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Oficina de Formação de formadores – Bibliotecas Escolares

Leitura e Literacia

Situação da leitura em Portugal - hábitos de leitura


Segundo um estudo da APEL1 em Portugal, 2005 apuraram-se os seguintes
resultados:
o 72,4% das pessoas que lê, lê por gosto, 19%, lê por dever escolar e 22% lê por
dever profissional
o 67,1% lê livros não escolares ou técnicos, 20% lê livros escolares, 33% lê livros
técnicos
o 97,25% lê revistas ou jornais
o 89,4% tem computador em casa
o 86,4% utiliza o computador em quer em casa quer fora dela
o 72,25% procura informação sobre os livros na internet
o 74,25% já comprou um CD_ROM de carácter educativo, cultural ou literário

Literacia da Leitura em Portugal-PISA


Os últimos estudos realizados em Portugal sobre o nível de literacia de leitura,
capacidade de cada indivíduo compreender, usar textos escritos e reflectir sobre eles,
de modo a atingir os seus objectivos, a desenvolver os seus próprios conhecimentos e
potencialidades e a participar activamente na sociedade, encontram-se publicadas na
página electrónica do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da
Educação de Portugal, com o título O Estudo Internacional PISA.
Segundo este estudo, temos em Portugal uma percentagem muito elevada de alunos
de 15 anos com níveis muito baixos de literacia. São 52% de estudantes com níveis
de literacia iguais ou inferiores a 2, em comparação com a situação média de
40% de alunos no espaço da OCDE.
Metade do universo dos alunos não realiza ou apenas realiza tarefas básicas de
leitura como localização simples de informação.

A Escola e o mundo que a rodeia


Vivemos no século da imagem. O “império da escrita” e o "império da televisão”
coexistem e estimulam-se mutuamente.
O olhar sobre o mundo transformou-se. A mobilidade dos homens e dos símbolos
fizeram surgir novas formas de estar. Vivemos na era da imagens, dos sons, da
digitalização de informação.

1 Relatório Hábitos de Leitura 2005 -


http://www.apel.pt/gest_cnt_upload/editor/File/apel/estudos_estatisticas/Relatorio_HabitosLeitura.p
df

Filomena Curado 1
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Seja em que contexto for, comunicar exige um emissor, um receptor e uma


mensagem num determinado contexto. Significa interacção entre pessoas, mesmo que
mediatizada.
A necessidade de desenvolver em todos os alunos competências neste domínio
constitui o objectivo primeiro da aprendizagem, qualquer que seja a disciplina ou ano
de estudo, exige uma organização, métodos e recursos adequados e assenta
sobretudo na criação de situações que promovam o prazer de ler, de escrever e de
investigar.
Qualquer medida destinada a desenvolver os meios disponíveis de acesso à
informação na escola, bem como a capacidade de alunos e professores a utilizarem
com fins educativos, deve ser vista sempre como uma inovação pedagógica à escala
de todo o estabelecimento de ensino. Só pode ser concretizada se, se traduzir em
mudanças efectivas quer das estruturas existentes (espaços, organização pedagógica)
quer dos comportamentos dos professores (conteúdos e métodos de ensino) e dos
alunos (relação com o saber, tarefas e processos de trabalho).
Quem aprende tem que ao mesmo tempo de desempenhar vários papéis: criar os
seus próprios objectivos (agente), cumprir os objectivos criados por outros (receptor),
aconselhar outro que aprende (outro significativo) e por último tomar parte de uma
audiência de apresentações realizadas por outros (outro generalizado).
Cabe ao professor ou ao formador, dar aos alunos oportunidade de exercerem estes
papéis.
Em prática pedagógica, deve saber gerir a informação disponível e favorecer a
expressão do aluno ou de outros intervenientes na formação e na aprendizagem. É
seu dever, como agente de ensino, utilizar o que existe (equipamentos e registos),
tornando a informação e os seus suportes acessíveis em bibliotecas e centros de
recursos, locais privilegiados de formação, investigação, produção e animação.

Plano de intervenção
Uma biblioteca não deve ser depósito de livros e o"Livro" exerce múltiplas funções:
Diversão – enquanto veículo de cultura e de ocupação de tempos livres...
Formação – quando relacionado com a aquisição de conhecimentos gerais ou ligados
a uma actividade profissional...
Informação – como divulgação de notícias quer do quotidiano quer do conhecimento
científico...
O papel do professor, como interventor social e cultural, exige uma renovação
permanente de técnicas que pretendem criar o hábito do manuseamento dos

Filomena Curado 2
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documentos desenvolver a necessidade de ler estimular o prazer na leitura e cria


hábitos de pesquisa de informação.
Na Biblioteca Escolar ou na sala de aula deve desenvolver e aplicar técnicas de
animação da leitura, das quais saliento pela sua facilidade de aplicação e pelos
resultados da sua experimentação:
o Cantinho da leitura
o Conhecer a Biblioteca Municipal
o Empréstimo domiciliário – requisição semanal
o Ficha de opinião de um documento utilizado
o Construir dossier temático
o Hora do conto: oral, em suporte livro ou electrónico
Estes são exemplos de interacção entre a biblioteca e o currículo, fáceis de pôr em
prática em qualquer tipo de biblioteca (da Rede ou não).
Mais difíceis de concretizar em escolas não pertencentes à Rede, mas bastante
interessantes para os alunos, quando é possível pô-las em prática:
o A “Semana do Livro”
o A produção de pistas e propostas de actividades de livros
o As exposições temáticas
o As semanas temáticas
o Organizar visitas de autores/ilustradores
o Concursos de escrita e leitura
o Oficinas de expressão dramática, plástica, musical

Aos professores deve o Agrupamento e a Biblioteca fornecer apoio e formação na


aquisição de capacidades de selecção de recursos que apoiem o currículo e assim
promovam a Leitura e melhorem os níveis de Literacia.

19-10-2008
Filomena Curado

Filomena Curado 3

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