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:::'::'> . . ·HABERMAS J "Lamodernidad, unproyecto incompleto". Em: .


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7;Q"'' HAAVEY, D. Condição pós-moderna. São :.aulO, Loyola , 1992 I ~ _.t2W. ri.l ErJJJ..io.~o:;" .A",[ ~'VlO 1- I ,'Ii.e:.
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,:) ;:; "":/ ::,_: : " . .... ' ~ <' ;d'·· .: 'd .' :·Ri·· ·d· :J '·· ·· ··· '1.9·93 . '. Na imprensa e na conversa vem se mandando pa.r:a a conta.
'.., , /..., '... . . .SANTOS · W G Razoes de esor em, o e anerro,. d ~ demo o que e, . . e ousado, extraordinári10 e
:\ (~ ' .:':;' - ':; : ::' :' . . . . . ' '.' ' . "' .. " _. ' . '. .. . .. , .' .... . ' e pos-mo esquisito
\j:~· , , ·: \:: :~ :~ : ; : ;:-::YEGA ,1.· E. ';'Signos ydesf.gilios ~n 1~ sociedadIatinoamericana''. _. :,não-convencionaI. Há por baixo urna intuição ou.convicção não. .'
; ,~·;f;/.: ~h:' ·-:>: :':: ~:· '; ~" · EM: :CALDERON. Qp .:CiL ·. :, " "': ' , ', ' . . .. ' ': '." . ''' ' : e1aborada de que omoderno.que sucedeu aonão-modernoou.
::~§i ';:/(. , : .'·hrX\VA ·i. 'Ú11o:" G . EI fi;d~ ia ·ni ode~idad . México. Gedes·~.1986 . . :: . .'ao pré -modernoou , de algummod? ; ossu~~ou;está send~ ag.bra -.' .' .
':::: ~;':> : :":";;' /::; :"":: " ', :: . ;;, : : .: ;. .'.' .' ,;. . ~ " .' :" : ' . .': . '. ' .•' . . : ' . . : . ': . . 'passado para trás pelo p6s-moderno. Instintivamente a atribui-se . .. . .
: XZ<~· , ·' \ ~< :: : . ~~~ERME190 , S. ~'Lapostmodemidad ex,p1icada .desde América '." :':urri juízo de valor a cada um, ganhando sempre omais 'recente. .r .
'.<,~.;-; ; :.:: o>':::~~:E:·«.·~ ~~tina" . EM: C~DERON., Op. CiL ..'' ... . ' . ; ' !,Então; sei modemo 'é melhorido-que ser pr é-moderro e o .

o ( d.:;riO
c,::i : j.' :@ ..'..'. .: ~~~:~,e:~Sé:;~h~ ':;'e~:d~oqdgb;~:e:~. ~~;~~~. c~~:~
rÚ~'-.J J .
<.~ ' .. '0-,";.:' ~ c:-; '. ,: -:f:.;i,u7 L "moderno" sempre conota umarelação ao tempo, pensa-se o pré­
(1 : . . .' .
. :';~ ~': .:. ~ o· .. .- .''.":".' o · . e o pés-moderno como'algo anterior ou posterior ' ao referencial .
~; '..•.~ . . . .. . .. .1/.. () .f ' " o .,modem.o. Masnão se ate~ta para.?fato de q~e os três se m~sc1am .
" , ' '.: ' .' (l; '
::.:~ ." . .:-,:..:;.. , . . ,' . '. .~ . ., :.e convivem ' .No Brasil, coabitam sofisticadós lampejos de
~~f' i/.;· ' ,:-. . '
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. ." .'. .... ~~:~~ ~~:i: ~~:a~~s~~~~:':i:.c:.::~O:~~b~:~~~Õ:~
.." . ..jlOp~laçao . :V otamos num plebiscito entre monarquia e-república, .
~'=:~ .. ' . '.'. o. _oo,: , . ... , ,_. 0 ,: . ' • presIdencIalismo e parlamentansmo. mas temos o Impacto para­
~~: ~ .' :':.' ,. ;'. ' lisante de um' congresso com muitos membros despreparados,
~i · / ·:. ·o: o,', fisiológicos e corruptos. Lado a lado, perfIJam-se neste país uma
' .
~'"t: ':: - ';' ~' ;J - __
&~~~i ~~~~~Ç

:. ' .:.."que-passarri .fome,' s~m .instrução :nem. ~úde, · ·.niais .d~ 2Q~ . '. : ·~e: ~ :.:. ';:' .~o ~~or~ .~ ode~~ . ·~n:tou-se . enta,? o . ~tu~;. ? :b9.':I:l: .an u.go; .0.:, .: .
.... ...-. analfabetos, enormeevasão e.repetência escolar, oito .mílhões de".·. ·' . velho, osupergdo. . ......' ::: '~ .:' .' : " :". .....' . . ... . . :'. ":. :. . .'. ': .. -....
e
{ :.':, :'rrie~os meninás:~a' ,'ruá- . , .: '. ;.' :'.. ·.· Te~tfmi~s· l ogo eliréúriir o usoimpreciso de'três pàlavrascorn .
' 0 ' .: ' .; : : .':. ' . • •

. -. .: .: :::":,No' BraSil ' do governo Collor; lima. certa mádemidade foi . :' ,. ... :o ~esmo 'radical mOdem-I ' 'mas : com acepções hem''distin tas'.
proposta e imposta como -Ideal e ' meta.. ·O vocábulo entr~u na. . ' Modernismo conota processos artísticos e literários, arquitetôni-..·
. : "retQI-lCa-, 05 cial e ganhouas praças . pela 'grande imprensa.' Sem' " . cos e . teológicos. Modernização traduz evolução tecnológica, .
..':· .ê! tar~ib es os autores, paranão alongara lista, elencoalguns títulos .substituições de técnicas ou 'de m,étodos obsoletos por.outr()smais _
· .. · : . dé~ aiti:gos. no "Jornal do Brasil", nos anos de 91 e 92. ~studO · " Um
recentes e elaborados.' Modernidade .tem ' sido indevidamente '

:: .' de<se~s conteúdOs '':''' ao 'lad o da incidência da palavra modemi-". ' . . usada nosentido demodernismo e/ou modernização: Muitos <los : .

....:..... ·:·' d~dé . no .acervo informativo dosjornais ~ . mostra o leque v·ariado .:: " títuios do Jornal do Brasil acima 'elericados se referiam ; 'fato, '
de
não
:. .·.·,- :: ·e; o
raro, .ímpreciso.de-ac épções ede referências que .terna : .. à modernização não à modernidade . . ' .. ., ,
e
." : o : :süscito~ : . "A culturadamodernidade", ,,9 .dilema da moderni-,, · . . •... Em s'einân'tlca adequada.vrnodernidade traduz uma época

· ". ., dade'tjComprornisso :co ~.: a ' mode~idade " ."..0 tripé 'da.moder- " .histórica, 'urna construção filosófica e um paradigma cultural , Na

". ..'nidade", "Galileu e a ~ode:rnidade ", ".0 índio e a modernidade" '. .r .'. história', 'os tempos 'modernos, que se contrapõem à 'An tig üidade .

'.:' ::'::"."0 mito da rnodemidade't;"Modernidade ou imoralidade?", "que:' ~"': e "à idade Média; ' começam' .com o advento ' dos europeus às .

. . . :.A: ~: ~fu1 .al! modernidade? - .' . . o,' .,' ,: ':'.- . Américas (Í492). Este tempo era: antes delimitado pela queda 'de

: ,: ::: , o<,:~ 'Sem .r~sposta a .estaúltima pergunta, armou-se. o festival ' . Constantinopla (1453). Na filosofia. .a modernidade, emcontraste .

~ . ' .':....semântico deumaequívoca modernidade. Enquanto na Europa e . : com' a filosofia clássica e .coma escolástica;' se insinua .corn o '

:
.:. ~:. ,; :: nos .Estados Unidos ' veri{'se falando', há .tempos , da "crise da :.' - .·nominalismo do séc. XIV e se inicia de fato com Des·~tes.

0, ~ " . ' • I ' . • • • • • •- . .- • • -. : . . ' • • • • . ' . ) ' - ., '

.' ·-.:':·.ri1 txlernidade \ enquanto a·:inspiração 'marxista , embora filhada o..' ..' Desdobra-se através de Kant; Hegei, .Marx, .Nietzsche, Héideg- '.· .
~: . · :~:;· : m~~~ni~ade ; tenhaproscrito sempre qualquerpactuação com a, ':' " ger , Habermas, parasó balizarporalto ti demarcaçãomaior do ' .
~ . -:'.~ :' :·)~~er.IÜdade , vistapor ela .apen~s corno criação burguesa, a cÜ~ . :pensamento ocidental, neste.particular. Na .an tropologia social e
:.:.', :-.', efunesta..era Collor nos propunha a modernidadecomoutopiae :. ' "' éultural , .6 : modernocorresponde aurn paradigma.cultural. vque.
'. :: ,, : ~ .· Tne~ nacional, Elafoie.ide certo modo, é cantada ainda em prosa .,,' se'contrapõe ao não-mOdem'oe não, propriamente, aO"~dicional, ·
:::... . e:versc;> ,no economê.i{ tecnológico ounosjargões de plantão ·em ·: .como tantas vezes se pretende. Esse paradigma teve.~ua temati­
. · ~ ::· va.r:iados · d.ialetos acadêmicos e profissionais. . ' zação e difusão malora partir. do llumÍnismo e da :.revolução
. 0

;.,. .... . ::.. . > ~... . - .. ..' . ,industrial, nos séculos xvrn e XIX. '. .
·...: ..:: <:" .::. ~ : _' . A Não vou abordar neste'àrtig~ os modernismos ou' a: moder ~
• .

. '.:',' : ~ ~. ', ; ..~OX~ÇAO~~ANTICA ' " , . : ·nização. Não ' voU' tnúàr da modernidade histÓrica ·ou filos6fica. .
·.' :....':<::.'... ' . .. ~: ' >. .~: . . .:.
Focaliio ' apenas, pelo ân.gulo da antropologia, o~ paradigfl)as
i .' · ; . ~:· : · . < Nuina revista· de 'edutação, vamos tentar 'uma aboida,gem " . o·culturãis 'não-moderno e moderno . Eles 'serão nossa mediação
e
:: :~ J :'~' '~iorosa téc.nica: que .ajude os educadores .a se sitUarem neste .' propedêutica' para captar e iluminar o p6s-mode~o. Não po'sso
" .:: lab~to do não-m6derno ~ .':<io modern'o e do pós-mOderno. .: . aqui ser exaustivo ou detalhista. Limito-me às grandes linhas de .
:> -'.:.. ~ . _ .~- 6 radical mode~-vem do advérbio latino modo, que signi- . cada paradigma, .() bastan~ para perceber o perfIl de cada um e
'.:' fic.(recente, há pouco,' ~~w a pouco. Já nos séculos V e V1 de o contraste entre eles. Por paradigma entendo um conjunto de

; . . :­ .. "

---- -- ~
pressupostos, de conceitos e métodos c, 'culados em um refe - . NO PARAf:"'{;MA NÃO-MODERNO,
rencial exemplar. Este define , para uma de terminada comunidade ENCONTRAMOS OS SEGUINTES TRAÇOS:
· ou grupo humano, as vertentes de percepção e análise, . de .
.avaliação e interpretação: sugere ou aponta os tipos de questões 01. Há uma integração do todo sócio-cultural : o sistema de
· que podem ser perguntados, os modos e explicações que .pode m .
· parentesco, de propriedade, o técnico-instrumental, o lúdico, o
ser procurados. Podemos falar de paradigmas científicos (p.ex .
nonnativo, .o político, o econômico, o simbólico de comunicação
. a mecânica de Newton ou a relatividade de Einstein;o método
e representação e outros se articulam numa interdependência que
.ded utivo ou o indutivo; o racional ou o mítico; o abstrato ou o nos leva a compreendê-los como partes de um todo. Não é preciso
.' empírico). No plano ' antropológico, de que aqui tratarnosv o '
· não-moderno, o moderno e o pós-moderno são três paradigmas
ser
funcionalista, nem se pautar por esta interpretação, para atinar
com a interdependência e complementaridade com que eles são
distintos). " . .
· vividos, de fato, no cotidiano dos membros do grupo humano
não-moderno, tanto nas sociedades simples (tribos indígenas),
Paradigmas cultu;ais: não-moderno, moderno, pós-moder- .. · como nas complexas (civilizações do passado .os maias e astecas, . .
no. '. a
, ou sociedades do presente, islâmica, por exemplo).
02. Este conjunto tem na religião ou no mito sua fonte de
. .Toda caracteri~çã~ supõe uma seleção de. traços : que é' · .inteligibilidade e de legitimação. Religião e/ou mito .são assim
.: tributária da mentalidade de quem a faz. Com isto está dito que : I . .cirnento de articulaçãoe chave de compreensão do todo cutural­
· nenhuma individuação pode ter pretensões de 'ser completa e, .social. Não é possível, por exemplo, entender a estrutura interna
menosainda, .absoluta. : Pode haver , pois,oUtrase diversas ' . . da cultura islâmica e de suas expressões na organização social
. . '. caracterizações. Elas; serão também válidas e todas podem .se . .(Estado, Direito, 'Ed ucação , Costumes, etc.) sem o recurso ao
:, .' '. enriquecer reciprocamente. A individuação que ' aqui ofereço . Corão e à sua inspiração religiosa~ ' " . .
' .recolheumamplo consenso . . . OJ.Estes dois pressupostos-se refletem na concepção.totali­
zante,holística, orgânica, da formação sócio-cultural. Prevalece

. : a c~nsciênda e a operação dogrupo, coma conseqüência depen- .
. "':"0 PARADIGMA PRE-MODERNO OU
dência e submissão do indivíduo a ele, na conformidade com o
NÃO-MODERNq :" l u g a r e o papel que lhe atribui o grupo. O ~obre· ·nasce 'nobre o ." e
. ....... . . 'plebe u; plebeu. Grandes decisões, como as .relativasà profissão ' :.
. Prefiro o termo não-moderno, porque ele 'n ã~' conota uma e ao casamento, às transações comerciais e aos confrontos bélicos, ,
:cronologia do anterior e 'posterior. Ao" dizer-se pré-modemo.rj . "c órrespondern e atendem aos interesses e às alianças do grupo. ' .
" . porém, está latente nó. prefixo pré a idéia de contínuo evolutivo . Este decide supletivamente pelo indivíduo, o qual, por sua vez,
, .":. ," e linear seguido do moderno e do p6s-mod~rnb.~sta seqüência :se-pensa, se reconhece e se autodefine a partir do grupo. . .
.' ., ', c!ono16gica , domin~t~ . ~os anos 60, . é hoje, inaceitável. ~o : 04 . Segue-se ' das o sentido de ordem, corno harmonia e :
','.. .dizer-se não-modemojmoderno e pós-moderno, sublinha-se' an- : .' estabilidade deste quadro de equilíbrio e/ou tensão entre o indi- .
e
'. tes a diversidade entr~ ·paradigmas,.q~e.podem·coexlstir e, de. -".. víduo o grupo. A realidade e a consciência de uma hierarquia
:fato; têm convivido através da história. A monarquia, por exern- : inscrita naprópria índole' da cultura é uma conseqiiência natural . .
. plo, é uma instituição não-moderna. Todavia, ela vive, há séculos ' Ela' assegura tanto a ordem interna' do grupo cultural como a

. _.. , . , .':' - .
" e ainda hoje, com modernas formas do sistema parlamentarista.
.. "1:
.- ,
permanência de 'seu modelo e identidade: dá-lhe, por dentro da

'- -' - ~~ ~ - - ' ~~~ ~~. - - - , s » ' . '~'


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:'.~ .~ própria estruturado modelo cutural, /0:,elemeritos básicos de última todos os ar : ~' )s se refer~rn ao ser . humano individual,".
,: .
. ...:: administração de seus confl.it?~ e de sua eventual superação. e
como sujeito de direiio's de deveres, raiz de toda decisão e ação,
. _ . ·::.. ·· · ,,:05. Essa permanência decorre dacontiriuidade e dahomo­ com a conseqüente rejeição das decisões supletivasdo grupo por .
e
."::: ' : g~eidade de significações e sentidos , de valores e símbolos, de 'ele . Cada ser humano tem inteligibilidade em -si e por si não a
'.··, ..· práticas sociais de ação e comunicação', que tendem a ser estáveis partir do grupo. Em cada indivíduo se recapitulaa humanidade .
. .,:::.-e apresentam resistências ' à mudança. Daí o .risco das culturas Isto se tem hoje, no Ocidente; como dado adquirido. Manifesta­
',:··. ,m onolíticas e intolerantesçprepotenra, e autoritárias. Sociedades .se , por exemplo, na corrente 'avaliação judicial de pleitos , e '
. ' .. '::.' ,e cultu"fas de identidades bem vincadas, elas se reafirmam sempre " c~nflitos entre indivíduos egrupos nos estados' modernos .. Para '.. .
.' "::" . Y na~efesa de sua identidade. . Vêem na crise umaameaça e tomar um caso emblemático, a jurisprudênci'a em relação à ..
~ ,. :", -,,: ~pres sen tem a morte na mudança; . ' transfusão de sangue, .no caso de um paciente individual dela
' : '~
.; : :,':,'; ". :9 6 . O primado da relaç~opessoa/pess'oa sobre a relação ; realmente necessitado, se tem firmadosempre contr~a à nega­
, :.~:; : .~soa/cousa estabelece ,um estilo de comunidade que e como que ! tiva pretensão religiosa do grupo ao qual pertence. Ainda mesmo
" ' :.,'.: .dadoe pré-definidopelos costumes e hábitos do grupo, toman­ na Revolução Soviética de inspiração marxista, a utopia aponta .
.', :.::.;: d crse i ntocável e inapelável. Ele se transmite pela socialização para o benefício pleno dos indivíduos, segundo suas necessidades.
" :'<d as pessoas em termos deorientaçãocentripeta das mesmas para Seareação à ideologia individualista de inspiraçãoliberal-capi­
Para
, ~' q~ gruPo : propriedade do grupo, produção o grupo, organi­ talista conduz à ' ênfase coletivista comunista no grupo' ~ . na
.: .zaçãoem função do grupo e, 'portanto, confronto ou alianças entre. sociedade 'c o mo um todo, ' istopode ser visto, certarnen te mais do
,;"grup<)sd ivers9s;' pautados sempre pelos respectivos interesses, ' ponto de visto teórico do que prático, como uma mediação
. ,. .·:·:;s alvaguar da da coesão interna de cadagrupo. Um bom exemplo corretiva do erro histórico e menoscorno uma supressão da
'. ..:?) .do que dizemos se. encontra na África' .pós-indepe ndênCia. Em centralidade e dos ,interesses do indivíduo, ' ainda mesmo . nu~
':' . Xm~i~os'países , os conflitos ou as uniões tribais prevalecem sobre contexto leninista de forte hegemonia 'do Estado. Esta ce~tralida-.
'. < ~<. os interesses nacionais e até mesmo os 'põem em risco. ' :"
. .s.:-. ' '07. Todo este conjunto do universo não-moderno se move a
dedo indivíduo o revela como sujeito . Isto deveser tomado tanto'
no sentido da emergência de novos sujeitos no horizonte cult~ral,
.~ :, -.:'.p anif de uma concepção mais estática da história 'r ecorr ente e quanto na ênfase dada à subjetividade na'cultura moderna'A:md.a
.: :,'}·: :,· ,:. cíc~ca : Diante dela~anife.sta-se~~~ certa passiVidadeda pessoa>.' qu.ando ~s Causas mot~v~in e im?ul~i?nam grupo~, :stes ~nf~tI:am
•. <y
~ :~ ~ e .<:Io: grupo , asen~çao de ImJX?sslbllIdade.-de escaparda sujeição ' pnmordlaliTI.en~eos direitosdo indivíduo . .umavl~o d~ I~dlVlduo
• - :::.-: à Il1es~~. .Tudo Isto ~e~á perme:ado, não raro; de pérspectívas e de ~eus direitos está à_ base dos movImentos. fe~:msU:s, .do
.-, :' . '.:,: ~~te~~~l1s~S OU ~ondIC1opantes, fa~is~ oyhegelllônicas.... ... . "gay-people", das pressoes pelo aborto, dos individualismos
, : : ~." " '" '. " c. . " : '. ~ . . . . . . .... ' : . " " ' , ' nacionalistas de tantas faces . .

~.:~~~> : , .; .":' .,: .:~ ... . , "'-..- . .: ...


.: : : : " "'- 0 PARADIGMA MODERNO . . .
,:'. 02. Na
.. .
cuitura 'moderna e naconcepção do' social que ela
_ . ' . .
.. . ..'.".: '" ,'. ". . ' , .. .: enseja, há uma separaçao e autonomia dos diversos elementos ~o
....> .~<:. -:.:' , . .:..' ':'.:. -, .. ,. ,., . .. ... , . corpo ·s6cicr cultural . Daí, uma composição fragmentária da. so­
•« ;:'.:;,... :O~~ · A cultura m~erna que pervadeintimaniente" a estrutura. ". ciedade,' com ênfase' na independência .dos vários domínios:
~;'/:';:.~; d~ ~~dem~.e~,:é ,:en~ada :~re o jndiVí~o e a s~bj~ti~ .. muda-se a organização do poder, cria -s~ ~u reforça-se o p~pel do
. ;<,.._ ,)'I~e. A.~~lh0r- expressao disto sao as formulaçoes,dos díreítos " Estado e por aí se reformula o político e ~ norma,uvo. · O
:; :.< ' ,~ hu~os ,-,) ~~o.pe~~R~~oIu~ Americàna e Francesa, quanto econômico e suas seqüelas, entre as quais a propriedade privada,
~.{~ ;....~Ja,,:~ , ~.S ~Irt:l~S . Hu~os ' da, ONU,- em J948~ Nesta " : faz prevalecer a economia'do lucro setorial eJou individual sobre
1·.~?~).~ "':.:~ ..'., . . ' .. '''), ~' ,:" .. ' '
:~ " :'~:~~~~~:ip~;t~~:.~:~f~~'~~:~";,t~:f~~~~;;:t--I'~- -~~~~~~::~:':n~~~ ~~~~~~~~~~~p;rér~ i~:~q' ~~~:~n~::::~~~:ga';

. ' . f .',' I . . . r " ,


' . : .lazer , da festa e do lúdico, .virtualnxsrte transformados pela .: ao sol e a todas ~~iste o direito de expressão. Inevitável , pois, o
:, concepção comercial ~ política. Não tem sido esta a _metamorfose I conflito, mas um eoutro.são inerentes ao paradigma moderno de
'. d,? nosso carnaval? .'. . ' . . "" ' . . .. . , . . . " ." --1 cultura e sociedade. Desdrarnatiza-se, portanto, a crise, que se
_: .' -. ' Poderíamos multíplícaras variáveis. Tomemos apenas dOIS reconhece como parte do processo. A mudança e o confronto entre
. .­ pontos reconhecidamente nevrálgicos. No moderno passa a pre­ .' os dive~os são a_regra no moderno e, não mais: em tese pelo
. ' dominar a família "nuclear" (pai, mãe, filhos) sobre a não-moder-. menos, a afirmaçao excludente e a defesa exclusiva de uma só
. na família ' estendida (pai-mãe-fi lhos-avós-tios, atores . 'visão ou versão das co usas ou a sua imposição às outras.
'determ inan tes na malha integrada e intrincada de . um amplo . '. ' :, ' 04. Casoespecífico desu quebra de unidades monolíticas é
" sistema deparentesco, decisivo na vida do grupo). No moderno,
". a diversificação das ciências. De urna filosofia reinante sobre as
' .a religião ou omito, anteriormente cimento abrangente da coesão
ciências e de uma teologia que, submete a filosofia, passa-se,
do grupo e fonte inspiradora de todos os outros domínios do
primeiro, à multiplicidade autônoma das ciências naturais e
; -. conjunto cultural e social, passa a ser deste apenas um setor como
rriaternáticase, depois, ao surgimento das ciências sociais, huma­
os outros, eventualmente respeitado ou tolerado, mas confinado.
.' nas e estéticas. Definem-se, por aí,' modos distintos de conhecer
. , .'. Mais ainda; a cultura moderna ' será a primeira a dispensara e -formular, proliferam episternologias e metodologias, diversas
, . . , '" função legitimadora que teve a religião nas culturas não:"modernas ' , mediações analíticas e contrastantes perspectivas hermenêuticas.
_, ~ nalonga hist6ria da humanidade. . . Há mesmo um tempo deincomunicação entre as ciências, pela
.. . '. A este fenômeno 'se chama secularização, uma dastravas . falta de conhecimento mútuo, peloestranhamento dos respectivos
.; :mestras .da modernidadeSua primeira conseqüência é a raciona- · vocabulários e linguagens, O positivismo,' como , norrn~ -de pro- "
..~ : ..':: .lidade.o postulado moderno da plena autonomiada razão humana. ' .. cedimentocientífico, -:ai se generalizar, sem,cbntudo~ :desblo- '
.:,.' .:" A segunda é o ánuopocentrisrno, que caracteriza a modernidade e . : queara comunicação. E sobretudoatravés da matemática, de' sua ,
. . :: que podelevar ajustae mesmo necessária afirmaçãodo imanente linguagern formal e de. sua capacidadederetraduzir em: nível v
:.". 'até a inaceitável negaçãoabsoluta de toda transcendência, pasSan- ' . j >: de
abstrato os resultados diversas 'ciências, que o universocien- .
,'.'do então da secularização ao 'secularísmo. . " tífico se abre para a interdisciplinaridade . e ganha, ' nainformáti- '
e
" ' . ' .0 3. D~sa fragmentação desse esvaziamento da hegemonia ~,de' e:tração . 'm at~ ':llá~ca , a ' p6ss i? i~i da~e ~lena · ..de circular '
'".legitimadora, que era própria da religiãoe/ou do miro. isegue-se . m for~açao e ~omumcaçao. A ~~to~omla Clenti~Ca de que .fala,­
:' uma grande pluralidade de sentidos e significações, de valores e mos l~?epe~~lza~ :~e fat.o" ~ ciencia em .relaçao à ·teo~ogla, a
.·.: critérios, ·de modelos e'. padrões, de .linguagens' e discursos, de me,taf~s~cae à ética. Ela _smgra . ~om seus .rumos p~ópnos sem .
. '. símbolos e signos,' que tornam complexa e'diversificada a realída­ ' ~?S~~çoes , ne!J1, c~cess~s :' DaI os debates moder~~s entre . '
" . ." .·,·de culturale social' moderna e .a visão de.mundo que deia decorre. c~~nc~a ' e . !e, .~l ~ .n sco . se~pre: p~es~nt:~ da.. des~ni.anl~çã() .d ~ .
· ·:.: ·:_.A partir dessa pluralidade, c~rnpreende-se '~ se justificao pluralis­ . cienciano pla~oétlco, pr~clp~~ente no an: b1to da bionética:.. daí
. ': " : :~"; ' in o , : umtraço fundam éntal do moderno. O pluralismo é sobretudo , . .o.;~,to . ~mpo de reflexa.? .ç:n tlca . qu~ se t~rnou a filo~~fi~ .das
e o
·:::'..',::;'á disposição a. capacidade de nãorejeitar diferente .e nem . ciencias . . . .
o
.~. .:.:; '- absolutizar próprio mas, pelo contrário, derespeitar as díversí- . 05. Detudo isto, flui como natural que a .ordern .não seja
.-. '.· ~;, '.:'. :.·._ dades e aprender a lidar com
.
elas. Há no pluralismo
. 11
urna tendência . ' .mais'dada a partir de dentro mesmo da estrutura cultural
.
e social )
"..... : ".'; ..~ . à tolerância,'
. ..
mas há também um relativismo potencial e latente. COmo alzo preestabelecido e tutelado. A ordem no moderno será .

· .. ," o
, ~ '. "
.' a cónq~ista possível do ~on;enso viáv~lC1tre pares·e~v~r~·os. Chama a aten::1 na' modernidade a distância que vai entre

Por isso mesmo ela será, não raro. :precária e. instável, sujeita seus ideais e suas perspectivas otimistas e criativas e a contradição

.sempre a renegociaçõese redefinições. Essas dependem da capa- . .que se registra entre elas e a concretização da vida moderna ao

-cidadede dialogar, 'de ceder e superar, de entender e persuadir. . longo da história. Há, na modernidade, uma ambivalência que se
.. 'A-ordem no moderno não será, pois, orgânica e necessariamente . foi revelando através do potencial desdobramento de ·suas con­
~ harmoniosa. Esta'índole paradoxal da ordem moderna pervade o quistas profundamente humanas e de suas perversões absurdas,
." ..: universo político de uma democracia sonhada, que reconheça a cruéis e frustrantes, com as quais nos encontramos no mundo
.., : .igualdade dos.indivíduos' e seu direito à participação e a expres­ ainda fortemente vincado como moderno em que vivemos, apesar
.são,' na edificação solidária e. na gestão subsidiária do bem de do reconhecimento hoje incontornável, da precariedade do pro­
a
todos. Esta ordem devepresidir comunicação eo contrastante jetoda modernidade. É poraí que se abre o flanco à criticada
universo.da informação. No moderno, a ordem se tece e retece a modernidade, ou pela vertente contracultural da antirnodernidade
cada momento. Ela t.ril.duzo direito e o dever de todos à .ou pelo viés da pós-modernidade. .
sobrevivênciae a convincente afirmação dapr6pria liberdade no
. contexto respeitado' das liberdades alheias. S6 assim a liberdade
;. '. serávivida não no compartimento estanque de cada indivíduo, . ' 0 PARADIGMA ' PóS~MOD:ERNO
:::.' .'masno congraçamento fecundodas comunidades humanas em
tantosníveis, desde a família até a nação, desde o município até ·
. . PressupostorÉ bem nítida ' a' ruptura entre os paradigmas

·· a .ONu. Esta autonomiadaliberdade e seu respectivo discurso .


. .. . São: um dos mais.fortes pilares da modernidade, num contraste ' moderno e não-moderno e, mais ainda, entre após-moderno e o

'. , flagrante 'com o paradigma não-moderno~ ' . não-niàderno ~ Pelo contrário, o p6s-modernocomporta uma

'..continuidade em relação a muitos elementos do moderno. Carac- '


coii~epçã~diilârni~a
".:.. ':,.:"::·Ó·6. Esta que ' 'consir õr e ' reconstrói a ·teriza:.se, porém, basicamente, pela reação critica ao moderno, à.· .
.: '.' "ordernj á é um posicionamento da pessoa eda humanidade diante razãoilustrada e à hegemoniada racionalidade instrumental . Esta .
.. . : da história. Esta não é mais uma imposição inexorável aos seres critica sefaz, por um lado, a partir do que fora já antes 'levantado
'::humanos, nem a repetição cíclica de umpériplo definido'e irnutã­ '-. pelos pr óprios autores da modernidade cornoMarx, Nietzsche. .'
ve1. Pelo contrário, a história, na visão do' moderno,é teleolõgica, . Freud,Wittgenstein,Habermas e outros, por outro lado, a partir
tem princípio e fim, caminha para arealiz áção criativa de objetivos . das contradições existenciais da pr6pria modernidade quando '
. eideais. .A história no moderno se movepara utopias e delas se traduzida no contexto concreto, ' social e cultural, do moderno
'.:.< 'nutre)la'trama e superação de suas próprias contradições. . ~ .' . cotidiano:
. a-dia. .
aquele que é por n6s vivido e respirado em nosso dia- .
.c":. : : : ::;:. · ,:~essa visão da histõria,a.idéia de progresso e de perfectibi­
-Ó : • • •

":,: .·-. l~~ad~ , h u m ~.a ' c oITem "lado a lado, como um dos postulados . 01 : O pós-moderno surge, pois da percepção da crise da
I

.,:,' .:j deo19gicos da modernidade. Nesta história. o ser humano é ativo. ' modernidade. Esta posição se fundamenta na constatação de que .
f'~.'·' , . ·é' ·construtor. Nesta visão moderna. da histõria existe latente o todos ' ós grandes temas e os relatos modernos de emancipação, .
:~~~ci al de.: transformação e de 'crescente libertação, 'marcado
' : ' : '-.Ó» :
.l aos 'quais se haja dado alguma legitimidade ou atribuído hegerno- :
, .. múitó. embora pela evidência da perversão que é"a outra face da nia, foram, na verdade, invalidados no decurso dos últimos 50
.: . .mesma visão moderna da autonomia da liberdade. anos no progresso histórico da civilização-culturalocidental. Entre
osdiversos e numerosos.grandes relatos, ressaltam os da posição
- '.
do homem diante da história, do trabalho e da produção, do
,/
... .: . .: .:: ~. ~ ~ ' .~ . . .. _ , ~ . ._ . . . .. - .:.; _. _ . . _-_ ..- .:-- - -
. : _ - ~ : __ .: . - - _ .. -.: : _ . .. . ... __

J '
. _ ., _ • • - . _ _ o . ' • "• • • ~ _ • •

de mundo e no comportamento de tantos jovens, adultos ' ou

'universitários' ~ ;'O::~)erários hoje? Entrevê-se a morte. do ideal eda

utopia.a afirmaç ão da falta de sentido da vida: há urn esváziamento

. cético de palavras emblemáticas como liberdade, justiça, soÚdà- '

. . riedade: há a mortedo mito da política. da democracia, do progres­


so, da revolução, da transformação social. Não há ilusão sobre os
mitos do amor, da festa e do consumo: Há uni desencanto em
relação ao que embalou a geração dos anos 60 e outras emtantas .
frentes e em outros tempos. Para o pós-moderno, só se pode tentar
melhorar as relações interpessoais, ao nível restrito do horizonte
próprio e de pequena escala. Esta ampla suspeita sobre os ideais
da modernidade é o traço mais característico do pós-moderno.

. ...... .' '\ . :


; . _ _ . _ ~ ~ ... . . _ _ . . ..... ,_: • • _ • • _ . , . ~_ . , ~ ~ _ • • ·_ . · .. ...; _ _... . e . _ _ ' " _ _ . _ " - .- - ....-..- - '-- --'

_-_. .,- --_.
- - .. .. __._-,--------.......;----­
07. 03". Consideram que a solução pós-moderna aos proble­
alienações que acontecem na história o~ ,~:.:3.quelas que são ideolo­
·.mas que coloca r? ')é a única: é possível criticar a razão fundante,
:gicamente arquitetadas nas formas de l:i<'talinguagens, rnetanar­
. a moral abstrata 'da modernidade e salvaguardar a pluralidade de
"ratívàs e rnetateorias. . . , .
formas de vida mediante umacompreensão comunicativa da razão
.. .
.;
: e da ética (Haberrnas). .
. '.. 06. SINTETIZANDÓ A VISÃO D'O PÀRÁDIGMA
07.04. Julgamqueamaior deficiência da pós-modernidade- ­
' . ..'." :.'' PÓS~MODERNO . .
'é a falta de sensibilidade e de análises sócio-políticas sobre o
., '
.fracasso da modernidade: por .isso. o pós-moderno carece de
.mediações concretas em suas propostas e, não. raro.: cai num '
" '.: ,': ': .06.01. Negativa.ffi~nte,opós-ml":"1ernoé .um estilo de
pluralismo. conservador de extração neoliberal (Benhabib). .
. ."pensamento desencantado da razão mode ma e dos conceitos a ela
.:-..vinculados v.N ão crê narazão autônoma e tundante, que dá sentido Neste contexto; embora critico dó moderno, o pós-moderno
.~ --ao h~ inem e ao seu comportamento nem nos grandes relatos que . não traz mudança sensível na perspectívaelitista do 'universo '.
' . ·~ ··: ':~ dão sen tido à história ou legitimam projcros políticos, sociais e social e cultural da modernidade. após-moderno rejeitasem
.::. : "econômicos: não abraça o projeto da mcdemídade. Neh~ vê risco ' . transformar, critica sem libertar. Pelo contrário, ele 'reforça
. ::. :"decoérção.Be totalitarismo, de desenvolvirnentisrno competitivo indiretamentea insegurança do sujeito moderno insatisfeito. Ele
.':0: efuncionalista. .
- >, .- · . . lhe solapa as bases possíveis que sua crítica do moderno poderia .
.:.. ,.: . ' :·:06.02 positivaméllte, .a pós-modernidade propugna: .uma .. : restabelecere ao tentarvencer o antropocentrismo, por exemplo,
. ..-: ..:~~ . : · no~a c on cepçã·b: darazãoe da racionali.íada, corno. pluralista e '.:ao reconhecer a.finitude real do projeto racional humano fechado
. : .~<: :': .fruítiva.um projetoque não.tenha a racionalidade (Instrumental, na imanência pura, ao' entrevér no colapso da auto-suficiência
'..:( ::: .< obj·e tivan t~ ) como'elementocentralou único, mas se.abra à riqueza . ~: h ti mana o tácito anseio pela transcendência.
.:': ':" :·.e à heterogeneidade davida, irredutível atoda forma de pretensão
' ~~' , \ ,:: univérsalista. O põs-moderno pleiteiaque n homem seja verdadei­
: ~~:;- :- ':: 'r àriiente livre eautônomo para determinar sua própria história .e CONCLUSÃO
..'<::·' ... · s uà' vida.: urna possibilidade de viver est ética e misticamente na
>:'-:':,: ;.::·i~·te:nsidade do m:o~er1to . . :. . . .. .. . : .Esta análise tipificada da constelação semânticadomoderno
. como categoria antropológica e da análise . dos três paradigmas
:. ~~>: .~; .;~{. :::'<-,,' .. . . -.: .. . .. . .~: -~ . cuituraisque nele tem seureferencial.é de suma importânciapara .. ­
: situar a educação'em termos não só doprojet ó.pedagógicoern si
·'-,· ;> ': ~··~'· ··.:"· · 07 . · OS CRÍTICOS DA PÓS-MODERNIDADE; :
.. mesmo, como de süá implementaçãoconcreta n-a desejável e atual
,g:};' ;-:07.~ I . A~~;;i{drltic~ PÓ;'ITIOd~:~;a aos messos instru: .~. Exatamente' porque se .trata .de .paradigmas culturais, não' :
.::relação educador-educando.' . ~' . :. : .:.. ... .. ... -. : .. . . ..

.. ~.:.:: :: .·.:-:':·,riÍeniàis da 'razão'ilustráda e à hegernoni» da racionalidade ínstru- .


:,\: ·~ ·: :' -:·!~;~p taI . ·" ::''-: . . :: /'.. : ~> .
::"'- "...:.: ..... ..'. '.' :.' ':'. . . ·'-existe'm nem 'se pode preterider compartimentos estanques ·.e~tre :. : :
:os'três. De fato, ' educadores-escolas, educandos-famílias, .são.-:
~:,:(>_ ~'~ :> .·.-.07.02. Apoiitani_n~ pôs-moderno o riscoda extrema singuía- .
·.) orta.dores.e representantes dos trêsparadigmas -.Convivem·com ,.­
~.-~::· ~,: ~·> rli.ação'~ a p~rda ·da. ·üniYersá.l1dade: sem uni mínimo de princípios '
':,:' >?: :~ dê éT:iéa fuhdarn~n~; ·é impossfvel resistir à situação frag~enta~ .
: : .~.: ; -~ : . di. : Cai-se numstatus.quo instalado e omisso. conformista e' .'
'..·eles.em forma .sincrética e' dosagem eaprlchQSa, .de modo n~ .
.sempre consciente responsável. ' . . '. '. ' . . . .. .. . .... e
'. Como foi dito, é inadequado um.global juízo devalor sobre.
<: ~: '. ' : .~'.' . resignado. . :. ',:: . .-. .:. .. .I
..'.-.."" '.
, ~~ . '
\
,
. ..- ..-," . -. ".
... ~

':;' ".".,\ ... . . : -:: . " ;::., ~~


. "": 0 . O~ {L- .... _._ ... _-0·-. 0' ".c. : »:. ---- -- -... ,~ -
v · - . : - a·onema·ça-o·escàtllI6gicã·cjlJe a-·trã-n~ce~de-c- ·pí~~ ifica .•
---" -'rribaertür e-meUiór ao que o não-moderno e que o pás-moderno é . ..
aceitável simplesmente porque interpela os pontos críticos do : BIBLIOG~,.~~,~IA

moderno. É indispensável um process.:~ . ~e discernimento e "uma AA.VV: A modernidade em ·discussão. Revista Conciliurn 244

lúcida formação da liberdade. Critérios antropológicos de um (1992/6):. Petrópolis, Vozes-Concilium. 1992.

humanismo pleno regerão um e outro. Estes serão inspirados e .. . .. ..: . . _. . . .

. iluminados também pelos critérios teológicos .da perspectiva AZEVEDO. Marcello de c. Modernidade e Cristianismo. O desa­
.educativa: critérios evangélicos, cristãos e católicos, ·no caso de fio da inculturação. S. Paulo. Ed. Loyola. 1981 .
..escolas filiadas AEC. .
à
AZEVEDO. ·Marcellô' -& c. Entroncamentos ' e Entrechoques. .
. •. :.:::· Este discernimento constante e esta lúcida formação da liber-·
.. : . darle 'ofe recernà educação hoje os referenciais mais importantes Viver a fé em um mundo plural. S. Paulo. Ed. Loyola. 1991. .
· . paracàpacitareducadores e educandos a viver ern um mundo como
esp. pp. 65':79 e 81-98.
·.0 Í195.SO,· secularizadoe pluralista, científico e tecnológico, frag- ·
BINGEMER. Maria Clara L.. Alteridade e Vulnerabilidade. Ex- ..
na.
..mentadoe ·mutante,·: experiência da crise de tudo isto. Pelo .. periênciade Deus e pluralismo religioso 'no moderrio em
.... : .: e x~r"êí~ .l o do discernimento e da liberdade, a educação hoje não crise. S. Paulo. Ed. Loyola. 1993. . .

- ·.- · · . ·se rá: 'a~nç ão acríticae dócil aos modismos de último grito, lança­

. :.:' .: doS~e ·: ~?cP1orado s pelo mercado. Tampouco será uma submissão


COMBLIN ~José. O Cristianismo e o desafio da Modernidade, em
:.~ . iígidâ. ·.(passiva · aos ditames de uma tradição eventualmente já
AAVV. América:Latina: .500 anos de evangelização. 5. ·
· . ~: jnc99.lp'"atfvel com ospar.âmetros reais de nossomundo concreto,'. . PAulo~ Ed. Paulinas. 1990 ~ .2a ..ed, pp, 205 ~274.

.. :.. . ·Di~e.·rn ~inen to e liberdade, pelo contrário; tomarão possível apri­ . CONNOR..S-tev~n . Cultura PÓ~- MÓderna.lntrodu~ãoàs teorias
.. ... •.morar'éIevar adíante.mafidelidade, elementos fundamentais da : .
. . do contemporâneo. S. Paulo. Ed. Loyola. 1992. .
·:..·..':;.. tradtçãb~iecidaao longodo tempo e. dahistória, Eles permitirão, . .. . . .

.:···,.: não,méno·s . visões réalistaseprospectívasque.uo mesmo tempo, ·. .. GARCIA RUBlO. Alfonso. Unidade na Pluralidade. ·S . Paul o~ Ed.

·: ·.· ~ -: :ilunun~. opresente e. constroem o futuro com fecunda criativida- ' Paulinas. 1989. pp. ll-74 ~ . '.

' :: ~ ':-::: " élê:~~~~~~~ :~~ : ' . :~ .,: , ", " ~.>. ' " . . . .:::. . . " . .... . ".'. ' .' '. ..' .. .. '. "
' ."'.:. :; ::·.'-;Ed~ car parao reto uso do discernimento e da liberdade ,e .. . HARVEY. David. A condição pós-moderna. Uma pesquisa sobre
. -::,. :.funda;ffie.n tar ·eticamerne oprojeto .pedagõgico para hoje. Urge < ., . as origens da-mudança cultural.S. Paulo. Ed..Loyola ~·1992 ..
~: : " f~~ie :não apartirde conceituações teóricas e abstratas, eventual- .
MARD6"NES:Jàsé Maria.. EI desafio de "ta postmodernidad al:
. .: ·:. Iii~-le:- pré-moldadas por" ideologias menos ournais explícitas. .
:" . . ..cristianismn.Madrid. Fe·Y Secularidad. Sal Terrae, 1988 (ao'
· ..::.... I1p-póik/pelo éo~l!ário,fáiê-Iq. a partir. do· conhecimento dos :
qual souparticularmente devedor para trataro pós-moderno).
. :~. p~d~g'maS sócio-culturais, EÚ~s manifestam indutivamente a or-.·
· ·:0 g8.niiàçã(Ú~strutural de' nossos .universosi nc;lividuais. e ' grupuis.' . SANTA'ANA: J~lio. Teologia é ·modernid~de, ~~ ~A~V.Arrié~·
·. :>: :~ Eles ·~.friem paraalém -dcfenornenolôgico que podemos perceber ' .. . . . rica ~atina:·5dO anos deevangelização. S.Pauio:Ed. Paulinas. -.:
: . : e 'd~crêv'êr-e que; não.raro, condicionae devora em nóso cotidia­ . 1990 2.a. ed.pp. 174-204. . .
::: ·i,::.· n(i': :~l:1car não será um esforço enciclopédico para estocar infor- .· :VAZ. Henrique C. de L.. ReÜgião e Modernidade filosófica, in :
.:/:..·maÇã6.. 'n'O· 'cérebro ou nu.computador. ·. ·EdUcar·:será. capacitar .: . . .... ·BINGEMER.· Maria Clara L. (org.) O impacto da religião'
",; :· :/ · I~S.~~(p3:ra · si luar;.se responsavelmente no mundo: serã viver li ..: . sob~e amodernidade. Coleção Seminários Especiais do Cen­
~. )~ : pártirda'história: serã criar história sabendo nela intuir-e descobrir tro João XXIII. RJ. S. Paulo. Ed. Loyola. 1992 pp. 83-107...
) .:: : :;:'..: :~ ~.\:.:~ . , ,~ .

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