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Universidade Federal do Ceará

Departamento de Farmácia
Disciplina: IPF-II

MÉTODOS (DESENHOS DE PESQUISA)


EMPREGADOS EM EPIDEMIOLOGIA

Paulo Sérgio Dourado Arrais


NÍVEIS DE EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
X
Tomada de decisão
PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS EMPREGADAS NA
INVESTIGAÇÃO DE UM TEMA DE SAÚDE

Estudo de Caso ou Série de Casos

Investigação Experimental em Laboratório

Pesquisa Populacional
1. ESTUDO DE CASO OU SÉRIE DE CASOS
1. ESTUDO DE CASO OU SÉRIE DE CASOS

• Avaliação inicial de problemas ainda mal conhecidos e


cujas características ou variações naturais não foram
convenientemente detalhados.

• Relato ou apresentação de caso(s): perfil das principais


características.

• Enfoque: qualitativo (quantitativo) e exploratório.

• Importante instrumento para a vigilância dos eventos


clínicos raros.
ESTUDO DE CASO
Aspectos Positivos:

• Fácil realização: observação (intensiva) de cada caso;


• Baixo custo;
• Simples descrição ou + abrangente (fatores implicados na
etiologia ou no curso de uma doença, sob vigência ou não de
terapêutica).

Limitações:

• Alta seletividade (situações incomuns de enfermos graves,


casos de evolução atípica, de reação inusitada ou de resultado
terapêutico inesperado);
• Número pequeno de indivíduos;
• Subjetividade na apreciação dos fatos (diagnóstico);
• Falta de indivíduos-controle, para comparar resultados.

= menor validade científica


ESTUDO DE CASO: EXEMPLOS

• Registro (): 11 casos graves de pneumonia por Pneumocystis


carinii em jovens residentes em New York, sem referência a casos
anteriores de imunodeficiência no período de julho/79 a abril/81.
Características em comum: usuários de drogas injetáveis e/ou
homossexuais. (Masur et al., 1981; NEJM, v.305, p. 1431-1438)

• Registro (): 05 casos de de pneumonia por Pneumocystis carinii


em indivíduos homossexuais não relacionados entre si,
residentes em São Francisco. (Follansbee et al., 1982; AIM, v.96, p. 705-713)

• Registro (): 01 caso de focomelia após uso de talidomida


(hipnosedante) em gestante. (MaBride WG, 1961; Lancet, v.2, p.
1358)

• Registro (): 05 casos de mal formação congênita após uso de


misoprostol em gestante (Coêlho HL et al. Misoprostol and illegal
abortion in Fortaleza, Brazil. Lancet. V.2, 1993;341(8855):1261-3).
2. INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL
DE LABORATÓRIO

• Laboratório: ideal para estudos experimentais.

• Subjetividade: adoção de padrões (parâmetros) que servem


para a comparação dos resultados.

• Foco de avaliação: animais (Lei no. 11.794/08) ou seres


humanos (Res. CNC no. 466/12).

Limitação:

• Uso de animais: extrapolação de dados para os seres


humanos.
3. PESQUISA POPULACIONAL EM SERES HUMANOS

PASSOS:

 Identificar um problema relevante

 Planejar uma investigação para dimensionar o problema:


Desenho estudo

 Tamanho da amostra ou Censo

 Variáveis a serem pesquisadas

 Definir instrumento para a coleta dos dados

 Coletar dados

 Tabular e analisar as informações colhidas

 Escrever resultados

 Publicar e discutir com a sociedade


3. PESQUISA POPULACIONAL EM SERES HUMANOS:
Abordagem central da epidemiologia

Critérios para a classificação dos estudos epidemiológicos:

- O propósito Geral: estudos descritivos ou analíticos


(comparativos ou de teste de hipóteses);

- O modo de exposição das pessoas ao fator em foco: estudos


de observação e os de intervenção (ou de experimentação);

- A direção temporal das observações: estudos prospectivos


(coorte), retrospectivos (caso controle) e transversais.

- A unidade de observação: indivíduo ou grupo de indivíduos


(pesquisas ecológicas)
DESENHOS DE PESQUISA EM EPIDEMIOLOGIA

• Estudos Descritivos
– Estudos Transversais e ecológicos

• Estudos Analíticos

- Ensaio Clínico Randomizado


- Estudo de Coorte
- Estudo Caso Controle
- Estudo Transversal
EPIDEMIOLOGIA => USA POPULAÇÕES

Adaptado de Costa e Kale, 2009


EPIDEMIOLOGIA => USA POPULAÇÕES

• POPULAÇÃO FONTE: É o conjunto de indivíduos elegíveis para


constituírem a população do estudo.

Ex: Todas as crianças nascidas em 2000 no município X

• POPULAÇÃO DO ESTUDO OU AMOSTRA: É o grupo de


indivíduos sobre os quais se fazem as observações e coletam-se
os dados.

Ex: 100 crianças nascidas em 2000, no município X

• POPULAÇÃO ALVO: É o grupo de indivíduos para o qual se


deseja fazer as inferências estatísticas relacionadas com o
objetivo do estudo.

Ex: Crianças nascidas em 2000, no município X


VARIÁVEIS

• Demográficas: sexo, idade, estado civil, município...

• Socioeconômicas: escolaridade, renda familiar, ocupação...

• Ocupacional: carga horária; tempo de trabalho...

• Condições de saúde: doenças, comorbidades, doente crônico...

• Uso de serviços de saúde: médico, hospitalização, plano de saúde...


EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA

• Conhecimento da distribuição de um evento na população.

Categorias básicas: distribuição temporal, espacial e segundo


atributos pessoais.

Identificar o PADRÃO GERAL DE OCORRÊNCIA e os
GRUPOS SOB RISCO.

• Informações: globais (toda a população) ou a subgrupos


específicos.

Coeficientes gerais de mortalidade e de morbidade:


Mortalidade Geral = todos os óbitos / população total

Morbidade Geral* = todos os doentes / população total


Ceará. Boletim epidemiológico. Jun 2017
Ceará. Boletim epidemiológico. Abr. 2017
Ceará. Boletim epidemiológico. Jul 2016
Coelho, H.C. et al. Soroprevalência da infecção pelo
vírus da Hepatite B em uma prisão brasileira. Rev
Bras Epidemiol 2009; 12(2): 124-31
FONTE DE DADOS PARA ESTUDOS DESCRITIVOS

1. ROTINEIRA

2. PERIÓDICA

3. OCASIONAL
FONTE DE DADOS PARA ESTUDOS DESCRITIVOS

1. ROTINEIRA:

• Arquivos de prontuários médicos

• Notificações de doenças

• Acidentes de trabalho

• Atestados de óbitos

• Exames laboratoriais
FONTE DE DADOS PARA ESTUDOS DESCRITIVOS (cont..)

2. PERIÓDICA:

• Pesquisas anuais do IBGE: Pesquisa Nacional por Amostra de


Domicílios (informações anuais sobre características demográficas e
socioeconômicas da população e outras)

3. OCASIONAL: pesquisas de morbidade.

• A incidência de infecção chagásica em habitantes rurais.

• A prevalência da hepatite B entre os voluntários à doação de sangue.

• A variação regional na utilização de serviços de saúde.

• As características demográficas e socioeconômicas dos pacientes que


sofrem de artrite reumatóide ou das pessoas que fumam.
ESTUDOS ANALÍTICOS

- Ensaio Clínico Randomizado


- Estudo de Coorte
Presença de um grupo-controle
- Estudo Caso Controle = comparação resultados
- Estudo Transversal

Subordinadas a uma ou mais questões científicas, as HIPÓTESES, que


relacionam eventos:

EXPOSIÇÃO DOENÇA
(a causa) (o efeito)
ESTUDOS ANALÍTICOS

- Ensaio Clínico Randomizado


- Estudo de Coorte
Presença de um grupo-controle
- Estudo Caso Controle = comparação resultados
- Estudo Transversal

Subordinadas a uma ou mais questões científicas, as HIPÓTESES, que


relacionam eventos:

EXPOSIÇÃO DOENÇA
(a causa) (o efeito)

Var. resposta
Fator de risco
Var. dependente
Variável determinante
Predita
Var. independente
Preditora
ESTUDOS ANALÍTICOS

- Ensaio Clínico Randomizado


- Estudo de Coorte
Presença de um grupo-controle
- Estudo Caso Controle = comparação resultados
- Estudo Transversal

Subordinadas a uma ou mais questões científicas, as hipóteses, que


relacionam eventos:

EXPOSIÇÃO DOENÇA
(a causa) (o efeito)

Obesidade Diabetes Var. resposta


Fator de risco
Fumo Câncer Var. dependente
Variável determinante
Predita
Vacina Var. independente Prevenção
Preditora
Medicamento Cura
ESTUDOS ANALÍTICOS

Esquema de investigação de uma relação exposição-doença

Estudo de Coorte*
EXPOSIÇÃO DOENÇA
(a causa) (o efeito)

O modo como se observa as populações


distingue os diferentes desenhos
* O mesmo ocorre no ensaio clínico de estudo observacional
ESTUDOS ANALÍTICOS

Esquema de investigação de uma relação exposição-doença

EXPOSIÇÃO DOENÇA
(a causa) (o efeito)
Estudo de Caso Controle

O modo como se observa as populações


distingue os diferentes desenhos
de estudo observacional
ESTUDOS ANALÍTICOS

Esquema de investigação de uma relação exposição-doença

EXPOSIÇÃO DOENÇA
(a causa) (o efeito)

Estudo Transversal**

O modo como se observa as populações


distingue os diferentes desenhos
de estudo observacional

** Exposição e doença são investigadas simultaneamente


ESTUDOS ANALÍTICOS

Esquema de investigação de uma relação exposição-doença

Estudo de Coorte*
EXPOSIÇÃO DOENÇA
(a causa) (o efeito)
Estudo de Caso Controle

Estudo Transversal**

O modo como se observa as populações


distingue os diferentes desenhos
* O mesmo ocorre no ensaio clínico de estudo observacional

** Exposição e doença são investigadas simultaneamente


ANÁLISE DOS DADOS
TABELA PADRÃO PARA A APRESENTAÇÃO DOS DADOS:
__________________________________________________________________
Exposição Doença
ao fator Sim Não Total*
__________________________________________________________________
Sim a b a+b

Não c d c+d
__________________________________________________________________
Total a+c b+d N
__________________________________________________________________

a = número de indivíduos expostos e doentes


b = número de indivíduos expostos e não doentes (sadios)
c = número de indivíduos não-expostos e doentes
d = número de indivíduos não-expostos e sadios
N=a+b+c+d
* coluna de total é desnecessária em estudos de caso-controle
ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Ho: A = B Quais são os efeitos da intervenção ?

H,: A  B

MEDICAMENTO “A” INTERVENÇÃO MEDICAMENTO “B”


(PLACEBO)
Escolha Aleatória:
formar grupos com
características semelhantes

GRUPO (n1) GRUPO (n2)

CURA DOENTE CURA DOENTE


ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
condições éticas

Aspectos Legais: Resolução CNS no.466, 12/12/12.

Aspectos Morais (deveres):


Institucionais: a honestidade; a sinceridade; a competência; a
aplicação; a lealdade e a discrição.
Sociais: a veracidade, a não maleficência e a justiça.
Profissionais: pesquisa adequada e independente, além de buscar
aprimorar e promover o respeito à sua profissão.

Aspectos Éticos:
Projeto: Comitê de Ética em Pesquisa.
Conflito de interesses.
Abordagem junto ao entrevistado:
objetivos gerais da pesquisa;
caráter confidencial das informações; e
necessidade do consentimento para participar do estudo = Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
condições éticas

Aspectos Éticos:

Evitar o uso de dados para fins diferentes do autorizado.

As amostras biológicas de sangue, material genético, tecidos e


outros, deverão ser utilizados exclusivamente para os fins
autorizados.

Os resíduos biológicos devem ser manipulados de acordo com as


normas vigentes.

É responsabilidade do pesquisador assegurar a qualidade dos


dados: sistema de controle de qualidade.

Após coleta dos dados, seu manejo, análise e interpretação devem


seguir o que foi estabelecido no protocolo de estudo.
ANÁLISE DOS DADOS - ENSAIO CLÍNICO
RANDOMIZADO

INVESTIGAÇÃO SOBRE A EFICÁCIA DE UMA VACINA QUANDO


COMPARADA COM PLACEBO
____________________________________________________________________
Grupos Casos Doentes
Sim Não Total Incidência (%)
____________________________________________________________________
Vacinados 20 980 1.000 02

Não vacinados 100 900 1.000 10


____________________________________________________________________
Total 120 1.880 2.000 06
____________________________________________________________________

Risco Relativo = Ie / Iñe = 2/10 = 0,2


Intervalo de confiança a 95% para o RR: {0,12 - 0,32}

Eficácia da vacina = [(10-2)/10] x 100 = 80%


ANÁLISE DOS DADOS - ENSAIO CLÍNICO
RANDOMIZADO

INVESTIGAÇÃO SOBRE A EFICÁCIA DE UMA VACINA QUANDO


COMPARADA COM PLACEBO
____________________________________________________________________
Grupos Casos Doentes
Sim Não Total Incidência (%)
____________________________________________________________________
Vacinados 20 980 1.000 02

Não vacinados 100 900 1.000 10


RISCO RELATIVO:
____________________________________________________________________
Total 120 1.880 2.000 R<1 associação
06 de proteção
R=1 não há associação
____________________________________________________________________
R> 1 há associação
Risco Relativo = Ie / Iñe = 2/10 = 0,2
Intervalo de confiança a 95% para o RR: {0,12 - 0,32}

Eficácia da vacina = Iñe-Ie/Iñe = [(10-2)/10] x 100 = 80%


ESTUDO TRANSVERSAL
(individuado,observacional,seccional)
Formação dos grupos por observação simultânea
de exposição e doença

D
E
ND Quais são as frequências
N (A) dos eventos ?

Amostras representativas Estão a exposição e a doença


da população: caráter D associados ?
aleatório NE
ND

“Investigações que produzem “instantâneos” da situação de


saúde de uma população ou comunidade, com base na avaliação
individual do estado de saúde de cada um dos membros do
grupo, e daí produzindo indicadores globais de saúde para o
grupo investigado.”
(Almeida Filho & Rouquaryol, 1999)
ANÁLISE DOS DADOS - ESTUDO TRANSVERSAL:

INVESTIGAÇÃO SOBRE A ASSOCIAÇÃO ENTRE MIGRAÇÃO E


DOENÇA MENTAL EM ADULTOS DE MEIA IDADE
__________________________________________________________________
Migração Doença Mental Prevalência
Sim Não Total de doença mental (%)
__________________________________________________________________
Migrantes 18 282 300 6

Não-migrante 21 679 700 3


__________________________________________________________________
Total 39 961 1.000 4
__________________________________________________________________

Risco: Razão de Prevalências (RP)


RP = 6 /3 = 2
Intervalo de confiança a 95% para o RP: {1,03 - 4,11}
ESTUDO TRANSVERSAL: VANTAGENS

• Simplicidade e baixo custo.


• Rapidez: dados se referem a um único momento e coleta em curto
intervalo de tempo.
• Objetividade na coleta dos dados: contato examinador-
examinado.
• Não há necessidade de seguimento das pessoas.
• Facilidade para obter amostra representativa da população.
• Utilizado para estudar doenças de longa duração ou cujas
manifestações se desenvolvem lentamente (doenças crônicas,
problemas de desnutrição ou má nutrição por excesso etc.).
• Boa opção para descrever as características dos eventos na
população, para identificar casos na comunidade e para detectar
grupos de alto risco.
• Único tipo de estudo possível de realizar, em numerosas
ocasiões, para obter informação relevante, em limitação de tempo
e de recursos.
ESTUDO TRANSVERSAL: LIMITAÇÕES

• Condições de baixa prevalência exigem amostra de grande


tamanho.
• Possibilidade de vieses: seleção, informação, aferição.
• Dados de exposição atual podem não representar a exposição
passada.
• A relação cronológica entre os eventos (sequência temporal)
pode não ser facilmente detectável: os eventos sofrem
mudanças com o passar do tempo.
• A associação entre exposição e doença, se detectada, refere-se
à época de realização do estudo e pode não ser a mesma da
época de aparecimento da doença.
• Não determina risco absoluto (incidência).
ESTUDO COORTE (follow up)

N (S) D
E
ND ND

O mais homogêneo heterogêneo


possível D
NE
ND

Quais são os efeitos da exposição


ao fator de risco ?
ANÁLISE DOS DADOS - ESTUDO COORTE

INVESTIGAÇÃO SOBRE A ASSOCIAÇÃO ENTRE EXERCÍCIO


FÍSICO E MORTALIDADE POR CORONÁRIOPATIA EM ADULTOS
DE MEIA-IDADE
__________________________________________________________________
Atividade física Óbitos Taxa de
Sim Não Total mortalidade p/mil
__________________________________________________________________
(Sedentário) 400 4.600 5.000 80

(Não-sedentário) 80 1.920 2.000 40


__________________________________________________________________
Total 480 6..520 7.000 69
__________________________________________________________________

Risco Relativo = Ie / Iñe = 80/40 = 2


Intervalo de confiança a 95% para o RR: {1,50 - 2,53}
ANÁLISE DOS DADOS - ESTUDO COORTE

INVESTIGAÇÃO SOBRE A ASSOCIAÇÃO ENTRE EXERCÍCIO


FÍSICO E MORTALIDADE POR CORONÁRIOPATIA EM ADULTOS
DE MEIA-IDADE
__________________________________________________________________
Atividade física Óbitos Taxa de
Sim Não Total mortalidade p/mil
__________________________________________________________________
(Sedentário) 400 4.600 5.000 80

(Não-sedentário) 80 RISCO
1.920 2.000RELATIVO: 40
R<1 associação de proteção
__________________________________________________________________
Total 480 R=1 não
6..520 7.000há associação
69
__________________________________________________________________
R> 1 há associação (risco)
Risco Relativo = Ie / Iñe = 80/40 = 2
Intervalo de confiança a 95% para o RR: {1,50 - 2,53}
CARACTERÍSTICAS ESTUDOS COORTE

• Em geral, duram muito tempo, tem um custo elevado e sua


organização é complexa.

• Geralmente são úteis só para estudo etiológico de patologias


relativamente comuns.

• O tamanho da amostra impede recolher dados muito


detalhados sobre cada participante.

• Permite estudar várias patologias ao mesmo tempo.

• Está menos sujeito a fatores de confusão.


ESTUDO CASO CONTROLE

Origem dos casos: casos prevalentes ou incidentes


E

D
NE Quais são as causas
[N] (S) do agravo à saúde ?
E
(A) ND
NE

Uma amostra da base populacional


é selecionada para formar o grupo controle

• GRUPO (IDEAL) DE CASOS: máxima homogeneidade quanto: a) critérios diagnósticos; b) estágio


da doença; c) variantes ou tipos clínicos, fonte de casos (pacientes atendidos em um ou mais
serviços médicos ou doentes encontrados na população geral ?)

• CONTROLES: máxima similaridade (idade, sexo, condição socioeconômica etc.), exceto pelo critério
de presença ou ausência da doença/agravo
ESTUDO CASO CONTROLE

Origem dos casos: casos prevalentes ou incidentes


E

D
NE Quais são as causas
[N] (S) do agravo à saúde ?
E
(A) ND
NE
Uma amostra da base populacional
é selecionada para formar o grupo controle

ASSOCIAÇÃO ENTRE FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS E MORTALIDADE INFANTIL POR


DIARRÉIA, PNEUMONIA E DESNUTRIÇÃO EM REGIÃO METROPOLITANA DO SUDESTE
DO BRASIL. (França, E. et al. Cad. Saúde Pública, 17(6):1437-47)

• Casos = todas as crianças que morreram com 28 dias de idade a menos de um ano, tendo como
causa básica do óbito a diarreia, a pneumonia ou a desnutrição.
• Controles = para cada óbito foi selecionado um controle domiciliar vizinho ao caso, emparelhado
por idade, sem história de doença grave nos últimos trinta dias.
ANÁLISE DOS DADOS - ESTUDO CASO CONTROLE

INVESTIGAÇÃO SOBRE A ASSOCIAÇÃO ENTRE


TOXOPLASMOSE (protozoonose) E DEBILIDADE MENTAL DE
CRIANÇAS
__________________________________________________________________
Sorologia Positiva Deficiência Mental
p/ toxoplasmose Sim Não
__________________________________________________________________
Sim 45 15

Não 255 285


__________________________________________________________________
Total 300 300
__________________________________________________________________

Risco estimado pelo Odds ratio (ou razão dos produtos cruzados)
OR = (a x d) / (b x c) = (45 x 285) / (15 x 255) = 3,35
Intervalo de confiança a 95% para o OR: {1,76 - 6,46}
ANÁLISE DOS DADOS - ESTUDO CASO CONTROLE

INVESTIGAÇÃO SOBRE A ASSOCIAÇÃO ENTRE


TOXOPLASMOSE (protozoonose) E DEBILIDADE MENTAL DE
CRIANÇAS
__________________________________________________________________
Sorologia Positiva Deficiência Mental
p/ toxoplasmose Sim Não
__________________________________________________________________
Sim 45 15

Não 255 285 Ratio:


Odds
__________________________________________________________________
Estima a chance de ocorrência
Total 300
de300
uma doença
__________________________________________________________________

Risco estimado pelo Odds ratio (ou razão dos produtos cruzados)
OR = (a x d) / (b x c) = (45 x 285) / (15 x 255) = 3,35
Intervalo de confiança a 95% para o OR: {1,76 - 6,46}
CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS CASO CONTROLE

• Em geral, são breves, relativamente econômicos e de fácil


realização.

• Pode ser o único método para o estudo etiológico de


patologias raras (baixa incidência e/ou período de latência
prolongado).

• Permite coletar informação específica e detalhada sobre cada


indivíduo incluído no estudo.

• Por definição estuda só uma patologia ou grupo de patologias.

• Está mais sujeito a fatores de confusão.


ANÁLISE DOS DADOS - FATORES DE CONFUSÃO

HÁBITO DE FUMAR CÂNCER DE OROFARINGE

SEXO

IDADE

CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS

CERTO TIPO DE OCUPAÇÃO

ALIMENTAÇÃO CONDIMENTADA
ANÁLISE DOS DADOS - FATORES DE CONFUSÃO

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA BRONQUITE CRÔNICA

SEXO

IDADE

HÁBITO DE FUMAR

CLASSE SOCIAL
ESTUDO ECOLÓGICO
(agregado, transversal, observacional)

D1 Unidade de observação: GRUPO DE INDIVÍDUOS


N1
E1

D2
N2
E2

D3
N3 Os indicadores de cada área constituem-se em
E3 médias referentes à sua população total, tomada
como um agregado integral
Dn
Nn
En
ANÁLISE DE DADOS - ESTUDO ECOLÓGICO

Exposição Doença
ao fator Sim Não Total

Sim a? b? a+b

Não c? d? c+d

Total a+c b+d N

a = número de indivíduos expostos e doentes


b = número de indivíduos expostos e não doentes (sadios) Não se conhece a distribuição
c = número de indivíduos não-expostos e doentes conjunta da exposição e da doença
d = número de indivíduos não-expostos e sadios no nível individual
N=a+b+c+d
? = informações desconhecidas
ESTUDOS ECOLÓGICOS - SUBTIPOS

• INVESTIGAÇÕES DE BASE TERRITORIAL - utilizam uma referência


geográfica para a definição das suas unidades de informação, em
qualquer nível de abrangência (p.ex. bairros, distritos, municípios,
estados, nações, continentes).
Nogueira, Maria José et al. Análise
da distribuição espacial da gravidez
adolescente no Município de Belo
Horizonte - MG.
Rev. bras. epidemiol., Set 2009,
vol.12, no.3, p.297-312.
Partindo da premissa de que a
maternidade precoce não acontece
de forma aleatória no interior da
sociedade, buscou-se identificar
a dependência espacial da
gravidez na adolescência com
aspectos socioeconômicos e de
vulnerabilidade social.

Constatou-se a presença de
conglomerados com altas
proporções de mães adolescentes
em associação com as piores
condições socioeconômicas e
uma menor proporção de mães
adolescentes em setores de
melhores condições.
ESTUDOS ECOLÓGICOS - SUBTIPOS

• ESTUDOS DE AGREGADOS INSTITUCIONAIS - tomam


organizações coletivas de qualquer natureza como referência para a
definição da sua unidade de informação.

- Pesquisa comparativa das situações de saúde em uma amostra de


FÁBRICAS.

- Análise da distribuição de uma dada patologia entre ESCOLAS.

- Estudo que avalia o perfil epidemiológico das PRISÕES em uma


região.

- UNIDADES DE SAÚDE - associação entre indicadores de morbidade


ou desempenho e variáveis microcontextuais como org. do trabalho,
estrutura geral ou volume de investimentos.
Buscou-se traçar possíveis associações
da qualidade da água para consumo
humano com a ocorrência de casos de
diarreia utilizando o Programa de
Monitorização da Doença Diarreica
Aguda, no ano de 2004, no município de
Vitória, capital do Estado do Espírito
Santo.

Queiroz, Josiane Teresinha Matos de, Heller, Léo and Silva, Sara Ramos da. Análise da correlação de ocorrência da doença
diarreica aguda com a qualidade da água para consumo humano no município de Vitória-ES. Saude soc., Set 2009,
vol.18, no.3, p.479-489.
Foram encontradas associações com significância estatística para a ocorrência de diarreia com
os parâmetros de turbidez, coliformes totais e termotolerantes. Os resultados apontam para a
necessidade de maior cuidado na rede de distribuição de água

Queiroz, Josiane Teresinha Matos de, Heller, Léo and Silva, Sara Ramos da. Análise da correlação de ocorrência da doença
diarreica aguda com a qualidade da água para consumo humano no município de Vitória-ES. Saude soc., Set 2009,
vol.18, no.3, p.479-489.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Pereira, MG. Métodos empregados em epidemiologia. In:


______ Epidemiologia Teórica e Prática. Rio de Janeiro:
Gunabara Koogan, 2000. p.269-288.

• Rouquaryol, MZ. & Almeida Filho, N. Desenhos de pesquisa em


epidemiologia. In: _____ Epidemiologia e saúde. Rio de
Janeiro: Medsi, 1999. p.149-170.

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