O documento descreve os principais recursos retóricos utilizados na linguagem, divididos em figuras de palavras, de sentido, de construção, do pensamento, de enunciação e de argumento. Explica como esses recursos tornam o discurso mais eficaz ao facilitar a atenção, a lembrança e a persuasão do público. Também aborda operadores argumentativos, tempos verbais, indicadores modais e o uso de implícitos e pressupostos na comunicação.
O documento descreve os principais recursos retóricos utilizados na linguagem, divididos em figuras de palavras, de sentido, de construção, do pensamento, de enunciação e de argumento. Explica como esses recursos tornam o discurso mais eficaz ao facilitar a atenção, a lembrança e a persuasão do público. Também aborda operadores argumentativos, tempos verbais, indicadores modais e o uso de implícitos e pressupostos na comunicação.
O documento descreve os principais recursos retóricos utilizados na linguagem, divididos em figuras de palavras, de sentido, de construção, do pensamento, de enunciação e de argumento. Explica como esses recursos tornam o discurso mais eficaz ao facilitar a atenção, a lembrança e a persuasão do público. Também aborda operadores argumentativos, tempos verbais, indicadores modais e o uso de implícitos e pressupostos na comunicação.
Professora: Hlia Coelho Mello Cunha 2013 RECURSOS RETRICOS
Recursos de Retrica so opes de uso, seletividade ou supresso e formas construtivas que tornam o discurso eficaz. Figuras retricas
A figura s de retrica quando desempenha papel persuasivo, diz Reboul (1998:114) e, se o argumento o prego, a figura o modo de preg-lo.
REBOUL, Olivier. Introduo Retrica. So Paulo: Martins Fontes, 1998
Figuras de palavras Matria sonora do discurso Fora persuasiva : facilitam a ateno e a lembrana, alm de instaurarem uma harmonia prazerosa. Figuras de palavras so intraduzveis e , muitas vezes, quando so traduzidas, perdem o seu poder. Figuras de ritmo (acento tnico e extenso das slabas), de som ( implicam fonemas, slabas ou palavras).
Figuras de palavras- de ritmo Clusula- E uma sequncia rtmica que termina um perodo. Para venc-los, precisa-se de coragem, coragem, muita coragem Parisose- perodo composto por membros da mesma extenso: Beber ou guiar, convm optar.(5+5) Figuras de palavras implicam sons Aliterao Repetio de fonema(s) consonantais no incio, meio ou fim das palavras prximas, ou em frases ou versos em sequncia. Ex:"Quem com ferro fere com ferro ser ferido" . Figuras de palavras implicam slabas/ palavras Paranomsia - consiste no emprego de rimas no final das palavras ou de palavras parnimas (com sonoridade semelhante) numa mesma frase, fenmeno que popularmente conhecido como trocadilho. "Com os preos praticados em planos de sade, uma simples fatura em decorrncia de uma fratura pode acabar com a nossa fartura"(Arthur Avelar).
Figuras de palavras implicam palavras Antanclase(do grego, antanklasis, signifi ca "repercusso") - baseia-se na polissemia. Ex: Eu tenho peito(que aconselha o exame de mamas) Trocadilho- baseia-se na homonmia- aproxima duas palavras idnticas no som, com sentidos diferentes. Ex: Cada falso tem um cadafalso que merece.
Figuras de palavras
Derivao- Associao de uma palavra outra de igual radical.
Etimologia ato de poder pelo qual o orador impe o seu sentido.
Figuras de sentido Dizem respeito significao das palavras ou dos grupos de palavras. Consistem no emprego de um termo (ou vrios) com um sentido que no lhe habitual. Segundo Reboul (1998:120), a figura de sentido (...) enriquece o sentido das palavras. Figuras de sentido Metonmia/Metfora Hiprbole Ltotes Paradoxo Sinestesia Figuras de construo Dizem respeito estrutura da frase, do discurso. Algumas procedem por: o subtrao - elipse, assndeto, reticncia; o permutao -quiasmo o repetio-anttese,epanalepse,epanstrofe, anfora, pleonasmo, gradao. Figuras de construo Elipse- retirada de palavras necessrias construo, mas no ao sentido.
Anttese- apresenta duas coisas opostas, para que uma prove a outra de modo resumido.
Aposiopese (reticncia)- interrupo da frase para que o auditrio a complete.
Quiasmo- oposio baseada na inverso.
Epanalepse - repetio da mesma palavra no meio de frases seguidas. Figuras de construo Epanstrofe - repetio de palavras invertidas.
Anfora- repetio com o objetivo de enfatizar uma ideia.
Pleonasmo- utilizao de palavras redundantes para reforar uma ideia.
Antanclase -repetio de uma mesma palavra com sentidos diferentes.
Gradao- disposio de palavras na ordem crescente de extenso ou importncia. Figuras do pensamento, de enunciao e de argumento
Dizem respeito relao do discurso com seu sujeito (o orador) ou com seu objeto. Figuras do pensamento Alegoria Ironia Figuras de enunciao Personificao Apstrofe o orador dirige-se a algo ou algum, diferente do auditrio real, ao que personificado, para persuadi-lo mais facilmente Epanortose- retificao. Preterio- dizer que no se vai falar de alguma coisa, para melhor falar dela. Contrafiso -espcie de optativo que sugere o contrrio do que diz. Silepse- concordncia ideolgica. Figuras de argumento Hipotipose - quadro pintura verbal.
Amplificao - desenvolvimento pormenorizado de um assunto.
Expolio - ocorre quando h uma reexposio mais animada antes do fecho redacional para realar a idia central.
Dubitao- consiste em fingir o emissor de que tem dvida sobre determinado assunto, mas seu objetivo fortalecer sua posio. Figuras de argumento Prolepse - antecipao de uma possvel refutao de seu argumento pelo adversrio.
Conglobao - acumulao de argumentos para uma nica concluso.
Pergunta retrica - apresentao do argumento em forma de interrogao.
Cleuasmo - desgabo que o orador faz de si mesmo para angariar confiana e simpatia do auditrio. TTULO
Ttulo como recurso de atratividade Ttulo como recurso de acessibilidade
Operadores argumentativos O termo operadores argumentativos foi apresentado por Oswald Ducrot, fundador da Semntica Argumentativa, para designar certos elementos da gramtica de uma lngua que tm por funo indicar (mostrar) a fora argumentativa dos enunciados, o sentido para o qual apontam.
Tempos verbais 1- Futuro do pretrito o orador no se compromete, no assume a responsabilidade pelo que enuncia; quem faz a afirmao algum, alguma fonte autorizada, outra voz introduzida no discurso (polifonia).Ex: O presidente estaria disposto a negociar com os grevistas.
2- Pretrito imperfeito do subjuntivo expressa uma possibilidade, uma hiptese. usado para marcar uma atitude do falante, situando suas afirmaes no terreno da hiptese, do possvel, essencial inteno argumentativa. Tempos verbais 3- Pretrito perfeito - indica uma ao definida no tempo, exprime uma certeza de quem fala em relao ao contedo de sua comunicao.
4- Presente - apresenta o processo verbal, como se fosse uma verdade aceita por todos. Fatos no necessariamente realizados, mas fatos que so constantes.
5- Modo imperativo - expressa ordem, solicitao, splica; a vontade do falante em relao ao comportamento de seu auditrio. Por isso, muito utilizado em textos persuasivos - o autor, atravs do uso de verbos nesse modo, faz pedidos ou aconselha o seu auditrio. Indicadores modais 1- Expresses do tipo: + adjetivo - necessrio / possvel / certo / provvel . Ex: necessrio que a greve termine. possvel que a greve termine.
2- Advrbios ou locues adverbiais: talvez / provavelmente/certamente / possivelmente . Ex: Talvez a greve termine.
3- Verbos auxiliares modais: poder / dever. Ex: A greve pode terminar. Indicadores modais 4-Construes de auxiliar+infinitivo: ter de +... / precisar +... /dever +.... Ex: A greve tem de terminar.
5-Oraes modalizadoras: tenho certeza de que/ no h dvida de que/ h possiblidade de/ todos sabem que Ex: Estou certo de que a greve terminar. Indicadores modais Um mesmo indicador modal pode exprimir modalidades diferentes: Todos devem comparecer votao ( obrigatrio) Eles devem votar amanh se tiverem condies de locomoo at o local de votao. ( possvel) Eles devem estar votando agora ( provvel). Dilogo com o leitor Uso da oralidade Uso do vocativo Uso de parnteses Nvel coloquial de linguagem Implcitos Deixar entender - que no envolve nenhuma inteno aberta ou velada do locutor: aquilo que uma enunciao, por si mesma, implica publicamente.
Ex: Conta-se de Lady Astor que certa vez disse a Winston Churchill: -Se o senhor fosse meu marido, eu poria veneno no seu caf, ao que Churchill respondeu: -Se a senhora fosse minha esposa eu tomava esse caf. Koch (2000:156) Implcitos Dar a entender ou insinuar - inteno comunicativa particular do locutor, apresentada de maneira velada, independendo do reconhecimento do enunciatrio, j que o enunciador no lhe d a reconhecer essa inteno. Ex: Situao em que recebemos uma visita: - Nossa! Est muito calor l fora! (possvel subentendido: a pessoa est com sede)
Koch (2000:156) Implcitos Subentender - o enunciador subentende algo com a inteno de comunicar por meio de sua enunciao, algo que, de qualquer modo, o enunciado implica (deixa entender); porm tal inteno no pblica. Ex: Conheo muito bem os polticos de hoje (pode sugerir mais valores semnticos do que o enunciado declara, como, por exemplo, pode querer dizer que so desonestos. No entanto, se o locutor do enunciado contestado pelo ouvinte quanto ao contedo do seu dizer, poder alegar que quem est dizendo isso o ouvinte e no ele, que no disse isso que o ouvinte interpretou, ou seja, defende-se atrs do sentido literal das palavras para se safar da interpretao). Koch (2000:156) Uso de pressupostos Ducrot (1987:20) afirma que se o posto o que afirmo, enquanto locutor, se o subentendido o que deixo meu ouvinte concluir, o pressuposto o que apresento como pertencendo ao domnio comum de duas personagens do dilogo, como objeto de uma cumplicidade fundamental que liga entre si os participantes do ato da comunicao. Uso de pressupostos Critrio de interrogao: Maria deixou de estudar? pressupe que antes Maria estudava. Critrio de negao. Maria no deixou de estudar tambm continua a pressupor que ela o fazia antes. Critrio do encadeamento: Maria deixou de estudar. Tanto melhor! , o enunciado Tanto melhor! continua a pressupor que antes ela estudava. Marcadores de pressuposio
Segundo Koch (2001:44-46): Verbos que indicam mudana ou permanncia de estado Ex: Pedro deixou de fumar./ O concurseiro deixou de sair aos sbados para estudar mais.(pressuposto: o concurseiro saa todos os sbados.)
Verbos denominados factivos, isto , que so complementados pela enunciao de um fato (pressuposto): lamentar, lastimar, saber, sentir. Ex: Lamento que Maria tenha sido demitida. (pressuposto No sabia que Maria tinha sido demitida).
Marcadores de pressuposio Segundo Koch (2001:44-46):
Certos conectores circunstanciais, especialmente quando a orao por eles introduzida vem anteposta: desde que, antes que, visto que, depois que
Ex: Visto que voc j conhece esse assunto... (pressuposto: voc j conhece esse assunto, falemos de coisas mais interessantes). Pessoas que fazem cursinhos passam mais rpido. (pressuposto: h pessoas que no fazem cursinho)
OUTROS RECURSOS Segmentao Seleo lexical Trocadilho Tautologia - enunciado que resulta sempre verdadeiro, no importa a veracidade de suas variveis. Ex: Cada um o que . Ambiguidades Formao de palavras novas e sentidos novos na lngua Polissemia TROCADILHO A JUSTIA UMA GRAA!
12/04/06 IMPLCITOS METFORA Angeli Folha de So Paulo.21/03 SEGMENTAO TROCADILHO
TTULO
ORADOR
Um orador era muito conhecido pelos grandes discursos que fazia. J tinha sido convidado muitas vezes para ser palestrante em formaturas, comcios polticos e em universidades. Sabia expressar-se magnificamente tanto pelo rdio, como pela televiso. Tinha uma grande habilidade em falar de improviso, o que com o tempo, tornou-se um hbito. Certa vez foi convidado para palestrar em um auditrio. Escolheu um tema bem atual, que dominava completamente no improviso, e todo pomposo dirigiu-se ao local. Chegando l, verificou que tudo estava preparado para a sua apresentao. O ambiente estava na penumbra e as luzes iluminavam diretamente sua figura majestosa. Apresentou diversas transparncias e com elas mostrou como seria a tecnologia do futuro. Haveria muita sade, plulas de vitaminas que no envelheceriam mais as clulas do corpo, aparelhos milagrosos que estariam disposio de todos.
ORADOR
Falou sobre globalizao, sobre a necessidade de uma constante atualizao. Alertou sobre a necessidade de investimentos nos estudos e no trabalho. Profetizou que tudo o que existe hoje est praticamente ultrapassado, e que, caso no se reciclassem, daqui a 10 ou 20 anos no conseguiriam competir no mercado de trabalho. Falou sobre as novidades da informtica e concluiu com frase pomposa: - No podemos deixar nossos jovens, tornarem- se como os velhos de hoje. Quando a palestra terminou, acenderam-se as luzes. Estupefato, o imponente orador olhou para seus ouvintes. Estava em um asilo.