Professional Documents
Culture Documents
de Música
M
A utilização dos métodos ativos em sala de aula não pode ser uma escolha impositiva. Cada
professor irá escolher aquele mais adequado ao tipo de trabalho que ele pretende fazer e
acima de tudo:
No trabalho em sala de aula devemos estar sempre focados no que determina os Parâmetros
Curriculares acerca da função da música no ambiente escolar, mas não podemos perder de vista
uma verdade que os currículos não nos mostram ou preferem deixar latente, a sensibilização do
aluno ao mesmo tempo que irá desenvolver a criança integralmente, tanto nas dimensões afetiva,
cognitiva, motora e social (SUGAHARA,2014).
Pensando no que vocês possam pretender com cada método vamos dar uma repassada nas
características de cada um deles.
agem 1: Fonte: Ivan Veras. Imagem capturada de um vídeo. Imagem 2: Fonte: Ivan Veras.Imagem capturada de um Imagem : Fonte: Ivan Veras. Imagem capturada de
vídeo. um vídeo.
Dalcroze afirmava que era o ritmo, o facilitador e o organizador da prática dos elementos musicais
pela criança e o que lhe tocava de imediato a sensibilidade.
SOBRE O MÉTODO DE EDGAR WILEMS:
Ele pregava que a educação musical estava à disposição de todos, independente do talento
musical.
Seu método buscava desenvolver o ouvido, o senso rítmico fornecendo as bases para
que o aluno possa solfejar, tocar um instrumento ou utilizá-lo em qualquer disciplina musical.
Para qualquer meio que fosse extra-musical estava fora do seu método, não era usado nem
como referência de base, ponto de partida. Todos os elementos constantes são inspirados na
música.
a metodologia está dividida em uma série de fases fundamentais:
Uma outra grande dificuldade que pode surgir é tocar o método, conseguir
fazer um trabalho musical sem instrumentos, como ele utilizava. Ai, mais
uma vez, a criatividade tem que entrar em cena e que professor e aluno
possam conduzir o trabalho com o que estiver à mão.
Para proporcionar um desenvolvimento auditivo pleno das crianças, Willems pesquisou várias
fontes sonoras criteriosamente passou a empregar algumas em seu trabalho, sugerindo seu
uso por outros professores:
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-OejwKbd9nUw/UqCw98m4zAI/AAAAAAAAAGg/bgiczIu-ZIk/s1600/manossolfa_Kodaly.png
Muitos dos métodos que foram escritos por Ádám durante o
tempo em que trabalharam juntos acabaram sendo adotados
por Kodály e passaram a fazer parte de sua metodologia.
E com base em suas pesquisas sobre o folclore do seu povo ele elegeu o canto como a principal
ferramenta do método, todos os seres humanos saudáveis podem cantar, e assim a prática musical
se torna acessível a todos, diferente de tocar um instrumento , onde nem todos podem adquirir um
ou ter condições de aprender o instrumento escolhido.
Outra proposta considerada um dos pilares do método Kodály foi a do Solfejo
Relativo ( conhecido como Dó-móvel ou tonic-solfa), que tem sua gênese ligada ao
sistema hexacordal criado no século XI pelo monge beneditino Guido de Arezzo.
Esse sistema ganhou projeção dentro e fora da Hungria ao ser adotado por Kodály.
Ele conheceu o Dó-móvel na Inglaterra onde o mesmo já era usado a um certo
tempo.
A questão rítmica foi outro aspecto da sua metodologia que ganhou especial atenção. Foi adotada
a Silabação Rítmica. Na silabação as figuras são representadas po silabas: “ta” para semínima,
“ta-te” para colcheia, “ta-fa-te-fe” para semicolcheia. Kodály dizia que o contato do aluno com a
silabação deveria ser lúdica, que proporcionasse um aprendizado natural, intuitivo e
prazeroso ( COSTA E SILVA,2013)
Em meados da década de 1930, Kodály e Jenö estiveram a frente do projeto de
longo prazo que visava reformular a educação musical nas escolas húngaras.
Onde obtiveram pleno êxito.
O que conhecemos como Método Kodály e uma coletânea de 22 obras que vão
das Canções de Berçario para crianças a partir do 3 anos de idade até os
Epigramas para duas vozes e piano, que em geral é utilizado nos
conservatórios e cursos superior de Música.
SOBRE O MÉTODO ORFF:
Profuso compositor e pedagogo, Orff afirmava que o texto, por sua importância,
teria a primazia sobre a melodia. Ambos seriam unidades indissociáveis, tanto
que se o texto sofresse tradução sua relação com a melodia estaria
comprometida.
Na década de 1920, Carl Orff começou a se dedicar a área da arte educação. Em 1924
fundou a Escola Günther (Günther – Schule München), cuja a proposta pedagógica era
fundir música e movimento. Para concretizar essa proposta Carl Orff se juntou à ginasta e
artista plástica Dorothee Günther.
Orff nesta escola desenvolveu o conceito de uma música primeva, uma forma de reunir todos os
elementos da música , da linguagem e do movimento.
Nos anos 1930 ele se dedicou a um novo projeto voltado para o ensino de música. Incentivado
por amigos, dentre eles podemos citar Curt Sachs que além de musicólogo é o fundador da
Organologia, ele se aproxima da música “não-europeia”, se familiariza com toda a gama de
instrumentos utilizados e que serviu de base para que Orff criasse sua coleção de
instrumentos que hoje conhecemos como Instrumental Orff (Esses instrumentos e sua
proposta deram origem ao Müsik für Kinder (música para crianças) e dessa proposta surge o
Método Orff ou Orff – Schulwerk )
Quando retornou ao Japão após a Segunda Guerra Mundial, uma indagação o intrigava: “Todos
nascemos com o mesmo talento para a música?
Para responder a essa interrogação ele se valeu do axioma:” o único aprendizado satisfatório, que
o homem realiza com prazer é o da língua materna(ÁVILA,2014,aula6,p.2).
A partir dai ele passou a se perguntar como as crianças adquiriam o domínio do idioma muito
antes de adquirir a capacidade de ler e escrever.Ele depois de muito elucubrar sobre o assunto
chegou à conclusão que isso acontecia pela: imitação, pelo estímulo e pelo amor.
Estava assim estipulada a proposta tríptica do seu método de ensino de música.
O Método Suzuki, um dos mais reconhecidos
sistemas de ensino-aprendizagem musical não
tem sua prática relacionada com o ensino na
escola regular ( ÁVILA, 2014).
Mas a sua filosofia acerca do ensino de música possui pontos que
podem ser aplicados no universo escolar regular e, com algumas
adaptações, as atividades práticas com base no seu método são
possíveis.
Mais do que a metodologia prática desse método vamos exemplificar um pouco da sua
filosofia e suas experiências nas aulas de violino com o grande professor Karl Klinger
durante os anos em que esteve na Alemanha que Suzuki cita no seu livro “Educação é
Amor: um novo método de educação”(1983).
“Sabe-se que a competência musical precoce apresenta-se nos indivíduos já quando estes são
bebês. As crianças normais cantam e balbuciam. Podem emitir sons individuais, produzir padrões
ondulantes, imitar padrões prosódicos e sons cantados por outros com precisão tal que afasta a
mera produção aleatória de sons” (GARDNER, 1994,p.85).
Nesse aspecto Gardner e Suzuki tem pensamentos semelhantes. Suzuki antes de mais nada almejou
com a sua filosofia uma formação integral do ser humano.
Mas Gardner, que propôs a Teoria das Múltiplas Inteligências (dentre ela a inteligência musical)
se preocupava com algumas propostas contidas no Método Suzuki, que eram limitadoras. Dentre
elas o caráter limitado do repertório Suzuki, e sobre isso ele expressou o que lhe preocupava:
As crianças ficam com a impressão de que o importante em música é repetir um som assim
como ouviu e não modificá-lo de nenhuma maneira. Não é de se admirar que poucos, se é que
há, alunos treinados por Suzuki, mostram alguma inclinação pela composição. Até a idéia de
uma outra possibilidade, a de decompor uma peça até chegar às suas próprias variações
preferidas, é evitada nessa tão alta forma imitativa de ensinar (GARDNER, 1994,p.86).
A preocupação do psicólogo americano procede, mas o Método Suzuki, como outros métodos ativos,
abrem espaço para que o professor possa evitar limitações.
Ele era defensor da proposta de que o aluno deveria ter flexibilidade e liberdade de movimentos,
em todas as aulas os alunos tocavam em pé para proporcionar aos mesmos essa mobilidade.
Suzuki era um idealista, cria no homem e na educação. Para ele, o papel do professor não se
restringe a ensinar música ao aluno, mas tem o papel de ajudar a criança a cultivar a
espiritualidade que lhe permita observar o mundo musical. Seu objetivo principal não é o
ensino do instrumento propriamente dito, mas a educação musical da criança ( ÁVILA,2014).
“Se o educador tiver conhecimento das capacidades que podem ser desenvolvidas, a capacidade
gerará capacidade e o talento desenvolverá o talento” (SUZUKI,1983,p.13-14)
Bibliografia Unidade III :
ÁVILA, Marli B. Métodos Ativos (II). São Paulo: artigo, 2014. Disponível In:
http://www.anhembi.br/html/ead01/pedag_musical/aula5.pdf
COSTA E SILVA, Carlos Fagner da. O APRENDIZADO DO SOLFEJO PELO MÉTODO KODÁLY. Rio de Janeiro: TCC- Unirio,
2013. Disponível in: http://www.domain.adm.br/dem/licenciatura/monografia/carlossilva.pdf
DALCROZE, Jacques Émile. Le Rythme, la Musique et L’Éducation.Lausanne: Editions Foetisch, 1965.
GERHARD, Marcus. Breve resumo. Disponível in: http://batepapoafinado.blogspot.com.br/2009/09/metodo-dalcroze-breve-
resumo.html
ILARI, Beatriz (org.),PAREJO, Enny. Pedagogias em Educação Musical. Curitiba:IBPEX,2011.
PAZ, Ermelinda A. Pedagogia Musical Brasileira no Século XX, Metodologia e Tendências. 2. ed. revista e
aumentada. Brasília: Editora MusiMed, 2013.
SUZUKI,Shinichi. Educação é Amor: um novo método de educação. 2ª ed. Santa Maria: Imprensa Universitária,1983