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Analgesia em

paciente internado

Integrantes:
Laura Teodoro
Sara Legramanti
Stéfanie Fanton
Eu acho que agora eu já aprendi a A dor me deixou impotente, me
conviver com a dor. Busquei forças na trouxe a separação do marido, a perda
religião e em outras coisas e isso me de afeto dos filhos... (Depoimento 4)
ajudou. (Depoimento 1)

Hoje eu dependo, às vezes, de duas


....quem olha não vê o problema, não ou três pessoas pra me ajudar pra eu
sabe...não sente a dor que você sente. tomar banho... eu ia lavar o pé e não
Então, você fica como que meio conseguia... (Depoimento 5)
aproveitadora na história, né...Ah! E
corpo mole! - Mas não é....
(Depoimento 2)
Aqui na Clínica de Dor, já vai pra três
anos que eu tô vindo, né. O máximo
de espaço que eu fiquei sem vir foi
Não é só a doença... mas desestrutura um mês, né você vê... toda semana,
a parte emocional, física, espiritual... toda semana, toda semana, toda
(Depoimento 3) semana...a mesma coisa...
(Depoimento 6)
O que é dor?
• Dor: É uma experiência sensorial e emocional
desagradável associada a um dano real ou
potencial dos tecidos(IASP – Internacional Association for
the Study of Pain).
Tipos de Dor
Abordagem da dor
 Localização
 Intensidade
 Qualidade
 Temporalidade
 Fatores de agravamento e alívio
 Significado da dor
 Medicação utilizada e seus resultados
Escala unidimensional
para avaliação da dor
• Escala de avaliação numérica: “0” é nenhuma dor
e “10” o máximo da dor.

• Escala Qualitativa: “nenhuma dor”, “dor leve”, “dor


moderada”, “dor severa”.
• Escala analógica visual: sem dor ou dor severa.
• Escala de Faces (base na escala de Wong-Baker).
Escala analgésica da OMS
Terapêutica farmacológica
1. Não opióides:
a)Analgésicos simples;
b) AINH.

2. Adjuvantes:
a) AD;
b) Anticonvulsivantes;
c) Corticosteroides;
d) Neurolépticos;
e) Bifosfonados;
f) Psicoestimulantes, ansiolíticos, sedativos, indutores do
sono e miorrelaxantes.

3. Opióides:
a) Fracos ⇨ Codeína, tramadol;
b) Fortes ⇨ Morfina, fentanil transdérmico, oxicodona, metadona,
hidromorfina.
Terapêutica farmacológica
1. Não opióides: Dor leve ou como adjuvante;

a) Analgésicos simples:
⦁ Dipirona: 500 mg – 1g/dose, 4/4h a 6/6h;
⦁ Paracetamol: 500 mg a 750 mg/dose, 6/6h a 8/8h.
Limitar a dose 6 g/dia. Atenção ⇨ hepatotoxicidade.

b) AINE:
⦁ Ibuprofeno: 200 a 600 mg, 4-6h. Comprimidos: 200, 300,
400 e 600 mg;
⦁ AAS: 500 a 1000 mg 4-6h. Comprimidos: 500 mg
Terapêutica Farmacológica
2. Adjuvantes: Coanalgésicos usados em combinação com outras drogas.

a) AD:
⦁ Mais indicados ⇨
Tricíclicos(Amitriptilina,Clomipramina,Desipramina,Imipramina,Nortriptilina,
ISRSNs (venlafaxina – 35,5-75 mg/dia / duloxetina – 30-60 mg/dia).

b) Anticonvulsivantes:
⦁ Carbamazepina, Gabapentina e Pregabalina

c) Corticosteroides: Ação sobre o edema associado à inflamação e ao


crescimento tumoral.

d) Neurolépticos: Sistema de modulação ⇨ Altera percepção (Risperidona,


Clozapina...)

e) Bifosfonatos: Dores ósseas diminui a absorção óssea.


Terapêutica Farmacológica
3. Opióides: Dor moderada a intensa.

a) Fracos:

⦁ Codeína:
- Natural.
- Apresentação ⇨ 7,5 , 30 ou 60 mg, 4-4h.Prescrever a cada 4 horas.
- A partir de 360 mg/dia ⇨ Substituição por um opióide forte.

⦁ Tramadol:
- Sintético.
- Solução oral de 50 ou 100 mg/ml, comprimido de liberação
imediata de 50 e 100 mg;
- Injetável ⇨ Ampolas de 50 e 100 mg e em supositórios de 100 mg
via retal.
- Dose diária máxima: 400 mg.
Terapêutica Farmacológica
b) Fortes:

⦁ Morfina:
- Solução oral e comprimidos de liberação imediata ⇨ 10
mg/ml e 10 e 30 mg, 4-4h;
- Cápsulas de liberação cronometrada a cada 12 horas com
30, 60 e 100 mg;
- Ampola de 2 ml contém 1 mg/ml e de 1 ml contém 10
mg/ml e podem ser usadas IV ou SC;
- Doses analgésicas de resgate deve ser de 1/6 a 1/10 da
dose diária;

⦁ Fentanil transdérmico:
- Via transdérmica (72 horas) ⇨ Confortável nos casos de
disfagia, oclusões gastrointestinais com ou sem sonda
nasoenteral e insuficiências
renal ou hepática graves;
- Adesivos de 2,5, 5,0, 7,5 e 10 mg liberam, respectivamente,
25, 50, 75 ou 100 mcg do medicamento a cada hora;
Terapêutica Farmacológica
• ⦁ Oxicodona:
- Apresentação de10, 20 ou 40 mg para uso a cada 12
horas;
- Contraindicada na insuficiência hepática.

• ⦁ Metadona:
• - Comprimidos de 5 e 10 mg e solução injetável 10
mg/ml.
- Meia-vida: 8-58h e até 12-96h.

• ⦁ Hidromorfona:
• - No Brasil é de uso recente e encontrada em
apresentação oral, a cada 24 horas.
Dependência de Opióides
• Síndrome da Dependência -> interrupção repentina da
administração da droga
• Sinais e sintomas: taquicardia, aumento da PA, sudorese,
inquietação, bocejos, midríase, irritabilidade, hipersensibilidade a
dor, náuseas, cólicas, diarreia, dores musculares, insônia, ansiedade

Causas:
1) interrupção do uso da droga
2) hiperatividade do SNC decorrente da readaptação na ausência da
droga que gerou dependência
Dependência de Opióides
A- DEPENDÊNCIA FISIOLÓGICA
- estado de adaptação cerebral manifestado por evidência de
tolerância de doses cada vez maiores para obter mesmos efeitos
anteriores, mesma dose, mesmo tempo;

B- PSEUDODEPENDÊNCIA
- tratamento da dor com doses inadequadamente baixas, dor mesmo
com uso das medicações;

C- SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA
- sinais e sintomas associados ao uso patológico de opióides, pode
incluir: perda de controle sobre o consumo da droga, uso compulsivo e
continuado, apesar das consequências nocivas.
Dependência de Opióides
Para diminuir a chance de crise de abstinência

Uso interrompido gradativamente


Dose deve ser diminuída por 10 a 20% a cada 2 dias
Dependência de Opióides
Contraindicações: AINES
 Disfunção hepatica e renal;
 Sangramentos;
 Distúrbios gastrointestinal (úlcera péptica ativa);
 Insuficiência cardíaca grave;
 Cardiopatia isquêmica;
 Diabetes;
 Gestação e aleitamento;

**Pacientes com hipersensibilidade -> reações de urticária


generalizada, angioedema, edema de glote, laringoespasmo,
dermatite.
Casos Clínicos
1- Paciente refere que, há cinco dias e de forma
súbita, apresentou fortes dores em cólica na região
lombar E, flanco E, com irradiação para região
inguinal E, e que mudanças de posição não
interferiam na intensidade da dor. Há dois dias
apresentou piora dos episódios dolorosos com
náuseas, vômitos e disúria intensa e urina de cor
avermelhada. Refere dois episódios anteriores de dor
em cólica com as mesmas características, sendo
uma delas acrescida de urina sanguinolenta.

 Qual o tipo da dor?


 Qual o seguimento?
 Dor Nefrética

 Primeira linha de tratamento: AINES

 No geral, o efeito analgésico dos vários AINES é


semelhante

 A via parenteral é a preferida  início de ação


mais rápido

 Quando a dor não cede  opióides


2- Paciente do sexo masculino, 65 anos, com queixa
de dor nos pés há três anos, em queimação,
agulhadas, picadas, e às vezes em choque. Ao
exame físico havia diminuição da sensibilidade em
ambos os pés até 5 cm proximal ao tornozelo,
alodínia e diminuição do reflexo Aquileu.

 Qual o tipo da dor?


 Qual o seguimento?
 Dor Neuropática

• Analgésicos ineficaz quando isolado

• Antidepressivos tricíclicos e anticonvulsivantes 


representantes no tratamento deste tipo de dor,
seja de origem periférica ou central.
3 - Paciente de 72 anos apresenta-se ao seu clínico
com um quadro de dor na região lombosacral.
Relata dores nas costas há muito tempo (1-2 anos)
que vem sendo tratadas e controladas com AINES. As
dores nunca dificultaram suas atividades, mas
durante os seis últimos meses notou um
emagrecimento expressivo associado a dificuldade
progressiva para suas atividades de vida diárias, pois
as dores ficaram mais intensas chegando a acordá-
lo durante a noite. Nega queixas neurológicas e
relata dificuldade progressiva para urinar. Tem
noctúria (3-4 vezes por noite). Sem disúria ou queixas
infecciosas.
 Qual o tipo de dor?
 Qual a conduta?
 Dor oncológica: Expressão utilizada para
caracterizar múltiplas etiologias ⇨ Doença de base

• < 15% dos pacientes com doença não metastática


relatam dor.

• 80% ou mais dos pacientes com câncer


disseminado experimentam dor que exige
tratamento

• A maioria dos pacientes tem pelo menos 2 locais


distintos de dor e > 40% têm 4 ou mais locais
• Analgésicos simples + doses escalonadas de
opióides potentes

• Atentar para controle de efeitos colaterais de


opióides

• Anti-inflamatórios podem ser usados -> Cuidado


com as contraindicações

• Medicações adjuvantes: componente


neuropático, uso de corticóides tem aplicações
em situações especiais
4- Sexo feminino, negra, 4 anos, portadora de anemia
falciforme. Mãe relata que há 10 dias a paciente
iniciou dor intensa em mesogastrio, coxas,
antebraços e dedos das mãos. Foi administrado 12
gotas de dipirona a nível domiciliar, sem qualquer
melhora dos sintomas. Mãe observou sinais de
agravamento da dor durante os dias que se
seguiram.

 Qual o seguimento?
 Crise álgica

• Maioria: controle domiciliar  Medidas suportivas


(aumento da ingestão de líquidos, descanso,
banhos quentes, almofadas de aquecimento,
massagem) + Analgésicos não opióides

• Dor severa: Serviço de emergência Opióide de


dose fixa durante todo o dia. Doses de resgate de
25% a 50% da dose fixa para avanço dor.
Aumentar a dose/diminuir intervalo entre a
dosagem dor não é adequadamente aliviada
5 - Paciente, sexo masculino, 45 anos. Hospitalizado
há 10 dias devido a quadro de pneumonia. Relata
início de dor lombar após internação, que piora
quando movimenta e melhora no repouso.Não possui
outros sintomas que justifique a dor.

 Deve ser realizada analgesia?


 Qual a conduta?
 Dor do tipo ‘comum’
• Primeira linha: AINES
• Caso não melhore relaxante muscular ou opióide
(dor aguda) – CUIDADO: efeitos adversos e
dependência a longo prazo
• Metanálise avalia:
efeito de antidepressivo x placebo  TTO curto
prazo  estudo inconclusivo
• Boas evidências relatam que corticosteroides não
aliviam dor lombar crônica
• Anticonvulsivantes: carbamazepina, gabapentina,
pregabalina evidências limitadas, mas sugere
eficácia.
OBRIGADA!

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