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Universidade Estadual da Paraíba - UEPB

Centro de Ciências e Tecnologia – CCT


Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental –
DESA
Aula II – Sistemas de Esgotamento
Sanitário

SISTEMAS DE
ESGOTO
Professora: Ruth Silveira do Nascimento
Material adaptado da Profa. Alessandra Santos
Sistemas de Esgotamento Sanitário

Homem – Hábitos sedentários, convívio


em coletividade

Fezes e urina
Transporte: homens e animais.

Crescimento das aglomerações urbanas

Necessidade de soluções rápidas e eficientes


“Constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações
operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final
adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu
lançamento final no meio ambiente” (BRASIL, 2007).

Higiene

Socio-
Ambiental
econômico

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Sistema de Esgotamento Sanitário

“É o conjunto de condutos, instalações e


equipamentos destinados a coletar, transportar,
condicionar e encaminhar, somente esgoto sanitário,
a uma disposição final conveniente, de modo
contínuo e higienicamente seguro.”
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RAZÕES PARA CONSTRUIR UM SES

• Reduzir o custo do tratamento da água e a


indisponibilidade desse recurso para diversos
usos.
RAZÕES PARA CONSTRUIR UM SES
Eventos internacionais
Sec. VI ac.– Cloaca máxima em Roma (1º sistema de esgotamento sanitário planejado)
Início do Sec. XIX – Primeiros eventos de epidemia (devido ao crescimento e
adensamento populacional)
1815 – Utilização de sistemas pluviais como transporte de efluentes domésticos em
Londres (sistema unitário)
1822 – Primeiro levantamento sanitário do Rio Tâmisa
1854 – Comprovação por John Snow da relação entre abastecimento de água e
enfermidades
1872 – Descoberta do tanque séptico por Jean Louis Mouras
Até 1880 – Expansão do sistema unitário no mundo
1879 - Início da prática do sistema separador absoluto em Memphis
Final do Sec. XIX – Expansão da técnica do sistema separador absoluto

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Eventos nacionais
1857 – 1º sistema de esgotamento sanitário, instalado no Rio de Janeiro
(sistema unitário)
1876 – 1º sistema de esgotamento sanitário de São Paulo
1897 – 1ª cidade projetada com sistema de esgotamento sanitário (Belo
Horizonte)
1898 – 1º estudo da qualidade da água do Rio Tietê
1912 – Introdução do sistema separador absoluto, em São Paulo
1938 – Primeira ETE do país, em São Paulo

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Finalidades do Sistema de
Esgotamento Sanitário
O que dificulta a implantação do SES?

➢Falta de planejamento e altos custos de implantação.

Coleta

Primeira atividade para afastar os dejetos e os


microrganismos patogênicos presentes no esgoto sanitário.

Analisada de forma integrada a um sistema, para definir o


que coletar, como transportar e em que local tratar ou
descartar.
CUSTOS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DAS REDES
COLETORAS DE ESGOTO

9,2 %
Sistemas de coleta e transporte dos esgotos
Sistema
individual

Esgotamento Sistema
unitário

Sistema Sistema
coletivo convencional

Sistema
separador

Sistema
condominial
Sistema de Esgotamento Sanitário

Individual

Caracterizado pela coleta e/ou tratamento de


pequena contribuição de esgoto sanitário
proveniente de imóveis domiciliares, comerciais
e públicos de locais normalmente desprovidos
de coleta de esgoto.
Sistema Individual
Falta de rede coletora de esgoto sanitário nas
comunidades urbanas
Tanque Séptico

Efluentes

Grande concentração de matéria orgânica, sólidos e


microrganismos
Desenho 1-Lançamento de efluente de tanque séptico diretamente no
corpo d’água(a) e na rede de drenagem(b).
Sistema Individual

Quanto maior o número de tanques


sépticos, maior serão os custos de
implantação e manutenção do sistema
individual.

Tratamento do esgoto em sistemas


individuais apresenta eficiência menor do
que a obtida em sistemas coletivos.
Sistema Coletivo
Crescimento populacional

SES Coletivo

✓Adequado em locais de médio ou grande


adensamento populacional
SES Coletivo

Constituído por:
Unidade de coleta

Elevação

Tratamento

Destino final
Sistema Esgotamento Sanitário Convencional
Unidade de coleta
Finalidade:
O rápido afastamento do esgoto sanitário do
ponto de geração

Formada pelas ligações, coletores e órgãos


acessórios que recebem e transportam o
esgoto

Indo do coletor até unidade de tratamento


ou destino final
DESTINO DO ESGOTO

ESGOTOS DOMÉSTICOS Soluções sanitárias


ETE

sistemas individuais sistemas coletivos

privada com fossa seca


com água sem água privada com fossa
estanque
privada com fossa de
Fossa séptica
fermentação
privada química
no solo em água de superfície

Sumidouro valas de infiltração


valas de filtração filtro anaeróbico

fossa negra
Soluções não- privada sobre curso d’água
sanitárias privada sem fossa
privada de vaso sanitário
DESTINO DO ESGOTO – SOLUÇÕES NÃO SANITÁRIAS
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
SEM ÁGUA - SOLUÇÕES SANITÁRIAS
• Privada com fossa seca é uma fossa escavada no solo
destinada a receber os dejetos diretamente sem descarga
de água.
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
SEM ÁGUA - SOLUÇÕES SANITÁRIAS
Privada com fossa seca

Localização: Distante de poços e fontes e em cota inferior a esses mananciais, a


fim de evitar a contaminação dos mesmos. A distância varia com o tipo de solo e
deve ser determinada localmente. Distância mínima de 15 metros.
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
SEM ÁGUA - SOLUÇÕES SANITÁRIAS

• Privada com fossa


estanque é constituída por um
tanque de concreto ou alvenaria,
destinado a receber os dejetos,
diretamente, sem descarga de
água, em condições idênticas à
privada de fossa seca. O tanque
deverá ter capacidade em torno
de 1000 litros e perfeitamente
impermeabilizado.
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
SEM ÁGUA - SOLUÇÕES SANITÁRIAS

• Privada com fossa de fermentação consta essencialmente de


duas câmaras (tanques) contíguas e independentes destinadas a
receber os dejetos.
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
SEM ÁGUA - SOLUÇÕES SANITÁRIAS

• Privada química é
constituída de um tanque
cilíndrico de aço
inoxidável, contendo
soda cáustica (NaOH),
destinado a receber os
objetos diretamente de
uma bacia sanitária
comum.
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
FOSSA SÉPTICA
As águas servidas sofrem a ação das bactérias anaeróbias.

Sob ação das bactérias, parte da matéria orgânica sólida é


convertida em gases ou em substâncias estáveis que, dissolvidas
no líquido contido na fossa, são esgotados e lançados nos terrenos.

Durante o processo, depositam-se, no fundo da fossa, as partículas


minerais sólidas (lodo) e forma-se, na superfície do líquido, uma
camada de escuma ou crosta constituída de substâncias insolúveis
mais leves que contribui para evitar a circulação do ar, facilitando a
ação das bactérias.
FOSSA SÉPTICA

Funcionamento de uma fossa séptica


FOSSA SÉPTICA

• Os poços sépticos devem ser localizados, de preferência, na frente das


edificações. Isto facilita a limpeza e a futura ligação.
FOSSA SÉPTICA
A norma 7229/93 recomenda a utilização dos seguintes tipos de Fossas:
FOSSA DE CÂMARAS EM SÉRIE
FOSSA DE CÂMARAS SOBREPOSTAS
FOSSA SÉPTICA
Dimensionamento das fossas sépticas de câmara única.

O volume útil é calculado pela fórmula:

V = N (CT + 100 Lf)


onde:
V = volume útil, em litros;
N = número de contribuintes;
C = contribuição de despejos (litros/pessoa por dia) (Tabela
10.1)
T = período de detenção em dias (Tabela 10.2);
Lf = contribuição de lodo fresco (litros/pessoa por dia)
(Tabela 10.1)
FOSSA SÉPTICA

Tabela 10.2 – Período de detenção (T)

Tabela 10.1 – Contribuições unitárias de esgotos


(C) e de lodo (Lf) por tipo de prédios e de
ocupantes
FOSSA SÉPTICA
DIMENSIONAMENTO

O volume mínimo admissível é de 1.250 litros

▪ Para as fossas cilíndricas:

a) diâmetro interno mínimo (d) = 1,10 m


b) profundidade útil mínima (h) = 1,10 m
c) d ≤ 2h

▪ Para as fossas prismáticas retangulares:

a) largura interna mínima (b) = 0,70 m


b) relação entre comprimento(L) e largura(b): 2 ≤ L/b ≤ 4
c) profundidade útil mínima (h) = 1,10 m
d) b ≤ 2h
FOSSA SÉPTICA
DIMENSIONAMENTO
Dimensione uma fossa séptica de câmara única para atender a
320 pessoas de um prédio de apartamentos.
- Numero de pessoas: N = 320
- Contribuição de despejo: C = 200 Área da fossa:
- Contribuição de lodo fresco: Lf = 1
A = V/h = 64/2 = 32 m2
Volume útil da fossa:
Comprimento: L = 9 m
V = N(CT + 100Lf) (adotado)
V = 320 (200 x 0,50 +
100 x 1) Largura: b = 32/9 = 3,55 m
V = 64 000 L
Forma: prismática retangular; Relação comprimento largur
L/b = 9/3,55 = 2,53
profundidade útil: 2,00 m 2 ≤ L/b ≤ 4
(adotado) 2 ≤ 2,53 ≤ 4
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
SUMIDOURO

É um poço destinado a receber o efluente da


fossa séptica e a facilitar sua infiltração subterrânea.

• Os sumidouros também conhecidos


como poços absorventes, são
escavações feitas no terreno para
disposição final do efluente de tanque
séptico, que se infiltram no solo pela
área vertical (parede).

• O sumidouro tem a função de


infiltrar o esgoto no solo. Assim, não
interessa seu volume, e sim a área de
contato entre o solo e as paredes do
sumidouro.
SUMIDOURO
Havendo necessidade de redução da altura útil do sumidouro em função
da proximidade do nível do lençol freático, poderá reduzir a altura do
mesmo, aumentando o número destes, a fim de atender a área vertical
(parede), inicialmente calculada.

Os sumidouros devem ficar afastado entre si a


uma distância mínima de 1,50m.
SUMIDOURO
• O menor diâmetro do sumidouro deve ser de 0,30 m;

• A altura útil do sumidouro deve ser determinada de modo a


manter distância vertical mínima de 1,50 m entre o fundo do poço e o
nível máximo do lençol freático.
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
VALA DE INFILTRAÇÃO

Método de disposição de efluentes, que consiste na sua percolação no solo,


onde ocorre a depuração por processos físicos (retenção de sólidos),
químicos (adsorção) e bioquímicos (oxidação).

Constituída,de tubos perfurados, envolvidos com pedras britadas e


alinhados no interior de valas recobertas com solo. O conduto distribui o
efluente ao longo da vala, propiciando sua infiltração subsuperficial.
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
VALA DE INFILTRAÇÃO
VALA DE INFILTRAÇÃO

• Comprimento Máx. = 30m.


• O espaçamento Mín. entre
valas = 1,0m.

• Número Mín. de valas = 2.


• O comprimento é
determinado em função da
capacidade de absorção do
terreno.
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
VALA DE FILTRAÇÃO

Os sistemas de valas de filtrações são constituídos de duas


canalizações superpostas, com a camada entre as mesmas ocupada
com areia.
VALA DE FILTRAÇÃO

• A tubulação de distribuição do
efluente deve ser assentada sobre
a camada de areia.

•Assim, uma camada de cascalho


ou pedra britada é colocada sobre
a tubulação de distribuição,
recoberta em toda a extensão da
vala.

• Uma camada de terra deve


completar o enchimento da vala.
SISTEMAS INDIVIDUAIS DE DESTINAÇÃO DE ESGOTO
FILTRO ANAERÓBIO
Unidade de tratamento biológico do efluente da fossa séptica de fluxo
ascendente, em condições anaeróbias, cujo meio filtrante mantém-se
afogado.
FILTRO ANAERÓBIO

• O leito filtrante deve ter altura


(a) igual a 1,20 m, que é constante
para qualquer volume obtido no
dimensionamento.

•O material filtrante deve ter a


granulometria mais uniforme possível,
podendo ser adotada a pedra britada
n° 4.

• A profundidade útil (h) do filtro


anaeróbio é de 1,80 m para qualquer
volume de dimensionamento.
EFICIÊNCIA DAS UNIDADES DE TRATAMENTO
OBRIGADA!

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