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ÓPTICA DO SINISTRADO
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ÍNDICE
ÍNDICE____________________________________________________________________________________ 2
NOTA DE APRESENTAÇÃO___________________________________________________________________ 3
METODOLOGIA_____________________________________________________________________________ 3
1. Plano de amostragem____________________________________________________________________ 3
1.1 Base de amostragem _________________________________________________________________ 3
1.2 Método de Amostragem _______________________________________________________________ 4
2. Conceitos _____________________________________________________________________________ 4
ANÁLISE DOS RESULTADOS _________________________________________________________________ 9
A. Acidentes de Trajecto____________________________________________________________________ 9
Tipologia ______________________________________________________________________________ 9
B. Acidentes de Trabalho __________________________________________________________________ 10
Tipologia _____________________________________________________________________________ 10
Local ________________________________________________________________________________ 11
Quem________________________________________________________________________________ 11
Quando ______________________________________________________________________________ 12
Condições dos Acidentes (Objectivas e Subjectivas) __________________________________________ 13
Consequências ________________________________________________________________________ 17
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NOTA DE APRESENTAÇÃO
O presente trabalho resulta da análise dos resultados do inquérito aos “ Acidentes de trabalho - óptica do trabalhador
sinistrado” que decorreu durante os meses de Maio e Junho de 1999, realizado por entrevista directa junto dos
trabalhadores que durante o ano de 1998 sofreram um acidente de trabalho (ou de trajecto).
O sistema estatístico tradicional sobre acidentes de trabalho tem procurado obter aspectos referentes à empresa onde
se verifica o acidente, alguma informação sobre o trabalhador (nomeadamente a idade e o sexo), o tipo e ambiente de
trabalho, as circunstâncias do acidente e as respectivas consequências, tendo a empresa como fonte de informação.
Se, naturalmente esta abordagem tradicional permite dispor de um conjunto de informações de significativa importância
para a análise do acidente ( para além da sua quantificação), não permite por outro lado, interpretar eventuais situações
ou comportamentos individuais que poderão estar também na sua origem assim como não contempla o ponto de vista
do trabalhador acidentado.
Neste contexto, o Governo Português decidiu promover a criação de um sistema de informação conjunto, saindo dos
moldes tradicionais, ao tratar simultaneamente dados com origem na declaração da empresa e na declaração do
sinistrado.
O objectivo geral do “Inquérito aos acidentes de trabalho – óptica do trabalhador sinistrado” foi a de obter, junto dos
mesmos, informação que procure explicar os factores determinantes do acidente e as suas consequências assim como
a percepção, por parte do trabalhador, do acidente e da sua envolvente. A informação resultante deste inquérito tem um
carácter qualitativo dado que a vertente quantitativa dos acidentes é feita nos moldes tradicionais (através das
participações das Companhias de Seguros e de inquéritos específicos).
A abordagem ao trabalhador contempla não só a sua ligação à empresa/domicílio/”empregador” onde trabalha, mas
também à família e à sua envolvente sócio-económica. No que se refere à empresa está em causa se a mesma dispõe
de meios de prevenção e actua de acordo com uma política de higiene e segurança no local de trabalho.
Com um carácter pluridimensional este inquérito cobriu um vasto leque de hipóteses que se traduziu num meio para
alcançar um fim bastante ambicioso: uma maior aproximação à realidade empresarial e com ela, a tomada de medidas
preventivas.
METODOLOGIA
1. Plano de amostragem
A base de amostragem para o “Inquérito aos Trabalhadores Sinistrados” é constituída pelas participações feitas pelas
Companhias de Seguros durante o ano de 1998, relativamente aos trabalhadores que tiveram algum acidente de
trabalho e cuja entidade empregadora fez a sua participação junto de alguma Seguradora.
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1.2 Método de Amostragem
1.2.3 Selecção
Considerando as características da base de amostragem, na selecção das participações só foi possível extrair aquelas
em que era legível e estavam completos os requisitos de identificação da entidade empregadora e dos trabalhadores
sinistrados (nome, morada, localidade, código postal).
As participações foram agrupadas por companhia de seguros e por meses de modo a distribuir temporalmente os
acidentados. Seguidamente, procedem-se à selecção aleatória dos trabalhadores acidentados por concelho.
Decorridas as várias fases, a dimensão final da amostra foi de 5081 trabalhadores sinistrados.
2. Conceitos
Acidente de trabalho: Acidente que se verifica no local e no tempo de trabalho e produza directa ou indirectamente
lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte a morte ou redução da capacidade de trabalho ou de
ganho. Considera-se também acidente de trabalho o ocorrido:
- no trajecto de ida e de regresso para e do local de trabalho, nos termos em que vier a ser definido em regulamentação
posterior;
- na execução de serviços espontâneos prestados e de que possa resultar proveito económico para a entidade patronal;
- no local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de actividade de representação dos trabalhadores
nos termos da lei;
- no local de trabalho quando da frequência de curso de formação profissional ou, fora do local de trabalho quando
exista autorização expressa da entidade empregadora para a sua frequência;
- em actividade de procura de emprego, durante o crédito de horas para tal concedido por lei aos trabalhadores com
processo de cessação de contrato de trabalho em curso ;
- fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços determinados pela entidade
empregadora;
Refira-se que, apesar dos acidentes de trajecto estarem englobados na definição de acidentes de trabalho, pelas suas
características, são objecto de um tratamento estatístico em separado e não estão incluídos no número de acidentes de
trabalho apresentados
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Causas do acidente: o acidente pode ser provocado por:
- incêndio
- Outro
- Outro
- Outro
- Outro
5. Queda de pessoas
- em altura
- Outro
5
6.Movimentos do corpo que provocam feridas externas
- movimentos descoordenados
- Outro
- levantamentos incorrectos
- empurrões
- voltas, torções
- Outro
Doença profissional: doenças que são consequência directa do desempenho da actividade profissional do trabalhador
e que estão contempladas no Decreto Regulamentar nº12/80, de 8 de Maio (ver anexo).
Equipamentos de protecção: meios de protecção postos à disposição do trabalhador, pelo organismo, durante o
desempenho da sua actividade profissional, no sentido de evitar ou minimizar os acidentes de trabalho ou as doenças
profissionais. Estes equipamentos poderão ser de protecção colectiva (por ex.: redes protectoras, sistema de alarme
contra incêndios, aparelhos de purificação de ar, etc.), e individual (por ex.: luvas, óculos, etc.).
Formação profissional: cursos organizados que visam a aquisição de conhecimentos e aptidões exigidas para o
exercício de funções próprias de uma profissão ou grupo de profissões em qualquer actividade económica.
Greves: considera-se greve, em sentido amplo, a abstenção ou perturbação temporária e concertada dos termos
normais de prestação de trabalho por parte de um grupo de trabalhadores, tendo em vista forçar as entidades
empregadoras ou os poderes públicos à aceitação das suas reivindicações.
Horas extraordinárias: total de horas efectuadas no período de referência para além do período normal de trabalho e
que são remuneradas a taxas majoradas, independentemente da sua taxa de majoração, isto é, uma hora extraordinária
paga a uma majoração de 100% não será contada como duas mas sim como uma única hora.
Incapacidade:
- parcial: provoca ao trabalhador uma redução inferior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho, com carácter
permanente;
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- absoluta: provoca ao trabalhador uma redução superior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho, com carácter
permanente, podendo esta verificar-se para o trabalho habitual ou para toda e qualquer profissão;
- parcial: provoca ao trabalhador uma redução inferior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho, voltando ao seu
posto de trabalho habitual;
- absoluta: provoca ao trabalhador uma redução superior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho, voltando ao
seu posto de trabalho habitual;
Local de trabalho: todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-se em virtude do seu trabalho e em
que esteja, directa ou indirectamente, sujeito ao controlo do empregador.
Posto de trabalho: conjunto de tarefas destinadas à concretização de um objectivo pré-determinado, com aptidões,
exigências e responsabilidades específicas e inseridas numa unidade organizacional que, em determinado momento,
não podem ser exercidas por mais de uma pessoa.
Profissão: oficio ou modalidade de trabalho, remunerado ou não, a que corresponde um determinado título ou
designação profissional, constituído por um conjunto de tarefas que concorrem para a mesma finalidade e que
pressupõem conhecimentos semelhantes.
Risco profissional: possibilidade de um trabalhador sofrer um dano (doença, patologia, ou outra lesão) provocado pelo
trabalho;
- A Higiene do Trabalho: integra o conjunto de metodologias não médicas necessárias à prevenção das doenças
profissionais tendo como principal campo de acção o controlo dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes nas
componentes materiais do trabalho.
- A Saúde no Trabalho: engloba, além da vigilância médica (exames médico da avaliação da saúde), o controle dos
elementos físicos e mentais que possam afectar a saúde (Convenção nº155/81 da OIT).
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as Indústrias Ligeiras que contempla a CAE D excepto: Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e
tratamento combustível nuclear; Indústrias metalúrgicas de base; Fab. de máquinas e de equipamentos, n.e.; Fab.
Veículos automóveis, reboques e semi-reboques; Fab. Outro material de transporte;
e as Indústrias Pesadas que agregam somente a Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e
tratamento combustível nuclear; Indústrias metalúrgicas de base; Fab. de máquinas e de equipamentos, n.e.; Fab.
Veículos automóveis, reboques e semi-reboques; Fab. Outro material de transporte;
5 "Construção" CAE F
6 Neste último item foi designado o sector dos "Serviços" que agrega:
a CAE G "Comércio por Grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens de uso
pessoal e doméstico;
a CAE M "Educação"
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ANÁLISE DOS RESULTADOS
O objecto de estudo deste inquérito foram os acidentes não mortais, de trabalho e de trajecto, que serão alvo de
análises diferenciadas: os acidentes de trajecto serão analisados separadamente e apenas neste capítulo, a partir do
qual se analisarão apenas os acidentes de trabalho.
Ac. Trabalho 94.7%
Deste modo, e fazendo uma pequena análise em
termos da natureza do acidente, verifica-se que do
total de acidentes de trabalho não mortais, 5,3% Ac. Trajecto
foram acidentes de trajecto. 5.3%
A. Acidentes de Trajecto
Tipologia
Através da análise dos dados constantes dos quadros referentes ao “percurso realizado” e à “forma de deslocação”,
verifica-se que é no percurso realizado “habitualmente” pelos inquiridos que se dão a maior parte dos acidentes de
trajecto ( 90,2%), sendo que destes, 35,0% acontecem nas deslocações efectuadas a pé, e 32,5% em viatura própria.
Fora do percurso habitual um número significativo de acidentes acontecem em deslocações efectuadas a pé ( 46,2%) e
na viatura da empresa ( 38,5%).
Relativamente ao sector de actividade é nos “serviços” que se dão grande parte dos acidentes de trajecto (49,3%). As
“indústrias ligeiras” apresentam também um valor considerável (32,9%).
A “construção”, e as “indústrias pesadas” apresentam valores inferiores a 10%, sendo pouco significativo o valor de
1,4% para as “indústrias extractivas”.
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Pode referir-se ainda que é na faixa etária dos “25 aos 44 anos” que se dão o maior número de acidentes de trajecto
(48,6%), logo seguida do grupo “45 aos 59 anos” com 30,8%.
Tipologia
Os acidentes de trabalho poderão ser consequência de uma série de situações e, deste modo, terem reflexos em
diversas partes do corpo do sinistrado.
Assim ao nível das causas mais frequentes referem-se os “movimentos do corpo que provocam lesões internas” e
“perda de controle sobre máquinas, ferramentas, meios de transporte ou animais” com os valores mais elevados de
20,4% e 17,9% respectivamente. Estas causas quando
analisadas com as partes do corpo mais atingidas
Acidentes de Trabalho provocam essencialmente lesões no “tronco” e “mãos”.
as principais causas ... …atingem sobretudo ... A “queda de pessoas” (16,2%) e “movimentos do corpo
que provocam lesões externas” (15,7%) são também
Movimentos do corpo
20,4 Tronco causas evidentes e que atingem sobretudo os “membros
que provocam lesões internas
inferiores” e as “mãos”.
Perda de controlo sobre máquinas,
ferramentas, meios transportes, animais 17,9 Mãos Assim, quando isoladas, as “mãos” são a parte do corpo
mais atingida apresentando um valor de 29,8%, seguidas
Membros
Queda de pessoas 16,2 do “tronco” (16,1%), os “pés” (15,4%) e “membros
Inferiores
inferiores” com 13,5%. A parte do corpo menos atingida
Movimentos docorpo
15,7 Mãos são os “orgãos internos” correspondendo a 2,6% de
que provocam lesões externas
respostas
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Local
É na região Norte que ocorrem a maior parte dos acidentes de trabalho (42,4%), seguindo-se a região de Lisboa e Vale
do Tejo (41,6%). O Centro apresenta um valor mais reduzido, com 12,8% e finalmente a região do Algarve e Alentejo
são as regiões onde ocorrem menos acidentes (1,0% e 1,1% respectivamente).
1,0% 39% ocorreram fora Fazendo uma agregação das actividades, em primeiro
do concelho de residência lugar surgem os “Serviços” com 37,4%, depois as
“Indústrias ligeiras” com 34,9% e depois a “Construção”
com 14,1%.
Em termos médios é nas empresas de pequena e média dimensão que se dão o maior número de acidentes de trabalho
(48%)
A “construção” é a actividade que regista maior preponderância à ocorrência de acidentes de trabalho, sendo visíveis
em todo o país as diferenças entre o índice percentual de acidentes neste sector e nas restantes actividades.
12,9%.
Fab. Produtos Minerais não Metálicos 13,2%
Construção 12,9%
Construção 13,0%
Fabricação de Produtos Metálicos 7,8%
Quem Construção 20,7%
Outras Indústrias Extractivas… 10,3%
É no grupo etário dos “25 aos 44 anos” que se registam Indústria da Madeira Cortiça… 10,3%
o maior número de acidentes ocorridos, verificando-se Comércio por Grosso… 10,3%
Construção 22,2%
que 50,6% dos sinistrados se situavam na altura nesta
Com. Man. e Reparação Veí. Automóveis ... 22,2%
faixa etária; segue-se a faixa dos “45 aos 59 anos” que
apresenta também um valor elevado, de quase 30%.
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A frequência de acidentes ocorridos nos homens é cerca de 3 vezes superior à ocorrida nas mulheres. Na faixa etária
dos “25 aos 44 anos”, os homens representam 74,7% dos casos assinalados contra 25,3% de mulheres. Nas restantes
faixas etárias o panorama é idêntico com os homens a somarem um valor muito superior aos do sexo feminino,
nomeadamente no grupo etário dos “60 e mais anos” em que os homens representam 82,1% dos casos e as mulheres
apenas 17,9%.
Relativamente aos níveis de qualificação cerca de 43% do total de sinistrados são trabalhadores semi-qualificados e
não qualificados; 29% dos trabalhadores são altamente qualificados e qualificados.
Quanto às habilitações literárias verifica-se que 37,8% dos sinistrados inquiridos possuem o "1º ciclo do ensino básico";
de salientar que existem ainda 7,4% que não tem qualquer nível escolar enquanto apenas 2,3% possui o " ensino
superior".
Agregando os 3 ciclos do ensino básico, verifica-se que 80% dos sinistrados se encontram neste escalão.
No que diz respeito à Nacionalidade do sinistrado 97,3% são Portugueses e 1,4% são Africanos.
Quanto á situação na profissão 94,8% dos sinistrados são trabalhadores por conta de outrem, sendo que a maior
parcela tem vínculo permanente com a empresa (74,9%).
Quando
Acidentes de Trabalho por meses
A maior percentagem de acidentes de trabalho ocorrem
14,0
entre os meses de Fevereiro (11,4%) e Maio (11,7%). Fevereiro Maio
12,0
Outubro
10,0
A grande quebra acontece no mês de Agosto (5,0%), 8,0
4,0 Agosto
grande parte dos trabalhadores gozam as suas férias.
2,0
Dezembro
0,0
Outro dos picos de ocorrência de acidentes é o mês de
to
aio
ço
lho
ro
iro
ril
o
iro
o
nh
br
Ab
br
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os
ub
ar
M
ne
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Ju
m
Ju
Ag
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ut
Ja
te
ve
ze
O
Fe
Se
No
De
12
sinistralidade, sendo que 28% dos acidentes registados ocorrem no horário acima referido.
As 16 horas apresentam também um valor elevado (11,1%). Estes valores estão em consonância com o denominado
horário laboral diurno que é aquele que engloba grande parte da população activa.
Entre as 20 e as 7 horas registaram-se 11% do total dos acidentes, sendo que o valor mais elevado se situa nas 20
horas com 1,8% e o mais baixo nas 7 horas com 1,1%.
Relativamente á ocorrência do acidente face ao dia de descanso verifica-se que é no grupo etário dos 25 aos 59 anos a
média situa-se no 3º dia após a folga com 25,3% dos acidentes ocorridos neste dia. Apenas no grupo etário com mais
de 60 anos o 4º dia após a folga aparece com o valor mais elevado.
No que diz respeito à hora da ocorrência do acidente 62,7% dos acidentes ocorrem em horário normal e 9,7% ocorrem
em horário por turnos.
Empresa
O meio ambiente onde se insere o trabalhador apresenta-se neste estudo como um factor essencial para uma melhor
análise dos acidentes de trabalho ocorridos durante o período de estudo em causa. Analisando os riscos de acidentes
mais frequentes verifica-se que 44% dos sinistrados referem os “riscos de ferimentos com máquinas” e 40% “risco de
quedas”.
Tal situação é justificável se for tido em conta os resultados apresentados nos quadros referentes á questão da
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.
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Dos 67,1% dos sinistrados que dispõem de equipamentos de protecção há ainda uma percentagem considerável que
não os utiliza: 15,3% admitem que não usam equipamento de protecção no seu trabalho diário, sendo o sector da
“electricidade, gás e água” os que apresentam o valor mais elevado (20%). Dos que dispõem e utilizam a percentagem
é mais significativa nas Indústrias extractivas com
74,1%.
Formação na área da Segurança,
No que respeita à formação na área da Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho
Higiene e Saúde no Trabalho verifica-se ser uma área
bastante deficitária.
Com Formação31,5% Sem Formação 62,8%
Apenas 31,5% dos sinistrados afirmaram ter tido
formação em Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.
Indústrias Pesadas 41,4% Construção 75,2% As “indústrias pesadas” são o sector onde a formação
está mais presente com 41,4%, tal como nos serviços
Serviços 34,6% Indústrias Ligeiras 65,4% onde a formação é visível em 34,6% dos casos.
NOTA: 5,8% “Não se aplica” No total 62,8% de sinistrados afirmam não ter tido
qualquer tipo de formação dentro das referidas áreas.
Por sector de actividade verifica-se que é na “construção civil” que se atinge o valor mais elevado, 75,2%, bem como
nas “indústrias ligeiras” que representam um valor de 65,4%.
Se a formação não apresenta valores elevados, as greves em áreas como a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
também não quebram esta tendência. Assim temos que 98% dos sinistrados não participou em qualquer greve nas
áreas em causa, apenas 2% o fizeram.
Das greves realizadas, a maior parte das reivindicações foi aceite (79%).
De referir que nas “indústrias extractivas”, “electricidade, gás, água”, e ainda na “construção” não ocorreram greves.
A sujeição dos trabalhadores a exames médicos é feita com alguma periodicidade em (cerca de 67% dos casos), sendo
as “indústrias ligeiras”, os “serviços” e as “indústrias pesadas” que apresentam os valores mais elevados.
São também estes sectores que realizam maior número de exames médicos de “admissão”.
Quanto á percepção do trabalhador face à evitabilidade do acidente, 60% dos sinistrados responderam que o acidente
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não poderia ter sido evitado; de referir ainda que é nas “indústrias extractivas” que este valor é mais acentuado (75%),
logo seguido do sector dos “serviços” com 64,5%.
No entanto 40% acham que o acidente poderia ter sido evitado se houvesse “mais atenção” (46%), “mais segurança”
(30%), e ainda “mais equipamento de protecção” (15%).
De entre aqueles que tiveram indícios 47% afirmam ter comunicado os indícios à entidade empregadora, enquanto que
53% não comunicaram. A tomada de medidas foi sentida em 29% do casos comunicados ao empregador.
Foram os trabalhadores das “indústrias extractivas” que mais indícios de acidentes apresentaram junto das entidades
patronais (67%). No entanto, as empresas em causa não tomaram quaisquer medidas de prevenção.
Por outro lado, nas “indústrias pesadas” e para uma grande percentagem de comunicação de indícios (59%) houve
também uma maior preocupação na tomada de medidas (33%).
Nos restantes sectores encontra-se alguma preocupação quer na comunicação de indícios, quer na tomada de
medidas, muito embora o índice de tomada de medidas nunca tenha sido igual ou superior à percentagem de
comunicações.
Trabalhador
Tempo no posto de trabalho
Este inquérito tentou abranger também a envolvente
familiar do trabalhador, no sentido em que de alguma Mais de 1 ano
forma esta poderá contribuir para uma melhor
6 meses a 1 ano
compreensão dos acidentes em estudo.
3 a 6 meses
Do total de trabalhadores sinistrados 49% referem que, ao longo do percurso profissional, já tiveram outros acidentes
sendo que, destes mais de metade (52%) já tiveram mais do que um acidente (4 acidentes em média).
Apesar do grande número de acidentes ocorridos as consequências não são muito graves (90,4% dos sinistrados não
sofrem qualquer incapacidade ou sofreram uma incapacidade temporária)
A maioria dos trabalhadores sinistrados (80%) ocupavam o posto de trabalho há mais de um ano.
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Posto de Trabalho
Já os “agricultores” e “profissões operárias” para além do facto do trabalho ser “cansativo”, referem também como
característica negativa o “perigo” e a “repetitividade” das tarefas desempenhadas.
Horário de Trabalho
Segundo os dados obtidos relativamente ao horário de trabalho verifica-se que, em todos os sectores de actividade, os
trabalhadores sinistrados referem as “7 a 8 horas” diárias como o horário cumprido por excelência (81%).
A realização de “trabalho ao fim de semana” é assinalado por 29% dos sinistrados, enquanto que 33% referem que
realizam “horas extraordinárias”; 16% “trabalham ao fim de semana” e realizam “horas extraordinárias”.
Há ainda a destacar quase 2% que trabalham mais de 12 horas diárias; o sector das “indústrias extractivas” e da
“electricidade, gás e água” apresentam os valores mais elevados (7,1% e 6,7% respectivamente).
Ainda sobre a questão do horário de trabalho, verificamos que cerca de 60% dos inquiridos responderam que não
realizam “trabalho nocturno” (63,7%). Dos 9% de indivíduos que realizam “trabalho nocturno” sempre, 12,4%
identificam-se como “trabalhadores não qualificados”.
São os “dirigentes, científicos e técnicos” aqueles que pela sua própria condição apresentam valores mais elevados
para o “trabalho nocturno” ocasional (36,8%).
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Consequências
Físicas
Dos acidentes de trabalho registados 16% dos sinistrados referiu que não ficou com “nenhuma incapacidade”, 77%
ficaram “temporariamente incapacitados” enquanto que 7% sofreram “lesões permanentes”.
Fazendo uma análise do tipo de incapacidade verifica-se que, do total de sinistrados, 65% registou uma “incapacidade
temporária parcial”, 12% uma “incapacidade temporária absoluta”, cerca de 7% dos acidentes resultaram em
“incapacidade permanente parcial” enquanto 0.3% e
0.2% resultaram em “incapacidade absoluta” para a
Incapacidade ...
profissão e “incapacidade absoluta” para toda e
qualquer profissão, respectivamente.
Permanente...
Temporária …
77% 7% Cerca de 96% trabalhadores sinistrados referiram
Psicológicas e Sociais
Quando foram questionados a propósito de consequências psicológicas resultantes do acidente, 80% dos trabalhadores
sinistrados referiu que não foi afectado psicologicamente, enquanto que 20% referiu que se sentiu afectado de forma
“negativa” ou “bastante negativa”.
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Profissionais
Em termos de consequências profissionais, 92% dos trabalhadores refere que não sofreu qualquer “perda de gosto”
pelo trabalho assim como não existiu “perda de confiança” no trabalho (93% dos casos). No extremo oposto estão 3,4%
dos trabalhadores que em consequência do acidente
sentiram que houve perda tanto de “gosto” como de
Consequências profissionais
“confiança” no trabalho.
Dos acidentes que provocaram “ausências ao trabalho”, 28% provocaram “6 a 15 dias” de ausência; 24% dos
trabalhadores faltaram “mais e um mês”.
As “indústrias extractivas” registaram as ausências mais prolongadas, 36% dos trabalhadores faltaram ao serviço “mais
de um mês”.
Depois do acidente houve….
houve….
Cerca de 18% dos sinistrados não se ausentou,
… por parte da empresa
destacando-se o sector da “electricidade, gás e água” com
um valor bastante elevado de não ausências (33%).
Alteração das condições de segurança 12%
O período pós acidente pode ser caracterizado do
seguinte modo: por parte da empresa assistiu-se, em 12%
… por parte do trabalhador
dos casos, a uma alteração das condições de segurança,
e por parte do trabalhador houve, em 58% dos casos,
Aumento do empenho pessoal
aumento do empenho pessoal na prevenção de acidentes. 58%
na prevenção de acidentes
Foram nas “indústrias pesadas” e na “electricidade, gás e
água” que as alterações das condições de segurança por parte das empresas foram mais sentidas, enquanto que a
“construção” registou os valores mais elevados para o “aumento do empenho pessoal” do trabalhador na prevenção
dos acidentes.
Pode-se no entanto caracterizar o período do pós acidente como tendo mais influências ao nível do trabalhador
sinistrado (com mais de metade dos inquiridos a terem alterado o empenho pessoal na prevenção de acidentes),
enquanto que por parte das entidades empregadoras são reduzidas as iniciativas ao nível da alteração das condições
de segurança.
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