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AS FUNÇÕES DAS ENTREVISTAS

PRELIMINARES
In: As 4+1 condições da analise – QUINET

Erison de Morais
AS FUNÇÕES DAS ENTREVISTAS
PRELIMINARES

 “O inicio do tratamento”
 Nomenclatura:

 Freud – “tratamento de ensaio”

 Lacan – “entrevistas preliminares”


O PRIMEIRO CONTATO
 Um tempo de trabalho prévio
 Condição absoluta

 Quanto na analise propriamente dita como nas


entrevistas preliminares o que esta em jogo é a
associação livre
 “Conforma-se com as regras... o paciente falar
quase o tempo todo e não se explica mais que
absolutamente o necessário...”
 A tarefa do analista é relançar o discurso do
analizante
 Paradoxo do analista – aceitar ou não aceitar..
 Com isso para tomar essa decisão as E.P. podem ser
divididas em:
 Um tempo de compreender
 Momento de concluir
• O ato psicanalítico - o divã
• Histerização ($ S1) – produção do sintoma
FUNÇÕES DAS ENTREVISTAS
PRELIMINÁRES

Segue uma distribuição lógica do que cronológica:

 Função Sintomal (Sinto-mal)


 Função Diagnóstica

 Função transferêncial
FUNÇÃO SINTOMAL (SINTO-MAL)

 A função sintomal compreende questões sobre a


demanda e analisabilidade.
 Demanda produto de oferta do psicanalista

 A demanda não deve ser aceita em seu estado bruto,


deve ser questionada.
 Para Lacan só existe uma verdadeira demanda, que
onde se dar inicio a analise
 Para Lacan, a analisabilidade é função do sintoma e não do
sujeito e deve ser buscada, a partir da transformação do
sintoma do qual o sujeito se queixa em sintoma analítico.
Isso significa que é preciso que “a queixa se transforme
numa demanda endereçada àquele analista e que o sintoma
passe de estatuto de resposta ao estatuto de questão para o
sujeito, para que este seja instigado a decifrá-lo” (Quinet,
2000, p.16).
 O sintoma psicanalítico é um arranjo que o sujeito faz
para responder ao desejo do Outro e é sempre
endereçado ao Outro e, por isso, se repete nas diversas
situações de sua vida. Segundo Quinet (2000), o
analista, num processo de análise, está no lugar do
Outro e cabe a ele transformar esse sintoma na
questão que Lacan denomina “Que queres?”, questão
chamada desejo.
FUNÇÃO DIAGNÓSTICA
 É necessário a realização de um diagnóstico
diferencial, em particular, o diagnóstico diferencial
entre neurose e psicose na medida em que a forma de
conduta frente ao caso se torna diferente para cada
uma destas estruturas clínicas
 Sabe-se que o estabelecimento do diagnóstico só faz
sentido se servir de orientação para condução da
análise
 Só pode ser buscado no registro simbólico, onde são
articuladas questões fundamentais do sujeito: sexo,
morte, procriação e paternidade (Quinet, 2000)
 A partir da escuta, sob transferência, deve-se fazer o
diagnóstico da estrutura clínica do sujeito (neurose,
psicose ou perversão) e a queixa inicial, presente no
pedido urgente, deve dar lugar à demanda, que será
modificada a partir da reorganização do sintoma
 O diagnóstico para Lacan é estrutural e constituído por
meio dos três modos de negação do Édipo, que pode ser
entendido como diferentes modos de negação da
castração do Outro: negação da castração através do
recalque, na neurose; negação da castração através do
desmentido, na perversão e a forma de negação
foraclusão, na psicose
 Para cada modo de negação do Édipo há um tipo de
retorno do que é negado. Segundo Quinet (2000, p. 19)
No recalque, o que é negado no simbólico retorna no
próprio simbólico sob a forma de sintoma: o sintoma
neurótico.
 No desmentido, o que é negado é concomitantemente
afirmado retornando no simbólico sob a forma de
fetiche do perverso.
 Na psicose, o que é negado no simbólico retorna no
real sob a forma de automatismo mental, cuja
expressão evidente é a alucinação.
FUNÇÃO TRANSFERENCIAL
 Para Lacan, o começo da analise é a transferência, mas seu pivô é
o sujeito suposto saber.
 Quinet (2000) refere que, a “transferência é o amor que se dirige
ao saber” e “ao surgimento do desejo sob a forma de questão, o
analisante responde com amor; cabe ao analista fazer surgir nessa
demanda a dimensão do desejo, que é também conectado ao
estabelecimento do sujeito suposto saber”
 O analista é convocado a ocupar na transferência o lugar do Outro
do sujeito a quem são dirigidas suas demandas
 É importante detectar, neste período preliminar, qual
a maneira que o sujeito se relaciona com esse Outro,
qual a sua posição subjetiva.
 As entrevistas preliminares também podem ser
divididas em três tempos: instante de olhar, tempo
para compreender, que implica na questão diagnóstica
e momento de concluir, no qual o analista toma a sua
decisão de acatar tal demanda de análise ou não.
... E O DIVÃ...
... O ATO ANALÍTICO
 De acordo com Quinet (2000) é no momento da
descontinuidade destes dois tempos (compreender
e concluir) que se coloca o ato psicanalítico, pelo
analista, de transformar as entrevistas
preliminares em análise. Há um corte que é
concretizado pela passagem para o divã, o qual
implica um ato que pode ser significado ao sujeito
pela indicação do analista para que o analisante
se deite. Este ato também pode ser interpretado
como a manifestação do analista ao candidato à
análise, de que ele o aceita em análise.
A RETIFICAÇÃO SUBJETIVA
 A retificação subjetiva trata-se de outro ponto a ser
almejado numa análise - mudança de posição
subjetiva
 É neste momento que se estabelece a transferência
analítica, se produz o sujeito suposto saber e o sujeito
entra na análise propriamente dita
 Pode-se concluir que as entrevistas preliminares são
instrumento necessário e ético para o analista que
atua na abordagem psicanalítica lacaniana que irá
utilizá-lo no intuito de fazer um cálculo em direção ao
manejo do tratamento.
 Na retificação subjetiva o sujeito é introduzido em sua
responsabilidade da escolha da neurose e em sua
submissão ao desejo do Outro. “... Lá onde o sujeito
não pensa, ele escolhe; lá onde pensa é determinado,
introduzido na dimensão do Outro (QUINET, 2000).
PARA ENCERRAR..
 Um trecho de Dr Kartz...
OBRIGADO A TODOS!!!
REFERENCIAS
 QUINET, Antonio. As funções das entrevistas
preliminares, In: As 4+1 condições de análise,
Zahar, 2000.
 http://capinaremos.com/2010/09/25/nao-guarde-
seus-segredos/
 http://meme.zenfs.com/u/01f99f89d9a2c2d5c7891
c1ae2b1ad8418b2bd10.jpeg
 http://kanzlermelo.wordpress.com/2012/08/02/cinc
o-perguntas-a-pacha-urbano-o-ilustrador-de-as-
traumaticas-aventuras-do-filho-de-freud/
 https://www.facebook.com/eticadacontingencia?fil
ter=3
 http://acidocaos.blogspot.com.br/

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