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CAPITÃES DA AREIA

JORGE AMADO

Apresentado por: Eduardo


Fabian Bermeo
Então a luz da lua se estendeu
sobre todos, as estrelas
brilharam ainda mais no céu, o
mar ficou de todo manso (talvez
que Yemanjá tivesse vindo
também ouvir a música) e a
cidade era como que um grande
carrossel onde giravam em
invisíveis cavalos os Capitães da
Areia. (p.59)
Volta Seca vá andar no carrossel. E o menino toma o cavalo que
serviu a Lampião. E enquanto dura a corrida, vai pulando como se
cavalgasse um verdadeiro cavalo. E faz movimentos com o dedo,
como se atirasse nos que vão na sua frente, e na sua imaginação os
vê cair banhados em sangue, sob os tiros da sua repetição. E o
cavalo corre e cada vez com mais, e ele mata a todos, porque são
todos soldados ou fazendeiros ricos. Depois possui nos bancos a
todas as mulheres, saqueia vilas, cidades, tens de ferro, montado no
seu cavalo, armado com seu rifle. Depois vai o Sem-Pernas. Vai
calado, uma estranha comoção o possui. Vai como um crente para
uma missa, um amante para o seio da mulher amada, um suicida
para a morte. (p. 60)
...a pena que sentia pela pobre
negrinha, uma criança também.
Uma criança também - ouvia na
voz do vento, no samba que
cantavam, uma voz dizia dentro
dele. (p.85)
A criança era uma tentação grande
demais. Não parecia um meio dia de
inverno. O sol soltou nas ruas uma
luz suave que não queimava, mas
cuja cor acariciava como a mão de
uma mulher. No parque próximo, as
flores explodiam em cores.
Margaridas, rosas e cravos, dálias e
violetas. Parecia que na rua havia
um perfume muito sutil que Pirulito
sentiu entrando no nariz e
intoxicando-o. Havia comida na porta
de uma casa de portugueses ricos,
os restos de um almoço quase
banquete. (p.113)
Dona Ester sentou-se em frente à
cômoda e, com os olhos ainda,
parecia estar olhando pela janela. Na
verdade, não olhei nem vi nada. Ele
olhou para dentro de si mesmo, suas
lembranças de muitos anos e viu uma
criança da idade dos Sem-Pernas,
vestida como um marinheiro,
correndo pelo jardim da outra casa,
da qual eles se mudaram quando a
criança morreu. (p.125)
E ele irrompeu em soluços que
deixaram os Capitães da Areia
estupefatos. Apenas Pedro
Bala e o professor entenderam
e ele mexeu as mãos porque
não podia fazer nada. Pedro
Bala tentou falar sobre qualquer
coisa. Do lado de fora o vento
corria na areia e seu ruído era
como uma reclamação. (p.137)
Omolu havia espalhado varíola na
cidade. Foi uma vingança contra a
cidade dos ricos. Mas os ricos tinham
a vacina, o que a Omolu sabia sobre
as vacinas? Ela era uma pobre
deusa das selvas da África. Uma
deusa dos negros pobres. O que eu
poderia saber sobre vacinas? Então
a varíola desceu e devastou a cidade
de Omolu. Tudo o que Omolu pôde
fazer foi transformar a varíola em
catapora, catapora e louca. Mas
quando pessoas negras morreram,
os pobres morreram. (p.167)
O professor olhou para
dentro da Boa Vida. Eu
estava todo varicela
picada. Mas no lugar do
coração ele viu um estrela
Uma estrela no lugar do
coração. (p.169)
CONCLUSÃO


Dora como a estrela que retorna
com sentimento único de
guerreira frente na vida e a vida
dos demais: una tragicomédia.

A influência de Pedro Bala em


todo o caminho dos capitães. A
voz da luta é descartada e a
pegada nomar desaparece,
deixando uma memoria sórdida
para todos.
¡OBRIGADO!

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