1. A memória não é tão individual quanto se pensa, pois depende do contexto social e coletivo para se formar. Arquivos, bibliotecas e museus ajudam a preservar a memória coletiva ao longo do tempo.
2. A memória é dinâmica e mutável, e instituições culturais refletem diferentes interpretações da memória em diferentes épocas.
3. Esses locais de memória ajudam a construir identidades sociais e dar visibilidade a grupos, mas também exercem poder ao escolher o que
1. A memória não é tão individual quanto se pensa, pois depende do contexto social e coletivo para se formar. Arquivos, bibliotecas e museus ajudam a preservar a memória coletiva ao longo do tempo.
2. A memória é dinâmica e mutável, e instituições culturais refletem diferentes interpretações da memória em diferentes épocas.
3. Esses locais de memória ajudam a construir identidades sociais e dar visibilidade a grupos, mas também exercem poder ao escolher o que
1. A memória não é tão individual quanto se pensa, pois depende do contexto social e coletivo para se formar. Arquivos, bibliotecas e museus ajudam a preservar a memória coletiva ao longo do tempo.
2. A memória é dinâmica e mutável, e instituições culturais refletem diferentes interpretações da memória em diferentes épocas.
3. Esses locais de memória ajudam a construir identidades sociais e dar visibilidade a grupos, mas também exercem poder ao escolher o que
bibliotecas e museus PROFA. GLÊYSE SANTOS SANTANA CONCEITOS DE MEMÓRIA
Platão - Memória é o conhecimento da “Verdade”. Toda
aprendizagem e todo conhecimento são uma tentativa de relembrar as realidades, as essências.
Santo Agostinho – A Memória é importante para
apreender o mundo sensível. Ele é prévia do intelecto e possui duas funções: recordação e imaginação. CONCEITOS DE MEMÓRIA Pierre Janet – considera que o ato mnemônico fundamental é o “comportamento narrativo”, tendo assim a comunicação uma função social;
Henri Atlan – aproxima “linguagens e memórias”. Para ele
a linguagem falada, e depois a escrita, que é uma extensão das possibilidades de armazenamento da nossa memória, é a forma como ela pode sair de nosso corpo físico. CONCEITOS DE MEMÓRIA Marcel Proust – para esse pesquisador existem duas memórias; a voluntária e a involuntária. A voluntária está ligada à inteligência, a interpretação e adquirida pelo hábito. A involuntária independe de nossa vontade.
“A memória pode ser entendida como a capacidade de
relacionar um evento atual com um evento passado do mesmo tipo, portanto com uma capacidade de evocar o passado através do presente” (JAPIASSÚ & MARCONDES, 2006, p. 183-184). CONCEITOS DE MEMÓRIA Henri Bergson – a memória em sua forma geral envolve uma questão perceptiva. Ainda de acordo com este autor, a percepção envolve uma capacidade intelectual.
Maurice Hawbacks – a memória é produto social, produto de
um sistema posto sobre determinadas características ou fatos sociais, espaciais e temporais de pessoas que nas suas relações compartilham ou assimilam informações e com isso constituem memórias. Ele classifica a memória em individual e coletiva. CONCEITOS DE MEMÓRIA A questão central na obra de Maurice Halbwachs - a memória individual existe sempre a partir de uma memória coletiva, posto que todas as lembranças são constituídas no interior de um grupo. A origem de várias ideias, reflexões, sentimentos, paixões que atribuímos a nós são, na verdade, inspiradas pelo grupo. “Haveria então, na base de toda lembrança, o chamado a um estado de consciência puramente individual - admitiremos que se chame intuição sensível” (HALBWACHS, 2004, p.41). CONCEITOS DE MEMÓRIA A memória individual não está isolada. Frequentemente, toma como referência pontos externos ao sujeito. O suporte em que se apoia a memória individual encontra-se relacionado às percepções produzidas pela memória coletiva e pela memória histórica (HALBWACHS, 2004: pp. 57-9). A vivência em vários grupos desde a infância estaria na base da formação de uma memória autobiográfica, pessoal. MEMÓRIA E AS UNIDADES DE INFORMAÇÃO Eduardo Murguia (2010) aponta que os arquivos, as bibliotecas e os museus são instituições políticas porque neles são exercidas relações de força, seja do estado, seja de setores sociais em específico. Dessa maneira, as unidades de informação da forma como hoje estão organizadas “obedecem a rupturas histórias”, ou seja, são resultado de lutas e da verdade que prevalece em cada época. MEMÓRIA E AS UNIDADES DE INFORMAÇÃO Até o século XVII, o arquivo, a biblioteca e o museu estavam mais próximos do conhecimento, do que da memória, pois tudo que neles era guardado agia em favor do governante.
No século XVIII com a Revolução Francesa, as unidades de
informação ganham um caráter público, e tiveram que substituir a figura do a governante e da aristocracia pala imagem do Homem como realizados de uma civilização. MEMÓRIA E AS UNIDADES DE INFORMAÇÃO A partir do século XIX, amplia-se a discussão acerca da memória. Passa-se a discutir sua importância para a construção de uma identidade; percebe-se que a “memória não funciona como um substrato constante e contínuo (MURGUIA, 2010, p.19).
Há autores que veem a memória como o produto da dinâmica
entre lembrança e esquecimento. MEMÓRIA E AS UNIDADES DE INFORMAÇÃO 1. A memória não é tão íntima, nem espontânea como pensamos, mesmo porque ela somente se define na sua referencialidade a um mundo exterior do indivíduo – por tal razão, compartilhamos memórias.
2. Contudo, a interpretação dessas memórias em relação ao
exterior sempre será individual e subjetiva.
3. As apropriações da memória são únicas e ao mesmo tempo
coletivas. MEMÓRIA E AS UNIDADES DE INFORMAÇÃO 4. A memória individual (do campo da psicologia) somente existe em relação à memória coletiva;
5. A memória coletiva é uma memória grupal baseada nas
lembranças comuns, demarcadas pelo espaço/tempo.
6. O discurso da memória estaria articulado com seus objetivos,
a exemplo da unificação pela identidade e pertencimento.
7. A memória de um segmento social, a exemplo da minoria será
construído em oposição a outros grupos ou ao grupo majoritário. MEMÓRIA E AS UNIDADES DE INFORMAÇÃO 8. A memória é fruto de ações manifestadas em acontecimentos e em lugares, ou seja, a memória precisa de atualização (repetições orais, rituais, textos, documentos de algum personagem sedimentado na memória coletiva).
9. A memória é um elemento político e articulador da
emergência de novos saberes, novas representações, novos comportamentos culturais que através dela legitimam sua existência (minorias étnicas, sexuais, políticas, religiosas, etc.). MEMÓRIA E AS UNIDADES DE INFORMAÇÃO 10. Arquivos, bibliotecas e museus são elementos representativos e articuladores de uma identidade, agem no imaginário e no cotidiano dos indivíduos como lugares privilegiados no convívio social. E são os guardiões de documentos os mais diversos.
11. A memória não é uma entidade em repouso. Ela é um ser em
constante mutação que se mostra em múltiplos arranjos. REFERÊNCIAS
MURGUIA, Eduardo Ismael. A Memória e sua relação com arquivos, bibliotecas e museus. In: Memória: um lugar de diálogo para Arquivos, Bibliotecas e Museus. São Carlos: Compacta, 2010.
HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.