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Prof. Henrique
Romantismo
Romantismo
Contexto Histórico:
Ascensão da burguesia
Classes médias educadas: leitura
Divertimento : livro
Autores: entreter o público
Revolução Francesa
Napoleão
Invasões na Alemanha
Nacionalismo alemão X universalismo racional
iluminista francês
Romantismo
Contexto Histórico:
O termo Romantismo indica o período
artístico com o sentido de anti-clássico.
Anti-nobreza;
Anti-regras;
Anti-racionalismo.
Romantismo
Contexto histórico:
O Romantismo é a expressão da arte burguesa.
Victor Hugo afirma que:
o Romantismo nada mais é que o Liberalismo em
literatura.
A difusão do livro - especialmente através do
romance de folhetim - permitiu que muitos
escritores vivessem de seus direitos autorais
Portugal: Camilo Castelo Branco
Brasil: José de Alencar
Relação autor – público: complexa
Romantismo
Contexto histórico:
Relação autor – público: complexa
A burguesia, que compra os jornais em busca dos folhetins, não
possui a mesma formação dos nobres. Este público
desconhece autores clássicos, não identifica referência
mitológicas greco-latinas presentes na narrativa, e, é
exatamente por isso, que se refugia na linguagem, direta,
passional, sem pré-requisitos literários que o faça desistir da
leitura. Neste momento é possível verificar que o escritor,
por estabelecer uma relação profissional com sua obra, e
sobreviver dela, também torna-se razoável para atender o
gosto de seu público, tornando a leitura um
entretenimento.
Romantismo
Contexto histórico:
Relação autor – público: complexa
Antes: público; nobreza, clero, alta erudição
Compartilhamento dos mesmos ideais e das
mesmas bases culturais
Agora: público ; burguesia
Autor: cultura erudita, nem sempre seguida
pelo público que queria entretenimento
Romantismo
A estética romântica, ao valorizar o indivíduo e seu
caráter, substitui a reverência à nobreza exaltada na
literatura de períodos anteriores ao romantismo.
O louvor à beleza clássica é substituído pela beleza do
esforço individual, a sinceridade e o trabalho.A
literatura como demonstrativo do sentimento puro e
verdadeiro capaz de enfrentar a hipocrisia da
sociedade;
Exaltação ao amor, à pátria, e aos símbolos nacionais
idealizados como expressão de beleza e bondade.
Romantismo
"Tomo uma resolução de que jamais houve exemplo e que não
terá imitador. Quero mostrar aos meus semelhantes um homem
em toda a verdade de sua natureza, e esse homem serei eu.
Somente eu. Conheço meu coração e conheço os homens. Não
sou da mesma massa daqueles com quem lidei; ouso crer que
não sou feito como os outros. Mesmo que não tenha maior
mérito, pelo menos sou diferente. Se a natureza fez bem ou mal
quando quebrou a fôrma em que me moldou, é o que poderão
julgar somente depois que me tiverem lido."
ROUSSEAU, J.J. Confissões. Rio de Janeiro:
Ediouro, s/d, pp.13-14
A partir do texto de Rousseau, indica as características que
permitem relacioná-lo ao contexto romântico
Romantismo - características
Liberdade de Criação:
Versos livres: sem métrica e rima definidas
Poemas sem forma rigorosamente definida
(aparente descuido com a forma).
Ascensão da prosa: o Romance e a Novela
Excessos, exageros (hipérboles)
Abundância de interjeições e exclamações,
revelando um espírito exaltado.
Uso intenso de adjetivos: dar mais
expressividade e emoção às palavras.
Romantismo - características
Individualismo: culto ao eu, egocentrismo
Subjetivismo
Sentimentalismo: melancolia, tristeza, tédio.
Exagero, desequilíbrio, caos, anarquia.
Pessimismo.
Romantismo - características
Escapismo: fuga da realidade
Mary Shelley
Antirracional
Antissocial
Teresa Mariana
Albuquerque
Romantismo – Portugal
Camilo Castelo Branco
Desavenças entre os Botelho e os Albuquerque (em Viseu).
Simão Botelho, rebelde, envolve-se em confusões.
Conhece Teresa; apaixona-se; regenera-se.
Mandado a Coimbra pelo pai.
Duas opções de Teresa: casar com o primo Baltasar Coutinho ou ir para o
convento.
Simão e Teresa trocam cartas.
Mariana, apaixonada por Simão, ajuda-os a se corresponderem.
Simão decide fugir com Teresa antes que ela seja mandada para o convento.
Simão mata Baltasar Coutinho.
Entrega-se, em vez de fugir.
Teresa vai para o convento.
Simão é preso; recebe visitas de Mariana; é condenado ao exílio na Índia
Ao ver seu amor partir, Teresa morre.
Ao saber da morte de Teresa, Simão adoece e morre.
Por não suportar a morte de Simão, Mariana joga-se ao mar... E morre.
Romantismo – Portugal
Camilo Castelo Branco
Indique características do amor romântico nos
personagens do romance Amor de Perdição.
Romantismo – Portugal
Camilo Castelo Branco
-Agora é tempo de dar sepultura ao nosso venturoso amigo...(...)
Foi o cadáver envolto num lençol e transportado ao convés.
Mariana seguiu-o. Do porão da nau foi trazida uma pedra, que um marujo lhe
atou às pernas com um pedaço de cabo. O comandante contemplava a cena
triste com os olhos úmidos, e os soldados que guarneciam a nau, tão funeral
respeito os impressionara, que insensivelmente se descobriram.
Mariana estava, no entanto, encostada ao flanco da nau, que parecia
estupidamente encarar aqueles empuxões que o marujo dava ao cadáver, para
segurar a pedra na cintura.
Dois homens ergueram o morto ao alto sobre a amurada. E, antes que o baque
do cadáver se fizesse ouvir na água, todos viram, e ninguém já pode segurar
Mariana, que se atirava ao mar.
À voz do comandante, desamarraram rapidamente o bote, e saltaram homens
para salvar Mariana.
Salvá-la !...
Viram-na, um momento, bracejar, não para resistir à morte, mas para abraçar-se
ao cadáver de Simão, que uma onda lhe atirou aos braços.
Amor de Perdição
Romantismo – Portugal
Camilo Castelo Branco
Prefácio da 5a. edição de Amor de Perdição
"Eu não cessarei de dizer mal desta novela que tem a boçal inocência de
não devassar alcovas, a fim de que as senhoras a possam ler nas salas,
em presença de suas filhas ou de suas mães, e não precisem de
esconder-se com o livro no seu quarto de banho. Dizem, porém que o
Amor de Perdição, fez chorar. Mau foi isso. Mas agora, como
indenização, faz rir: tornou-se cômico pela seriedade antiga . Por isso
mesmo se reimprime"(...)
1-O autor Camilo Castelo Branco faz referência a uma mudança de gosto
no pdublico leitor. Como se explica essa reação por parte dos leitores?
Ocorre uma mudança de gosto nos leitores pela introdução dos princípios
estéticos realistas, que tendiam a achar ridículos os exageros românticos
do livro.
2-O autor é irônico em sua crítica?
O autor chama sua própria obra de 'boçal", qualificando-a de ter a
inocência de poder ser lida em família, nem ser escondida, o que é uma
crítica irônica aos livros realistas, na época considerados indecentes
exatamente por "devassar alcovas", ou seja, explicitar relações
moralmente condenáveis.