You are on page 1of 39

Sedativos e Hipnóticos

Fármacos que deprimem o


SNC produzindo sedação e
hipnose
Sedativos e Hipnóticos
• Sedativo : diminui a atividade geral e a excitação
acalmando o paciente.

• Hipnótico : induz e mantém um estado de sono


semelhante ao sono em suas características
encefalográficas .
SONO : CARACTERÍSTICAS

 Estado de inconsciência, em que o


indivíduo pode ser despertado.
 Fisiologicamente necessário, embora não
totalmente compreendido.
 Na falta, torna-se prejudicial a saúde :
altera sistema imunológico, funcionamento
do SNC (memória e aprendizado) e
o crescimento celular.
SONO : CARACTERÍSTICAS
• TOTAL DE HORAS : 6 – 8 horas diárias
CINCO ESTÁGIOS :
– 1 - Introdutório
– 2- Sono leve ( 50% - ondas teta no EEG)
– 3/4 - Sono profundo ( reparador c/ atividade
delta 30% )
– 5 - MOR ( sonhos 20% ) atividade cortical
intensa- aumenta após 6h de sono.
• Ciclo completo 1 hora e 30 minutos.
INSÔNIA

 Geralmente não é uma doença e sim um


sintoma ( insônia secundária).
 Pode ocorrer em diferentes fases do sono:
 Início
 Despertar ( terminal )
 Interrupções
 Idosos
 menor duração e
 maior número de interrupções no sono
 Recém-nascidos
 maior duração e
 maior número de interrupções no sono
INSÔNIA
 SINTOMAS
 fadiga
 irritabilidade
 perda da memória

 CLASSIFICAÇÃO
 TRANSITÓRIA: circunstancial
 CURTA DURAÇÃO : 1 > 6 semanas
 CRÔNICA : > 6 semanas
INSÔNIA: PRINCIPAIS CAUSAS
• estresse, depressão, ansiedade,
• dores ocasionais ou crônicas,
• efeitos colaterais de fármacos,
• uso de cafeína e álcool,
• alterações no ciclo circadiano,
• alterações comportamentais (alimentação, mudança
de hábitos , exercícios, sonecas diurnas, etc.)
INSÔNIA
 COMO PREVENIR :
 horário constante: dormir/acordar
 relaxado e tranquilo ao deitar
 mesmo local e banho quente + rituais
 exercícios regulares em horários adequados

 EVITAR :
 sonecas diurnas
 café, álcool, fumo, refeições pesadas e exercícios
próximos ao horário de se deitar
OUTROS DISTÚRBIOS DO SONO

 Mioclonia noturna ou movimento


periódico dos membros durante o sono
(exceção : espasmos hipnagógicos – entrada
fase 2).
 Síndrome das pernas inquietas.
 Sonambulismo.
 Narcolepsia.
 Terror noturno.
FÁRMACOS SEDATIVOS E
HIPNÓTICOS
PRINCIPAIS EFEITOS TERAPÊUTICOS

• Redução da excitabilidade.
• Redução da agressividade.
• Sedação.
• Indução e manutenção do sono ( hipnose).
• Redução do tônus muscular.
• Anticonvulsivante.
• Amnésia anterógrada ( efeito adverso? ).
CLASSIFICAÇÃO FARMACOLÓGICA
• Benzodiazepínicos - Grupo principal
• Não benzodiazepínicos
• Barbitúricos
• Outros fármacos sedativos:
– antidepressivos
– antihistamínicos
– melatonina e derivados ( Japão e USA )
BENZODIAZEPÍNICOS
 1960- Clordiazepóxido: Librium®
 1963- Diazepam: Valium®
• Triazolam: Halcion®
• Lorazepam: Lorium® , Lorax®
• Nitrazepam: Sonebom®, Sonetrat®
• Midazolam: Dormonid®
• Alprazolam : Frontal®
• Clonazepam : Rivotril®
OUTROS EFEITOS
• APAR. RESPIRATÓRIO :
– doses hipnóticas não apresentam efeito
– crianças e idosos são mais sensiveis

• CARDIOVASCULAR :
– doses pré-anestésicas diminuem PA e aumentam
débito cardíaco.

• TRATO DIGESTÓRIO :
– diminuem secreção gástrica.
FARMACOCINÉTICA
 Bem absorvidos por via oral ( exceto midazolam).
Biodisponibilidade 90%.
 Tempo de absorção médio: 30 minutos
– depende da forma farmacêutica
– pico de concentração plasmática: 1 hora

 Metabolismo hepático: CYP3A4/ 5 e outras enzimas.

 Formação do : nordiazepam é um metabólito comum


dos BDZ de longa duração com meia vida ( t ½ ) de
cerca de 20 horas.
FARMACOCINÉTICA X CLASSIFICAÇÃO
Meia vida de eliminação ( t½ )
• Níveis e permanência no plasma varia em função do
metabólito formado:

– Ação ultrarrápida ( < 2 horas ): midazolam


– Ação rápida (< 6 horas): triazolam
– Ação intermediária (<24 horas): temazepam
– Ação prolongada (>24 horas) : diazepam, flurazepam
Clordiazepóxido Diazepam Prazepam Clorazepato (inativo)

Desmetilclordiazepóxido*

Demoxepam * Desmetildiazepam * Alprazolam


Triazolam
Hidroxietil-
Oxazepam
Flurazepam*
Alfa-hidroxi metabólitos *
conjugação
Flurazepam
Lorazepam
Desalquil-
Excreção
flurazepam
urinária

(Verde - fármaco; * metabólito ativo)


MECANISMO DE AÇÃO

 Atuam em sítios alostéricos ( unidade alfa ) dos


receptores GABA-A no SNC, facilitando abertura de
canais de íons Cl- (inibitórios).
 Não atuam na ausência de GABA.
 Variantes da unidade alfa do receptor seriam
responsáveis pelos diferentes efeitos dos BDZ
(ansiolítico, anticonvulsivante, miorelaxante,etc.).
Receptor GABAérgico

Cl- Cl-
Cl- GABA
Cl- Cl-
Extra-celular

Intra-celular

benzodiazepínicos
Cl - Cl-
Cl- Cl-
GABA

Cl - Cl-
Principais efeitos
 Terapêuticos :
• Ansiolítico – Hipnótico
• Sedativo
• Anticonvulsivante
• Musculo- relaxante
 Paradoxais :
 Agitação
 Pânico
 Gestação :
 Fenda palatina no feto ??
Outras indicações terapêuticas dos BDZ
• Pré-anestésico : BDZ de curta duração
• Tratamento da ansiedade : BDZ de longa
duração
• Indutor do sono: BDZ de curta duração
• Insônia matutina: BDZ de média duração
• Espasticidade crônica : BDZ longa duraçào
• Síndrome de abstinência : BDZ longa
duração

• Desaconselhado em idosos
•Assinale a questão incorreta: Quanto aos usos dos
benzodiazepínicos podemos dizer:

A- São úteis nos quadros de fobias diversas.

B- Devem ser fármacos de escolha em casos de convulsões


generalizadas
.
C- São úteis no tratamento da depressão associada a quadro de
ansiedade.

D- Devem ser utilizados em pacientes com quadro de depressão grave.

E- Causam Síndrome de Abstinência quando da sua retirada abrupta.


PRINCIPAIS USOS
Midazolam Pré-anestésico Rapidamente
Intraoperativa inativado

Clonazepam Convulsões de Segurança


Diazepam qualquer origem

Clordiazepóxido Tratamento da Longa duração


Diazepam ansiedade
ANTAGONISTAS DE RECEPTORES
BDZ
 FLUMAZENIL:
• antagoniza a ligação do BDZ ao sítio alostérico do
receptor GABA A .
• útil na reversão da superdosagem , pode precipitar
síndrome de abstinência ( ex. convulsões), em
pacientes crônicos.
• também utilizado para reverter sedação em
procedimentos médicos.
ESCOLHA DO SEDATIVO
• Média, curta ou longa ?
• Interações medicamentosas.
• Evitar dependência : uso intermitente por
períodos curtos.
• Considerar faixa etária do paciente.
• Menor interferência com sono MOR e
memória.
COMPOSTOS Z
• Zaleplona – Sonata ®

• Zopiclona – Imovane ®

• Zolpidem – Stilnox ®
COMPOSTOS Z
• Mec. Ação : estrutura não corresponde aos
benzodiazepínicos , embora atuem nos mesmos sítios
dos receptores.

• Usos terapêuticos : eficazes no tratamento da


insônia inicial , não tem efeito anticonvulsivante,
reduzem a latência e prolongam tempo de sono
somente em insoníacos.
COMPOSTOS Z
• Efeitos adversos : aprovados somente para
tratamento de curto prazo ; rara amnésia ou sedação
diurna ; altas doses não produzem depressão
respiratória.

• Farmacocinética : biodisponibilidade oral de 70% ,


diminui com alimentos , t1/2 plasmático de 2horas;
metabolismo hepático e eliminação renal de
metabólitos inativos.
BARBITÚRICOS
BARBITURATOS - CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURA
QUÍMICA
• Ação prolongada ( 24hs. ) : fenobarbital ,
mefobarbital

• Ação intermediária ( 12hs.): pentobarbital ,


secobarbital

• Ação curta ( 3hs. ) : tiopental


BARBITURATOS -FARMACOCINÉTICA
• Administração oral (i.v. anestesia) .
• Ácidos fracos absorvidos no estômago .
• Ligação a proteínas (albumina) x AAS .
• Lipossolubilidade com redistribuição ( ressaca
).
• Metabolismo hepático, rins e pulmões.
• Tolerância metabólica ( farmacocinética ) e
funcional ( farmacodinâmica).
BARBITURATOS- EFEITOS ADVERSOS
• Efeito residual : “ressaca”.
• Efeitos paradoxais: agitação e confusão.
• Tolerância e dependência (cruzada) com
síndrome de abstinência severa.
• Hipersensibilidade (asmáticos).
• Depressão respiratória.
SINAIS E SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO
POR DEPRESSORES DO SNC

• Sonolento : responde a perguntas .


• Semicomatoso : responde a estímulos .
• Comatoso : depressão respiratória com
cianose e deficiência circulatória .
• Choque : hipotensão severa, falência renal,
óbito.
BIBLIOGRAFIA
• Benzodiazepines in epilepsy :
pharmacology and pharmacokinetics
J Riss, J Cloyd, J Gates, S Collins
Acta Neurologica Scandinava 118 ( 2) : 69-
86, 2008.

You might also like