Professional Documents
Culture Documents
XENOBIÓTICOS
FASE II
Fase que engloba processos de biossíntese ou
metabolização anabólica, com a criação de
compostos conjugados que são excretados.
As enzimas envolvidas na FASE II encontram-
se solubilizadas no citosol.
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
FASE I FASE II
Adição de grupos funcionais
Produtos primários Produtos primários
XENOBIÓTICO
Oxidação Conjugação biosintética
Redução
Hidrólise
EXCREÇÃO
LIPOFÍLICO HIDROFÍLICO
(Ionizável)
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
FASE I
Os principais sistemas enzimáticos desta fase são:
A-Oxigenases
B-Hidrolases
B1-Epóxi hidrolases
B2- Esterases
B3-Amidases
C-Dehidrogenases
C1-Alcool dehidrogenases
C2-Aldeído dehidrogenases
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
FASE I
A-Monoxigenases
Neste processo há introdução de O2 no
substrato em que um dos átomos de oxigénio
reage com o substrato e o outro se transforma
em água.
Os dois sistemas enzimáticos que o permitem
são:
1-A Monoxigenase dependente do Citocromo
P450
2-A FAD-monoxigenase
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
I-Oxidações mitocondriais
a) -Hidroxilação de aromáticos
b)-Hidroxilação de alifáticos
c)-Hidroxilação de alicíclicos
d)-Hidroxilação de heterocíclicos
e)-Epoxidação de aromáticos
f)-Epoxidação de alifáticos
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
g)-N, S, P-oxidação
h)-Desaminação oxidativa
i)-Desulfuração
j)-Dealquilação nos átomos de N, O e S
l)-Quebra do nucleo aromático
m)-Dehalogenação oxidativa
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
I-OXIDAÇÕES MITOCONDRIAIS
a)-Hidroxilação de aromáticos
Ex: hidroxilação do Naftaleno
OH OH
H OH
OH OH H
OH
Naftaleno-1,2-diol 1,2-dihidro-naftaleno-1,2-diol
1-naftol 2-naftol
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
b)-Hidroxilação de alifáticos
CH3(CH2)4CH2OH CH3(CH2)4COOH
CH3(CH2)4CH3
n-Hexano Alcool n-hexílico ácido hexanóico
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
Ex 2: Hidroxilação do n-propilbenzeno
CH2CH2CH3
ϖ oxidação
β oxidação α oxidação
CH2CH2CH2OH
CH2CHOHCH3 CHOHCH2CH3
3-fenil-1-propanol
3-fenil-2-propanol 3-fenil-3-propanol
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
c)-Hidroxilação de Alicíclicos
Ex: Tetralina que se transforma em três
alcoóis isómeros
Tetralina
OH
OH HO
+
d)-Hidroxilação de heterociclos
Ex-Quinolina que se transforma em três
hidroxiquinolinas isómeras
Citocromo
N
Quinolina P-450
Aldeído
oxidase Citocromo
P-450
HO
N OH OH
2-hidroxiquinolina N
6-hidroxiquinolina
N
3-hidroxiquinolina
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
e)-Epoxidação de aromáticos
Ex: benzo(α )pireno a 7,8-epóxido de
benzo(α )pireno
O
Benzo-(a)pireno
7,8-epóxido do benzo(a)pireno
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
f)-Epoxidação de Alifáticos
Ex: Tricloroetileno a epóxido de tricloroetileno
H Cl H
Cl-C=C-Cl Cl-C C-Cl
O
Cl
Tricloroetileno epóxido do tricloroetileno
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
O
Ex: Tioéter-sulfona O O
OCH3 OCH3
P P
O anilina fenilhidroxilamin nitrosobenzen
a o
h)-Desaminação oxidativa
Desaminação oxidativa
CH3 CH3
Ex: anfetamina-fenilacetona
CH2CHNH2 CH2C=O
+ NH3
Anfetamina Fenilacetona
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
i)-Desulfuração
Ex: Paratião a Paraoxon
OCH2CH3 OCH2CH3
O2N O P OCH2CH3 O2N O P OCH2CH3
S O
Paratião
Paraoxon
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
j)-N-Desalquilação
Ex: N,N-dimetil-p-fenilcarbamato a N-metil-p-
nitrocarbamato
O O O
CH2OH
OCN(CH3)2 OCN OCN CH3
CH3
+ HCHO
j)-S-Desalquilação
Ex: 6-metiltiopurina a 6-mercaptopurina
A desalquilação processa-se num grande
número de tioéteres.
S-CH3 SH
N N N
N
N N N
N
HCHO
6-Metiltiopurina formaldeído 6-mercaptopurina
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
j)-O-Desalquilação
Ex 1: Os éteres aromáticos sofrem O-
dealquilação com libertação do aldeído
correspondente ao alquilo removido
H2O
OCH3 OCH2OH OH
p-nitro-anisol p-nitrofenol
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
j)-O-Desalquilação em fosfatos e tionofosfatos
tem um mecanismo diferente da desalquilação
anterior como se mostra no exemplo abaixo.
Ex 2: Chlorfenvinphos
OH
O OCH2-CH3 O
P OCH-CH3 O OH
P CH3CHO
CH3-CH2-O P
O CH3-CH2-O O CH3-CH2-O O
C=CH-Cl C=CH-Cl
C=CH-Cl
Cl Cl
Cl
Cl Cl Cl
Chlorfenvinphos
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
O
COOH COOH
H2O H2O
N N O NHCHO NH2
H H
OH
HOOC-C=C-C=C-COOH
OH
m)-Dehalogenação oxidativa
m)-Dehalogenação oxidativa
Ex: DDT a DDD
CHCl2
Cl CH Cl
DDD
CCl3
Cl CH Cl
DDT
II Oxidações não mitocondrias
1-Oxidação de aminas
NH3, H2O2
O 2, H 2O
H H
N N
Monoamino-oxidase
CH2CH2NH 2 CH 2CHO
5-hidroxitriptamina
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
FASE II
As transformações efectuadas nesta fase fazem parte
dos mecanismos naturais de biosíntese e requerem
energia dada pelo ATP.
Os principais enzimas desta fase são:
I-Glucuronosiltransferases
II-Sulfotransferases
III-Metiltranferases
IV-N-acetiltransferases
V-N-aciltransferases
VI-Glutationa S-tranferases
VII-Rodanase
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
I-Glucuronosiltransferases
O coenzima deste sistema enzimático é
formado pelo UDP, (uracilo dinucleótido) que
forma com o ácido glucurónico o UDPGA ou
com a glucose o UDPG que originam a
transferência da molécula da glucose ou do
ácido glucurónico para a molécula aceitadora.
Este processo designa-se-se por
CONJUGAÇÃO
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
CH2OH CH2OH NH
O UTP PPi O
OH OH O N O
O P OH O P O P O O
O O O- H H
H H
OH OH
UDP-α-D-Glucose
O
O
CH2OH NH
COOH NH
O
2NAD+ 2NADPH+H+
OH O N O O
OH O N O
O P O P O O
H H O P O P O O
O O- UDP-Desidrogenase
H H O O- H H
OH OH
H H
OH OH
UDP-α-D-Glucose Ácido UDP-α-D-Glucurónico
(UDPGA)
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
a) O-Glucuronido
O
O
COOH NH
NH
O OH
N O COOH
OH O N O
O OH O
O P O P O O +
+ HO P O P O O
O O- H H
H H UDP glucuronosil O O O- H H
OH OH Transferase H H
α-Naftol OH OH
Ácido UDP-α-D-Glucurónico
UDP
(UDPGA)
O-Glucuronido
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
II-Sulfotranferases
Estes enzimas permitem a transferência
do grupo sulfónico (SO3-) inorgânico para
o grupo OH existente nos fenóis e alcoóis
alifáticos ou aminas e hidroxilaminas
A sulfonação dos grupos OH permite uma
diminuição da toxicidade dos compostos
que os possuem.
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
III-Metiltransferases
Vários enzimas específicos e não específicos estão
envolvidos na transferência do H2S produzido por bactérias
anaeróbias no intestino. Este H2S é posteriormente metilado
a metanotiol que passa em seguida a dimetilsulfureto
Os principais grupos funcionais que sofrem metilação são:
1-aminas alifáticas e aromáticas
2-N-heterociclos
3-mono e polifenóis
4-compostos contendo SH
O coffactor que permite a metilação é S-
adenosilmetionina (SAM)
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
IV-N-acetiltransferases
As arilaminas são biotransformadas por acetilação
da função amina.
As enzimas que catalisam esta reacção têm como
cofactor o Acetilcoenzima A (CoA).
São dois passos que permitem esta entrada do
grupo acilo. Num primeiro passo o grupo acilo do
CoA é transferido para a N-acetiltransferase
formando Acetil-N-acetil transferase.no segundo
passo dá-se a acetilação do grupo NH2 com
regeneração do enzima.
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
V-N-acil transferases
A conjugação de xenobióticos contendo o grupo
COOH com um ou vários NH2 é muito importante,
criando ligações peptídicas.
O cofactor é também o CoA e o processo envolve
duas etapas.
Na primeira etapa há activação do ácido por
intermédio de ATP e formação de um tioéter
derivado do CoA.
Na segunda etapa o tioéter do CoA transfere o seu
grupo CO para o grupo amina aceitador.
Os compostos formados são eliminados pela urina
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
VI-Glutationa S-Tranferases
Estes enzimas catalisam a etapa inicial da
formação de derivados do ácido mercaptúrico
(N-acetilcisteína).
O cofactor deste processo é a Glutationa
(GSH), um tripeptido formado por glicina,
ácido glutâmico e cisteína.
O enzima cataliza a reacção entre o S- da
glutationa com compostos contendo carbonos
electrofílicos, formando pontes tioéter.
Este tipo de reacção tem sido incrementada,
nos últimos anos, devido à presença de um
grande número de xenobióticos
BIOTRANSFORMAÇÃO DE
XENOBIÓTICOS
VII-Rodonase
Este enzima mitocondrial está envolvido
na transformação do cianeto (CN) a
tiocianato, num processo de pura
desintoxicação.
O mecanismo e o cofactor não são bem
conhecidos.
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
INDUÇÃO DE ENZIMAS DE
BIOTRANSFORMÇÃO
A indução de enzimas de biotransforamação
está dependente da repetida administração de
xenobióticos ou da exposição crónica aos
mesmos.
Os principais indutores são os barbitúricos e
os Hidrocarbonetos Policíclos Aromáticos.
Em termos de toxicidade a indução pode
como se viu induzir desintoxicação ou
intoxicação.
BIOTRANSFORMAÇÃO DE XENOBIÓTICOS
Bibliografia
S.S.Deshpande, Handbook of Food
Toxicology, Marcel Dekker, Inc., New
York, 2002