada.”
Consiste no conjunto de condições que tornam possível às pessoas o conhecimento antecipado e
reflexivo das conseqüências diretas de seus atos. A lei é feita para vigorar e produzir seus efeitos para o futuro. O
mais comum é que uma norma só perca o vigor quando outra a revogue expressa ou tacitamente. Se a lei
revogada produziu efeitos em favor de um sujeito, diz-se que ela criou situação jurídica subjetiva. Trata-se de
direito subjetivo. Vindo uma lei nova, revogando aquela sob cujo império se formara o direito subjetivo, cogitar-
se-á que efeitos surtirá sobre ele.
12.1. DIREITO ADQUIRIDO – consideram adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem. Art. 6º, § 2º LICC.
Considera-se direito adquirido aquele que:
Tenha sido produzido por um fato idôneo para sua produção
Tenha se incorporado definitivamente ao patrimônio do titular
Vale dizer que a Constituição não veda a retroatividade da lei, a não ser da lei penal que prejudique o réu.
Podem surtir efeitos retroativos, caso assim estabeleça, vedados em matéria penal, salvo os benéficos,
resguardados os direitos adquiridos e as situações consumadas.
12.2. ATO JURÍDICO PERFEITO – reputa-se aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou. Art. 6º, § 1º LICC. Se o simples direito adquirido ainda não exercido é protegido pela lei, muito mais o
direito adquirido já consumado. Trata-se de ato que sob o regime da lei antiga se tornou apto para produzir os
seus efeitos pela verificação de todos os requisitos a isso indispensável.
12.3. COISA JULGADA – denomina-se coisa julgada a eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença, não
mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário (art. 467 do CPC). É a decisão imutável e indiscutível oriunda de
uma decisão contra a qual não cabe mais recurso.
13. SEGURANÇA EM MATÉRIA PENAL – Constitui-se de garantias que visam tutelar a liberdade pessoal. Figura no
artigo 5º, XXXVII a XLVII e LXXV.
13.1. GARANTIA DE INEXISTÊNCIA DE JUÍZO OU TRIBUNAL DE EXCEÇÃO – XXXVII – “não haverá juízo ou tribunal
de exceção.”
Acolhe o Princípio do Juiz Natural, pelo qual é vedada a constituição de juiz ad hoc para o julgamento de
determinada causa. Admite-se, contudo, o foro privilegiado, como por exemplo, o julgamento do Presidente da
República pelo STF.
13.2. GARANTIA DE JULGAMENTO PELO TRIBUNAL DO JÚRI NOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA – XXXVIII – É
reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
A) a plenitude de defesa
B) o sigilo das votações;
C) a soberania dos veredictos;
D) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
13.3. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL – LIII e LXI – “ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente” e “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei.”
13.4. ANTERIORIDADE DA LEI PENAL – XXXIX – “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.”
Regras:
Nullum crimen sine lege
Nulla poena sine lege
13.5. GARANTIA DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL – XL – “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu.”
13.6. GARANTIA DE LEGALIDADE E COMUNICABILIDADE DA PRISÃO – LXII e LXV – “a prisão de qualquer pessoa e
o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada” e “a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.”
Para maior eficácia da garantia, confere-se ao preso o direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório (LXIV).
A) INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA – XLVI – a situação da pena deve ajustar-se à situação de cada imputado.
“A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.”
B) PERSONALIZAÇÃO DA PENA – XLV – a pena não passará da pessoa do delinqüente no sentido de que não
atingirá a nenhuma pessoa de sua família, nem a terceiro, garantia de que ninguém pode sofrer sanção por fato
alheio, salvo a possibilidade de extensão aos sucessores e contra eles executadas, nos termos da lei, da obrigação
de reparar o dano e da decretação de perdimento de bens até o limite do valor do patrimônio transferido.
C) PROIBIÇÃO DE DETERMINADAS PENAS – XLVII – “não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra
declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e)
cruéis.”
D) GARANTIA DE AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA – LIX – “será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal.”
E) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA – LVII – “ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória.”
G) GARANTIA DE INDENIZAÇÃO PELO ESTADO POR ERRO JUDICIÁRIO – LXXV – “o Estado indenizará o
condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.”
H) GARANTIAS PENAIS DA NÃO DISCRIMINAÇÃO – XLI e XLII – “a lei punirá qualquer discriminação atentatória
dos direitos e liberdades fundamentais” e “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.”
J) CRIMES INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA - XLIII – “a lei considerará crimes inafiançáveis
e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem.”
14. PRISÃO
14.1. PARA FINS PENAIS – LXI – “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei.”
14.2. CIVIL - PROIBIÇÃO DA PRISÃO CIVIL POR DÍVIDA – LXVII – “não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.”
14.3. GARANTIA DA INCOLUMIDADE FÍSICA E MORAL DO PRESO – III, XLVIII a L e LXII a LXVI
15. EXTRADIÇÃO
É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo, acusado de um delito ou já condenado como
criminoso, à justiça de outro, que o reclama e que é competente para julgá-lo. O instituto está relacionado à
prática de crime no estrangeiro, fora do território nacional, a requerimento da justiça de outro Estado50. Logo, são
requisitos para a extradição:
A) Ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis
penais desse Estado.
B) Existir sentença final de privação de liberdade ou estar a prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tribunal
ou autoridade competente do Estado requerente.
50
Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, p. 496
15.2. ESPÉCIES:
Expulsão: Diferente da extradição, a expulsão se dará quando o delito ou infração (ato que atentar contra a
segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e economia popular ou
cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais) for cometido dentro do
território nacional. Prescinde
nde de provocação da autoridade estrangeira, ao contrário do que ocorre com a
extradição.
Deportação: Assim como os outros dois institutos, é outro modo de devolução do estrangeiro ao exterior. A
diferença está no fato de não estar a deportação ligada à prática de delito, mas sim aos casos de entrada ou
estada irregular de estrangeiro, se este não se retirar voluntariamente nacional no prazo fixado,
consubstanciando verdadeira saída compulsória do estrangeiro, para o país de sua nacionalidade ou de
procedência,
dência, ou para outro que consinta em recebê-lo.
recebê
Banimento: não é admitido no ordenamento pátrio brasileiro. O banimento consistiria no envio compulsório
de brasileiros ao estrangeiro.
16. PROVAS ILÍCITAS – Art 5º, LVI – “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos.”
As provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis no processo. Desse princípio decorre também o de
que as provas derivadas de provas obtidas
obtidas por meios ilícitos também estarão maculadas pelo vício da ilicitude,
sendo, portanto, inadmissíveis (Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada).
Conforme Alexandre de Moraes citando jurisprudência do STF “a regra deve ser a inadmissibilidade das
51
José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 340
provas obtidas por meios ilícitos, que só excepcionalmente deverão ser admitidas em juízo, em respeito às
liberdades públicas e ao Princípio da Dignidade Humana na colheita de provas e na própria persecução penal do
Estado”.
18. ASSISTÊNCIA JURÍDICA INTEGRAL E GRATUITA – Art. 5°, LXXIV – “o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.”
Esse direito é instrumentalizado por meio da Defensoria Pública, instituição essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados.
20.1. DIREITO DE PETIÇÃO – Art. 5º, XXXIV, “a” – “são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder.”
Pode ser exercido por qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira e independe do
pagamento de taxas, podendo a petição ser dirigida a qualquer autoridade dos Três Poderes52.
Assim, o objetivo do direito de petição, nada mais é do que, em nítido exercício das prerrogativas
democráticas, levar ao conhecimento do Poder Público, a informação ou notícia de um ato ou fato ilegal, abusivo
ou contra direitos, para que este tome as medidas necessárias.
Não exige que se demonstre lesão ou ameaça de lesão a interesse pessoal ou particular.
20.2. DIREITO DE CERTIDÃO - Art. 5º, XXXIV, “b” – “são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas: b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal.”
Como o direito de petição, também independe do pagamento de taxas. É condenável o pedido genérico,
devendo o interessado discriminar o objeto de seu interesse. Da negativa, havendo ilegalidade ou abuso de
poder, é cabível o Mandado de Segurança e não o habeas data.
52
Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, p. 548
Não constitui direito absoluto, podendo ser negado de o sigilo ser imprescindível à segurança da
sociedade ou do Estado.
20.3. AÇÕES JUDICIAIS
Os remédios constitucionais não se materializam apenas administrativamente, mas também através de
ações judiciais.
20.3.1. HABEAS CORPUS - Art. 5, LXVIII – “conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder.”
Tem por objetivo a proteção da liberdade de locomoção, o direito de ir, vir, parar e ficar.
B) Espécies:
Preventivo: ameaça de sofrer violência ou coação do direito de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder
(a restrição ainda não se consumou).
Medida preventiva: salvo-conduto para garantir o livre trânsito der ir e vir.
D) Legitimidade Passiva – Impetrado ou autoridade coatora - autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de
poder.
Poderá ser impetrado tanto contra autoridade pública ou particular (internações em hospitais, clínicas
psiquiátricas etc.). No primeiro caso, nas hipóteses de ilegalidade e abuso de poder, enquanto no segundo,
somente nas hipóteses de ilegalidade.
20.3.2. HABEAS DATA – Art. 5º, LXXII – “conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo.”
É direito que assiste a todas as pessoas de solicitar judicialmente a exibição dos registros públicos ou
privados, nos quais estejam incluídos seus dados pessoais, para que deles se tome conhecimento e, se necessário
for, sejam retificados os dados inexatos ou obsoletos ou que impliquem discriminação54.
A) Natureza Jurídica: É uma ação constitucional, de caráter civil, que tem por objetivo a proteção do direito
líquido e certo do impetrante em conhecer todas as informações e registros relativos à sua pessoa e constantes
de repartições públicas ou particulares acessíveis ao público, para eventual retificação de seus dados pessoais.
53
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p.126
54
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p.142
B) Legitimidade Ativa: poderá ser ajuizado tanto por pessoa física, brasileira ou estrangeira, quanto por pessoa
jurídica.
C) Legitimidade Passiva: entidades governamentais, da Administração Pública Direta e Indireta, bem como as
instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas que prestem serviço ao público ou de interesse público e
desde que detenham dados referentes às pessoas físicas ou jurídicas.
20.3.3. MANDADO DE INJUNÇÃO – Art. 5º, LXXI – “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.”
Consiste em uma ação constitucional de caráter civil e de procedimento especial que visa suprir uma
omissão do Poder Público, no intuito de viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa
prevista na Constituição Federal. Combate a síndrome de inefetividade das normas constitucionais objeto do
Mandado de Injunção55.
A) Requisitos:
Norma constitucional de eficácia limitada, prescrevendo direitos, liberdades constitucionais e prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania
Falta de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício dos direitos, liberdades e prerrogativas acima
mencionadas (omissão do Poder Público).
B) Legitimidade Ativa: poderá ser ajuizado tanto por qualquer pessoa, cujo exercício de um direito, liberdade ou
prerrogativa constitucional esteja sendo inviabilizado em virtude da falta de norma regulamentadora da
Constituição Federal. É plenamente possível o mandado de injunção coletivo, embora não previsto
expressamente no texto constitucional, assegurado às mesmas entidades do mandado de segurança coletivo.
D) Efeitos da Decisão: Durante muito tempo, o STF adotou a posição não concretista, onde a decisão apenas
decreta em mora do Poder omisso reconhecendo-se formalmente a sua inércia. Entretanto, atualmente, o STF
vem adotando a posição concretista, por vezes individual e por vezes geral, onde, no primeiro caso (individual),
julga procedente o mandado de injunção, fixando prazo ao Legislativo para a elaboração da norma. Findo o prazo
e permanecendo a inércia do Legislativo, o autor passa a ter assegurado o seu direito e, no segundo caso (geral),
o STF legisla no caso concreto, produzindo a decisão efeitos erga omnes até que sobrevenha a norma pelo
Legislativo. Ex. MI 712, ajuizado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Pará buscando
assegurar o direito de greve dos servidores públicos. O STF, por unanimidade, declarou a omissão legislativa e,
por maioria, determinou a aplicação da lei de greve vigente no setor privado, Lei 7.783/89.
20.3.4. MANDADO DE SEGURANÇA: art. 5, LXIX – “conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público.”
É conferido aos indivíduos para que eles se defendam de atos ilegais ou praticados com abuso de poder,
constituindo-se verdadeiro instrumento de liberdade civil e política.
A) Natureza Jurídica - Ação constitucional de natureza civil, qualquer que seja a natureza do ato impugnado, seja
55
Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p.170
ele administrativo, jurisdicional, criminal, eleitoral, trabalhista etc. cujo objeto é a proteção de direito líquido e
certo, lesado ou ameaçado de lesão, por ato ou omissão de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público. A natureza civil não se altera, nem tampouco impede o ajuizamento de
Mandado de Segurança em matéria penal.
B) Espécies:
20.3.4.2. INDIVIDUAL
A) Legitimidade Ativa - o legitimado ativo, sujeito ativo, impetrante é o detentor de "direito líquido e certo não
amparado por habeas corpus ou habeas data". Pessoas físicas (brasileiras ou não, residentes ou não, domiciliadas
ou não), jurídicas, órgãos públicos despersonalizados, porém com capacidade processual (Chefias dos Executivos,
Mesas do Legislativo), universalidades de bens e direitos (espólio, massa falida, condomínio), agentes políticos
(Governadores, parlamentares), Ministério Público etc.
B) Legitimidade Passiva – autoridade coatora que pratica ou ordena concreta e especificamente a execução ou
inexecução do ato impugnado, responde pelas suas conseqüências administrativas e detém a competência para
corrigir a ilegalidade.
C) Prazo – cento e vinte dias a contar da data da ciência oficial do ato a ser impugnado.
20.3.4.1. COLETIVO – Art. 5º, LXX – “o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político
com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados.”
Permite que pessoas jurídicas defendam o interesse de seus membros ou associados, ou ainda da
sociedade como um todo, nos casos dos partidos políticos, sem a necessidade de um mandato especial, evitando-
se a multiplicidade de demandas idênticas e conseqüente demora na prestação jurisdicional e fortalecendo as
organizações classistas.
A) Legitimação Ativa
A) Requisitos:
Deve haver lesividade (ilegalidade):
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe
participe (Administração Direta e Indireta,
bem como toda pessoa subvencionada com dinheiro público)
à moralidade administrativa
ao meio ambiente
ao patrimônio histórico e cultural.
B) Legitimados Ativos: somente o cidadão, brasileiro nato ou naturalizado, inclusive aquele entre 16 e 18 anos e
ainda, o português equiparado no gozo de seus direitos políticos. Exige capacidade eleitoral ativa. Excluem-se
Excluem os
estrangeiros, as pessoas jurídicas, os apátridas e aqueles que estiverem com seus direitos políticos suspenso
su ou
declarados perdidos. No caso de cidadão menor de 18 anos, segundo Alexandre de Moraes, por tratar-setratar de um
direito político, tal qual o direito de voto, não há necessidade de assistência.
assistência O Ministério Público, parte pública
autônoma, funciona como omo fiscal da lei, mas se o autor popular desistir da ação, poderá, entendendo presentes os
requisitos, promover o seu prosseguimento.
C) Legitimados Passivos: são sujeitos diversos, tanto da Administração Direta quanto da Indireta.
DIREITOS GARANTIAS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
qualquer natureza. dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei.
LIBERDADE DE AÇÃO Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei.
DIREITO À VIDA E À INTEGRIDADE FÍSICA Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento
desumano ou degradante.
V - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado V - é assegurado o direito de resposta, proporcional
o anonimato. ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, Garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos culto e a suas liturgias
(LIBERDADE DE RELIGIÃO).
VIII - por motivo de crença religiosa ou de convicção Ninguém será privado de direitos, salvo se as invocar
filosófica ou política. para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em
lei.
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, Independentemente de censura ou licença.
científica e de comunicação.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e Assegurado o direito a indenização pelo dano material
a imagem das pessoas (DIREITO À PRIVACIDADE) ou moral decorrente de sua violação.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo (DIREITO À XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
INTIMIDADE) podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial.
DIREITO DE INTIMIDADE DAS COMUNICAÇÕES XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
PESSOAIS. comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal.
XV - é livre a locomoção no território nacional em LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que
tempo de paz. alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, Independentemente de autorização, desde que não
em locais abertos ao público. frustrem outra reunião anteriormente convocada para
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente.
DIREITO À PROBIDADE E À MORALIDADE DA LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
ADMINISTRAÇÃO ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má
judiciais e do ônus da sucumbência.
Art. 60, § 4º da CRFB: “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir: (...) III - a separação dos Poderes.”
PODER JUDICIÁRIO
1. ESTRUTURA ORGÂNICA: Art. 92
O Poder Judiciário atua, na sua função típica, exercendo a jurisdição. Isso significa que os órgãos do
Judiciário resolvem os conflitos existentes na sociedade, aplicando a lei ao caso concreto que é levado até eles.
Observe: o conflito é levado até o Judiciário – Princípio da Inércia da Jurisdição.
Assim, a relação processual tem início quando alguém leva uma questão até o Judiciário e pede ao
Estado-Juiz uma resposta. A sentença é a resposta do Judiciário. Alguém leva uma questão ao Judiciário e recebe
uma resposta (essa frase é importante, conforme conversamos em aula, para entender os efeitos dos recursos)
do Judiciário. Entre levar a questão e receber a resposta há um longo caminho a percorrer e, importante dizer,
com as garantias inerentes aos litigantes em processo administrativo ou judicial e aos acusados em geral (ampla
defesa e contraditório).
2.1. ESTATUTO
A) INICIATIVA DO STF
B) LEI COMPLEMENTAR FEDERAL
a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem
aceite o lugar vago.
D) Promoção aos Tribunais de segundo grau: Art. 93, III
A) Antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância;
Observação
Os Tribunais Regionais Federais possuem em sua composição, membros do Ministério Público
Federal e da Ordem dos Advogados do Brasil (Quinto Constitucional) e juízes federais com
MAIS DE CINCO ANOS DE EXERCÍCIO, mediante promoção por antigüidade e merecimento.
Observação
Não obstante a previsão constitucional citar apenas os Tribunais Regionais Federais e os
Tribunais de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho e os Tribunais Regionais do Trabalho
também possuem o quinto constitucional.
C) IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
I da Constituição Federal.
2º Grau - Imediata
INAMOVIBILIDADE
Teto remuneratório
O subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados
em lei
ei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária
nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento,
nem exceder a noventa e cinco por cento
cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido,
em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º da Constituição Federal.
- Conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem
imediatamente vinculados.
Autorização legislativa:
Observação:
Se as propostas não forem encaminhadas dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes
orçamentárias, o Poder Executivo respectivo considerará, para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
limites estipulados. Se as propostas orçamentárias forem encaminhadas em desacordo com os limites
estipulados na LDO, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da
proposta orçamentária anual. Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.
a) direito de preferência, sobre todos os demais débitos, para o pagamento de débitos cujos titulares tenham
mais de 60 anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave,
definidos na forma da lei, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para a RPV.
b) Estados e Municípios poderão fixar, por leis próprias, valores distintos para segundo as diferentes capacidades
econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
c) Possibilidade de pedido de seqüestro de contas públicas quando o valor necessário ao pagamento do débito
não tenha sido previsto na lei orçamentária do ente público.
d) Quando os precatórios forem expedidos, pode ocorrer uma compensação antecipada, obrigando o Judiciário a
abater do valor devido pelo Estado os valores de eventuais débitos que o credor (do precatório) tenha junto à
Administração Pública, ainda que não inscritos em dívida ativa.
e) Atualização monetária pelos índices de atualização da poupança.
f) Autorização para cessão dos créditos de precatório, independentemente da concordância do devedor. A cessão
deverá ser comunicada ao devedor (não é pedir anuência...) e ao tribunal de origem, por meio de petição.
g) A seu critério (e na forma da lei), a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito
Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
h) Lei complementar poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados,
Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.
3. DIVISÃO ORGÂNICA
B) JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS: organizada e mantida pela União (art. 21, XIII)
- Tribunal de Justiça
- Juízes de Direito
Atenção!
Não confundir as frações: o STJ possui um terço de advogados e membros do MP.
1.3. INVESTIDURA:
A) Nomeação pelo Presidente da República
B) Aprovação por maioria absoluta do Senado Federal
1.4. REQUISITOS:
A) Brasileiro nato (art. 12, § 3°, IV)
B) Mais de 35 e menos de 65 anos de idade (art. 101)
C) Cidadão (art. 101) – não precisa ser magistrado, desde que tenha formação jurídica, ou seja, precisa ter
cursado a faculdade de Direito.
D) Notável saber jurídico e conduta ilibada (art. 101)
É órgão de cúpula administrativa do Poder Judiciário, sem função jurisdicional. É órgão de controle da
atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
1.3. INVESTIDURA:
A) Presidente do STF – Membro nato.
B) Demais membros - Nomeação pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha por maioria
absoluta do Senado Federal. (art. 103-B, § 2°)
1.5. PRESIDENTE: O Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-
Presidente do Supremo Tribunal Federal. (art. 103-B, § 1°)
1.6. MINISTRO-CORREGEDOR: Ministro do Superior Tribunal de Justiça, que fica excluído da distribuição de
processos no STJ (art. 103-B, § 5°)
JUSTIÇA ELEITORAL
1. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
3. JUÍZES ELEITORAIS
São Magistrados da Justiça Estadual designados pelo TER para presidir as zonas eleitorais (divisão
territorial dentro dos Estados que compreendem ruas e avenidas para fins de alistamento eleitoral). Funcionam
como órgão singular em primeira instância, enquanto a Junta que preside na ocasião é o órgão colegiado de
primeira instância.
A função de juiz eleitoral pertence ao juiz de Direito da Comarca, se a mesma for vara única. Se a comarca
tiver mais de uma vara, o juiz eleitoral será escolhido de acordo com a organização judiciária de cada Estado.
4. JUNTAS ELEITORAIS
As juntas eleitorais são compostas de:
a) um juiz de Direito que será o Presidente;
b) de dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade, indicados pelo juiz eleitoral e nomeados pelo TRE.