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reações primárias, sem o controle da inteligência nem a participação efetiva da vontade; pelo predomínio
da fantasia e das ‘vivências sobre a análise metódica da realidade”.
Na década de 60, o movimento hippies libera geral a depravação junto com a galera de
Woodstock. Woodstock parecia um acampamento de refugiados das Nações Unidas, onde em vez de
comida, trocavam-se maconha e cogumelos alucinógenos por alguns dólares. Preservativos usados
boiavam nas poças de água, ao lado de sapatos velhos. Em maio de 1968 estoura a revolução estudantil da
Sorbonne. Com o dístico “é proibido proibir”.
Por algum tempo, foi feito um esforço para preservar uma aparência de decência. Por exemplo,
matéria imoral era censurada no rádio, no cinema e na televisão. Mas isso não durou muito. William
Bennett, ex-secretário da Educação, dos EUA, explicou: “Nos anos 60, porém, a América iniciou uma
queda vertiginosa e incessante para o que pode ser chamado de descivilização.” E isso se refletiu em
muitos outros países. Por que o declínio moral se intensificou nos anos 60?
Foi nessa década que ocorreram quase simultaneamente o movimento de libertação das mulheres e
a revolução sexual com a sua chamada nova moralidade. Também foram desenvolvidas eficientes pílulas
anticoncepcionais. Quando deixou de haver receio de concepção nas relações sexuais, o “amor livre” ou
as “relações sexuais sem compromisso de ambas as partes” tornaram-se comuns.
Ao mesmo tempo, os códigos de moral da imprensa dos filmes e da televisão afrouxaram. Mais
tarde, Zbigniew Brzezinski, ex-chefe do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, disse o seguinte
sobre os valores apresentados na TV: “Eles exaltam claramente a auto-gratificação, fazem com que a
violência intensa e a brutalidade parecem normais e incentivam a promiscuidade sexual”.
Já nos anos 70, os videocassetes tornaram-se populares. Na privacidade de seus lares, as pessoas
podiam ver agora matéria imoral sexualmente explícita, que nunca assistiram em público numa sala de
cinema por medo de serem vistas. Em tempos mais recentes, a internet tornou possível que em todo o
mundo, qualquer pessoa com um computador tenha acesso à espécie mais repugnante de pornografia.
Joseph Gasper, professor de sociologia da Universidade Johns Hopkins, diz que “a cultura
americana relaciona violência e masculinidade. Isto está numa infinidade de filmes, videogames e séries
de TV. E se está na produção cultural é porque se encontra na sociedade”.
A CULTURA DA TRAPAÇA
O cientista político David Callahan, autor do livro The Cheating Culture (A Cultura da Trapaça).
Em seu livro Callahan mostra que a grande discrepância que há entre as superestrelas e as pessoas
comuns leva todo mundo a fazer “o que for preciso, até trapacear, para chegar ao topo”. Entre outras
coisas que acontecem nos Estados Unidos, ele menciona “estudantes do ensino médio e da faculdade que
trapaceiam”, “pirataria” de música e filmes, “roubo no trabalho”, “fraude em larga escala na área de
saúde” e uso de esteróides nos esportes. Ele conclui: “somando a isso todas as diversas formas de infração
ética e legal, chegamos a uma crise moral de grandes proporções. A trapaça está em todo lugar”.
O jornal The New York Times disse que o furacão Katrina, que assolou os Estados Unidos no fim
de 2005, “deu origem a uma das mais surpreendentes ondas de fraudes, tramas e espantosos erros
burocráticos na história moderna”. Uma senadora dos EUA relatou: “A fraude descarada, a audácia das
tramas, a magnitude do desperdício – são simplesmente chocantes”.
O jornal África News de 22 de junho de 2006, numa reportagem a respeito de um “seminário sobre
abuso sexual e pornografia” em bairros pobres de uma região de Uganda, disse que é por causa da
“negligência dos pais que a prostituição e o uso de drogas aumentou nesses lugares”. O jornal observou:
“O Sr. Dhabangi Salongo, responsável pela Unidade de Proteção à Criança e a família, da delegacia de
Kawempe, disse que os índices de violência doméstica e de abuso sexual de crianças tinham aumentado
muitíssimo”.
Hu Peicheng, secretário geral da Associação de Sexologia da China, em Pequim, declarou:
“Antigamente, na sociedade tínhamos um senso do que era certo e do que era errado. Agora podemos
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fazer o que bem entendemos. “Um artigo na revista China Today explicou esse assunto do seguinte modo:
“A sociedade está ficando cada vez mais tolerante no que diz respeito a casos extraconjugais.”
“Parece que todo mundo está tirando a roupa e usando o sexo como estratégia de vendas”, notou
recentemente o jornal inglês Yorshire Post. “Pouco mais de uma geração atrás, esse tipo de ação teria sido
considerado um ultraje do ponto de vista moral. Hoje somos bombardeados por todos os lados com
imagens de sexo, e a pornografia... já criou raízes na sociedade em geral.” O jornal acrescentou: “Hoje em
dia é considerado normal famílias verem livro, revistas e filmes que antigamente só deveriam ser vistos
por maiores de 18 anos. E, segundo aqueles que fazem campanha contra a pornografia, muitas vezes o
alvo declarado dessas matérias são as crianças”.
O jornal The New York Times Magazine disse: “[Alguns adolescentes] falam de [suas experiências
sexuais] com a mesma naturalidade com que falam sobre o que vão almoçar”. A revista Tweens News, “o
guia para os pais de crianças de 8 a 12 anos”, observou: “Num rabisco de criança, uma menina escreveu
uma mensagem de partir o coração: ‘Minha mãe está me pressionando para que eu namore rapazes e
tenha relações sexuais. Tenho apenas 12 anos... socorro!’”
Como os tempos mudaram! O jornal canadense The Toronto Star declarou que não muito tempo
atrás “só a idéia de homossexuais ou lésbicas viverem juntos abertamente já era ultrajante”. No entanto,
Bárbara Freemen, professora de História Social na Universidade de Carleton, Ottawa, Canadá, observa:
“O que as pessoas dizem hoje é: ‘Vida particular é isso mesmo, vida particular. Não queremos que outras
pessoas se intrometam’”.
Sem dúvida, nas últimas décadas, a moral deteriorou-se rapidamente em muitos lugares no mundo
todo.
E A RELIGIÃO?
CONCLUSÃO
Vivemos dentro de uma guerra imoral aberta e direta, em que todo tipo de armas são
descarregadas sem respeito, em cima daqueles que estão lutando contra o sistema de corrupção, da
imoralidade, da destruição da vida, da fé e da cultura da trapaça.
Sabemos que a indústria da pornografia e seus congêneres têm lucros monstruosos, por isso não
medem esforços organizados para acabar com a “verdadeira Religião de Jesus Cristo” e seus verdadeiros
promotores da moral, dos bons costumes, da paz, da justiça e da dignidade humana.
“Em meio a obstáculos de toda ordem, a Igreja permanecerá ensinando aos homens o verdadeiro
caminho do Salvador. Em nossa época, com a força da opinião pública condicionada ao poderio dos
meios de comunicação social, uma grave tentação é ceder, fazer concessões para evitar problemas e
dificuldades oriundas da fidelidade a Cristo. Na sociedade anti-cristã, como na nossa, muitos acobertam,
sob o manto de falso catolicismo, uma decomposição moral e decadência espiritual que conduzem a
atitudes exatamente opostas ao Evangelho”, declara magistralmente Dom Eugênio Sales, Cardeal e
arcebispo emérito do Rio de Janeiro (7).
PENNA, Antonio Gomes. Introdução à Filosofia da Moral, Rio de Janeiro: Imago, 1999.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e Martins. Maria Helena Pires, Filosofando: Introdução à
Filosofia, São Paulo: Moderna, 1986.
O Homem em Busca de Deus. Editores: International Bible Studentes Association, Brooklyn, New
York, U.S.A. Sociedade Torre de Vigia de Bíblia e Tratados, Cesário Lage, SP. 1990.