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Tombamento de mudas

O tombamento de mudas pode ocorrer em pré-emergência e/ou pós-


emergência. No primeiro caso, o patógeno coloniza e mata as sementes antes
de sua germinação, sendo muitas vezes confundido com baixa taxa de
germinação. Já no segundo, a plântula tomba logo após sua emergência,
sendo o sintoma a caracterização de tombamento. Os principais agentes
patogênicos causadores de tombamento são fungos de solo e que retiram seu
alimento de restos de matéria orgânica. Outro sintoma comum é o anelamento
do floema na haste das mudas, principalmente na região do coleto ou ao longo
do caule, que culmina no tombamento da muda. Esses sintomas ocorrem,
geralmente, logo após a germinação das sementes ou depois do fechamento
do canteiro, onde o tocar das copas das mudas cria um ambiente favorável à
infecção. As lesões apresentam-se de coloração marrom-escuras e,
geralmente, recobertas pela esporulação do patógeno.
Quando os canteiros são atacados, observa-se reboleiras de plântulas
mortas, já em embalagens, podem ocorrer aleatoriamente sobre o canteiro, em
virtude da forma de disseminação do patógeno.
Os principais agentes causais do tombamento de mudas em viveiro
pertencem aos seguintes gêneros: Pythium, Rhizoctonia, Phytophthora,
Fusarium, Cylindrocladium, dentre outros. Ainda existem aqueles que causam
danos esporádicos em plântulas ou podridões de sementes como:
Colletotrichum, Phoma, Helminthosporium, Cercospora e Botrytis.
a) Agente causal: Botrytis cinerea

Hospedeiro: Eucalyptus sp.

Sintomas: afeta os tecidos mais jovens da parte aérea das plantas,


especialmente de mudas jovens, causando a morte do ápice ou até mesmo, de
toda a muda. Os sintomas iniciam-se pelo enrolamento das folhas, seguido de
seca e queda das mesmas. Comumente, observa-se um crescimento de um
mofo acinzentado sobre as partes afetadas.

A B

Estrutura de Botrytis cinerea em hastes de Eucalyptus sp. vistas em lupa (A), e no


microscópio ao aumento de 40 x (B).
b) Agente causal: Cylindrocladium candelabrum

Hospedeiro: Eucalyptus sp.

Sintomas: os sintomas visíveis são podridão e escurecimento da haste,


tratando-se de uma lesão escura que progride da base para o ápice da estaca.
A podridão pode estar localizada na região da interface estaca/substrato ou em
porções superiores da estaca. A lesão avança sobre os tecidos da estaca,
escurecendo-a por completo, provocando a morte das gemas e impedindo o
seu enraizamento.

A B

Lesão na estaca causada por Cylindrocladium candelabrum, em Eucalyptus sp. (A), e


esporos do fungo vistos em microscópio com aumento de 20x (B).

.
c) Agente causal: Rhizoctonia sp.

Hospedeiro: Cedro (Cedrela fissilis Vell.)

Sintomas: os sintomas aparentes são podridão de colo ou haste, seguida de


tombamento da muda. Retirando esta do substrato, pode-se observar
escurecimento das raízes devido à associação com o fungo. Sobre a muda
atacada forma-se uma espécie de “teia de aranha” que são, na verdade, as
hifas do fungo. A espécie fúngica Rhizoctonia solani ataca também estacas de
eucalipto, causando a chamada mela das estacas com sintomas semelhantes
aos descritos anteriormente.

A B

Tombamento de muda de cedro (A) e hifa de Rhizoctonia sp. vista em microscópio ao


aumento de 20 x (B).
d) Agente causal: Fusarium sp.

Hospedeiro: Angico-vermelho (Parapiptadenia rigida)

Sintomas: os sintomas verificados foram podridão dos cotilédones e má


formação do sistema radicular, caracterizando tombamento em pré-
emergência. Quando as mudas são retiradas do substrato e mantidas em
câmara úmida, pode-se verificar a presença do micélio fungico esbranquiçado.

A B

Tombamento de mudas de angico-vermelho (A) e macroconídios de Fusarium sp.


vistos em microscópio com aumento de 20 x (B).
Bibliografia consultada

ALFENAS, A.C., ZAUZA, E. A. V., MAFIA, R. G. & ASSIS, T. F. Clonagem e


doenças do eucalipto. 1ª Edição. Viçosa MG. Editora UFV. 2004, 442p.

GALLI, F.; CARVALHO, P. C. T.; TOKESHI, H.; BALMER, E. ; KIMATI, H.;


CARDOSO, C. O. N.; SALGADO, C. L.; KRUGNER, T. L.; CARDOSO, E. J. B.
N.; FILHO, A. B. Manual de Fitopatologia, Doenças das Plantas Cultivadas.
São Paulo: Agronômica Ceres, 1980, v. 2, 663p.

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