Professional Documents
Culture Documents
Xanthan Gum:
characteristics and operational conditions of production
Resumo
Goma xantana é um polissacarídeo extracelular produzido pelas bactérias do gênero Xanthomonas. Sua
funcionalidade é uma conseqüência direta de sua estrutura química. Esta estrutura tem sido amplamente
estudada por ser passível de mudanças, sendo dependente do microrganismo produtor e das condições
operacionais aplicadas durante a fermentação. O trabalho tem como objetivo revisar a influência das
condições operacionais de produção de xantana nas características físico-químicas da goma produzida.
Palavras-chave: Xantana. Condições operacionais. Composição química. Reologia.
Abstract
Xanthan gum is an extracelullar polysaccharide produced by bacteria of the genus Xanthomonas. Its
functionality is a direct consequence of its chemical structure. This structure has been widely studied
because it is subject to changes, dependant on the producer microrganism and on the operational
conditions applied during the fermentation. The purpose of this paper is to review the influence of
the operational conditions of xanthan production in the physiochemical characteristics of the gum
produced.
Key words: Xanthan. Operational conditions. Chemical composition. Reology.
1
Doutoranda em Biotecnologia Agrícola. Centro de Biotecnologia – Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, Brasil,
caroldellin@bol.com.br.
2
Docente do Departamento de Ciências dos Alimentos e Centro de Biotecnologia – Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS,
Brasil, claire@ufpel.tche.br.
171
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Borges, C. D.; Vendruscolo, C. T.
173
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Borges, C. D.; Vendruscolo, C. T.
Vários trabalhos sucederam-se, mostrando a são mais comuns que diferenças qualitativas. As
influência da espécie, patovar e cepa na composição principais variações são relativas ao conteúdo dos
química qualitativa e quantitativa do polímero, ácidos pirúvico e acético. O conteúdo de ácido
conforme será relatado a seguir. O polissacarídeo pirúvico no polissacarídeo de diferentes espécies e
xantana, produzido por diferentes espécies de cepas de Xanthomonas foi avaliado, inicialmente,
Xanthomonas, contém normalmente glucose, por Orentas, Sloneker e Jeanes (1963). Os resultados
manose e ácido glucurônico, exceto Xanthomonas entre as espécies variaram de 1,05% a 7,64%. Uma
vesicatoria, que contém galactose em substituição à pequena variação no conteúdo de ácido pirúvico foi
manose (ORENTAS; SLONEKER; JEANES, 1963). observada nos polissacarídeos de diferentes cepas
Entretanto, a ocorrência de outros monossacarídeos da mesma espécie de Xanthomonas; os resultados
tem sido relatada. A presença de galactose, para espécie phaseoli oscilaram entre 6,26 a 6,88%.
juntamente de ribose, por exemplo, foi descrita A composição química de duas xantanas, uma
no polissacarídeo produzido por cepas mutantes com alto teor de piruvato (HPXan) e outra com
de Xanthomonas campestris lac+ (KONICEK; baixo (LPXAn), produzidas por Xanthomonas
LASÍK; WURST, 1977). Para Lowson e Symes campestris, foi relatada por Sandford et al. (1977).
(1977) e Souza e Vendruscolo (1999), o patovar A primeira apresentou 4,4% de piruvato, enquanto
pode determinar a composição do polissacarídeo. a segunda 2,5% de piruvato; a concentração dos
Esses autores relataram a presença de ramnose nos demais constituintes foi similar. A diferença entre
polímeros produzidos pelos patovares juglandis e as concentrações de piruvato e acetil em polímeros
pruni, respectivamente. produzidos por diferentes patovares e cepas de
Xanthomonas campestris também foi evidenciada
A literatura tem mostrado que variações
por Shatwell, Sutherland e Ross-Murphy (1990).
quantitativas entre polímeros produzidos por
Seus resultados são mostrados na Tabela 1.
diferentes microrganismos do gênero Xanthomona,
Tabela 1. Composição química de polímeros produzidos por diferentes cepas e patovares de Xanthomonas
campestris.
174
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Goma xantana: características e condições operacionais de produção
175
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Borges, C. D.; Vendruscolo, C. T.
Misturada com goma guar, resulta em um aumento interajam fortemente. Já para Kennedy, Jones e
de viscosidade. A distinção entre aumento da Barker (1982); Callet, Milas e Rinaudo (1987);
viscosidade ou gelatinização parece depender da Torrestiana, Fucikovsky e Galindo (1990) e Torres et
proporção entre manose:galactose da galactomanana al. (1993), a variação no conteúdo de ácido pirúvico
e da distribuição da galactose na cadeia lateral não pôde ser correlacionada com a variação nas
(MORRIS, 1995). propriedades reológicas. Dessa forma, ainda não
há consenso do efeito do conteúdo de piruvato nas
propriedades reológicas das soluções de xantana.
Influência da composição química da
Alguns estudos de modificação química abordam
Xantana nas características reológicas
a relação entre composição química e reologia.
O comportamento reológico é dependente da Xantanas com diferentes teores de acetil e piruvato
composição química do polímero. Entretanto, podem ser obtidas por modificação genética do
não há unanimidade entre os pesquisadores microrganismo produtor; ou ainda por modificação
quanto à influência de cada constituinte. Segundo química do produto final (TAYLOR; NASR-EL-
Sandford et al. (1977), o conteúdo de piruvato DIN, 1993).
pode ser usado como um indicador da qualidade
A remoção do grupo acetil produz polissacarídeo
reológica. Assim, xantanas com alto conteúdo de
com melhores propriedades físicas; a viscosidade
piruvato (> 4%) apresentam viscosidade superior
dos polímeros com baixo teor de acetil, na presença
àquelas com conteúdo inferior de piruvato (0,5
de sais, é significativamente maior, produzindo
a 3%). Para Smith et al. (1981), amostras com
filmes fortes e flexíveis (SLONEKER; JEANES,
alto teor de piruvato aumentam a viscosidade
1962). De acordo com Tako e Nakamura (1984), a
das soluções de xantana na presença de KCl pelo
xantana desacetilada apresenta maior viscosidade
aumento na associação macromolecular. Seus
em altas concentrações, quando comparada a
resultados indicam que o substituinte piruvato
xantana nativa. Este fenômeno foi atribuido à
promove associação e formação da macroestrutura
formação de associação intermolecular mais
pelo aumento na afinidade polímero-polímero,
intensa devido a desacetilação. Na desacetilação, o
comparativamente à afinidade polímero-solvente.
incremento de viscosidade depende das condições
Lechner, Gehke e Nordmeler (1996) propuseram
utilizadas e também do grau de acetil removido
uma teoria semelhante relacionada à concentração
(PINTO, 2005). A alteração na viscosidade, causada
de xantana ao conteúdo de piruvato. Segundo esses
pela desacetilação, pode ser mais ou menos intensa.
autores, o aumento na extensão da associação das
Bradshaw et al. (1983), por exemplo, relataram
moléculas de xantana na presença de alto conteúdo
um pequeno efeito na viscosidade das soluções de
de piruvato pode fornecer uma explicação para o
polímeros depiruvatados e desacetilados.
aumento atípico na viscosidade observada durante
a fermentação, na qual altos níveis de produção são Além da influência do conteúdo de piruvato e
acumulados. acetato nas propriedades reológicas da xantana,
outros constituintes parecem também exercer alguma
Entretanto, segundo Candia e Deckwer (1999),
influência. Biopolímeros que, aparentemente,
uma grande quantidade de produto acumulado
continham maior quantidade de manose e ácido
não assegura forte interação molecular quando os
glucurônico apresentaram maior grau espessante
pontos de contato estão diminuídos. Um alto grau
(ANTUNES et al., 2000). Moreira et al. (2001)
de piruvatação pode levar à situação onde grupos
relataram que o aumento na concentração de manose
de segmentos de moléculas de polímeros vizinhos
mantém ou aumenta a viscosidade das soluções
176
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Goma xantana: características e condições operacionais de produção
177
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Borges, C. D.; Vendruscolo, C. T.
do microrganismo utilizado. Algumas espécies de obtendo 26,4 g L-1 e a menor viscosidade, 125
Xanthomonas foram avaliadas para produção de mPa.s. Estes relatos corroboram a importância
xantana por Lilly, Wilson e Leach (1958). A maior do microrganismo na produção e viscosidade da
produção ocorreu por Xanthomonas campestris (9,9 xantana.
g L-1) e a menor por Xanthomonas papavericola
(1,8 g L-1). Das espécies testadas, Xanthomonas
phaseoli, Xanthomonas campestris e Xanthomonas Condições operacionais de produção
malvacearum foram as que apresentaram maior Todos os parâmetros passiveis de mudança em um
produção do polissacarídeo. Seis isolados de processo fermentativo são considerados condições
Xanthomonas campestris foram estudados quanto operacionais, tais como: temperatura, aeração,
à produção de xantana por Torrestiana, Fucikovsky agitação, pH, etc. A otimização destas condições para
e Galindo (1990). Destes seis isolados, dois não produção de xantana é particularmente importante,
produziram polímero na condição testada e o considerando sua ampla aplicação industrial
isolado SI alcançou a maior produção, 8,0 g L-1. No (DE VUYST; VERMEIRE, 1994). Na escala de
trabalho de Nitschke e Thomas (1995), com cepas bancada, tendo em vista sua maior flexibilidade e
selvagens de Xanthomonas campestris, obteve-se, menor custo de operação, os dados básicos sobre
como menor produção, 10,6 g L-1 para a cepa C5 e, o processo devem ser levantados dentro do maior
como maior produção, 14,5 g L-1 para a cepa Cv2C8. nível de pormenorização possível. Nesta escala,
Diferentes patovares e cepas de Xanthomonas devem ser realizadas as tarefas básicas, como a
campetris foram avaliadas quanto à produção de seleção do microrganismo e o estudo das condições
xantana por Sánchez et al. (1997). Para o patovar operacionais (BANDINO JÚNIOR; SCHMIDELL,
campestris, a produção oscilou entre 0,0 e 15,3 g 2001).
L-1, a produção pelo patovar juglandis variou entre
Uma vez que se tenha acumulado suficiente
0,0 a 7,3 g L-1 e pelos patovares pruni e manihotis a
experiência sobre o processo fermentativo em
produção alcançou 7,4 e 9,0 g L-1, respectivamente.
questão, e desde que se tenha atingido desempenho
Diversas cepas do patovar pruni de Xanthomonas adequado do ponto de vista econômico, amplia-se a
campestris foram avaliadas quanto à produção de escala para um reator piloto. Como a operação é mais
xantana. Moreira et al. (2001) avaliaram dezoito onerosa, deve-se reduzir o número de variáveis. Por
cepas deste patovar. O valor mínimo de produção fim, a escala industrial, devido à própria dimensão,
obtido neste estudo foi de 2,3 g L-1 para a cepa 44 visa ao lado econômico do processo, ou seja, a
e máximo de 8,4 g L-1 para a cepa 73. Outras trinta produção em grande escala. Nesta escala, procura-
cepas do mesmo patovar foram avaliadas quanto se operar o fermentador sob condições similares
à produção e viscosidade do polímero por Borges àquelas ajustadas na escala piloto. Entretanto,
(2004). Em seu trabalho, os resultados de produção o grande problema do aumento de escala está
variaram entre 3,6 g L-1 para a cepa 51 e 9,2 g L-1 exatamente em reproduzir, na escala industrial, as
para a cepa 83; e a viscosidade de 1.370 mPa.s para condições responsáveis pelo bom desempenho do
o polímero produzido pela cepa 83 a 12.700 mPa.s sistema, obtidas nas escalas de bancada e piloto.
para o polímero da cepa 101. Antunes et al. (2003) Deve-se atentar que, com a ampliação da escala de
também avaliaram a produção pelo patovar pruni e a trabalho, perde-se a condição de reator homogêneo,
viscosidade do polímero. Das treze cepas avaliadas freqüentemente observado na escala de bancada
pelos autores, a cepa 06 apresentou o menor valor (BANDINO JÚNIOR; SCHMIDELL, 2001).
de produção 4,1 g L-1 e a maior viscosidade 15.000
As condições operacionais, como a configuração
mPa.s. Já a cepa 31 apresentou a maior produção
do bioreator, modo de operação (batelada ou
178
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Goma xantana: características e condições operacionais de produção
contínuo), composição do meio, temperatura, pH, Diversos trabalhos mostram a relação entre
velocidade de agitação, taxa de aeração e o tempo de velocidade de agitação e taxa de aeração com o
fermentação influenciam não apenas no crescimento crescimento celular, produção, composição química
do microrganismo e na produção de xantana, mas e características reológicas da xantana. A influência
também na estrutura e características reológicas da taxa de aeração na viscosidade e no conteúdo
do polímero (KENNEDY; JONES; BARKER, de ácido pirúvico da xantana foi estudada por
1982; BAIG; AHMAD, 1995; GUPTE; KAMAT, Cadmus et al. (1978). Para esses autores, as maiores
1997; CASAS; SANTOS; GARCÍA-OCHOA, viscosidades e o conteúdo máximo de piruvato foram
2000; MOREIRA et al., 2001; ANTUNES et al., alcançados pela utilização de 0,75 vvm e 1,5 vvm.
2003). Dessa forma, a otimização das condições de A produção e viscosidade da xantana sintetizada
fermentação na escala de bancada é extremamente utilizando duas combinações de velocidade de
necessária antes da ampliação da escala de agitação e taxa de aeração (250 rpm – 1,5 vvm e 350
produção. rpm – 2 vvm) foram avaliadas por Moreira (2002).
Em seu trabalho, a maior produção foi alcançada
na condição de maior aeração, diferentemente da
Agitação e aeração viscosidade, que foi mais elevada com taxas mais
A agitação e a aeração são parâmetros necessários baixas de aeração.
para evitar condições de anaerobiose decorrentes A produção de xantana em diferentes velocidades
da alta viscosidade do meio pela formação do de agitação (200, 400, 600 e 800 rpm) foi avaliada
polissacarídeo, visto que a bactéria é estritamente por Peters et al. (1989), utilizando uma aeração
aeróbia. Logo, a combinação adequada, para os níveis de 0,33 vvm. Os resultados mostraram que a
destes parâmetros, deve ser estudada para evitar a limitação de oxigênio foi possivelmente a causa da
limitação na transferência de oxigênio ou condições baixa produção (6,3 g L-1) em 200rpm, entretanto,
de estresse hidrodinâmico (SUTHERLAND, 1993; com a aplicação de 800rpm a maior produção foi
CASAS; SANTOS; GARCÍA-OCHOA, 2000). Em alcançada (16,4 g L-1). Casas, Santos e García-
sistemas não-newtonianos, como na fermentação Ochoa (2000) também avaliaram a produção de
para produção de xantana, a agitação é mais xantana em diferentes velocidades de agitação
significativa para a transferência de oxigênio do que (100, 300, 500 e 800 rpm), com aeração de 1 vvm.
a aeração (CASAS; SANTOS; GARCÍA-OCHOA, Segundo estes autores, o crescimento de biomassa
2000; RICHARD; MARGARITIS, 2002). Grande e a produção de xantana alcançaram um máximo
parte da literatura estuda diferentes condições de com velocidade de agitação fixada em 500 rpm. Na
aeração alterando a velocidade de agitação, entre velocidade de agitação de 800 rpm, ambos, biomassa
outros autores, pode-se citar Peters et al. (1989); e produção de xantana foram baixos, provavelmente
Lorda, Pastor e Balatti (1995); Casas, Santos e devido ao dano provocado às células pelo estresse
García-Ochoa (2000); Papagianni et al. (2001). hidrodinâmico. Da mesma forma, Papagianni et al.
Os microrganismos conseguem manter um (2001) testaram diferentes velocidades de agitação
bom desempenho e, quando cultivados em baixas (100, 200, 300, 400 e 600 rpm), utilizando 1 vvm.
concentrações de oxigênio dissolvido, são muito Em seu trabalho, o aumento dos níveis de agitação
interessantes do ponto de vista econômico. A resultou no aumento dos níveis de produção. Além
manutenção de altas concentrações de oxigênio disso, o conteúdo de piruvato das xantanas produzidas
dissolvido demanda um maior consumo de energia, aumentou com o aumento da velocidade de agitação.
em virtude de uma maior agitação e aeração Para esses autores, o efeito benéfico do aumento
(SCHMIDELL, 2001). da agitação foi atribuído à redução da viscosidade
179
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Borges, C. D.; Vendruscolo, C. T.
do meio, aumentando a transferência de nutrientes uso de matérias-primas naturais, tais como caldo
e oxigênio necessários para formação de xantana. de cana-de-açúcar, farinhas diversas (trigo, milho,
Após avaliar diferentes trabalhos da literatura pôde- soja, cevada), água de maceração de milho, etc.
se concluir que o estresse hidrodinâmico, além de Como a composição química dependerá de uma
ser dependente da agitação/aeração, parece também série de fatores, tais como solo, variedade do
ser dependente do microrganismo. vegetal, safra, clima, processamento e estocagem
etc, freqüentemente é necessária a adição de alguns
sais, particularmente contendo nitrogênio e fósforo.
Meios de cultivo Esses fatos indicam que podem ocorrer oscilações
O conhecimento das necessidades nutricionais no processo fermentativo que emprega essas
de uma linhagem é estudo de vital importância, matérias-primas, obrigando as empresas produtoras
objetivando o fornecimento dos nutrientes apenas a manterem instalações piloto para o ajuste da
necessários, por questões econômicas do processo composição do meio a cada novo lote de matéria-
produtivo. Algumas características também devem prima que a empresa recebe (SCHMIDELL, 2001).
ser consideradas, como: não provocar problemas O meio padrão para produção de xantana deve
na recuperação do produto, não causar dificuldades conter fontes de nitrogênio, de carbono, íons fosfato e
no tratamento final do efluente, ter composição magnésio e alguns elementos traços, sendo atribuído
razoavelmente fixa e os componentes devem ser o custo de 20 a 30% do processo total (BORN;
estáveis, permitindo armazenamento prolongado LANGENDORFF; BOULENGUER, 2002).
(SCHMIDELL, 2001). Diversos trabalhos mostram a relação entre meio
Geralmente, classificam-se os meios de cultivo de cultivo (definido, complexo e meio adicionado
como químico definido e complexo. Meio químico de matérias-primas naturais) com a produção de
definido é o meio cuja composição química é xantana, composição química e comportamento
qualitativa e quantitativamente conhecida, podendo reológico. Dentre eles, alguns devem ser salientados,
ser reproduzida a qualquer instante (SCHMIDELL, como o trabalho de Souw e Demain (1979) que
2001). Alternativamente, para suprir as necessidades realizaram um estudo nutricional de produção de
de linhagens mais exigentes e, em geral, com xantana em meio químico definido, sendo testados
características nutricionais mal conhecidas, pode- como fonte de carbono: sacarose, frutose e xilose;
se adicionar certos materiais complexos. Estes são fontes de ácidos orgânicos: piruvato, succinato e
chamados de meios complexos, sendo compostos cetoglutarato e fontes de nitrogênio: aminoácidos,
de nutrientes como extrato de levedura, de carne sais de amônio, nitrato de sódio e uréia. Diferentes
ou de planta ou de produtos de digestão protéica fontes de nitrogênio (água de maceração de milho,
dessa ou de outras fontes (TORTORA; FUNKE; farinha de soja, peptona, extrato de levedura e
CASE, 2005). Esses materiais (individualmente ou resíduos de destilarias) para produção de xantana
adicionados conjuntamente) permitem introduzir sintetizada por Xanthomonas campestris IC19 e sua
no meio de cultura os fatores ausentes em um meio influência na viscosidade e composição química
definido, mas, além de onerosos, são complexos do polímero foram avaliados por Kennedy, Jones e
e de composição variável ao longo do tempo Barker (1982). O efeito da fonte de carbono (glucose,
de armazenagem. Também a dependência do sacarose, melaço e sirodex A – xarope de glicose) e
fornecedor e qualidade variável dos lotes são fatores fonte de nitrogênio (água de maceração de milho
de restrição (SCHMIDELL, 2001). em substituição ao (NH4)2HPO4) na produção e
características físico-químicas da xantana produzida
Com relação aos meios mais complexos, e
por Xathomonas campestris NRRL B-1459 foi
igualmente menos onerosos, pode-se mencionar o
180
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Goma xantana: características e condições operacionais de produção
relatado por De Vuyst e Vermeire (1994). Já e da cepa utilizada (DE VUYST; VERMEIRE,
Gupte e Kamat (1997) avaliaram a influência de 1994; PAPAGIANNI et al., 2001). Entretanto, a
diferentes fontes de carbono (glucose, sacarose, maioria concorda que o controle do pH na faixa
lactose e amido), nitrogênio (ausência, extrato de 6 a 8, pela utilização de álcalis como KOH,
de levedura, peptona, uréia, água de maceração NaOH e (NH)4OH, é o melhor para produção de
de milho, (NH4)2SO4, NH4Cl, NaNO3 e extrato xantana (ESGALHADO; ROSEIRO; COLLAÇO,
de levedura + peptona) e sais inorgânicos (FeCl3, 1995; GUPTE; KAMAT, 1997; LIAKOPOULOU-
NaCl, citrato, MgSO4 7H2O, CaCO3, KH2PO4, KYRIAKIDES et al., 1997; CASAS; SANTOS;
K2HPO4) na produção de xantana por Xanthomonas GARCÍA-OCHOA, 2000).
campestris ICa-125 e características reológicas da
A produção de xantana tem sido avaliada na
goma. Outros trabalhos de produção de xantana
faixa de temperatura de 20 a 38 °C (CADMUS et al.,
a partir de resíduos agroindustriais podem ser
1978; GUPTE; KAMAT, 1997; CASAS; SANTOS;
citados, como exemplo, a utilização de soro de
GARCÍA-OCHOA, 2000; LEELA; SHARMA,
leite (KONICEK; KONICKOVÁ-RADOCHOVÁ,
2000). A maioria dos autores estabeleceu 28 °C
1992; ANTUNES et al., 2000; NITSCHKE;
como temperatura ótima de produção de xantana.
RODRIGUES; SCHINATTO, 2001), resíduos
cítricos (GREEN; SHELY; BILANOVIC, 1994; A temperatura e o pH ótimos para o crescimento
BILANOVIC; SHELEF; GREEN, 1994), resíduo celular e produção de xantana foram determinados
de polpa de beterraba (YOO; HARCUM, 1999), por Esgalhado, Roseiro e Collaço (1995). A
resíduos de azeitona (LÓPEZ; MORENO; RAMOS- faixa ótima para o crescimento de Xanthomonas
COMENZANA, 2001), melado (KALOGIANNIS campestris em cultivo de batelada foi pH entre 6,0
et al., 2003), resíduos agrícolas (MORENO et al. – 7,5 e temperatura entre 25 – 27 °C. Para maior
1998). produção de xantana e viscosidade do polímero,
valores de pH entre 7,0 – 8,0 e temperatura entre 25
– 30°C, foram determinados. Esta diferença entre
pH e temperatura faixa ótima de pH e temperatura para crescimento
celular e produção de xantana pode ser uma
Existe um valor ótimo de pH e de temperatura
importante informação a ser incluída na estratégia
para o desenvolvimento do microrganismo e
de fermentação.
acúmulo do produto. No entanto, o controle preciso
do pH e da temperatura apenas é possível em
reatores de bancada. Em reatores de grande porte,
Influência das condições operacionais na
poderá ocorrer uma certa heterogeneidade ao longo
composição química da Xantana
do reator; entretanto, o ideal seria que a célula
mantivesse o seu desempenho, apesar de uma certa Numerosos estudos têm mostrado que as
flutuação nos valores destas grandezas tomadas condições operacionais aplicadas durante a
como exemplo (SCHMIDELL, 2001). fermentação podem causar alguma variação na
composição química da xantana, principalmente no
Alguns autores estudam a produção de xantana
conteúdo de ácido pirúvico e acético. A influência
em pH não controlado (DE VUYST; VERMEIRE,
da taxa de aeração (0,25 a 1,5 vvm) e temperatura
1994; PAPAGIANNI et al., 2001). Nesse caso, o
(20 a 30 °C) no conteúdo de ácido piruvico da
pH do caldo pode decrescer do pH neutro até pH
xantana foi estudada por Cadmus et al. (1978).
próximo a 5, pela presença de grupos ácidos na
Para esses autores, o conteúdo máximo de piruvato
xantana (GARCIA-OCHOA et al., 2000), ou pode
(3,6%) foi alcançado pela utilização de 0,75 vvm.
aumentar, dependendo da composição do meio
Quando a temperatura foi avaliada, a xantana
181
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Borges, C. D.; Vendruscolo, C. T.
182
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Goma xantana: características e condições operacionais de produção
183
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Borges, C. D.; Vendruscolo, C. T.
BILANOVIC, D.; SHELEF, G.; GREEN, M. Xanthan DENTINI, M.; CRESCENZI, V.; BLASI, D.
fermentation of citrus waste. Bioresource Technology, Conformational properties of xanthan derivatives in dilute
Essex, v. 48, n. 2, p. 169-172, 1994. aqueous solution. International Journal of Biological
Macromolecules, Guildford, v. 6, n. 2, p. 93-98, 1984.
BORGES, C. D. Caracterização da goma xantana em
função da cepa de Xanthomonas campestris pv pruni ESGALHADO, M. E.; ROSEIRO, J. C.; COLLAÇO,
e das condições operacionais. 2004. Dissertação. M. T. A. Interactive effects of pH and temperature on
(Mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial) – cell growth and polymer production by Xanthomonas
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade campestris. Process Biochemistry, London, v. 30, n. 7,
Federal de Pelotas, Pelotas. p. 667-671, 1995.
BORN, K.; LANGENDORFF, V.; BOULENGUER, P. GALINDO, E. Aspects of the process for xanthan
Xanthan. In: STEINBÜCHEL, A.; VANDAMME, E. J.; production. Transactions of the Institution of Chemical
DE BAETS, S. Biopolymers. Weinheim: Weley-VCH, Engineers, London, v. 72, part. C, p. 227-237, 1994.
2002. v. 5, p. 259-291.
GARCÍA-OCHOA, F.; CASTRO, V. E.; SANTOS, V.E.
BRADSHAW, I. J.; NISBET, B. A.; KERR, M. H.; Oxygen transfer and uptake rates during xanthan gum
SUTHERLAND, I.W. Modified xanthan: its preparation production. Enzyme and Microbial Technology, New
and viscosity. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 3, n. York, v. 27, n. 9, p. 680-690, 2000.
1, p. 23-38, 1983.
GARCÍA-OCHOA, F.; SANTOS, V.E.; CASAS, J. A.;
CADMUS, M. C.; KNUTSON, C. A.; LAGODA, A. A.; GÓMEZ, E. Xanthan gum: production, recovery and
PITTSLEY, J. E.; BURTON, K. A. Synthetic media for properties. Biotechnology Advances, New York, v. 18, n.
production of quality xanthan gum in 20 liter fermentors. 7, p. 549-579, nov. 2000.
Biotechnology and Bioengineering, New York, v. 20, n.
GREEN, M.; SHELEF, G.; BILANOVIC, D. The effect
7, p. 1003 –1014, 1978.
of various citrus waste fractions on xanthan fermentation.
CALLET, F.; MILAS, M.; RINAUDO, M. Influence of The Chemical Engineering Journal, Lausanne, v. 56, n.
acetyl and pyruvate contents on rheological properties 1, p. B37-B41, Dec. 1994.
of xanthan in dilute solution. International Journal of
GUPTE, M. D.; KAMAT, M. Y. Isolation of wild
Biological Macromolecules, Guildford, v. 9, n. 5, p. 291-
Xanthomonas strains from agricultural produce, their
293, oct. 1987.
characterization and potencial related to polysaccharide
CANDIA, J. L. F.; DECKWER, W. D. Effect of the production. Folia Microbiologica, Praha, v. 42, n. 6, p.
nitrogen source on pyruvate content and rheological 621-628, 1997.
properties of xanthan. Biotechnology Progress, New
HARDING, N. E.; CLEARY, J. M.; IELPI, L. Genetics and
York, v. 15, n. 3, p. 446-452, mai-jun. 1999.
Biochemistry of xanthan gum production by Xanthomonas
CASAS, J. A.; SANTOS, V. E.; GARCÍA-OCHOA, campestris. In: HUI, Y. H. KHACHATOURIANS, G. G.
F. Xanthan gum production under several operacional Food biotechnology: microorganisms. New York: VCH
conditions: molecular structure and rheological properties. Publisher, 1994. p. 495-514.
Enzyme and Microbiology Technology, New York, v. 26,
HOLZWARTH, G. Conformation of extracellular
n. 2-4, p. 282-291, feb. 2000.
polysaccharide of Xanthomonas campestris. Biochemistry,
CHALLEN, I. A. Xanthan gum: a multifunctional Washington, v. 15, n. 19, p. 4333-4339, 1976.
stabiliser for food products. In: NISHINARI, K.; DOI, E.
INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE
Food Hydrocolloids: structures, properties and functions.
INDUSTRIAL. Disponível em: www.inpi.gov.br. Acesso
New York: Plenum Press, 1994. p. 135-139.
em: dezembro de 2007.
CUVELIER, G.; LAUNAY, B. Concentration regimes in
JANA, A. K.; GHOSH, P. Xanthan biosynthesis in
xanthan gum solutions deduced from flow and viscoelastic
continuous culture: citric acid as an energy source.
properties. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 6, n. 5, p.
Journal of Fermentation and Bioengineering, Osaka, v.
321-333, 1986.
80, n. 5, p. 485-491, 1995.
DE VUYST, L.; VERMEIRE, A. Use of industrial medium
JANSSON, P. E.; KENNE, L.; LINDBERG, B. Structure
components for xanthan production by Xanthomonas
of the exocellular polysaccharide from Xanthomonas
campestris NRRL B-1459. Applied Microbiology and
campestris. Carbohydrate Research, Amsterdam, v. 45,
Biotechnology, Berlin, v. 42, n. 2-3, p. 187-191, nov.
n. 1, p. 275-285, Dec. 1975.
1994.
184
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Goma xantana: características e condições operacionais de produção
JEANES, A. Extracellular microbial polysaccharides – LILLY, V. G.; WILSON, H. A.; LEACH, J. G. Bacterial
new hydrocolloids of interest to the food industry. Food polysaccharides. Applied Microbiology, Washington, v.
Technology, Chicago, v. 28, n. 5, p. 34-40, 1974. 6, n. 2, p. 105 –108, mar. 1958.
JEANES, A.; PITTSLEY, J. E.; SENTI, F. R. LINDEN, G.; LORIENT, D. Bioquímica agroindustrial
Polysaccharide B-1459: a new hydrocolloid polyeletrolyte – revalorizacion allimentaria de la produccion agricola.
produced from glucose by bacterial fermentation. Journal Espanha: Acríbia, 1996.
of Applied Polymer Science, New York, v. 5, n. 17, p. LÓPEZ, M. J.; MORENO, J.; RAMOS-COMENZANA,
519-526, 1961. A. Xanthomonas campestris strain selection for xanthan
KALOGIANNIS, S.; IAKOVIDOU, G.; production from olive mill wastewaters. Water Research,
LIAKOPOULOU-KYRIAKIDES, M.; KYRIAKIDIS, New York, v. 35, n. 7, p. 1828-1830, May. 2001.
D. A.; SKARACIS, G. N. Optimization of xanthan LÓPEZ, M. J.; VARGAS-GARCÍA, M. C.; SUAREZ-
gum production by Xanthomonas campestris grown in ESTRELLA, F.; MORENO, J. Properties of xanthan
molases. Process Biochemistry, London, v. 39, n. 2, p. obtained from agricultural wastes acid hydrolysates.
249-256, Oct. 2003. Journal of Food Engineering, Essex, v. 63, n. 1, p. 111-
KANG, K. S.; PETTIT, D. J. Xanthan, gellan, wellan 115, 2004.
and rhamsan. In: WHISTLER, R. I.; BEMILLER, J. N. LORDA, C. S.; PASTOR, M. D.; BALATTI, A. P.
Industrial gums. New York: Academic Press, 1993. p. Obtención de xantano a partir de Xanthomonas campestris
341-398. B-1459 em fermentadores com agitación mecânica.
KATZBAUER, B. Properties and applications of xanthan Revista Argentina de Microbiologia, Buenos Aires, v. 27,
gum. Polymer Degradation and Stability, Essex, v. 59, n. p. 146-155, 1995.
1-3, p. 81-84, 1998. LOWSON, C. J.; SYMES, K. C. Oligosaccharides
KENNEDY, J. F.; JONES, P.; BARKER, S. A. Factors produced by partial acetolysis of xanthan gum.
affecting microbial growth and polysaccharide production Carbohydrate Research, Amsterdam, v.58, n. 2, p. 433-
during the fermentation of Xanthomonas campestris 438, 1977.
cultures. Enzyme Microbiology Technology, New York, MACHADO, J. C. V. Reologia e Escoamento de fluídos
v. 4, n. 1, p. 39-43, 1982. – ênfase na indústria do petróleo. Rio de Janeiro:
Interciência, 2002.
KONICEK, J.; KONICKOVÁ-RADOCHOVÁ, M. Use
of whey for production of exocellular polysaccharide MARCOTTE, M.; HOSHAHILI, A. R. T.;
by mutant strain of Xanthomonas campestris. Folia RAMASWAMY, H. S. Rheological properties of
Microbiologica, Praha, v. 37, n. 2, p. 102-104, 1992. selected hydrocolloids as a function of concentration and
temperature. Food Research International, Barking, v.
KONICEK, J.; LASÍK, J.; WURST, M. Production and
34, n. 8, p. 695-703, 2001.
characteristies of the exocellular polysaccharide in mutant
strains of Xanthomonas fuscans. Folia Microbiologica, MILAS, M.; VIEHWEG, H.; WEISS, A. Structure and
Praha, v. 22, n. 1, p. 12-18, 1977. properties of xanthan versus fermentation time in an
emulsion system. Carbohydrate Polymers, Barking, v.
LECHNER, M. D.; GEHRKE, K.; NORDMEIER, E. 13, n. 2, p. 119-131, 1990.
Makromolekulare Chemie. Berlin: Birkhäuser, 1996.
MOCHI, A. C.; SCAMPARINI, A. R. P. Xanthan gum
LEELA, J. K.; SHARMA, G. Studies on xanthan production from brazilian strains. In: NISHINARI, K.;
production from Xanthomonas campestris. Bioprocess DOI, E. Food Hydrocolloids. New York: Plenum Press,
Engineering, New York, v. 23, n. 6, p. 687-689, 2000. 1994. p. 147-150.
LESLEY, S. M.; HOCHSTER, R. M. The extracellular MOREIRA, A. S.; VENDRUSCOLO, J. L. S.; GIL-
polysaccharide of Xanthomonas phaseoli. Canadian TUNES, C.; VENDRUSCOLO, C. T. Screening among
Journal of Biochemistry and Physiology, Ottawa, v. 37, 18 novel strains of Xanthomonas campestris pv pruni.
n. 4, p. 513-529, 1959. Food Hydrocolloids, Oxford, v. 15, n. 4-6, p. 469-474,
LIAKOPOULOU-KYRIAKIDES, M.; TZANAKAKIS, jul./nov. 2001.
E. S.; KIPARISSIDIS, C.; EKATERIANIADOU, L. V.; MOREIRA, A. S. Produção, caracterização e aplicação
KYRIAKIDIS, D. A. Kinetics of xanthan gum production de biopolímero sintetizado por cepas de Xanthomonas
from whey by constructed strains of Xanthomonas campestris pv pruni. 2002. Tese. (Doutorado em
campestris in bath fermentations. Chemical Engineering Biotecnologia) – Centro de Biotecnologia, Universidade
& Technology, Weinheim, v. 20, n. 5, p. 354-360, 1997. Federal de Pelotas, Pelotas.
185
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Borges, C. D.; Vendruscolo, C. T.
MORENO, J.; LÓPES, M.J.; VARGAS-GARCIA, C.; SÁNCHEZ, A.; RAMÍREZ, M. E.; TORRES, L. G.;
VÁZQUEZ, R. Use of agricultural wastes for xanthan GALINDO, E. Characterization of xanthans from selected
production by Xanthomonas campestris. Journal of Xanthomonas strains cultivated under constant dissolved
Industrial Microbiology and Biotechnology, Hampshire, oxygen. World Journal of Microbiology & Biotechnology,
v. 21, n. 4-5, p. 242-246, Oct./Nov. 1998. Oxford, v. 13, n. 4, p. 443-451, jul. 1997.
MORRIS, V. J. Bacterial polysaccharides. In: STEPHEN, SANDFORD, P. A.; PITTSLEY, J. E.; KNUTSON, C.
A. M. Food polysaccharide and their applications. New A.; WATSON, P. R.; CADMUS, M. C.; JEANES, A.
York: Basel Marcel Dekker, 1995. p. 341-375. Variation in Xanthomonas campestris NRRL B – 1459:
characterization of xanthan products of differing pyruvic
NITSCHKE, M.; RODRIGUES, V.; SCHINATTO, L. F. acid content. In: SANDFORD, P.A.; LASKIN, A.
Formulação de meios de cultivo à base de soro de leite Extracellular microbial polysaccharides. Washington:
para produção de goma xantana por X. campestris C7L1. American Chemical Society, 1977. p. 192 –210.
Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 21, n. 1,
p. 82-85, jan./abr. 2001. SCHMIDELL, W. Microrganismos e meios de cultura
para utilização industrial. In: SCHMIDELL, W.; LIMA,
NITSCHKE, M.; THOMAS, R. W. S. P. Xanthan gum U. de A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W. Biotecnologia
production by wild-type isolates of Xanthomonas industrial. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. v. 2, p.
campestris. World Journal of Microbiology & 5-18.
Biotechnology, Oxford, v. 11, n. 5, p. 502-504, Sep.
SHATWELL, K. P.; SUTHERLAND, I. W.; DEA, I.
1995.
C.M.; ROSS-MURPHY, S. B. The influence of acetyl and
ORENTAS, D. G.; SLONEKER, J. H.; JEANES, pyruvate substituents on the helix-coil transition behavior
A. Pyruvic acid content and constituent sugars of of xanthan. Carbohydrate Research, Amsterdam, v. 206,
exocellular polysaccharides from different species of the n. 1, p. 87-103, Sep. 1990.
genus Xanthomonas. Canadian Journal of Microbiology,
SHATWELL, K. P.; SUTHERLAND, I. W.; ROSS-
Ottawa, v. 9, n. 3, p. 427-430, 1963.
MURPHY, S. B. Influence of acetyl and pyruvate
PAPAGIANNI, M.; PSOMAS, S. K.; BATSILAS, L.; substituents on the solution properties of xanthan
PARAS, S. V.; KYRIAKIDIS, D. A.; LIAKOPOULOU- polysaccharide. International Journal of Biological
KYRIAKIDES, M. Xanthan production by Xanthomonas Macromolecules, Guildford, v. 12, n. 2, p. 71-78, Apr.
campestris in batch cultures. Process Biochemistry, 1990.
London, v. 37, n. 1, p. 73-80, Sep. 2001. SHAW, D. J. Introdução à química dos colóides e de
PETERS, H.; HERBST, H.; HESSELINK, P.; superfícies. São Paulo: Edgard Blucher, 1975.
LÜNSDORF, H.; SCHUMPE, A.; DECKWER, W. SLONEKER, J. H.; JEANES, A. Exocellular bacterial
The influence of agitation rate on xanthan production polysaccharide from Xanthomonas campestris NRRL B
by Xanthomonas campestris. Biotechnology and – 1459. Canadian Journal of Chemistry, Ottawa, v. 40, n.
Bioengineering, New York, v. 34, n. 11, p. 1393-1397, 11, p. 2066-2071, 1962.
Sep. 1989.
SMITH, I. H.; SYMES, K. C.; LAWSON, C. J.;
PINTO, E. P. Desacetilação de xantana: influência no MORRIS, E. R. Influence of the pyruvate of xanthan on
comportamento reológico. 2005. Dissertação (Mestrado macromolecular association in solution. International
em Ciência e Tecnologia Agroindustrial) – Faculdade Journal of Biological Macromolecules, Guildford, v. 3,
de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de n. 2, p. 129-134, 1981.
Pelotas, Pelotas.
SOUW, P.; DEMAIN, A. Nutritional studies on xanthan
RICHARD, A.; MARGARITIS, A. Production and mass by Xanthomonas campestris NRRL B1459. Applied and
transfer characteristics of non-newtonian biopolymers Environmental Microbiology, Washington, v. 37, n. 6, p.
for biomedical applications. Critical Reviews in 1186-1192, 1979.
Biotechnology, Boca Raton, v. 44, n. 4, p. 355-374, SOUW, P.; DEMAIN, A. Role of citrate in xanthan
2002. production by Xanthomonas campestris. Journal of
ROCKS, J. K. Xanthan gum. Food Technology, Chicago, Fermentation Technology, Osaka, v. 58, n. 5, p. 411-416,
v. 25, n. 5, p. 476-483, 1971. 1980.
ROSALAM, S.; ENGLAND, R. Review of xanthan gum SOUZA, A. da S.; VENDRUSCOLO, C. T. Produção
production from unmodified starches by Xanthomonas e caracterização dos biopolímeros sintetizados por
campestris sp. Enzyme and Microbial Technology, New Xanthomonas campestris pv pruni cepas 24 e 58. Ciência
York, v. 39, n. 2, p. 197-207, 2006. e Engenharia, Uberlândia, v. 8, n. 2, p. 115-123, 1999.
186
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008
Goma xantana: características e condições operacionais de produção
187
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 171-188, jul./dez. 2008