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Formação do investigador: reflexões em

torno da escrita/pesquisa/autoria e
orientação

Oliveira, A.; Araújo, E. & Bianchetti, L.


(eds.) (2014) CECS – Centro de Estudos
de Comunicação e Sociedade,
Universidade de Minho, Braga - Portugal
CED – Centro de Ciências da Educação,
Universidade Federal de Santa Catarina
Para que os Universitários Escrevem:
Princípios de Amparo, Liberdade e
Reconhecimento Mútuo (p.8-34)

Paula Clarice Santos Grazziotin de


Jesus & Ana Maria Netto Machado
Iracema Santos Carvalho dos Anjos
iracemacarvalho2008@gmail.com
A origem desta proposta principiológica

 Proporcionar aos escreventes o máximo de liberdade;

 Oferecer aos escreventes amparo, como apoio técnico e


afetivo para a atividade da escrita;

 Promover o reconhecimento mútuo entre docente e


discente;
 Resgatar histórias de cotidiano acadêmico;

 Utilização de trabalhos de outros pesquisadores;

 Experiências próprias como docente;


 Na escrita científica, que é por definição limitada por uma
série de regras, não se pode perder de vista os princípios;

 A palavra escrita tem uma dimensão bélica, porque serve


como instrumento de defesa ou ataque no campo das
batalhas ideológicas;
Alfabetização na infância não garante o
usufruto da escrita na vida adulta:
Alfabetização acadêmica e preciso!

 O escrever tem que ser reaprendido na educação superior;

 Mesmo que tenha sido uma criança bem alfabetizada, ao


chegar na Universidade ela deve se incluir naquela cultura;
Caminhos para autoria: Amparo, liberdade
e reconhecimento mútuo e suas raízes
 Professor que orienta e ensina a escrita acadêmico-
científica, é condição para desenvolver a autoria de seus
alunos;

 No primeiro momento, o estudante é iniciado na habilidade


de conhecer os autores;

 E no segundo momento já dispondo de recursos para


aventurar-se no exercício de autonomia com mais
segurança;
Princípios para a ação docente: formas
de promoção da autoria na Universidade

 Amparo e desmistificação da técnica;

 Liberdade para a ação docente;

 Reconhecimento mútuo;
Amparo: afeto e desmistificação da
técnica para desencadear a autoria

 Acolher, amparar, constitui-se em uma postura


docente;

[...] amparo – o amor que sustenta os outros – é uma


necessidade humana fundamental (SENNETT, 2001,p.164)
“Toda criança precisa que um adulto lhe diga, com
afeição e sinceridade: ‘Você pode’” (LA TAILLE
(2008,p.42)

 Aos estudantes que escrevem é exigido correr riscos e


o docente que pretende ensinar-lhes não pode se furtar
de ocupar a autoria, que também implica em riscos;
 O docente precisa de condições para dar um mínimo de
atenção individual a cada estudante que escreve sob a
sua orientação;

“[...] acreditamos que boa parte dos “problemas de redação”


que resultam em textos truncados, confuso ou superficial se
deva a uma atenção insuficiente às etapas da produção
textual que estamos chamando de preliminares”
(GIRARDELLO, 2008, p. 288)
 O texto organizado é a etapa final da escrita, é
necessário que se desmitifique o imaginário que cria
barreiras idealizadoras;

 Colucci (2012) a partir da Psicanálise entende que o


desamparo pode ter consequências dramáticas, para
além do contexto acadêmico cientifico, em outros
âmbitos da vida (JESUS e MACHADO, p.18, 2014)
 O docente tem que mostrar quais os limites da escrita
acadêmico-científicas, tanto para o estudante aprendê-
los quanto para superá-los;

 Para Foucault (1992) a autoria é uma forma de


transgressão, mas esta é prerrogativa de quem conhece
a norma que pretende violar e tem razões para fazê-lo;
Liberdade como princípio
para a ação docente

O docente deve esclarecer ao estudante a


imprescindibilidade de entregar-se a seus próprios
pensamentos e sentimentos para que o texto
aconteça;
Reconhecimento mútuo para a promoção
da autoria: Princípio e Consequência

 Na ação docente a forma de ofertar reconhecimento a um


estudante é por meio de uma avaliação justa, criteriosa e
transparente;

 Um modo de marcar que o estudante será reconhecido


em sua condição de aprendiz é admitindo a reescrita
como parte do processo;
A autoria como um caminho que ensina

 Esse caminho precisa ser trilhado com o amparo do mais


experiente;

O estudante acessa uma versão de si que era


desconhecida;

 O professor que arrisca-se ao desconhecido permite-se ao


estudante reconhecer a sua contribuição e dimensão
humana.
Alquimia da escrita acadêmica: o
mestrado como cenário para a iniciação
de pesquisadores em educação
Eliana Maria do Sacramento Soares &
Terciane Ângela Luchese

Manuela Garcia de Oliveira


manu-garciah@hotmail.com
O espaço de convivência do Mestrado: a
escrita acadêmica, a orientação e os
desafios na constituição de pesquisadores
da Educação

 Os múltiplos desafios do tecimento da dissertação;

 As atividades oferecidas no Programa de mestrado são


organizadas a fim de questionar certezas,
problematizando ao mesmo tempo em que auxiliam,
desestabilizando e em contrapartida também indicando
possibilidades, caminhos, partilhando experiências;

 Produção do texto;
“A escrita foi um problema para mim, ... Minha dificuldade
maior foi tornar a escrita amarrada, buscando focar
exatamente no que eu queria dizer [...] foi um dos pontos
que percebi um amadurecimento comparando o antes e o
depois do mestrado”

(DEPOIMENTO DO EX-MESTRANDO REFERENTE À


DIFICULDADE DE ESCREVER)
 ESCRITA = VIVER + PESQUISA

 SÍMBOLO DO MESTRADO = DISSERTAÇÃO


Da dissertação ao capítulo: o caso da
Coletânea Educatio

 Educação, História, Filosofia e Linguagem (4 volumes)

(Orgs. Luchese, Soares, Valentini e Paviani)

 Temáticas: Histórias e memórias da educação;


Linguagem, leitura e letramento; Tecnologias na
aprendizagem; Processos educativos...
 A importância da publicização;

 A representação da Coletânia Educatio;

 A simbologia da alquimia no processo do ser


pesquisador;
Anotações sobre a escrita (p.62-73)

Alfredo Veiga-Neto
Kalline Laira Lima dos Santos
lairakalline@gmail.com
Pertinências

 Impertinências Focais

 Impertinências Autorais

 Impertinências Metodológicas
Impertinências Focais

 Ex: “Numa dissertação que trata de relações entre a


escola e a surdez ,convém mostrar as relações entre o
autor e o mundo da educação ,bem como suas
experiências pessoais e formação no que tange aos
surdos , à surdez etc”. (pag. 66)

 Primeiro Nível, Segundo Nível e Terceiro Nível


Impertinências Autorais

 Já que Foucalt escreveu sobre a prisão – ou a escola ,o


hospício , a fábrica, o convento etc. - , me utilizarei de
conceitos foucaultianos na minha pesquisa sobre a
administração prisional - ou escolar ,ou hospitalar etc. –
mesmo que ela seja de cunho economista (pag. 68)

 Pureza Epistemológica

 Tarefa Exploratória
Impertinência Metodológica
RIR
(Relevância, Ineditismo, Realizabilidade)

 São critérios criados pelo autor para sintetizar seu


trabalho como avaliador, e que entende ser
indispensável para que um projeto ou proposta de
pesquisa tenha qualificação e prosseguimento
 Segundo Veiga Neto, todo projeto de pesquisa deve ser
relevante, inédito e realizável, pois essas três
propriedades são liminarmente necessário para uma
avaliação
Relevância

 Qualquer projeto de pesquisa deve apresentar-se como


relevante. Seja ela social, prática ou “puramente” teórica, o
fato é que a relevância é condição necessária (mas não
suficiente) para que um projeto mereça ser apoiado,
aprovado, executado etc.
Ineditismo

 O ineditismo tem de ser avaliado não apenas pelo tema ou


problema abordado. Um único problema pode ter sido já
exaustivamente estudado e uma nova investigação pode
valer a pena ser feita naqueles casos em que se alteraram
as condições sociais ou econômicas ou culturais ou
políticas ou históricas etc.
Realizabilidade

 Esta é uma qualidade muito frequentemente deixada


de lado, principalmente pelos pesquisadores iniciantes
e por aqueles que ou não dispõem de informações
suficientes sobre as reais condições materiais e
institucionais para realizar a investigação ou não são
suficientemente previdentes
Três exemplos de nulidades

Podemos recorrer a três exemplos para examinar como


funciona o RIR

 Relevância nula
 Ineditismo nulo
 Realizabilidade nula
Contornos da escrita/pesquisa/autoria e da
orientação de mestrandos e doutorandos no
contexto acadêmico atual (p.94-110)
Emília Araújo e Adriano de Oliveira

Camila Alves Corrêa


camilas_correa@hotmail.com

Ygor Leal
igor.leal@hotmail.com
Introdução

 Atelier da escrita

 Constrangimentos da escrita

 Debate acadêmico sobre a escrita


1 – Grades (in)visíveis no contexto de
produção acadêmica

 Escrever ato de liberdade e criação com limitações

 Regras da área, estilos de orientações, relações de poder


e pressões de movimentos externos

 Vulnerabilidade da escrita nas ciências humanas e


sociais
2 – Democracia e Liberdade acadêmica

 Censura nas ciências sociais e humanas

 Ótica capitalista

 Tempo-pensamento x tempo-dinheiro
3 – Processo de Bolonha e as mudanças
nos tempos de produção de
conhecimento

 Produzir mais em menos tempo

 Políticas de tempo

 Processo de Bolonha
4 – Receios/medos dos orientandos e os
condicionamentos ao tema de
pesquisa/estudo

 Receptividade do público

 Pressão de clientes

 Interesse midiático

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