O documento discute a imprensa brasileira no século XIX e o papel dos jornais na literatura da época. Apresenta o contexto histórico e estrutura do livro. Explica que os jornais representavam a vida cultural e que autores frequentemente usavam pseudônimos devido a questões como gênero e crítica política.
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Jornal e literatura: a imprensa brasileira no século XIX , foi uma pesquisa apresentada na disciplina de Cultura, Patrimônio e Memória IV - A história cultural, do professor Natanael Azevedo, da pós-graduação em história da UFRPE. Todo trabalho foi baseado na obra da Professora da UFPB, Socorro de Fátima Pacífico Barbosa sobre a literatura que circulava nos jornais do séc. XIX.
Original Title
Jornal e literatura: a imprensa brasileira no século XIX
O documento discute a imprensa brasileira no século XIX e o papel dos jornais na literatura da época. Apresenta o contexto histórico e estrutura do livro. Explica que os jornais representavam a vida cultural e que autores frequentemente usavam pseudônimos devido a questões como gênero e crítica política.
O documento discute a imprensa brasileira no século XIX e o papel dos jornais na literatura da época. Apresenta o contexto histórico e estrutura do livro. Explica que os jornais representavam a vida cultural e que autores frequentemente usavam pseudônimos devido a questões como gênero e crítica política.
Apresentação do livro Breve contexto histórico O lugar do livro Sobre a autora Estrutura do livro Estudo dos capítulos Breve contexto histórico 1720 - Alvará de D. João V. 1803 -1815 Guerras Napoleônicas na Europa. 1808 – Transferência da Corte Lusitana para o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. 1808 - Fundação da imprensa régia – fundação do jornal Gazeta do Rio de Janeiro. 1813-1814 – Periódico Literário – O Patriota. (José Bonifácio, Marquês de Maricá, Silva Alvarenga). Jornal Gazeta do Rio de Janeiro O primeiro número do primeiro jornal da colônia . (Ref.: Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro) O lugar do livro Do discurso e das práticas discursivas através dos jornais e periódicos do século XIX. O papel do jornal e dos seus conteúdos, levando em consideração a presença dos leitores. A autora aplica a noção Bakhtiniana de diálogo. O lugar central do livro é o diálogo – “todo e qualquer autor e todo e qualquer gênero.” Lugar democrático de escrita anônima. Sobre a autora Professora da UFPB, desde 1987. Doutorado em Literatura pela USP. Pesquisa sobre a vida cultural no século XIX por meios de jornais e periódicos. O lugar central do livro é o diálogo – “todo e qualquer autor e todo e qualquer gênero.” Estrutura do livro O livro está estruturado em 04 capítulos. I - As pesquisas literárias no Brasil: uma breve história. II – O literário nos periódicos do século XIX. III – Usos e desusos do gênero literário. IV – Uma história da leitura nos jornais e periódicos. Pesquisa de pós-doutorado - CNPQ Trilhou dois caminhos: O primeiro – levantamentos de dados referentes à presença da literatura nos jornais e folhetins paraibano. A hipótese levantada para pesquisa foi a de que os jornais representaram, século XIX, mais que arquivo de texto, foram o instrumento pelo qual circulou a cultura letrada da província. O segundo – a constatação de uma “linguagem” peculiar a todos os periódicos daquele século. As fontes pesquisas estão na Biblioteca Nacional. Foram jornais de Recife, Paraíba, São Paulo e Rio de Janeiro. As pesquisas literárias no Brasil: uma breve história Sílvio Romero e Nelson Werneck Sodré – A história da imprensa no Brasil. Gilberto Freyre – O escravo nos anúncios de jornais brasileiros no tempo do Império e José Aderaldo Castelo – Historiador da literatura. Plinio Doyle – História de revistas e jornais literários. Barbosa Lima Sobrinho – Os precursores do conto no Brasil. Broca e Tinhorão cita Marlyse Meyer – Jornais como fonte primária de pesquisa da história da literatura brasileira. mais do que juntar contos e folhetins esquecidos em jornais, Lima Sobrinho estava propondo, pioneiramente, que se relacionasse o jornal às práticas culturais do início do Romantismo, o que incluía o público leitor e a diversidade do novo gênero que surgia. Ele afirmava que “a ampla divulgação do conto, da novela e do romance estrangeiro” nos periódicos estava relacionada às práticas de leituras e ao gosto literário do público, que por sua vez determinava e orientava o trabalho dos escritores. (BARBOSA, 2007, p. 21). Surgimento do Conto no Brasil Simplicidade do entrecho. Linguagem: singela, corrente e acessível. Demanda do público leitor – expectativas da época. “Simbiose” com outros gêneros tradicionais (anedotas, novelas, apólogos e diálogos). Diversidade do leitor. E por que, se hoje nos parece tão evidente esta colaboração do jornal, ela foi apagada por quase um século pela historiografia? Instrumento de controle social. Busca por um romance nacional . Valor estético. É o ponto fundamental pelo qual os periódicos são importantíssimos para a reconstituição e visibilidade da vida literária do século XIX brasileiro, se esses textos são desprovidos de valor estético, de qualidade literária, feitos que fora “a vapor”, sem nome e sem gênero, e por isso “quase uma fala, coisa de casa, useira e vezeira, literatura pé de chinelo” (MEYER, 1998), eles também foram constituídos historicamente, sob a influência do cotidiano. Nesse sentido, eles representam modos de ver e dizer uma época e, por isso mesmo, gêneros históricos e de fundamental importância para a reconstituição do romantismo. (BARBOSA, 2007, p. 24). O literário nos periódicos do século XIX O conceito de literatura Papeis assumidos pelos jornalistas. Educador – Prática de leitura oral, formatos dos jornais, paginação, numeração. O conceito de literatura no século XIX estava atrelado ao sentido de conhecimento – em 1831 no Dicionário de Língua Portuguesa composto por Antônio Morais e Silva, literatura significava: erudição, ciência, noticias das boas letras, humanidades. Em 1878 – o autor define a palavra com o sentido mais próximo do contemporâneo: “o conjunto das produções literárias, de uma nação, de uma país, de uma época. Belas Artes – conjunto de escritos: carta, sermão, biografia. O literário nos periódicos do século XIX Termo literário relacionado a outra palavra: Político, literário e crítico; Político, literário e comercial, Literário, recreativo e noticioso. Literatura tinha a perspectiva de instrução e deleite. 1882 – O termo literatura associado a artigo, resenha, crítica. O espelho 04/09/1859 – revista de literatura, moda, indústria e artes. Torná-la variada, mas de uma variedade que deleite e instrua, que moralize e sirva de recreio que nos salões de rico como no tugúrio do pobre. Para esse fim temos em vista a publicação dos romances originais ou traduzidos, que nos parecem mais dignos de ser publicados, artigos sobre literatura, indústria e artes, e tudo quando possa interessar ao nosso público e especialmente ao belo sexo. (BARBOSA, 2007, p. 30). O literário nos periódicos do século XIX O romance, o conto, a poesia e a crônica – colunas chamadas: Variedades, miscelânea, folhetim. Representação do autor: função e representação diversas. Uns ilustres conhecidos desconhecidos, esses autores dos jornais. Sobre os autores tendência forte ao anonimato e ao pseudônimo. Uma marca da linguagem jornalística do séc. XIX. O problema do anonimato: bibliográfico e o esquecimento. Sacramento Blake (1970,p.IV) 1895 introdução ao terceiro volume do seu dicionário reclama: “E no estudo penosíssimo, a que me tenho dado, que imensidade de trabalhos possuo de autores brasileiros, que não posso contemplar no meu livro, porque esses trabalhos são publicados sob o anônimo, ou são assinados por pseudônimos, ou somente pelos apelidos ou por um título de autor. (BARBOSA, 2007, p. 33). Uns ilustres conhecidos desconhecidos, esses autores dos jornais. Os motivos pelos quais os autores utilizavam a estratégia do anonimato e o pseudônimo, foram vários:
autoridade 1. A necessidade de proteção reputação
2. No caso da mulheres – algum pai ou marido ciumento.
O uso mais sistemático desse artifício encontra-se em escritos amorosos, políticos, em debates e contendas pessoais. Aceitação dos romances estrangeiro em detrimento dos nacionais Uns ilustres conhecidos desconhecidos, esses autores dos jornais. O nome do autor poderia afastar ou atrair o leitor, por isso os autores colocavam em teste o gosto de leitor, sua fidelidade e empenho em atender as suas exigências. Ex. Coelho Neto – sugeriu a publicação de um folhetim na Gazeta com o nome de “príncipe encantado” recusado pelos leitores, então ele optou por Rajah de Pendjab. A palavra escrita se tornou mais importante do que o nome do autor. Ex. de estratégia e dissimulação por parte dos autores. Suspense – jogo de dicas - dissimulação . Uns ilustres conhecidos desconhecidos, esses autores dos jornais. Nos jornais não havia espaço físico privilegiado, nem gêneros: Ex1. na mesma coluna poderia abrigar tantos textos de autores canônicos, como outros, de anônimos. Ex2. o Diário do Rio de Janeiro publicou em 1856 “álbum sem dono” Conjunto de poesias sem indicação de autoria. Havia uma mobilidade dentro das páginas dos jornais, vários folhetinistas. As colunas também não tinham lugar fixo. Linguagem alegórica (guardava uma relação secreta) e dissimulação (títulos que não traduzem o conteúdo que tratam). Anúncio retirado do nº 10 da Semana Ilustrada, da seção Variedade: “Flumen Junius é um nome que deve ser de agora em diante muito simpático a todos os leitores da Semana Ilustrada. E sabem por quê? Porque é pseudônimo de... Ah! Que tentação! Que vontade de declinar o seu verdadeiro nome! Mas não é possível; contentem-se, pois, os leitores em saber por ora que Flumem Junius, um dos colaboradores mais espirituosos deste jornal, é nem mais nem menos do que caricaturista, poeta e prosador. Três pessoas distintas em uma só verdadeira! (BARBOSA, 2007, p. 35). Uns ilustres conhecidos desconhecidos, esses autores dos jornais. As formas de utilização desses pseudônimos e do anonimato: 1. A inicial do nome: GM – José de Alancar usou no folhetim Senhora. 2. Asteriscos. 3. Na forma de epíteto: O fluminense, O boquiaberto. Exemplos de autores consagrados que utilizavam da estratégia mencionada: Machado de Assis, Coelho Neto, José de Alencar. Modos de leitura e de circulação do literário O debate (discussão) era algo característico da época. Jornal dos Debates Políticos e Literários. Discussão para a época tem relação com o cotidiano – “opinião Pública.” O jornal a “Literatura Quotidiana” – espelho comum de todos os fatos. Na perspectiva Chartier – ao se analisar o estudo de textos – levar em consideração os canônicos ou profanos, literários ou sem qualidade; o suporte de transmissão e disseminação das leituras, de seus usos e suas interpretações. Modos de leitura e de circulação do literário Circulação de várias vozes e vários discursos. Reação conservadora. Visão depreciativa dos periódicos. Do romance-folhetim para o livro. Anúncio retirado do O Cruzeiro, 01 de junho de 1879: YA YA GARCIA POR MACHADO DE ASSIS Este formoso romance, que tanta aceitação obteve dos leitores de O Cruzeiro, saiu à luz de um nítido volume de mais de trezentas páginas. Vende-se nesta tipografia, rua dos Ourives n. 51 e em casa dos Srs. A.J. Gomes Brandão. Rua da Quitanda n. 90 .... PREÇO 2$000. (BARBOSA, 2007, p. 42). Usos e desusos dos gêneros literários Linguagem dos jornais e constituição dos gêneros literários Crônica e conto. Gosto pela leitura do romance-folhetim. (estratégias: adaptações, tradução, cópia, imitação do texto estrangeiro). Críticas do Padre Gama – “tem sido um punhal assassino da formosa língua portuguesa”. Usos e desusos dos gêneros literários Epítetos ou epítetos de imitação “imitado de segur” – resumir ou imitar. Tudo era traduzido em pequenos contos. Dissimulação e estratégias para cativar o leitor: 1. Nomes diferentes. 2. Anônimos. 3. Imitações. A escrita que deleita e desafia os gêneros esquecidos da história Glosas, charadas, hieróglifos, os anagramas. Ex1. professor da UFRPE que publica suas obras na Alemanha? A escrita que deleita e desafia os gêneros esquecidos da história Glosas, charadas, hieróglifos, os anagramas. Por que esses tipos literários foram excluídos do cânone? A importância do gênero epistolar revelado pelos periódicos (correios, mãos, noticias). Aparecem nas seções (íntimas, epistolário, críticas, cartas-prefácios, cartas públicas, miscelânea). Caráter didascálico. A escrita que deleita e desafia os gêneros esquecidos da história Os reclames se disfarçam de literatura. Miscelânea, variedades, a pedidos. Muitas matérias, romances, cartas. Reclame rimado disfarçado de texto. Uma história de leitura nos jornais e periódicos. A escrita que deleita e desafia os gêneros esquecidos da história Noticia literária modo e circulação dos livro de leitura. Crítica literária. Marca maior o anonimato. Lançamento do livro. Modos de ler. Anúncios dos livros. OBRIGADO! LUIZ ADRIANO adriano_lucena@hotmail.com
INTELECTUAIS FRONTEIRIÇOS: LÍDIA BESOUCHET E NEWTON FREITAS: EXÍLIO, ENGAJAMENTO POLÍTICO E MEDIAÇÕES CULTURAIS ENTRE O BRASIL E A ARGENTINA (1938-1950)