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Curso: Engenharia Civil

Período: 2018.2
Horário/Sala: Quinta 14:00 às 17:00/C512
Código Turma: 07 5TEES-TD1

TEORIA DAS ESTRUTURAS

Ações Atuantes nas Estruturas

Professor: MSc. Yuri José Oliveira Moraes


Contato: yuri.moraes@unifavip.edu.br
SUMÁRIO

1 – Sistema Estrutural Estável

1.1 – Elementos básicos para construção de sistema estrutural estável

2 – Ações Atuantes nas Estruturas

2.1 – Código de projeto


2.2 – Cargas de projeto
2.3 – Carga Normal ou permanente
2.4 – Sobrecargas
2.5 – Impacto
2.6 – Carga de Vento
2.7 – Equações para pressões de vento de projeto
 SISTEMA ESTRUTURAL ESTÁVEL

 Elementos básicos para construção de sistema estrutural estável

Exemplo: Prédio de um andar

Considerando uma estrutura de um andar, como um pórtico de aço estrutural


cobertos com painéis leves de metal, tem-se a presença de tirantes metálicos em um dos
pórticos de aço localizado dentro da parede da extremidade (ABCD). A plataforma do
teto de metal é apoiada na viga CD que se estende entre duas colunas de ligação
localizadas nos cantos do prédio. As extremidades da viga são conectadas nas partes
superiores das colunas por parafusos que passam pela mesa inferior da viga e uma chapa
de topo soldada na parte superior da coluna. Como esse tipo de conexão não pode
transmitir momento eficientemente entre a extremidade da viga e o topo da coluna, o
projetista supõe que ele atua como uma articulação de diâmetro pequeno.
Como essas junções não são rígidas, membros leves adicionais (geralmente barras
circulares ou cantoneiras de aço) são dispostos diagonalmente entre colunas e servem
para estabilizar a estrutura. Sem esse reforço diagonal a resistência do pórtico às cargas
laterais seria pequena e a estrutura poderia vir a tombar. Os projetistas inserem
contraventamentos semelhantes nas outras três paredes e, às vezes, no plano do teto.
O pórtico é ligado à fundação por meio de parafusos que passam por uma placa de
base leve de aço, soldada na parte inferior da coluna. As extremidades inferiores dos
parafusos, chamados parafusos de ancoragem, são engastadas nas bases de concreto,
localizadas imediatamente sob a coluna. Normalmente, os projetistas supõem que uma
conexão aparafusada simples desse tipo atua como um apoio de pino; isto é, a conexão
impede que a base da coluna se desloque vertical e horizontalmente, mas não tem
rigidez suficiente para evitar a rotação.
OBS: (frequentemente, os estudantes de engenharia presumem erroneamente que uma
placa de base plana aparafusada em uma base de concreto produz uma condição de
extremidade fixa, mas não levam em consideração a grande perda de restrição
rotacional induzida mesmo por pequenas deformações de curvatura da placa).
Embora a conexão aparafusada tenha capacidade de aplicar uma pequena, porém
incerta, quantidade de restrição rotacional na base da coluna, normalmente o
projetista a trata de forma conservadora como um pino sem atrito. Contudo,
normalmente é desnecessário obter uma conexão mais rígida, pois é cara e a rigidez
adicional pode ser fornecida de forma mais simples e econômica, aumentando o
momento de inércia das colunas. Se os projetistas quiserem produzir um apoio fixo na
base de uma coluna para aumentar sua rigidez, devem utilizar uma placa de base
grossa e reforçada, e a fundação deve ser maciça.

Projeto de pórtico para carga gravitacional:

Para analisar esse pórtico sob a ação de carga gravitacional, o projetista presume
que o peso do teto e de qualquer carga acidental vertical (por exemplo, neve ou gelo) é
suportado pela plataforma do teto. Esse pórtico é idealizado como uma viga conectada
nas colunas por uma ligação presa com pinos. O projetista despreza o
contraventamento diagonal— supostamente inativo quando a carga vertical atua.
Como supostamente nenhum momento se desenvolve nas extremidades da viga, é
analisada como uma barra biapoiada, com uma carga uniforme. Como as reações da
viga são aplicadas diretamente sobre as linhas de centro das colunas, o projetista
presume que a coluna transmite apenas compressão direta e se comporta como um
membro carregado axialmente.
Projeto para carga lateral:

Em seguida, o projetista verifica as cargas laterais. Se uma carga lateral P


(produzida pelo vento, por exemplo) é aplicada no topo do teto, pode-se supor que
uma das diagonais, atuando junto com a viga de teto e com as colunas, forma uma
treliça. Se as diagonais são membros leves e flexíveis, apenas a diagonal que vai de A
a C, que alonga e desenvolve forças de tração à medida que a viga se desloca para a
direita, é presumida como efetiva. Supõe-se uma deformação na diagonal oposta BD,
pois ela é delgada e colocada em compressão pelo movimento lateral da viga. Se a
direção do vento invertesse, a outra diagonal BD se tornaria efetiva e a diagonal AC
deformaria.
 AÇÕES ATUANTES NAS ESTRUTURAS

 Código de projeto
Código é um conjunto de especificações e padrões técnicos que controlam os
principais detalhes da análise, projeto e construção de prédios, equipamentos e pontes.
O objetivo dos códigos é produzir estruturas seguras e econômicas para proteger o
público de projetos e construções de baixa qualidade ou inadequados.
Existem dois tipos de código, o Estrutural e o de Construção.
O Código estrutural é escrito por engenheiros e especialistas interessados no projeto
de uma classe de estrutura específica (por exemplo, prédios, pontes em rodovias ou
usinas) ou na utilização correta de um material específico (aço, concreto armado,
alumínio ou madeira). Normalmente, os códigos estruturais especificam as ações ou
cargas de projeto, as tensões admissíveis para vários tipos de elementos, as hipóteses
de projeto e os requisitos dos materiais. São exemplos:
1. Especificações padrão para pontes, da (AASHTO), que abrange o projeto e a
análise de pontes em rodovias.
2. Requisitos do código de construção para concreto armado, do (ACI), que abrange
a análise e o projeto de estruturas de concreto.
3. Manual de construção com aço, do (AISC), que abrange a análise e o projeto de
estruturas de aço.
O Código de construção, é estabelecido para abranger a construção em
determinada região. Este código contém disposições dos requisitos arquitetônicos,
estruturais, mecânicos e elétricos. O objetivo do código de construção também é
proteger o público, informando sobre a influência das condições locais na construção,
abordando tópicos como as condições do solo (pressões admissíveis), sobrecargas,
pressões do vento, cargas de neve e gelo e forças de terremoto. Atualmente, muitos
códigos de construção adotam as disposições do (Código de construção internacional).

 Cargas de projeto

As estruturas devem ser dimensionadas de modo que não falhem, nem deformem
excessivamente sob carga. Embora as cargas de projeto especificadas pelos códigos
geralmente sejam satisfatórias para a maioria das construções, o projetista também
deve decidir se essas cargas se aplicam à estrutura específica. Por exemplo, se o
formato de uma construção é incomum (e causa velocidades de vento maiores), se a
função de uma estrutura (e as cargas que ela deve suportar) mudará no futuro, e etc.
Normalmente, os projetistas diferenciam dois tipos de carga: Carga permanente e
Carga transiente, onde se derivam:

Exemplos: Carga direta, normal, indireta, acidental, especial ou excepcional, estática,


dinâmica, carga de contato, carga a distância, etc...
 Carga Normal ou permanente

 Distribuição da carga normal em sistemas de piso em lajes e vigas

Muitos sistemas de piso consistem em uma laje de concreto armado apoiada em


uma grade retangular de vigas. As vigas de apoio reduzem o vão da laje e permitem ao
projetista reduzir a espessura e o peso do sistema de piso. A distribuição da carga em
uma viga de piso depende da configuração geométrica das vigas que formam a grade.

A área da laje suportada por uma viga é denominada área de influência da viga.

Exemplo 01
(a) laje quadrada,
todas as vigas de
borda suportam uma
área triangular;
Exemplo 02
(b) duas vigas de borda dividem a carga
igualmente; e a carga em uma largura de
1 pé da laje é mostrada;

Exemplo 03
(c) as áreas de influência das vigas B1 e B2 aparecem
sombreadas; todas as linhas diagonais têm inclinação de 45°; (d) a figura
superior mostra a carga mais provável na viga B2; a figura inferior mostra a
distribuição de carga simplificada na viga B2; (e) a carga mais provável na viga
B1; a distribuição de carga simplificada na viga B1
 Sobrecargas

 Redução de sobrecarga

Reconhecendo que é provável que


uma viga que suporta uma área de
influência grande seja menos
carregada em todos os pontos
pelo valor máximo da sobrecarga
do que outra que suporta uma
área de piso menor, os códigos de
construção permitem reduções de
sobrecarga para vigas que tenham
uma área de influência grande.
Para essa situação, o padrão ASCE
permite redução das sobrecargas
(L0), quando área de influência é
maior que (37,2 m2).
 Impacto

Normalmente, os valores das sobrecargas especificados pelos códigos de


construção são tratados como cargas estáticas, pois em sua maioria as cargas
(escrivaninhas, estantes de livros, fichários etc.) ficam imóveis. Se as cargas são
aplicadas rapidamente, geram forças de impacto adicionais. Quando um corpo que
se move (por exemplo, um elevador parando repentinamente) carrega uma
estrutura, a estrutura deforma e absorve a energia cinética do objeto que se move.
Como alternativa a uma análise dinâmica, as cargas que se movem são
frequentemente tratadas como forças estáticas e ampliadas empiricamente por um
fator de impacto.
 Carga de vento

Como a velocidade e a direção do vento mudam continuamente, é difícil


determinar a pressão ou sucção exatas aplicadas pelos ventos nas estruturas.
Contudo, reconhecendo que o vento é como um fluido, é possível compreender
muitos aspectos de seu comportamento e chegar a cargas de projeto razoáveis. A
magnitude das pressões do vento sobre uma estrutura depende da sua velocidade,
da forma, da rigidez da estrutura, da rugosidade e do perfil do solo nos arredores e
da influência das estruturas adjacentes. Quando o vento atinge um objeto, a
energia cinética das partículas de ar em movimento é convertida em pressão (qs):

em que m representa a densidade de massa do ar e V corresponde à velocidade do


vento. Assim, a pressão do vento varia com a densidade do ar (função da
temperatura) e com o quadrado da velocidade do vento. O atrito entre a superfície
do solo e o vento influencia fortemente a velocidade. Por exemplo, ventos passando
por grandes áreas abertas e pavimentadas (pistas de decolagem de um aeroporto)
ou superfícies aquáticas não têm a velocidade tão reduzida quanto ventos que
sopram em áreas acidentadas e cobertas por vegetação.
A pressão do vento também depende da forma da superfície atingida. As
pressões são menores quando o corpo tem uma seção transversal aerodinâmica e
maiores para seções transversais ásperas ou côncavas. A influência da forma na
pressão do vento é avaliada por meio de fatores de arrasto, que são tabulados em
alguns códigos de construção. Como alternativa para o cálculo das pressões do
vento a partir de sua velocidade, alguns códigos de construção especificam uma
pressão horizontal equivalente. Essa pressão aumenta com a altura acima da
superfície do solo. A força exercida pelo vento é presumida como igual ao produto
da pressão do vento pela área de superfície de um prédio ou outra estrutura.
 Equações para prever pressões de vento de projeto

Nosso objetivo no estabelecimento das pressões do vento em um prédio é


determinar as forças que devem ser utilizadas para dimensionar os membros
estruturais que constituem o sistema de contraventamento. Se a densidade de
massa do ar a (15 °C) e a pressão no nível do mar de (101,3 kPa) forem substituídas
por constantes , a equação da pressão estática do vento (qs) se tornará:

em que (qs) = pressão estática do vento, lb/ft2 (N/m2); V = velocidade básica do


vento, mph (m/s). Essas velocidades são medidas por anemômetros
padronizados. A pressão estática do vento (qs) é modificada por quatro fatores
empíricos, para estabelecer a magnitude da pressão do vento causada pela
velocidade (qz) em diversas elevações acima da superfície da Terra.

em que (qz) = pressão do vento causada pela velocidade na altura z acima da


superfície da Terra.
I = fator de importância: que representa quanto determinada estrutura é
fundamental para a comunidade. Por exemplo, I = 1 para prédios de escritórios, mas
aumenta para 1,15 para hospitais, delegacias de polícia e outros Para estruturas cuja
falha não produz nenhuma perda econômica grave ou perigo para o público, I reduz
para 0,87 ou 0,77 se V ultrapassa 100 mph.

Kz = coeficiente de exposição à pressão: causada pela velocidade, que leva em


conta a influência da altitude e condições de exposição. As três categorias de
exposição (B a D) consideradas são as seguintes:

B: Áreas urbanas e suburbanas ou cobertas de mata, com estruturas baixas.


C: Terreno aberto com obstáculos, geralmente com menos de (9,1 m) de altura.
D: Áreas planas e desobstruídas, expostas ao fluxo do vento sobre área aberta por
uma distância de pelo menos (1.524 km) ou 20 vezes a altura do prédio.
Kzt = fator topográfico: que é igual a 1 se o prédio está localizado em solo plano;
para prédios localizados em lugares elevados (topo de colinas), Kzt aumenta para
levar em conta a maior velocidade do vento.

Kd = fator de direção do vento: que leva em conta a probabilidade reduzida de


ventos máximos vindos de qualquer direção dada e a probabilidade reduzida da
pressão máxima desenvolvendo-se para qualquer direção de vento dada.
O último passo para estabelecer a pressão do vento de projeto (p) é modificar (qz),

em que p = pressão do vento de projeto em uma face específica do prédio.

G = fator de rajada, que é igual a 0,85 para estruturas rígidas; isto é, o período natural
é menor do que 1 segundo. Para estruturas flexíveis, com período natural maior do
que 1 segundo.

Cp = coeficiente de pressão externa, que estabelece como uma fração da pressão do


vento; deve ser distribuída em cada um dos quatro lados do prédio. Para o vento
aplicado à normal da parede no lado barlavento do prédio, Cp = 0,8. No lado a
sotavento, Cp = – 0,2 a – 0,5. O sinal de menos indica uma pressão atuando de fora da
face do prédio. A magnitude de Cp é uma função da relação do comprimento L na
direção a barlavento, com o comprimento B na direção normal ao vento.
O sistema de contraventamento principal deve ser dimensionado para a soma
das forças do vento nos lados a barlavento e a sotavento do prédio. Por fim, nos
lados do prédio perpendiculares à direção do vento, com pressão negativa, Cp = – 0,7.
Exercício 01: Determine a distribuição de pressão do vento, nos quatro lados de um
hospital de oito andares construído em uma área plana desobstruída, localizado em
solo plano; a velocidade do vento básica é de (130 mph). Considere o caso de um
vento forte atuando diretamente na face ABGF. Suponha que o prédio é classificado
como rígido. Esboce a distribuição de pressão no entorno do edifício. Feito isto,
modele um sistema de contraventamento para a face mais solicitada.

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