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ABORDAGEM INTEGRAL

DO PACIENTE IDOSO

PAAB VIII
Profa. Cícera Amanda Mota Seabra
Médica de Família e Comunidade
Envelhecimento
O envelhecimento biológico é inexorável, dinâmico e irreversível,
caracterizado por maior vulnerabilidade às agressões do meio
interno e externo e, portanto, maior suscetibilidade nos níveis
celular, tecidual e de órgãos/aparelhos/sistemas. Entretanto, não
significa adoecer.
• Em condições basais, o idoso funciona tão bem quanto o
jovem. A diferença se manifesta nas situações em que se torna
necessária a utilização das reservas homeostáticas (de
equilíbrio), que, no idoso, são mais frágeis.

• O envelhecimento biológico pode ser fisiológico (senescência)


ou patológico(senilidade)
TIPOS DE ENVELHECIMENTO
ENVELHECIMENTO = vulnerabilidade+variabilidade+irreversibilidade

• FISIOLÓGICO (senescência) – o organismo mantém as funções


fisiológicas semelhante ao adulto ou tem perda funcional lentamente
progressiva , mas que não provoca incapacidade, mas traz alguma
limitação à pessoa.
• PATOLÓGICO (senilidade) – presença de declínio funcional, capaz de
restringir a autonomia e a independência do indivíduo.

DECLÍNIO FUNCIONAL
Dimensão cronológica do envelhecimento
• IDADE CRONOLÓGICA GUARDA POUCA RELAÇÃO COM AS
CONDIÇÕES CLÍNICAS E O PROGNÓSTICO DO PACIENTE
• O processo de envelhecimento humano é heterogêneo. Ou
seja, cada indivíduo envelhece de maneira própria, pois se
trata de um processo multifatorial.
Dimensão funcional do envelhecimento
• Capacidade funcional é o
principal indicador da capacidade
adaptativa do ser humano.

• Sua determinação nos informa


sobre a idade ou o
envelhecimento funcional do
indivíduo e isso não depende da
idade cronológica.
Dimensão social do envelhecimento

• É determinada pela atualidade da participação na


sociedade.
• O envelhecimento social ocorre quando existe um
desengajamento do indivíduo, que deixa de interagir
socialmente. Ou seja, quando a sociedade oferece
oportunidade para o engajamento e os indivíduos mantém a
capacidade de se adequarem ao desempenho de papéis
sociais, o envelhecimento social pode até não ocorrer.
Dimensão psicológica do envelhecimento
• Idade psicológica e envelhecimento
psicológico referem-se à relação entre
a idade cronológica e as capacidades:
percepção, aprendizagem e memória
(potencial de funcionamento futuro) e
inclui um senso subjetivo de idade
(comparando-se com outros).
• Embora haja uma alteração das
funções cognitivas, perceptíveis em
testes de desempenho mental com o
avançar da idade, não foi detectado
uma marcante alteração na
personalidade.
ANAMNESE DO IDOSO
Possibilidades e objetivos
• Estabelecer condições para a relação médico-paciente
• Fazer história clínica e conhecer fatores pessoais, familiares e
ambientais
• Estabelecer os aspectos do exame físico que merecem mais
investigação
• Definir estratégias em relação aos exames complementares
• Escolher terapêutica adequada
Porto, 2015
ANAMNESE
• Roteiro
Identificação
Queixa principal
História da doença atual
Doenças pré-existentes e medicamentos em uso
Interrogatório sintomatológico ou complementar
Antecedentes pessoais e familiares
Hábitos de vida e condições socioeconômicas e culturais do paciente
Características do Paciente Idoso
• Multiplicidade e complexidade de doenças
• Resposta funcional alterada
• Cronicidade das doenças
• Maior gravidade das doenças agudas
• Danos funcionais (menor independência)
• Fragilidade de resposta a doenças
• Suportes emocionais e econômicos instáveis
A CURA PODE NÃO SER O PRINCIPAL OBJETIVO
DOENÇAS NA VELHICE
• “Coisas da idade”
• Velhice é diferente de doença
• Não reconhecimento – retardo na procura de
assistência
• Ausência de sintomas clássicos
• Observar mudanças no estado
• Familiar e cuidador não valorizam a queixa
DOENÇAS NA VELHICE

• DOENÇAS COM APRESENTAÇÃO ATÍPICA


• DOENÇAS COM APRESENTAÇÃO TARDIA
• DOENÇAS SILENCIOSAS
• DOENÇAS PSEUDO-SILENCIOSAS
• FRAGILIDADE , DEPENDÊNCIA, CRISE SOCIAL
A terceira pessoa
• Acompanham os mais frágeis
• Consomem 15 a 20% do tempo da consulta
• Desafio: foco no paciente
• Não corromper a confiança depositada no paciente
• Estimular seu engajamento no planejamento de
cuidados e terapêutica
RELAÇÃO SAÚDE/DOENÇA NO IDOSO É
COMPLEXA

ENFERMIDADES
MULTIMORBIDADE POLIFARMÁCIA
INAPARENTES

PRESENÇA DE
APRESENTAÇÕES
PERDA FUNCIONAL SÍNDROMES
ATÍPICAS
GERIÁTRICAS
Senescência
• Envelhecimento bem-sucedido: idosos que envelheceram livres de
comorbidades e sem apresentar nenhum tipo de declínio funcional
na cognição, humor, mobilidade e comunicação, ou idosos
portadores de doenças crônicas , plenamente controladas e
capazes de viver com total independência e autonomia,
autorrealização e desempenho de importantes papéis sociais.
• Envelhecimento usual: perda funcional lentamente progressiva ,
que não provoca incapacidade, mas traz alguma limitação à pessoa.
• Pré-frágil: Condicionada ao fenótipo de fragilidade.
Senilidade
Alterações ou processos alheios ao envelhecimento fisiológico e
determinados por doenças e maus hábitos de vida, como
sedentarismo ou tabagismo. Estes agravos, associados à
diminuição da reserva funcional esperada, poderão levar a
situações de insuficiência de órgãos ou funções, bem como à
incapacidade para as atividades de vida diária, dependência e
perda de autonomia.
PARADIGMA DOENÇA E CURA X CAPACIDADE
FUNCIONAL
• A Política Nacional de Saúde da
Pessoa Idosa (PNSPI) aborda a saúde
do indivíduo idoso como algo que se
traduz pela sua condição de
autonomia e independência, e não
pela presença ou ausência de doença
orgânica.
A PERDA DA CAPACIDADE DE GERIR A PRÓPRIA VIDA OU DAS ATIVIDADES DE VIDA
DIÁRIA
NÃO É NORMAL DA VELHICE
(“DA IDADE”)
FORMAS DE ENVELHECIMENTO
DECLÍNIO FUNCIONAL
O declínio funcional é a principal manifestação de
vulnerabilidade e é o foco de intervenção da geriatria e da
gerontologia, independente da idade do paciente.
O termo fragilidade é utilizado para descrever o idoso com
maior risco de incapacidades, institucionalização, hospitalização
e morte. Todavia, o conceito de fragilidade ainda é bastante
controverso
FRAGILIDADE
• Fried et al. (2001) definiram fragilidade (frailty) como uma síndrome
geriátrica, de natureza multifatorial, caracterizada pela diminuição das
reservas de energia e resistência reduzida aos estressores, condições essas
que resultam do declínio cumulativo dos sistemas fisiológicos.
Fundamentado nesse conceito, desenvolveu o “fenótipo da fragilidade”,
caracterizado pela presença de três ou mais dos seguintes critérios:
 perda de peso,
 fatigabilidade (exaustão),
 fraqueza (redução da força muscular),
 baixo nível de atividade física e
 lentificação da marcha.
• A presença de três ou mais parâmetros definiu o “idoso frágil”, e a presença
de dois parâmetros definiu o idoso “pré-frágil”.
FENÓTIPO DE FRAGILIDADE SEGUNDO FRIED
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DO IDOSO

• As intervenções devem priorizar o


• Idoso robusto: idoso capaz manejo adequado das condições
de gerenciar sua vida de crônicas de saúde, abordagem
forma independente e precoce de doenças ou eventos
autônoma, não apresenta agudos ou intermitentes,
incapacidade funcional ou realização dos rastreamentos
condição crônica de saúde indicados para cada faixa etária e
associada à maior implementação de intervenções
vulnerabilidade. preventivas e promocionais.
 Sarcopenia: presença de alterações da massa e função
muscular (força e desempenho muscular). Os critérios de
diagnóstico incluem:
• o fenótipo de fragilidade descrito por Fried
• Idoso em risco de fragilização: idoso capaz • os critérios baseados na medida quantitativa da massa
de gerenciar sua vida de forma muscular, associadas medidas de função muscular, como a
independente e autônoma, todavia força de preensão palmar e a velocidade da marcha.
1. A lentificação da marcha : quando for igual ou menor que
encontra-se em estado dinâmico entre 0,8 m/s (distância padronizada de quatro metros)
senescência e senilidade, resultando na 2. Circunferência da panturrilha menor ou igual a 31 cm.
presença de limitações funcionais (declínio 3. Perda significativa de peso não intencional de 4,5 kg ou 5%
funcional iminente), mas sem dependência do peso corporal no último ano, 6 kg ou mais nos últimos
seis meses ou 3 kg ou mais no último mês e IMC < 22 kg/m2
funcional. Apresenta uma ou mais
 Comorbidades múltiplas :
condições crônicas de saúde preditoras de 1. polipatologia (presença simultânea de cinco ou mais
desfechos adversos, como: condições crônicas de saúde, acometendo sistemas
fisiológicos diferentes) ou
2. polifarmácia (uso regular e concomitante de cinco ou mais
medicamentos por dia para condições crônicas diferentes)
ou
3. história de internações recentes (≤ 6 meses) e/ou pós-alta
hospitalar.
 Alta vulnerabilidade sociofamiliar (insuficiência familiar)
• Idoso frágil: idoso com declínio funcional
estabelecido e incapaz de gerenciar sua
vida em virtude da presença de Idoso frágil: apresenta declínio funcional
incapacidades: estabelecido e, consequentemente,
 incapacidade cognitiva – demência, dependência funcional nas AVDs.
depressão e “doença mental”; Encontra-se estável clinicamente, sem
 instabilidade postural – história de duas apresentar dúvidas diagnósticas e/ou
ou mais quedas nos últimos seis meses terapêuticas.
e/ou dificuldades na marcha, Idoso frágil de alta complexidade:
caracterizada por desequilíbrio e apresenta dependência funcional nas
alterações no padrão da marcha, capazes atividades de vida diária associada a
de restringir a participação social do condições de saúde de difícil manejo
indivíduo; clínico (diagnóstico, tratamento ou
 imobilidade parcial ou completa; reabilitação).
 incontinência esfincteriana capaz de Idoso frágil em fase final de vida:
restringir a participação social do apresenta alto grau de dependência
indivíduo; funcional e sobrevida estimada menor
que seis meses (cuidados paliativos).
 incapacidade comunicativa – distúrbios da
comunicação oral/escrita, da audição e da
visão, capazes de restringir a participação
social do indivíduo.
ABORDAGEM INTEGRAL DO PACIENTE IDOSO
• HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO TRADICIONAL TORNAM-SE
INSUFICIENTES
Em resposta à complexidade e multiplicidade de condições de
saúde apresentadas por essa população, é necessária a
realização de uma avaliação multidimensional da pessoa idosa,
que incorpora diversos domínios do conhecimento em um meio
prático e objetivo de ver a pessoa idosa como um todo.
TRIAGEM NA ATENÇÃO BÁSICA
• INSTRUMENTO DEVERÁ TER ALTA SENSIBILIDADE PARA
IDENTIFICAR IDOSOS VERDADEIRAMENTE FRÁGEIS
• ALTA ESPECIFICIDADE COM O OBJETIVO DE LIMITAR
ENCAMINHAMENTOS DE IDOSOS ROBUSTOS PARA AVALIAÇÃO
ESPECIALIZADA
DEVE SERVIR DE PARTIDA PARA DEFINIR QUAL IDOSO DEVE SER
SUBMETIDO A AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DO IDOSO OU
AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA (AGA)
Índice de Vulnerabilidade Clínico-
Funcional-20 (IVCF-20)
• AVALIA 8 DIMENÇÕES CONSIDERADAS PREDITORAS DE DECLÍNIO FUNCIONAL.
• A pontuação total varia de 0 a 40 pontos.
• Os pontos de corte estabelecidos foram:
 0 a 6 pontos: não há evidências suficientes para o diagnóstico de fragilidade. O acompanhamento
do idoso deve ser feito de forma rotineira.
 7 a 14 pontos: há evidências suficientes para a suspeita de risco de fragilização. O idoso merece
atenção diferenciada para o diagnóstico adequado das condições crônicas de saúde e deve ser
submetido a intervenções capazes de evitar o declínio funcional.
 ≥ 15 pontos: há evidências suficientes para o diagnóstico de fragilidade. O idoso necessita de
intervenções interdisciplinares concretas para a recuperação de sua funcionalidade global,
preferencialmente na atenção secundária.
PERGUNTAS RÁPIDAS QUE PODEM SER APLICADAS PELO ACS OU TÉCNICOS ANUALMENTE AOS IDOSOS
PARA SEGUIMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FRAGILIDADES.
Encontrado na CADERNETA DO IDOSO.
Trajetórias clínico-funcionais

• Exemplo 1- não há necessidade de


avaliação geriátrico-gerontológica
especializada.
• Exemplo 2- mostrou melhora
funcional, traduzindo boa resposta
as intervenções propostas.
• Exemplo 3- declínio funcional
importante e progressivo e
necessita de intervenções
diagnósticas e terapêuticas
especializadas.
AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL

É um processo diagnóstico estruturado de múltiplas dimensões,


frequentemente interdisciplinar, que serve para determinar as deficiências
ou habilidades do ponto de vista clínico, psicossocial e funcional, com o
objetivo de formular um plano de cuidados, coordenado e integrado, a
curto, médio e longo prazos, visando especialmente a recuperação e/ou a
manutenção da capacidade funcional.

Exame Clínico Padrão Avaliação Multidimensional


Avalia a capacidade cognitiva e funcional e os
aspectos psicossociais por meio de testes e escalas
e quantifica o grau de incapacidade
Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa
AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA (AGA)

MÉTODO MULTIDIMENSIONAL DE AVALIAÇÃO DO


IDOSO. ABORDA ASPECTOS MÉDICO, FUNCIONAL,
PSICOLÓGICO E SOCIAL
BENEFÍCIOS E UTILIDADES
• No indivíduo
– Complementa o exame clínico tradicional e oferece maior precisão
diagnóstica
– Determina grau e extensão de incapacidade (motora, mental,
psíquica)
– Identifica possibilidade de declínio funcional
– Avalia riscos no estado nutricional
– É um guia para restaurar a saúde com medidas como farmacoterapia,
nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional e psicoterapia
BENEFÍCIOS E UTILIDADES
• No indivíduo
– Identifica fatores para a iatrogenia e alerta para medidas de prevenção
– Estabelece parâmetros para acompanhamento do paciente
– Orienta mudanças e adaptações no ambiente do paciente reduzindo
desvantagens e preservando a independência
– Estabelece critérios para indicação de internamento hospitalar ou em
instituição de longa permanência
BENEFÍCIOS E UTILIDADES
• Na população
– Serve como medida precisa em estudos clínicos onde se avalia a
capacidade funcional e a qualidade de vida
– Identifica populações de risco
– Favorece o investimento em saúde, na qualidade de vida e bem estar
do idoso
– Presta-se como instrumento de planejamento de ações e políticas de
saúde
PARÂMETROS AVALIADOS PELA AGA
• Equilíbrio e mobilidade
• Função cognitiva
• Deficiências sensoriais
• Condições emocionais/sintomas depressivos
• Disponibilidade e adequação – suporte familiar e social
• Condições ambientais
• Capacidade funcional – AVDs e AIVDs
• Estado e risco nutricionais
AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO E MOBILIDADE
• O envelhecimento altera equilíbrio e mobilidade
provocando instabilidade postural , alteração de marcha e
risco aumentado de quedas
• Avaliação
– Exame neurológico e do aparelho locomotor
– Instrumentos de avaliação: GUG e TGUG, Tinnet
– Observação da necessidade de bengalas , andadores e etc.
FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE E
DA MARCHA
• Timed get up and go test (TUGT):
– O paciente se levanta de uma cadeira com apoio para braços, anda 3
metros, vira-se, volta em direção à cadeira e senta-se novamente;
– Avaliação
• observação direta do desempenho cronometrado;
• Risco de quedas:
– Até 10 s. – desempenho normal •
– 10.01 e 20 s. – normal para idosos frágeis ou com deficiência
– Acima de 20,01 s. – avaliação mais detalhada do paciente, verificar o grau de
comprometimento funcional
Ferramenta de Avaliação do Equilíbrio e da Marcha
• Escala de Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti:
– Detectar problemas de locomoção;
– Identificar e quantificar a severidade do comprometimento;
– Predizer o risco de quedas;
– Escore do equilíbrio + escore da marcha = escore total;
– Quanto menor é o escore, maior é problema;
– Escores menores que 19 indicam risco 5 vezes maior de
quedas.
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO COGNITIVA
• A cognição é o ato ou processo de conhecer, inclui:
– Atenção
– Percepção
– Memória
– Raciocínio
– Juízo
– Imaginação
– Pensamento
– Discurso
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO COGNITIVA
• Avaliada por testes diversos, influenciados pela escolaridade
– Mini exame do estado mental
– Fluência verbal
– Teste do desenho do relógio
– Questionário reduzido do estado mental (Pfeffer)
– Escalas de avaliação da vida diária
– outros
MEEM – Mini – Exame do Estado Mental:
• Rastreamento inicial do estado mental;
• Pode ser usado em ambientes hospitalares, consultórios ou
estudo populacionais;
• Medem a orientação temporoespacial, memória imediata,
evocação, atenção, cálculo e linguagem (respostas verbais) e
coordenação perceptivo motora e a compreensão de
instruções (respostas não verbais);
• 5 a 15 minutos de aplicação;
MEEM – Mini – Exame do Estado Mental:
• Influenciado pelo grau de escolaridade: (escores medianos de
acordo com o estudo de Brucki et al, 2003)
– Analfabeto: 20
– 1 a 4 anos de estudo: 25
– 5 a 8 anos: 26
– 9 a 11 anos: 28
– Mais de 11 anos: 29
Testes complementares

Desenho do relógio

• O teste consiste em solicitar à pessoa idosa que desenhe um mostrador de


relógio com números. Em seguida, solicita-se que sejam acrescentados os
ponteiros do relógio, de horas e minutos, representando ali um horário
específico, por exemplo, 2 horas e 50 minutos.

Teste da fluência verbal

• Consiste em solicitar à pessoa idosa que diga o maior número possível de


animais em 1(um) minuto. Avaliações dos resultados: o escore esperado é
de 14 ou 15 animais citados.
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS SENSORIAIS
• A diminuição da acuidade da visão e da audição, em conjunto
ou isoladamente, impactam na cognição e na estabilidade
postural e, quase invariavelmente, levam ao isolamento social
da pessoa idosa. Por isso, a necessidade de se avaliar esses
sistemas.
• 50% dos idosos tem deficiência auditiva e/ou visual que
comprometem a capacidade para as AVDs e aumentam o risco
de declínio funcional
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS SENSORIAIS
• Interrogatório sobre deficiência visual ou auditiva
• Triagem inicial no consultório
• Encaminhamentos, se necessário
• ACUIDADE VISUAL
avaliados com o uso do Cartão de Jaeger ou com
o Teste de Snellen (35 cm – ler até 20/40 sem
disfunção)
• ACUIDADE AUDITIVA
Avaliado pelo teste do sussurro (33 cm), caso
alterado otoscopia. Sr necessário audiometria.
AVALIAÇÃO DE CONDIÇÕES EMOCIONAIS E
SINTOMAS DEPRESSIVOS
• O humor é uma função indispensável para a preservação da
autonomia do indivíduo, sendo essencial para a realização das
atividades de vida diária.
• Idosos tem maior risco para depressão e demência
• Avaliação
– Critérios do CID 10 e DSM IV
– Escala Geriátrica de Depressão de Yesavage (completa e/ou
abreviada)
Escala de Depressão Geriátrica:
• Consiste de questões dicotômicas (sim x não);
• Avalia o estado de humor e alguns sentimentos específicos
(sensação de desamparo, inutilidade, desinteresse, felicidade e
entre outros);
• Versão original (30 questões) e versão reduzida (15 questões);
– Desenvolvida especificamente para idosos;
– Tempo de aplicação: 5 a 10 minutos.
SÓCIO-FAMILIAR Com
• A dimensão sócio quem
mora???
familiar tem um profundo
impacto na saúde e na
qualidade de vida do
Parentes
Idoso
indivíduo, e deve ser próximos
vizinhos

considerada na elaboração do sozinho


plano de cuidados da pessoa
idosa.
Cuidador
ILPI???
DISPONIBILIDADE E ADEQUAÇÃO DE SUPORTE
FAMILIAR OU SOCIAL
• A falta de suporte agrava as condições clínicas e o estado
funcional
• Avaliar se o idoso:
– Sente-se satisfeito e pode contar com familiares para ajudar a
resolver seus problemas
– Participa da vida familiar e oferece seu apoio quando os outros
membros tem problemas
– Apresenta conflitos com as gerações que compõem a família
DISPONIBILIDADE E ADEQUAÇÃO DE SUPORTE
FAMILIAR OU SOCIAL
• Avaliar se o idoso
– Tem suas opiniões acatadas e respeitadas pelos membros que
compõem o núcleo familiar
– Aceita e respeita as opiniões dos demais membros da família
– Participa da vida comunitária e da sociedade em que vive
– Tem amigos e pode contar com eles
– Apoia seus amigos quando eles tem problemas
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL
• CAPACIDADE FUNCIONAL
É a habilidade do idoso de executar atividades que permitam cuidar de
si próprio e viver independente em seu meio

– Avaliação : escalas que avaliam a capacidade para execução das


• ATIVIDADES BÁSICAS DA VIDA DIÁRIA (ABVDs)
• ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA (AIVDs)
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL
• Atividades básicas da vida diária – ABVDs
– Conjunto de tarefas que a pessoa precisa realizar para cuidar de si
próprio
– Escalas: Índice de Katz
Índice de Barthel
OUTRAS
ABVDs
Cuidados Pessoais Comer
Banhar-se
Vestir-se
Ir ao banheiro
Mobilidade Andar
Transferir-se
Mover-se na cama
Continência Urinária
fecal
ABVDs
• Escala de Katz:
– Avalia o nível de assistência necessária para desempenhar 6
AVD;
– São hierarquicamente relacionados;
– Período de 2 semanas;
– Forma de aplicação: auto-relato ou observação direta;
– Aplicação é de 5 minutos.
Atividades Instrumentais da Vida Diária - AIVDs
• É a habilidade do idoso para administrar o ambiente onde vive,
tornando sua vida independente
• Escalas: Lawton
Pfeffer
outras
AIVDs
DENTRO DE CASA preparar comida
serviço doméstico
lavar e cuidar do vestuário
manuseio de medicação
manuseio do telefone
manuseio do dinheiro
FORA DE CASA fazer compras
usar meios de transporte
deslocar-se(ir ao médico,
compromissos sociais etc)
AIVDs
• Escala de Lawton:
– Avalia 9 AIVD;
– É possível determinar se o indivíduo pode viver sozinho;
– Tempo de aplicação: 5 minutos.
AIVDs X DIMENSÕES
Avaliação da Capacidade Funcional Global
• Medida de Independência Funcional:
– Objetivo: mensurar a severidade da incapacidade e os resultados
das intervenções da reabilitação em pacientes adultos e idosos;
– Classifica os níveis de independência em 18 ítens que cobrem os 6
domínios (auto-cuidado, controle esfincteriano, transferências,
locomoção, comunicação e cognição social);
– Para cada sub-ítem o escore varia de 1 a 7, sendo o 7 indicando
independência total. Não há escore zero!;
– Os escores totais variam de 18 a 126.
DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO (MIF)
• Sub-escores passíveis de utilização:
MIF-Motora( varia de 13 a 91), e o da MIF – Cognitiva ( 5 a 35);
• Exigência de treinamento formal para garantir a
reprodutibilidade entre aplicadores;
• Largamente aceito e utilizado na reabilitação;
• Tempo de aplicação: 15 minutos.
AVALIAÇÃO DO ESTADO DE RISCO NUTRICIONAL

• A avaliação dos idosos deve ser feita em dois grupos


–Idoso de 60-69 anos apresentam perfil
epidemiológico semelhante a adultos jovens com alta
prevalência de sobrepeso
–Idosos de 70 anos e mais apresentam perfil
nutricional diferenciado com alta prevalência de baixo
peso
Estado e Risco Nutricional
• Avaliação
–Análise de fatores de risco
–Antropometria
–Mini avaliação nutricional de Guigoz
–Avaliação subjetiva global
–Avaliação laboratorial
Estado e Risco Nutricional
• Na análise dos fatores de risco deve-se analisar a presença de
– Desequilíbrio entre necessidades e consumo
– Infecções
– Problemas sociais: isolamento, solidão, perda de status social,
pobreza
– Doenças crônicas
– Uso de álcool
– Uso de tabaco
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E NUTRICIONAL

• PERÍMETRO DA PANTURRILHA
• Medidas menores do que 31
centímetros são indicativas de
redução da massa muscular.
Embora o perímetro da
panturrilha não deve ser utilizado
como indicador isolado de
avaliação do estado nutricional
em pessoas idosas.
Estado e Risco Nutricional
– Avaliação laboratorial:
albumina
transferrina
Pré-albumina
linfócitos
colesterol
eletrólitos, vitaminas e minerais
função hepática
função renal
outros
Estado e Risco Nutricional
• Considera-se perda de peso significativa:
– Redução maior ou igual a 2% do peso corporal em 1 mês
– Redução maior ou igual a 5% deste em 3 meses
– Redução maior ou igual a 10% deste em 6 meses

• Causas variadas (ingesta inadequada,


Perda do apetite, atrofia muscular difusa,
Doenças inflamatórias crônicas, mista)
AVALIAÇÃO DO ESTRESSE DO CUIDADOR
• UM INSTRUMENTO DESENVOLVIDO POR ZARIT – AVALIAÇÃO
DA SOBRECARGA DOS CUIDADORES – TEM-SE MOSTRADO
APROPRIADO PARA AVALIAR SE OS CUIDADORES DE IDOSOS
ESTÃO SOBRECARREGADOS.
• DEVE SER APLICADO PARA O CUIDADOR PRINCIPAL - PESSOA
QUE MAIS AJUDA A PESSOA IDOSA, EM ENTREVISTA
REALIZADA SEM A PRESENÇA DA PESSOA IDOSA.
Escala de Zarit Burden Interview
– Avalia o nível de sobrecarga dos cuidadores;
– 22 questões;
– 5 dimensões: tensão, isolamento, decepção, emocional e
ambiental;
– As respostas podem variar cinco pontos, desde “nunca ocorre”
até “sempre ocorre”;
– Quanto maior a pontuação, maior a sobrecarga do cuidador.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA
QUALIDADE DE VIDA
• Definição: É a percepção do indivíduo acerca de sua posição na
vida, de acordo com o contexto cultural e sistema de valor com os
quais convive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações.
WHOQOL-bref
– 26 questões
– 4 domínios: físico, psicológico, relações sociais e ambientais.
– Tempo de aplicação 10 minutos
Riscos ambientais
• A influência dos fatores
ambientais no risco de quedas
associa-se ao estado funcional e
mobilidade da pessoa idosa.
Dessa forma, os riscos
domésticos mais comuns devem
ser objeto de observação das
equipes de Atenção Básica,
através da realização de
avaliação ambiental da
residência.
CONSIDERAÇÕES
• AGA não é uma boa avaliação isolada
• AGA visa detectar deficiências , incapacidades e desvantagens
em idosos
• Não substitui anamnese e exame físico, complementa
• AGA visa identificar os idosos frágeis de alto risco
• AGA visa estabelecer medidas preventivas, terapêuticas e
reabilitadoras para idoso, principalmente os mais frágeis
CONSIDERAÇÕES
• O resultado esperado é estabelecer uma intervenção com foco
em :
– Aconselhamento
– Reabilitação
– Indicação de internamento (em hospital ou ILPI)
– MELHORAR A VIDA DO INDIVÍDUO
ANAMNESE + EXAME FÍSICO + INSTRUMENTOS
BOA
ANAMNESE EXAME FÍSICO = INSTRUMENTOS
AVALIAÇÃO
BOA AVALIAÇÃO
PROTOCOLO DE
AVALIAÇÃO INTEGRAL DO
PACIENTE IDOSO

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