Estado? Não, obrigado
()
About this ebook
O formato do livro é também um diferencial, perguntas e respostas claras e objetivas, indo direto ao ponto, o que torna a leitura rápida e agradável e facilita a compreensão.
Um livro que fará você pensar nos problemas de hoje sob um ponto de vista completamente novo!
Related to Estado? Não, obrigado
Related ebooks
Sociedade Solidária: ensaio filosófico Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA política explicada aos nossos filhos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsInterpretações, paixões e Direito: O sentimento trágico do Direito e seu ignorado aspecto fenomenológico Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Política Como Um Poder De Alienação, Manipulação, Cosmovisão E Dominação. Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsSobre a guerra e a paz na filosofia política de Hegel Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDireito Público: análises e confluências teóricas: - Volume 7 Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDireito, Estado e Sociedade: intersecções - Volume 8 Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO conceito de sociedade civil em Kant Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA economia do intervencionismo Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDa produção de segurança Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsOs livres podem ser iguais?: Liberalismo e Direito Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAnálise Verbal E Visual Do Conceito De Democracia No Filme Zootopia Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCanalha, substantivo feminino Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsFutebol, política e religião se discutem Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsLiberdade e a lei Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEnsaiando o olhar latino-americano: insistência de uma cena situada Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsControle Social De Políticas Públicas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsNova República Sem Máscara: uma interpretação do Brasil às vésperas do bicentenário da independência (2010-2021) Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCrítica à subjetividade jurídica: reflexões a partir de Michel Villey Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPolítica e Fé: o abuso do poder religioso eleitoral no Brasil Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsJudicialização da Política: o processo político-eleitoral e fidelidade partidária no Brasil (1988-2008) Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDemocracia e risco: perspectivas da Filosofia do Direito Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA falácia da impunidade no Brasil e o fenômeno do encarceramento em massa Rating: 1 out of 5 stars1/5Acesso À Justiça Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsUm Acerto de Contas com o Passado: Crimes da Ditadura, "Leis de Impunidade" e Decisões das Supremas Cortes no Brasil e na Argentina Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAplicabilidade da arbitragem nos contratos entre a administração pública e as empresas de direito privado Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsTransgeneridade e Previdência Social: seguridade social e vulnerabilidades Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO impacto econômico da classe ociosa Rating: 0 out of 5 stars0 ratings
Social Science For You
Tudo é óbvio: Desde que você saiba a resposta Rating: 4 out of 5 stars4/5Segredos Sexuais Revelados Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDetectando Emoções: Descubra os poderes da linguagem corporal Rating: 4 out of 5 stars4/5A Prateleira do Amor: Sobre Mulheres, Homens e Relações Rating: 5 out of 5 stars5/5Um Poder Chamado Persuasão: Estratégias, dicas e explicações Rating: 5 out of 5 stars5/5Verdades que não querem que você saiba Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAs seis lições Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsManual das Microexpressões: Há informações que o rosto não esconde Rating: 5 out of 5 stars5/5Introdução à Mitologia Rating: 5 out of 5 stars5/5O Manual do Bom Comunicador: Como obter excelência na arte de se comunicar Rating: 5 out of 5 stars5/5O Ocultismo Prático e as Origens do Ritual na Igreja e na Maçonaria Rating: 5 out of 5 stars5/5Psicologia Positiva Rating: 5 out of 5 stars5/5A perfumaria ancestral: Aromas naturais no universo feminino Rating: 5 out of 5 stars5/5Fenômenos psicossomáticos: o manejo da transferência Rating: 5 out of 5 stars5/5Liderança e linguagem corporal: Técnicas para identificar e aperfeiçoar líderes Rating: 4 out of 5 stars4/5Tudo sobre o amor: novas perspectivas Rating: 5 out of 5 stars5/5Pele negra, máscaras brancas Rating: 5 out of 5 stars5/5O martelo das feiticeiras Rating: 4 out of 5 stars4/5Como Melhorar A Sua Comunicação Rating: 4 out of 5 stars4/5Racismo Estrutural: Uma perspectiva histórico-crítica Rating: 5 out of 5 stars5/5Mulheres que escolhem demais Rating: 5 out of 5 stars5/5Teoria feminista Rating: 5 out of 5 stars5/5Churchill e a ciência por trás dos discursos: Como palavras se transformam em armas Rating: 4 out of 5 stars4/5Coisa de menina?: Uma conversa sobre gênero, sexualidade, maternidade e feminismo Rating: 4 out of 5 stars4/5O marxismo desmascarado: Da desilusão à destruição Rating: 3 out of 5 stars3/5Quero Ser Empreendedor, E Agora? Rating: 5 out of 5 stars5/5
Reviews for Estado? Não, obrigado
0 ratings0 reviews
Book preview
Estado? Não, obrigado - Marcello Mazzilli
outro.
Capítulo 1 - As Bases do Libertarianismo
1 - O Que é o Libertarianismo?
A crença do libertarianismo se baseia num axioma central: ninguém pode agredir a pessoa e a propriedade dos outros.
– Murray N. Rothbard
Os libertários acreditam que nas palavras de Rothbard resida a solução para os problemas de todas as comunidades, da humanidade inteira. Se aceito universalmente e for corretamente aplicado este princípio básico do libertarianismo baseado no direito de propriedade, pode resolver a maioria dos conflitos que ocorrem entre indivíduos.
É importante notar que o libertarianismo não é uma filosofia metafísica, ou ontológica, e não pretende responder a perguntas como Como é a vida depois da morte? Deus existe? Quando começa a vida?, respostas estas que vamos buscar em outras doutrinas filosóficas, na religião, ou dentro de nós mesmos.
O Libertarianismo é, em vez disso, como dissemos, uma filosofia política. Tendo retirado a sua própria definição do conceito de propriedade, libertarianismo é com certeza uma filosofia política econômica. Isso não quer dizer que o libertarianismo deva abranger somente o comércio, a bolsa de valores e os consumidores. Ele abrange todas as esferas das relações humanas, quando estas envolvem duas ou mais pessoas que, como já dissemos, devem ser livres e voluntárias.
Aplicando corretamente o principio básico do libertarianismo, somos capazes de compreender se uma ação é legítima ou ilegítima. E, para aplicar corretamente o libertarianismo nas nossas escolhas diárias, ou imaginá-lo aplicado (num futuro próximo?) num mundo libertário
precisamos primeiramente compreendêlo bem. Em particular, primeiro precisamos compreender bem o que queremos dizer quando falamos em indivíduo, propriedade e direito de propriedade, agressão, legítimo ou ilegítimo.
2 - O Que é o indivíduo?
A liberdade não é uma coisa que pode ser dada a todo mundo, é algo que se busca. As pessoas são tão livres quanto querem ser.
– James Baldwin
Por indivíduo entendemos um ser humano adulto, livre e responsável, capaz de querer e de entender. Esta definição se faz necessária para abordar as questões de filosofia política. De fato, para poder aplicar corretamente um pensamento político é necessário que todos os elementos envolvidos possam ser por si só sujeitos e objetos de pensamentos políticos. Caso contrário, o que obtemos não é mais uma direção de comportamento e sim uma imposição ética.
Explicando melhor. A frase É errado comer carne de animais é uma imposição ética. Esta ideia pode ser partilhada de todos aqueles que se consideram vegetarianos ou vegans
, mas ao mesmo tempo pode ser contestada por aqueles que preferem completar sua dieta com carne de animais. O valor filosófico de uma frase como esta, para um libertário, é o mesmo valor de frases como É errado andar na grama ou comporte-se ou não vai para o céu. Todas estas frases introduzem elementos externos à relação indivíduo-indivíduo, e como tais estas podem ser aceitas ou não, sem ligação com o libertarianismo.
Um libertário hindu, provavelmente não come carne de boi. Um libertário católico comerá peixe na sexta feira santa. Um libertário ateu comerá carne quando tiver vontade. Sendo o libertarianismo uma filosofia política que envolve os seres humanos apenas enquanto indivíduos responsáveis e livres, ele não pode ser usado para traçar uma linha de conduta nestes assuntos.
Do mesmo modo, e pela mesma razão, muitos libertários se dividem em questões morais, como o aborto, o suicídio e eutanásia (abordaremos em detalhes algumas destas questões mais a frente) porque erroneamente, nota do que vos escreve, tendem a confundir o conceito de indivíduo com aquele mais amplo e genérico que é ser humano.
O libertarianismo, repito mais uma vez, se ocupa simplesmente de definir as relações entre indivíduos e suas propriedades.
3 - O Que é a Propriedade?
Rothbard recorre ao jusnaturalismo para definir o conceito de propriedade. Em primeiro lugar cada indivíduo é proprietário do seu próprio corpo. Este é um direito natural e é aceito como tal. Este direito existe, pelo jusnaturalismo, e não existe como ser atribuído por terceiros (como por exemplo, o direito à moradia ou o
direito à escola que são
falsos direitos"), mas existe e basta. Para um aprofundamento sobre o jusnaturalismo recomendamos o leitor buscar outra fonte. Aqui pretendo apenas destacar o jusnaturalismo como a base de (quase) todas as doutrinas de filosofia política por que representa o elemento mínimo de filosofia do direito, divisor comum de todas as outras teorias de filosofia política.
O direito de propriedade do corpo é o primeiro passo para distinguir o indivíduo de todo o resto, do mundo que o rodeia. Porque o indivíduo tem direito à vida e ao próprio corpo segue-se que procurar viver da melhor maneira possível não é ilegítimo. O homem, como qualquer outro animal, procura viver com os recursos que a natureza lhe oferece. Estes recursos inicialmente se encontram na condição de res nullius (ou de ninguém
). Se apropriar destes recursos é a primeira afirmação do Ser no