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Curso de Escrita Científica

6ª aula
1ª parte: prática de escrita: produção de artigo (esquema inicial)
2ª parte: métodos de pesquisa – Método biográfico
3ª parte: gramática aplicada à escrita científica – pontuação
Produção de artigo (esquema inicial)

 Vamos produzir a primeira parte do esquema: o que terá na


sua introdução?
 Para tanto: é preciso delimitar o tema (rascunhar um título, pelo
menos); pensar na problematização (toda pesquisa parte de
um “problema”); no objetivo geral (para dar uma ideia do que
você quer tratar e o que quer abranger no texto); nos objetivos
específicos (pensando em cada tópico) e na metodologia
(quais as fontes de pesquisa?).
Exemplo:
 O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) no contexto
histórico das políticas educacionais para a alfabetização no Brasil
 Problematização: Qual foi o tratamento dado à alfabetização nas políticas
educacionais brasileiras ao longo da história? A quais interesses atendiam e como
eram efetivadas? Qual o lugar do PIDIB nesse contexto histórico?
 Objetivo geral
 Problematizar a questão da alfabetização e da formação de alfabetizadores frente
ao contexto histórico brasileiro, buscando na observação do percurso histórico das
políticas educacionais no Brasil voltadas para a alfabetização (de crianças ou de
jovens e adultos) o lugar ocupado pelo Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID) na formação de professores-alfabetizadores.
 Objetivos específicos (cada um se refere a um tópico ou subtítulo do artigo)
 Contextualizar as primeiras políticas públicas educacionais(1500-1899) a partir da
compreensão das condições materiais em que foram propostas e de suas
determinações.
 Compreender como a mudança no regime político no período compreendido
entre a Proclamação da República, em 1889, e a promulgação da Lei de
Diretrizes e Bases Nacionais da Educação, em 1996, modificou o teor das
propostas para a alfabetização da população brasileira.
 Elencar e analisar quais os elementos presentes nas políticas contemporâneas em
vigor, entre as quais se encontra o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
à docência, que revelam as continuidades e as rupturas em relação ao contexto
histórico das políticas nacionais voltadas para a formação de professores.
 Metodologia
 Revisão bibliográfica
2ª parte: métodos de pesquisa – Método biográfico
 No Brasil, as pesquisas classificadas como qualitativas e que
usam como fontes relatos orais, embora ainda ocupem uma
posição marginal no campo da produção de conhecimento
científico sociológico, vêm sendo utilizadas desde a década
de 1940. (FERREIRA, 1994).
 Mais especificamente em relação às histórias de vida, sua
utilização esteve marcada, inicialmente, tanto pelo interesse
em pesquisar grupos minoritários, como o fez Florestan
Fernandes ao analisar “a biografia de um índio do centro-oeste
brasileiro” ou Roger Bastide, ao pesquisar “as relações raciais
na sociedade brasileira” valendo-se, entre outros instrumentos,
de histórias de vidas. (SANTOS; OLIVEIRA; SUSIN, 2014, p. 360).
 No entanto, as histórias de vida apareciam como forma
complementar a outros métodos ou instrumentos de
pesquisa, ligadas, ainda, ao interesse crescente na
sociologia sobre as camadas subalternas. Durante esse
período da história da pesquisa sociológica brasileira, essa
abordagem metodológica que principiava a ser utilizada
não se fortaleceu no meio acadêmico, “[...] cedendo lugar
a abordagens quantitativas, que prometiam mais
objetividade à atividade da pesquisa sociológica”,
podendo, assim, “‘descontaminar’ a pesquisa sociológica
da subjetividade do ator, substituindo-a pela suposta
objetividade dos instrumentos utilizados pelo pesquisador.”
(SANTOS; OLIVEIRA; SUSIN, 2014, p. 361).
 Contra essa abordagem estritamente quantitativa, baseada
sobretudo em estatísticas: Maria Isaura Queiroz - as histórias de
vida poderiam contribuir para “[...] captar o grupo, a sociedade
de que ela é parte; encontrar a coletividade a partir do
indivíduo” (QUEIROZ, 1988, p. 24).
 No campo educacional, a partir da década de 1980: sobressai o
caráter formativo que a rememoração de uma história de vida
pode assumir, quando utilizada em pesquisas com professores.
Exemplos: Zélia Brito Demartini, Velhos mestres das novas escolas:
um estudo das memórias de professores da 1ª República em São
Paulo (1984); Clarice Nunes, A reconstrução da memória: um
ensaio sobre as condições sociais da produção do educador
(1987); e Denise Bárbara Catani, Belmira Oliveira Bueno e Cynthia
Pereira Sousa, organizadoras da obra Docência, memória e
gênero (1997); entre outras.
 A publicação no Brasil das obras do professor António Nóvoa [1988, 1992a,
1992b] contribuiu para divulgação de trabalhos de pesquisadores
estrangeiros, que, a partir de diferentes perspectivas, desenvolviam pesquisas
colocando os professores e suas histórias de vida no centro da pesquisa
educacional. Passamos então a dialogar de forma mais sistemática [...] com
as abordagens teórico-metodológicas que favorecem a partilha de narrativas
(auto)biográficas como possibilidades de pesquisa-formação. (BRAGANÇA;
ABRAHÃO; FERREIRA, 2016, p. 19).
 Existem outras abordagens que priorizam, por exemplo, os aspectos
psicológicos percebíveis nessas fontes, da qual Marie-Christine Josso (1988,
1999) é representativa, ainda que também tangencie as questões de
formação, não exclusivamente de professores, mas de adultos em geral; ou
os aspectos mais sociológicos, como o faz Franco Ferrarotti (2014); ou, ainda,
sua validade como fonte complementar em estudos da historiografia, em que
a história oral ganha destaque, como pode ser observado nos trabalhos de
Maria Isaura Pereira Queiroz, para quem as histórias de vida consistem em
uma técnica de recolha de dados “de indivíduos de camadas sociais diversas
a respeito de um mesmo momento ou acontecimento”, configurando-se
como “[...] preciosas fontes de dados e controle.” (QUEIROZ, 1988, p. 28).
 Nesse tipo de abordagem, a sociedade explica o indivíduo,
ou seja, é a partir da sociedade que o indivíduo se revela, o
que torna compreensível a priorização do cruzamento de
fontes para comprovação de fatos históricos narrados pelo
entrevistado, bem como para a compreensão do contexto
social em que ele estava inserido.
 Autores que priorizam os aspectos formativos presentes nas
histórias de vida de professores: (pesquisadores brasileiros)
Elizeu Clementino de Souza (2006a, 2006b, 2014), Cecília
Galvão (2005) e Maria da Conceição Passeggi (2008, 2010,
2011), entre outros; (internacionais): António Nóvoa (1988,
1992, 2009), Antonio Bolívar (2002), Jean Clandinin e Michael
Connelly (1995, 2011) e Christine Delory-Momberger (2006,
2008), entre outros.
 Silva (2002), estabelecendo comparações entre a biografia
histórica, mais utilizada na Historiografia, e o método
biográfico, defendido pela Sociologia e pelos pesquisadores
que utilizam as histórias de vida como dispositivo de
pesquisa sobre professores e formação docente, explica:
 “[...] enquanto a primeira [a biografia histórica] centra o
interesse no indivíduo, a segunda [a biografia sociológica]
procura desvendar o grupo; enquanto a primeira não
estabelece prioridade de fonte, a segunda privilegia o
relato de vida e a autobiografia. E ainda pode-se observar
outro traço: a biografia histórica é tratada como gênero
enquanto a sociológica prefere denominar-se método. A
explicação disso pode estar, por um lado, na própria
pretensão científica das Ciências Sociais desde sua origem;
de outro, no namoro recente da História com a Literatura.
Ou talvez seja apenas uma forma de determinar melhor o
campo no qual se está jogando.” (SILVA, 2002, p. 29-30).
 Para os pesquisadores que consideram a abordagem
biográfica como método, são as impressões e reflexões do
agente sobre sua história ou trajetória de vida a principal fonte
para análise.
 Assim, seria “[...] dispensável buscar outras fontes que
pudessem comprovar a fidelidade exata das informações
presentes na narrativa, como datas, locais, número de sujeitos
envolvidos ou tempo abrangido pelo fato histórico, por
exemplo”. (KELLERMANN; RIBEIRO; SOUSA, 2016, p. 3).
 Fontes no método biográfico: cartas, diários, memoriais,
narrativas escritas, entrevistas narrativas, entre outras.
3ª parte: gramática aplicada à escrita
científica – pontuação
 Os sinais de pontuação são usados para estruturar as frases escritas de forma
lógica, a fim de que elas tenham significado. A pontuação é tão importante
na linguagem escrita quanto a entonação, os gestos, as pausas e até o tom
de voz, são na linguagem oral. Bem empregados, os sinais de pontuação
são um grande recurso; mal colocados, no entanto, eles podem provocar
confusão ou até mudar o sentido das frases:
 Raquel não me respondeu. Quando a procurei, já era tarde.
Raquel não me respondeu quando a procurei. Já era tarde.

 No entanto, muitas vezes não é somente uma questão de


pontuação, mas de reformulação da oração para que faça
sentido.
Exemplos de pontuação que torna o sentido do
texto incompreensível ou ambíguo
O presente projeto de pesquisa tem como finalidade
analisar a formação de professores e alfabetizadores que
trabalham na zona rural: colônia pulador, na escola Manoel
Valério em Anastácio, Mato Grosso do Sul.

O presente projeto de pesquisa tem como finalidade


analisar a formação de professores alfabetizadores
que trabalham na Escola Manoel Valério, localizada
na Colônia Pulador, zona rural, em Anastácio, Mato
Grosso do Sul.
O texto “Organização do Trabalho Didático: A Questão
Conceitual”, de autoria de Gilberto Luís Alves é
fundamentado nas teorias marxistas destacando obras de
Marx, Engels, Lukács, Coménio e Alves.
O texto “Organização do Trabalho Didático: a questão
conceitual”, de autoria de Gilberto Luís Alves, é
fundamentado nas teorias marxistas, destacando obras de
Marx, Engels, Lukács, Coménio e Alves.

Historicamente a sociedade estava e, exigia mudanças, na


luta de classes entre a sociedade feudal e burguesa.
Historicamente, a sociedade exigia mudanças, o que levou
às lutas de classes entre a sociedade feudal e burguesa.
Paratanto é necessário entender que o docente não
é quem organiza esse trabalho [...]
Para tanto, é necessário entender que não é o
docente quem que organiza esse trabalho [...]

Leva-se em consideração a necessidade de considerar a consistência da


organização do trabalho didático mesmo com a difusão de termos que pareceriam
substitutivos e assegurar com rigor e precisão o devido motivo de utilização.
É necessário considerar a consistência da organização do trabalho didático, mesmo
com a difusão de termos que pareceriam substitutivos, e assegurar com rigor e
precisão o devido motivo de sua utilização.
Nesse sentido, busca em Coménio o significado da
palavra didática dentro da pedagogia, e na teoria
que o embasou na construção do manual
didático, e na reforma protestante.
Nesse sentido, busca na teoria que embasou a
invenção do manual didático por Coménio, diante
do processo histórico da Reforma Protestante, o
significado da palavra didática.

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