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OS ENGENHEIROS CIVIS NO SÉCULO XXI

António ADÃO DA FONSECA Engenheiro Civil - AFAssociados, Projectos de Engenharia, SA Professor Catedrático da FEUP
Presidente do Conselho Europeu de Engenheiros Civis
1. INTRODUÇÃO
A evolução da sociedade no século XX é patente nos mais diversos aspectos da vida
humana, e o século XXI indicia que essa evolução continuará de uma forma ainda mais
acelerada e com contornos e implicações talvez impossíveis de identificar plenamente.
Mas, no passado como no futuro, o Engenheiro Civil é o profissional que constrói a
Civilização. Esta realidade nem sempre é reconhecida pela sociedade e infelizmente é
pouco assumida pelos próprios Engenheiros Civis. Obviamente, aos construtores da
civilização cabe uma responsabilidade muito acrescida de se prepararem para tal futuro,
pois a capacidade de construir marcha a par da capacidade para destruir.
Em geral, a sociedade tem acreditado que os Engenheiros Civis estão capacitados para
tomar as decisões corretas sob o ponto de vista técnico sem descurar todos os outros
valores essenciais da sociedade que neles confia. Decisões cujos resultados só depois de
executadas são conhecidos. Por isso, a profissão de Engenheiro Civil, tal como a
profissão de Médico, é uma profissão de "confiança pública".
Com efeito, a sociedade espera e confia, a priori, que tais profissionais têm as
Competências suficientes para assumir as Responsabilidades que lhe são pedidas e
confiadas. Para isso, a sociedade preocupa-se em garantir que os Engenheiros Civis
adquirem a Formação necessária ao exercício dessa Profissão, e cada vez mais pede às
Associações Profissionais que façam o seu enquadramento de Qualificação Profissional.
Mas por muito objetivos que sejam todos esses conceitos, a cada profissional cabe uma
enorme liberdade de interpretação que tem de ser pelo menos orientada por um conjunto
de valores comuns.

2. ÉTICA, MORALIDADE E DEONTOLOGIA


A Ética diz respeito à dimensão pessoal de qualquer ação humana, ao modo como a
ação emerge da natureza interna do ser humano. Por sua vez, a Ética substancia e provê
a compreensão da Moralidade, que se relaciona com ações guiadas por hábitos e
costumes, portanto externa ao indivíduo e conduzindo a leis e regras. Finalmente, a
Deontologia abraça Ética e Moralidade e fixa os deveres e responsabilidade requeridos
por um determinado ambiente profissional.
Uma questão básica diz respeito ao significado de Profissão, a qual é caracterizada pelos
seus objetivos mas cuja identidade requer ideais comuns (um código ético) e padrões e
regras comuns (um código deontológico). Obviamente, os códigos devem servir para
benefício da sociedade, mas a proteção dos membros da Profissão é o seu o corolário
mais importante.
Por outro lado, o contexto variável no qual os profissionais exercem a sua Profissão
exige um novo olhar sobre os valores éticos tradicionais e uma maior consciência das
percepções da sociedade para a natureza de cada Profissão. Mas quaisquer que sejam os
interesses e prioridades do momento, a Ética de uma Profissão deve ter a forma de um
compromisso com princípios imutáveis e permanentes. Pelo contrário, a Deontologia de
uma Profissão pode refletir qualquer evolução no âmbito daquela Profissão e integrar
novas exigências fixadas pela sociedade. Assim, a Ética e a Deontologia de uma
Profissão constituem, em conjunto, o Código de Conduta Profissional dessa mesma
Profissão.
3. O CÓDIGO DE CONDUTA PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO CIVIL
A existência de um Código de Conduta Profissional é então importante para qualquer
Profissão, mas é absolutamente fundamental numa profissão de "confiança pública".
Sem dúvida para garantia e segurança da sociedade em geral, mas também, talvez até
com maior acuidade, para defesa dos próprios profissionais das exigências ou até
prepotências a que tantas vezes são submetidos. E tais prepotências são freqüentemente
oriundas dos "intérpretes" do Bem Público. Um Código de Conduta Profissional é,
então, uma componente essencial e indispensável para o exercício livre e responsável da
profissão de Engenheiro Civil.
Neste contexto, o Conselho Europeu de Engenheiros Civis (ECCE) aprovou, por
unanimidade, na sua Assembléia Geral realizada na cidade de Roma, no mês de Maio de
2000, o Código de Conduta Profissional do Engenheiro Civil Europeu.
E fê-lo na convicção de estar a aprovar um Código de Conduta Profissional para o
século XXI.
No seu Preâmbulo declara que
• O objetivo da Engenharia Civil é melhorar as condições de vida da Humanidade,
salvaguardando sempre a vida, a saúde e a propriedade;
• O Engenheiro Civil está ao serviço da sociedade e deve promover a cultura e a
qualidade de vida;
• O Engenheiro Civil deve conhecer as necessidades do presente e procurar antever os
desenvolvimentos do futuro.
O Código está organizado em cinco capítulos, em ordem decrescente de importância.
Em primeiro lugar está "a Sociedade", isto é, a Humanidade. Em segundo lugar vem "o
Ambiente", ou seja, os restantes seres vivos e a Natureza em geral, na medida em que
proporcionam o "habitat" da própria Humanidade. Em terceiro lugar está "a Profissão",
como espaço de desempenho responsável e competente do serviço de Engenheiro Civil.
Em quarto lugar surge "o Cliente e o Empregador", a quem e para quem se presta o
serviço. Finalmente, em quinto lugar, estão então "os outros Engenheiros Civis", com
quem se partilham os deveres e as responsabilidades profissionais. A ordem de valores é
bem diversa da prática recente, em que os profissionais tendiam a valorizar primeiro as
suas posições e interesses profissionais.
4. A FORMAÇÃO E A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO
CIVIL
No século XX, o prestígio e os vencimentos foram considerados crescentemente como
as medidas de sucesso público. No século XXI, a qualidade do serviço prestado à
sociedade, a promoção de cultura e a qualidade de vida conseguida serão as medidas do
sucesso e do reconhecimento público. O prestígio e os vencimentos derivarão então
destes últimos valores.
Portanto, o Engenheiro Civil do século XXI deve:
- Preocupar-se com o ambiente profissional do seu trabalho, com a qualidade do seu
serviço e com as suas funções e envolvimento;
- Estar atento às necessidades e expectativas da sociedade;
- Ter um compromisso com a difusão de cultura e de qualidade de vida a toda a
Humanidade; e
- Estar consciente das responsabilidades e deveres do Engenheiro Civil em relação com
os ambientes naturais e construídos.
Para isso, o Engenheiro Civil do século XXI deve
- Ter os mais elevados padrões éticos de comportamento;
- Exigir os padrões técnicos mais elevados;
- Informar-se; e
- Reconhecer e aceitar a diversidade.
Estes objetivos têm de ser conseguidos dentro de um ambiente profissional em mudança
constante, a qual se manifesta na evolução da indústria da construção, na globalização
de todos os mercados, na concentração do controle da atividade econômica e financeira,
no movimento livre de pessoas, na exigência de salvaguarda do ambiente, da segurança
e da qualidade de vida, e, com conseqüências e implicações sempre superiores ao
antecipado, no envolvimento direto da sociedade em todos os processos de tomada de
decisão, envolvimento esse amplificado pelos meios de comunicação social e pelos
canais poderosíssimos de informação do presente, e ainda mais no futuro.
Uma formação científica, alargada e profunda, em Matemática e em Física é essencial
para o Engenheiro Civil do século XXI, tal como o foi na segunda metade do século
XX. Mas no século há pouco iniciado, as capacidades de informação e comunicação e
de tomada de decisão farão a diferença.
No século XXI, uma informação e comunicação capazes requerem o uso de
computadores e o conhecimento de várias línguas nacionais. E pelo menos no futuro
mais próximo, a língua inglesa é indispensável. No entanto, tem de ser reconhecido que
uma comunicação completamente bem sucedida precisa de assentar numa boa relação e
conhecimento pessoal. E, para isso, é importante conhecer a língua nacional do local
onde se pratica a atividade profissional. Só então se desenvolve uma confiança mútua
forte e se pode conseguir um sucesso profissional duradouro.
Num mundo cada vez mais consciente dos limites dos seus recursos naturais, as
decisões são extremamente dependentes do custo e eficiência da sua implementação.
Assim, o Engenheiro Civil do século XXI precisa também de ter um bom conhecimento
base de microeconomia, de finanças e de contabilidade.
Mas, ACIMA DE TUDO, o Engenheiro Civil é um profissional que tem, e precisa de
ter, a "confiança pública" da sociedade. Ora confiança implica o mais elevado
comportamento ético. Nessa medida, ser-lhe-á dado o reconhecimento profissional e
social.

http://forum.ecivilnet.com/about2420.html

http://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/relatos.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Arquitetura

A importância da Engenharia Civil é tão grande que se torna praticamente impossível


pensar o mundo sem a sua presença. Mas, se num exercício de imaginação
aconseguíssemos criar uma cidade sem a sua intervenção, ela certamente se reduziria a
um amontoado de barracos isolados, sem comunicação, energia ou sistema de água e
esgoto. O caos, enfim.
O engenherio civil é, de longe, o profissional mais importante quando o assunto é
estrutura. Só ele está habilitados a lidar com projetos e construções de edifícios,
estratas, túneis, metrôs, barragens, portos, aeroportos e até usinasde geração de energia.
Com seu conhecimento, escolhe os lugares mais apropriados para uma construção,
verifica a solidez e a segurança do terreno e do material usado na obra, fiscaliza o
andamento do projeto e também o funcionamento e a conservação da rede de água e a
distribuição de esgotos.

História da Engenheira Civil


Mas antes que conquistasse o prestígio e alcançasse o desenvolvimento que tem hoje,
foi preciso que a Engenharia percorresse um longo trajeto de seis mil anos, desde que o
homem deixou as cavernas e começou a pensar numa moradia mais segura e confortável
para a sua família. Já os templos, os palácios e os canais, que foram marca registrada na
Antigüidade, começaram a fazer parte da paisagem cerca de dois mil anos depois do
aparecimento das primeiras habitações familiares.
Foi na Idade Média, quando o Império Bizantino sofria ataques freqüentes de outros
povos, que a Engenharia ganhou novo e decisivo impulso. Entre os séculos VI e XVIII,
os conhecimentos da área foram aproveitados sobretudo para fins militares, como a
construção de fortalezas e muralhas ao redor das cidades. A atividade religiosa,
principalmente na Idade Média, périodo em que a Igreja foi uma força paralela ao
Império, impulsionou a construção de catedrais cada vez mais suntuosas.

Ao longo de sua História, a Engenharia foi amealhando


quase só sucessos. Vez por outra, até suas eventuais falhas
se tornaram célebres como no caso da Torre de Pisa,
construída na cidade de Pisa, na Itália, no século XII, em
solo incapaz de sustentá-la, hoje, ela apresenta uma
inclinação de cinco metros em relação ao solo e, não
fossem os inúmeros recursos da mais moderna tecnologia
ali empregados, já teria tombado. Mas a torre italiana pode
ser considerada um acidente de percuso, embora esteja
longe de ser o único. Afinal, naquela época não havia
escolas de Engenharia Civil e o conhecimento era
limitado. Foi só no século XVIII que as escolas
começaram a se formar, a partir da fundação da École de
Ponts et Chaussées, em 1747, na França.
No Brasil, a Engenharia deu seus primeiros passos, de
forma sistemática, ainda no período colonial, com a
construção de fortificações e igrejas. Logo em 1549, com a
decretação do Governo Geral, o engenheiro civil Luiz Dias
foi incumbido pelo "governador das terras do Brasil",
Tomé de Souza, de levantar os muros da cidade de
Salvador (BA), a capital. Dias acabou construindo também o edifício da alfândega e o
sobrado de pedra-e-cal da Casa da Câmara e Cadeia, que se tornou célebre como o
primeiro do gênero na colônia. Mas a crição de uma escola de Engenharia Civil
brasileira só se daria 258 anos depois, com a chegada da Família Real ao País, em 1808,
e a conseqüente fundação da Real Academia Militar do Rio de Janeiro. Seu objetivo era
formar oficiais da artilharia, além de engenheiros e cartógrafos. Em 1842, a academia
foi transformada em Escola Central de Engenharia e, 32 anos depois, convertida em
curso exclusivo de Engenharia Civil. Essa instituição é, hoje, a Escola Nacional de
Engenharia.
Organizada em instituições, a Engenharia Civil ganhou estudos mais sistematizados e as
cidades passaram a crescer vertiginosamente, numa velocidade nunca antes registrada.
Vieram os altos edifícios, as pontes quilométricas, o sistema de saneamento básico, as
estradas pavimentadas e o metrô. Para construir obras tão distintas, o engenheiro
precisou adquirir conhecimento profundos em pelo menos cinco grandes áreas:
estruturas, estradas e transportes, hidráulica e saneamento, geotecnia, materiais e
construção civil. São essas modalidades que hoje compõem a base dos currículos das
escolas de Engenharia Civil.
http://www.rieli.com.br/profissao/pb33.htm

» Construir para melhorar

Transformar o vazio, construir para os lados, para cima e para baixo. Projetar, calcular,
planejar e coordenar a construção de casas e prédios. Um profissional dentro do canteiro
de obras, com capacete de proteção e plantas embaixo do braço. Talvez seja essa a
primeira imagem que nos vem à mente quando pensamos em engenharia civil.

Contudo, engana-se quem pensa que o profissional desta área está restrito à obras de
edificação. Apesar de ser o mais comum, não é o único caminho. É também sua
responsabilidade projetar e gerenciar sistemas de transporte, construir canais de
escoamento e distribuição de água, fazer levantamentos das condições de solo, controlar
o impacto ambiental e promover ações de preservação do meio ambiente.

O curso de Engenharia Civil da FURB existe há 34 anos e já formou mais de 1300


profissionais que atuam nas áreas descritas acima. A Universidade prepara engenheiros
de cunho generalista, ou seja, com uma visão geral da atividade, prontos para atuar em
qualquer uma das várias áreas de conhecimento da Engenharia Civil. O engenheiro pode
ser funcionário de empresas privadas, estatais ou de prefeituras, atua também como
profissional liberal, tendo seu próprio escritório ou empresa, ou ainda sendo consultor e
perito, dentre outras funções.

No campo profissional, a construção civil é o maior mercado de atuação, tanto no


âmbito regional ou nacional, representando cerca de 8% do produto interno bruto (PIB),
sendo um dos maiores setores da economia no país. Segundo dados do governo federal,
só o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê um investimento de R$ 504
bilhões nos próximos quatro anos.

Como diz o título, cabe ao engenheiro construir para melhorar, afinal a profissão
desempenha um importante lado social, já que em muitos casos o objetivo de uma obra
é beneficiar a sociedade e o meio ambiente.

http://www.furb.br/profissoes/blog/?cat=25

http://www.profissionalcrea.com.br/SRCP_PJ_Orientacoes_Legais.htm

http://www.fernandoavilasantos.kit.net/responsabilidade.htm

http://habitare.infra.ita.br/mary/download/teses_tgs/Fissuras%20em%20Elementos%20
de%20Concreto%20Armado.pdf
Principais
mecanismos
responsáveis pela
corrosão no concreto
armado
1. Penetração de cloretos
A penetração de cloretos ocorre, usualmente,
em duas situações: quando o
cloreto é incorporado ao concreto durante
a mistura, na forma de aditivos
aceleradores , ou quando a estrutura está
exposta a ambientes com presença
de névoa salina (regiões litorâneas). No
caso de incorporação durante a
mistura, o teor de cloretos é homogêneo
em toda a estrutura. No caso de
contaminação por deposição de sais na superfície do concreto, há uma
contínua penetração destes sais, à partir da superfície, formando um perfil
de cloretos com maior concentração próximo à superfície e menor em
maiores profundidades. Quando o cloreto atinge a armadura, inicia-se o
processo de corrosão. A velocidade de penetração depende, principalmente,
da distribuição de poros do concreto e de sua umidade interna.
2. Carbonatação
A carbonatação é um fenômeno natural, que ocorre a partir do reação
entre o gás carbônico, existente no ar, e os compostos alcalinos da rede
de poros do concreto.
Fatores que determinam a velocidade
de carbonatação
1. Concentração de CO2
a concentração de CO2 no ar varia, em geral, entre 0,03% e 1,2%
(em centros urbanos).
2. Umidade relativa do ar e exposição à chuva
a umidade dos poros internos do concreto exerce grande influência na
velocidade de carbonatação. Poros saturados exigem que o CO2 penetre
por difusão, diminuindo a velocidade de penetração em até 10.000 vezes,
enquanto que a baixa umidade impede a reação de carbonatação.
3. Permeabilidade e reserva alcalina do concreto
a permeabilidade do concreto é diretamente proporcional à velocidade de
carbonatação. Os principais fatores que determinam a permeabilidade do
concreto são o tipo de cimento e adições utilizadas, a relação
água/aglomerantes, suas condições de execução e cura.

http://www.exatec.unisinos.br/~claudiok/arquivos/corrosaoecarb2003.pdf

http://pcc5836.pcc.usp.br/arquivos/eliana.monteiro/Aula_03.pdf

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