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Urgências/Emergências

Clínicas.

Por: Enfª. Ana Paula Santos Cruz


Profª. Especialista
Faculdade São Lucas
Emergências
Cardiovasculares.
Emergências Cardiovasculares

 Várias situações clínicas/patológicas


do sistema cardiovascular, que
mesmo sob tratamento podem gerar
uma urgência ou emergência.
Angina e Infarto Agudo do
Miocárdio.
 Definições:
 Angina do peito: dor precordial, decorrente da
deficiência de oxigenação para o miocárdio
(músculo cardíaco). Também chamada angina
estável.
 Angina instável: dor precordial ou
retroesternal, podendo ter irradiação para
membros superiores, palidez, sudorese,
dispnéia e extremidades frias. Dor que dura
entre 20 e 30 minutos. Responde ao uso de
nitrato sublingual.
 Infarto: dor precordial retroesternal, de
forte intensidade, com duração acima de
30 minutos, podendo irradiar para MMSS
ou braço esquerdo. Dor em forma de
queimação. Pode ter início como dor
epigástrica, irradiando em seguida para o
peito e braço. Apresenta também
náuseas, vômito, sudorese fria,
ansiedade, taquicardia.
O que fazer fora do ambiente
hospitalar.
 Manter a vítima deitada e tentar tranqüilizá-la,
orientando-a sobre o que pode estar acontecendo.
 Se ela já faz uso de nitrato, administrar um
comprimido sublingual.
 Chamar socorro médico.
 Verificar pulso.
 Manter a cabeceira elevada, facilitando a
oxigenação.
 Manter as roupas da vítima afrouxadas,
principalmente cintos e botões.
 Aguardar socorro juntamente com a vítima.
Assistência de Enfermagem
na hospitalização:
 Manter o paciente deitado, em decúbito
dorsal, com a cabeceira ligeiramente
elevada;
 Manter vias aéreas superiores
impermeáveis, ou seja, ventiladas, com uso
de O2 sob cateter nasal até 4 litros/minuto;
 Providenciar um eletrocardiograma (ECG);
 Instalar o monitor cardíaco e oxímetro de
pulso;
 Verificar e anotar pulso e PA;
 Seguir as orientações médicas quanto a infusão de
medicamentos;
 Puncionar veia para acesso venoso, de “grosso
calibre”;
 Na punção, colher amostra de sangue para
dosagem de enzimas e eletrólitos;
 Ocorrendo a sedação por parte médica, atenção
especial aos sinais vitais e monitorização, pois o
paciente permanecerá mais relaxado;
 Deixar o desfibrilador montado para uma
possível cardioversão elétrica;
 Após a estabilização do quadro, manter
vigilância constante desse paciente,
tranqüilizá-lo;
 Orientar o paciente quanto a tudo que houve,
e como está no momento. Isso deve ser feito
sob acompanhamento médico;
 Comunicar os familiares.
Observações:
 Repouso: a vítima ou paciente deve manter-se
deitado, para diminuir o esforço do músculo
cardíaco, evitando assim, complicações do infarto.
 Nitratos: seu uso imediato alivia a dor e previne
novas crises, melhorando a função ventricular.
 Betabloqueadores: diminuem o consumo de O2
pelo miocárdio, reduzindo a freqüência cardíaca e a
pressão arterial.
 Dieta: deve permanecer por até 24h em jejum para
evitar o vômito.
 Sedação: evita o estresse do paciente.
Ação medicamentosa sobre as
Emergências cardiovasculares.
 Dinitrato de isossorbida: V.adm.–
V.adm
sublingual. Ação: promover rápida
vasodilatação coronariana.
 Nitroglicerina: V.adm. – endovenosa.
Ação: promover potente vasodilatação.
 Atenolol: V.adm.
V.adm – oral. Ação: é um
betabloqueador que diminui a freqüência
cardíaca.
 Ácido acetilsalisílico: V. adm. – oral.
Ação: é um antiagregante plaquetário, que
inibe a formação de trombos.
 Morfina: V. adm.
adm – endovenosa. Ação:
promove o alivio da dor e diminui o estado
de ansiedade.
 Ansiolíticos: V.adm.
V.adm – oral, endovenosa e
intramuscular. Ação: promover diminuição
no estado de ansiedade e atuar como
miorrelaxante, contribuindo para aliviar dor
e tensão. Diazepan mais utilizado.
 Heparina: V.adm.
V.adm – endovenosa. Ação:
anticoagulante, que contribui para a
diminuição da viscosidade do sangue,
evitando maiores complicações para o
miocárdio.
 Estreptoquinase: V.Adm. – endovenosa.
Ação: trombolítica, dissolvendo os trombos
e melhorando o fluxo sanguíneo para o
miocárdio. Trata-se de droga vasoativa, que
necessita de vigilância constante ao ser
administrada, devendo ser infundida em
bomba de infusão própria e monitoramento
de pulso e pressão.
Hipertensão Arterial (HAS)
Definição:
 Quando a pressão exercida sobre a artéria é
maior do que a esperada.
 De acordo com o III Consenso Brasileiro de
HAS, o limite escolhido para definir HAS é o
de igual ou maior de 140X90mmHg, quando
encontrado em pelo menos duas aferições –
realizadas no mesmo momento.
Definição:
 É portanto definido como uma pressão
arterial sistólica maior ou igual a 140 e
uma pressão arterial diastólica maior
ou igual a 90 em indivíduos que não
estão fazendo uso de medicações
anti-hipertensivas.
Fatores de risco:
 Idade;
 História familiar;
 Peso corporal excessivo;
 Sedentarismo;
 Ingesta excessiva de sódio.
Sinais e Sintomas:
 Cefaléia,
 Sudorese fria,
 Dor em região da “nuca”, porém sem
rigidez,
 Mal-estar geral,
 Ansiedade.
CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA
DA HA (>18ANOS)
PAD(mmhg) PAS(mmhg) CLASSIFICAÇÃO
< 85 < 130 Normal
85-89 130-139 Normal limítrofe
90-99 140-159 HA leve (estágio I)
100-109 160-179 HA moderada (estágio II)

> ou = 110 > Ou = 180 HA grave (estágio III)

< 90 > ou = 140 Hipertensão sistólica isolada


O que fazer durante a crise de hipertensão
fora do ambiente hospitalar.

 Perguntar a vítima se é hipertensa, e se faz


controle ou uso de medicamento próprio.
 Manter a vítima em repouso e tranqüilizá-la,
orientando sobre o que está ocorrendo.
 Encaminhar a vítima para atendimento
médico em posto de saúde, ambulatório ou
hospital.
Observações:
 Se possuir esfigmomanômetro, verificar a
Pressão Arterial, anotar e encaminhar para
atendimento médico.
 Não indicar o uso de medicamento mesmo que a
vítima já utilize algum tipo.
 Os sintomas da hipertensão podem ser
confundidos com o da hipotensão, e ao medicar
sem indicação ou prescrição médica atual, pode
ser provocado um efeito indesejável.
Assistência de Enfermagem
na hospitalização:
 Verificar e anotar os sinais vitais com
atenção especial à PA;
 Verificar PA a cada 2h e anotar em
impresso próprio;
 Manter o paciente em local tranqüilo,
evitar visitas que possam ser
desagradáveis e venham interferir no
controle da pressão;
 Verificar se a dieta está de acordo, ou seja,
hipossódica, ficar atento ao que se consome
entre uma refeição e outra, muitas vezes por
conta própria, ou trazida por familiares;
 Orientar quanto ao repouso relativo no leito;
 Administrar medicamentos dentro dos horários,
evitando assim atraso no seu ciclo de ação.
Ação medicamentosa sobre a HAS.
 Nifedipina: V.adm. – sublingual. Ação: age
de forma rápida, causando hipofluxo
cerebral.
 Captropil: V.adm. – sublingual e oral. Ação:
diminuir a pressão arterial gradativamente
sem causar danos cerebrais ao paciente.
 Hidralazina: V.adm.
V.adm – endovenosa ou oral.
Ação: age na musculatura do vaso,
provocando vasodilatação de efeito
imediato.
 Furosemida: V.adm. – oral ou endovenosa.
Ação: diurético de alta potência que auxilia
na diminuição da pressão.
 Ansiolíticos: V.adm. – oral, intramuscular
ou endovenosa. Ação: relaxante, diminuindo
a ansiedade quando a hipertensão está
associada ao estresse.
Emergências Respiratórias
Definições:
 Bronquite: inflamação aguda ou crônica dos
brônquios com produção excessiva de muco.
Apresenta como sintoma mal-estar geral,
rouquidão, febre, tosse de início seca a produtiva.
 Enfisema Pulmonar: é o acúmulo de ar entre as
camadas que revestem os pulmões, podendo
ocorrer dilatação dos pulmões. Apresenta como
sintomas dificuldade respiratória e ruidosa, cianose
de extremidades, cefaléia, fraqueza e até confusão
mental.
 Asma Brônquica: doença que se caracteriza pela
dificuldade respiratória e obstrução dos bronquíolos
(vias aéreas inferiores). Apresenta como sintoma
sensação de peso no peito, tosse seca, ansiedade,
dificuldade respiratória, sudorese, palidez, “chiados”
no peito.
O que fazer fora do ambiente
hospitalar.
 Manter a vítima em fowler ou semi-fowler,
possibilitando maior ventilação das vias aéreas.
 Se a vítima já faz uso de algum “spray” para crise,
administrá-lo com eficiência, verificando se a inalação
foi feita corretamente.
 Providenciar seu transporte para um posto médico ou
hospital para que possa ser atendida, não havendo
complicação do quadro.
Observações:

 As orientações anteriores podem ser


seguidas tanto pelo pessoal da saúde
como por leigos.
Assistência de Enfermagem
na hospitalização:
 Manter o paciente em posição de fowler;
 Administrar medicamentos e inalações CPM;
 Observar os horários de administração de
medicamentos, para que o ciclo deles não seja
prejudicado;
 Verificar e anotar sinais vitais com atenção à
respiração;
 Oferecer dieta leve e anotar a aceitação;
 Orientar quanto ao repouso nas primeiras
horas até que a crise se estabilize;
 O acesso venoso fica comprometido
durante o pico da crise; deixar sempre em
acesso sorolizado e o material arrumado,
para novas punções, se for necessário.
Emergências Diabéticas
Definição:
 Cetoacidose diabética: caracterizada pelo
quadro clínico de hiperglicemia,
desidratação, cetose, decorrente da
deficiência de insulina (tipo I).
 Apresenta também prostação, cansaço,
náuseas, poliúria. Devido à acidose
metabólica, a respiração passa a ser
hiperventilada (respiração Kussmaul).
 Coma hiperosmolar não cetótico:
caracterizado pela complicação aguda do
diabetes insulino dependente (tipo II) com
intensa hiperglicemia, desidratação,
ausência de cetoacidose, alteração de
consciência.
 Pode estar associado a outra patologia de
base que diminui a produção de insulina.
 Coma hipoglicêmico: estado em que
o índice de glicose é abaixo de 40
mg/dl, apresentando ansiedade,
tremor, sudorese, palpitação, palidez,
torpor, náuseas, cansaço, confusão
mental, alterações do comportamento,
convulsão e até coma.
O que fazer fora do ambiente
hospitalar
 Em qualquer uma das situações, manter o
paciente deitado.
 Verificar o nível de consciência desse
indivíduo, fazer perguntas e observar suas
respostas.
 Verificar se ele já é insulino dependente, se já
tem história anterior de diabetes e se fez uso
da insulina nesse dia.
 Procurar socorro médico, em um posto de
saúde ou hospital, o mais rápido possível.
 Se o paciente não for diabético, não teve
história semelhante anteriormente e estiver
consciente, oferecer um copo de água com
açúcar, ou uma bala, e procurar
atendimento médico.
 Se o paciente estiver inconsciente, não dar
nada para ingerir. Procure socorro médico
imediatamente.
Observação:
 As orientações citada podem ser
seguidas por pessoal da área da
saúde ou até mesmo por leigos.
Assistência de Enfermagem
na hospitalização:
 Manter o paciente em semi-fowler;
 Realizar teste de glicemia capilar a cada 3h,
ou segundo orientação médica;
 Puncionar acesso venoso de grosso calibre;
 Fazer quadro do controle do teste de
glicemia capilar e anotar resultados
adequadamente;
 Abservar a aceitação da dieta, respeitando
e orientando quanto aos intervalos entre
uma refeição e outra;
 Fazer o esquema de insulina conforme a
orientação e a prescrição médica, também
anotando a quantidade e a região aplicada,
fazer rodízio de aplicação;
 Estar atento às queixas do paciente,
principalmente com relação a “cãibras”, pois
o potássio pode estar diminuindo, o que
pode levar a hipoglicemia rapidamente;
 Realizar balanço hídrico diário.
 Avaliar constantemente o nível de
consciência.

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