You are on page 1of 47

A RELAÇÃO

MÉDICO/ESTUDANTE -
PACIENTE

FACULDADE CHRISTUS
CURSO DE MEDICINA
COMUNICAÇÃO, HABILIDADES E ATITUDES
Prof. Erivan Façanha
Profa. Maria do Livramento
AS BASES ÉTICAS

 Atenção médica – afeição pela condição


humana
 A enfermidade e os sentimentos do paciente:
– Angústia
– Medo
– Sofrimento
– Desesperança
 Prejuízo do juízo da realidade e incapacidade do
enfermo agir com lucidez
AS BASES ÉTICAS

 Preceito basilar do
Cristianismo: “Ama ao
próximo como a ti mesmo”

 Uma relação humana cuja


prioridade é a promoção da
saúde
AS BASES ÉTICAS

 Concepções clássicas de um bom enfermo


– Submisso
– Confiante
– Respeitoso
– Obediente
– Não reivindicativo
AS BASES ÉTICAS

 Momento dramático,
rico e denso
 Aplicação de técnica,
conhecimento e
habilidades
AS BASES ÉTICAS
 “Do ponto de vista biológico, está abaixo
apenas da relação entre macho e
fêmea” (Gomes, J.C.M.)

 Macho-fêmea:
– Preservação da espécie
– Relação de resultados

 Médico/estudante-paciente:
– Busca do benefício, da graça e do perdão
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 O SIGILO

– Informação – uso exclusivo em favor do


paciente (legítimo proprietário)

– Exceção: em defesa de terceiros (em nome


de um bem maior, sacrifica-se o bem menor)
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 O RESPEITO AO PUDOR

– Não significa apenas não tocar o corpo


alheio com intenções não extra-semióticas
ou terapêuticas

– Denota o rigoroso trato nas observações


feitas do respeito
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 O EMPENHO DE MEIOS

– Oferecer o que tem de melhor na busca da


verdade

– Parceria que une médico e paciente –


alcançar a cura
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 O EMPENHO DE MEIOS
– A rigor não existe, em medicina, um
compromisso de resultados

– Assertiva perigosa

– Discussões no cerimonial das


responsabilidades

– Insatisfações no paciente e incompreensões


na justiça
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 A EXPECTATIVA CERIMONIAL
– Direito fundamentado no princípio na
justiça que tem o paciente de identificar o
médico.

– Indumentária, o ritual, o ambiente,


a postura do profissional.

– Não afrontar o paradigma cultural.


ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 O CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

– Explicar o procedimento diagnóstico e


terapêutico, seus riscos e benefícios

– Linguagem clara, amena e acessível ao


paciente

– A medicina técnica não pode sufocar uma


relação entre seres vivos
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 O CONSENTIMENTO ESCLARECIDO
– EXCEÇÕES:

– Problemas graves de saúde pública


– Urgências vitais
– Incapacidade do paciente em decidir
– Imperativo legal
– Recusa da informação pelo paciente.
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 A BUSCA DA VERDADE

– Transparecer em sua plenitude

– A favor do diagnóstico correto


ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 A BENEFICÊNCIA COMO PRINCÍPIO

– Conjunção da qualidade de meios e


empenhos na busca do bem pretendido,
embora nem sempre alcançado
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 A NÃO-MALEFICÊNCIA

– Uma relação sem agravos, sem danos ou


ameaças

– Atitudes temperadas com prudência e


perícia

– Hipócrates (430 aC): “Tenha em relação às


doenças duas coisas em vista: seja útil ou,
ao menos, não prejudique”
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 A AUTONOMIA DO PACIENTE

– Direito de ser ouvido

– Dicidir sobre suas conveniências


ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 A ATENÇÃO AO PACIENTE

– Ouvir o paciente
– Entusiasmo com o relato e com a situação
do paciente – compaixão (não a pena)
– “O homem é sagrado para o homem”
– O encontro não deve ser motivado pelo
interesse comercial ou conveniência das
partes
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 O EXAME FÍSICO
– Primor semiológico
– Não pode ser visto como a simples busca de
sinal ou informação
– Tem a equivalência do cumprimento
manual, do beijo cerimonial na face
– Distância estreitada e necessária –
intimidade clínica, mas sem despertar
emoções
ATENÇÃO MÉDICA –
PONTOS CRÍTICOS
 A SOLIDARIEDADE
– Vínculo oculto que aproxima os homens na
unidade da espécie
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 A medicina sempre
existiu
 Povos primitivos –
rituais mágicos ou
místicos
 A busca do alívio dos
sofrimentos ou até a
cura
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 Durante milhares de anos,
havia uma só medicina

– A medicina dos doentes

– Método clínico (anamnese e Hipócrates


exame físico) – Hipócrates 400a.C.
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 Período Renascentista –
Vesalius (1543)
– Livro: De Humanis
Corporis Fabrica
– Marcou o início da
medicina das doenças

Andreas Vesalius
(1514-1564)
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 A medicina das doenças
– Harvey (1628) – circulação sanguínea
– Malpighi (1661) – capilares sanguíneos
– Morgagni (1761) – alterações patológicas nos
órgãos

Harvey Malpighi Morgagni


1628-1694
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 A medicina das doenças
– Virchow (1858) – Celular
Pathologie

Rudolf
Virchow
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 A medicina das doenças
 Microrganismos X doença:
– Pasteur (1822-1895)
– Koch (1843-1910)

Robert Koch
1843-1910

Louis Pasteur
1822-1895
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 Roentgen (1895) –
Raio-X
– Primeiro marco de
separação da
medicina dos
doentes com a das
doenças Wilhelm C Röentgen
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 Freud (1900) –
Interpretação dos
Sonhos

Sigmund Freud
1856-1939
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
Séc. XIX para o séc. XX:
 Rebelião do Sujeito
Introdução no pensamento e prática médica os aspectos
da enfermidade:
– Sociais
– Psíquicos
– Pessoais
 Sujeito na medicina
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 Séc. XIX para o séc. XX:
– Ciência médica e a arte médica (juntas)
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 Elisabeth Kübler-Ross – livro Sobre a Morte e
o Morrer – cinco fases:

1. Negação
2. Raiva
3. Negociação
4. Depressão
5. Aceitação
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
1. NEGAÇÃO
– Inerente à condição humana

– Risco de vida – faz-se tudo para desconhecer


ou esconder

– Não se deve confrontar-se

– Médico deve se silenciar

– Não tentar racionalizar didaticamente o


momento que o paciente está vivendo
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
2. RAIVA

– Desencanto pelos médicos e familiares

– Ironias ou agressões verbais

– Jamais revidar as agressões


MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
3. NEGOCIAÇÃO

– Interesse de encontrar soluções

– Reconciliações com pessoas da família

– Busca vida espiritual


MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
4. DEPRESSÃO

– Questiona-se toda a sua vida, seus valores,


suas ambições, seus sonhos

– O paciente – solidão e silêncio

– A qualidade humana do médico é colocada à


prova
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
5. ACEITAÇÃO

– O encontro do paciente com seu mundo


interior

– A capacidade científica do médico perde


toda a importância

– Medicina das doenças – o que sobra?


• Medicina paliativa
MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS
 Outro momento de separação da ciência e
da arte médica
– Especialização progressiva dos médicos

 “Conluio do anonimato” – Balint

 “Não sei mais qual é o meu médico”


MEDICINA DOS DOENTES E
MEDICINA DAS DOENÇAS

 Exame clínico  Exame clínico

 Semiotécnica
 Anamnese
 Tecnologia médica

 Medicina das  Medicina dos


doenças doentes
CONSULTA MÉDICA - FUNÇÕES

1. Construir e manter uma boa relação com


o paciente.

2. Obter informações sobre o problema


do paciente.

3. Manejo do problema
1) CONSTRUIR UMA RELAÇÃO
COM O PACIENTE
Habilidades
• atender o paciente cordialmente e pelo
nome
• escuta ativa - manter um comportamento
atento
• detectar e responder as questões
emocionais

A doença não é totalmente física ou


totalmente emocional
2) OBTER INFORMAÇÕES
SOBRE O PROBLEMA

“Ouça o paciente, ele esta falando a você o


diagnóstico.”

Sir William Osler


2) OBTER INFORMAÇÕES
SOBRE O PROBLEMA

 A história Clínica contribui em 60 a 80% para o


diagnóstico

“Contributions of the history, physical examination, and laboratory investigation in


making
medical diagnoses”
West J Med 15:163-165, 1992
HABILIDADES DE
COMUNICAÇÃO
 A Consulta

- Desenvolver habilidades de escuta.

- Usar perguntas abertas.

- Permitir que o paciente faça mais


perguntas.
HABILIDADES DE
COMUNICAÇÃO
 Aumentando a satisfação do Paciente

- Centrando a consulta no paciente.

- Descobrindo as expectativas do paciente.

- Incrementando a comunicação não verbal.

- Passando informações ao paciente


3) MANEJO DO PROBLEMA

 Educação sobre a doença.

 Negociação sobre o plano de tratamento.

 Motivação para não abandonar o tratamento.


BIBLIOGRAFIA

 Gonzales, R.F. & Branco, R. A Relação com o


Paciente. Guanabara Koogan, 2003.
 Lopéz, M. Fundamentos da Clínica Médica – A
relação Paciente-Médico. Ed. MEDSI, 1997.
 Ducam, B.B. Medicina Ambulatorial: Condutas de
Atenção Primária Baseadas em Evidências. 3a. ed.
Artmed Editora S.A., 2004.
OBRIGADO

You might also like