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Crise Hipertensiva

Alunos: Olavo Duarte Leite; Jessica Tavares Santos


Professores: Ana Virgínia; Jean Carlos; Robson Farias
Crise Hipertensiva

Definições iniciais

• Elevação aguda da PA com sinais e sintomas.

• Se divide em - Urgência e Emergência hipertensiva (lesão de órgão alvo)

• 3% dos atendimentos de urgência,

• 1 a 2% dos hipertensos pode desenvolver C.H.

• 20% não sabia ser hipertenso.

• Associação com C.H.: tabagismo – 25%, DM – 20%.


Crise Hipertensiva

Definições iniciais

• Não há consenso quanto ao valor limite da PA (PAD ≥120 mmHg).

• Parâmetro mais importante - LOA

• Pseudocrise hipertensiva
⁻ cefaleia, dor torácica atípica, dispneia,

⁻ estresse psicológico agudo e síndrome de pânico

⁻ tratada com analgésicos e tranquilizantes


Crise Hipertensiva

URGÊNCIA X EMERGÊNCIA

COMO DIFERENCIAR ?

• PA (PAD ≥120 mmHg);


• Lesão de órgão alvo ;
Crise Hipertensiva
OBJETIVOS

• Este protocolo tem por finalidade auxiliar os profissionais de saúde,


que desenvolvem suas atividades no HRC, na identificação,
investigação e adequado tratamento da crise hipertensiva, nas suas
diferentes vertentes, que incluem as urgências e emergências
hipertensivas. De modo a proporcionar uma melhor sobrevida para os
pacientes que se enquadrem em tais quadros sindrômicos.
Crise Hipertensiva
Urgências hipertensivas Emergências hipertensivas
-Angina instável; -Encefalopatia hipertensiva;
-Anticoagulação; -Edema agudo de pulmão;
-Intoxicação por cocaína ou anfetamina; -Infarto do miocárdio;
-Transplante renal; -Hipertensão maligna;
-Pré- eclampsia; -Acidente vascular encefálico;
-Retinopatia diabética; -Eclâmpsia;
-Rebote hipertensivo por suspensão súbita
de anti- hipertensivos (clonidina);
-Pré e pós operatório
Crise Hipertensiva
Investigação clinico-laboratorial

• Aferição de PA,
• História Clinica (ansiedade, dor, alimentãção),
• Comorbidades ,
• Fármacos anti-hipertensivos e hipertensivos,
Crise Hipertensiva
Investigação clinico-laboratorial
• Investigar:
• Sistema Cardiovascular: dor ou desconforto no tórax, abdome ou dorso;
dispneia, fadiga e tosse.
⁻ FC,
⁻ ritmo,
⁻ alteração de pulso,
⁻ galope, sopros cardíacos ou vasculares
⁻ estase jugular,
⁻ congestão pulmonar, abdominal e periférica.

• Sistema Nervoso: tontura, cefaleia, alteração de visão, audição ou fala,


nível de consciência ou coma, agitação, delírio ou confusão, déficits focais,
rigidez de nuca, convulsão.
Crise Hipertensiva
Investigação clinico-laboratorial
• Investigar:
• Sistema renal e geniturinário: alterações no volume (anúria ou
hematúria)
⁻ frequência miccional;
⁻ aspecto da urina, hematúria;
⁻ edema, desidratação;
⁻ massas e sopros abdominais.

• Fundoscopia: papiledema, hemorragias, exsudatos, alterações nos


vasos como espasmos, cruzamentos arteriovenosos patológicos,
espessamento na parede arterial e aspecto em fio de prata ou cobre.
Crise Hipertensiva
Investigação clinico-laboratorial
Emergências Hipertensivas Exame específico para esta emergência
Edema agudo de pulmão BNP sérico, ecocardiograma
Síndrome Coronariana aguda Marcadores de necrose miocárdica
(sempre), cineangiocoronariografia (se
possível)

Dissecção aguda de aorta Tomografia computadorizada,


ecocardiograma transesofágico,
angiorressonância, angiografia

Encefalopatia Hipertensiva Tomografia computadorizada (para


descartar acidente vascular encefálico)

Hipertensão maligna Nada em especial


Acidente vascular encefálico Tomografia computadorizada
Eclampsia Nada em especial
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas - URGÊNCIAS HIPERTENSIVAS

• Tratadas com - anti-hipertensivos orais


• Os níveis pressóricos desejáveis (135x85 mmHg) obtidos em 24 -
48 horas do pico pressórico a ser tratado,
• Em ambiente hospitalar - inferior 160x100 mmHg,
• Condução ambulatorial – 7 dias após o evento,
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas - URGÊNCIAS HIPERTENSIVAS


 Exemplos de UH:

• angina instável;
• Anticoagulação;
• Intoxicação por cocaína ou anfetamina;
• transplante renal, pré-eclampsia;
• retinopatia diabética (microaneurismas);
• rebote hipertensivo por suspensão súbita de anti-hipertensivos
(clonidina);
• pré e pós-operatório.
Crise Hipertensiva ATENÇÃO
Efeitos colaterais dos IECAs: hipotensão,
hiperpotassemia, insuficiência renal.
Classificação e Condutas Contraindicações aos IECAs: estenose bilateral de
artéria renal ou rim único com estenose de artéria
renal.
• Tratamento das UH
• Captopril 12,5 a 25mg VO
- podendo ser repetido após 1h, caso seja necessário e ainda não se
tenha atingido a PA > 160x100.

• Clonidina 0,1 a 0,2mg VO


- Em persistindo PA > 160x100, paciente deve ser internado para
investigação de hipertensão arterial secundária.
- Se PA< 160x100 paciente deve ficar em observação por 3-6 horas
- Liberar o paciente com orientações acerca do acompanhamento
ambulatorial na assistência básica.

Nifedipino = Hipotensão e eventos isquêmicos.


Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


• PAD > 120mmHg + lesão de órgão-alvo: EH
Medidas iniciais na EH:

⁻ Internação em UTI ou Unidade Semi-intensiva ;


⁻ Oxigenoterapia;
⁻ Monitorização cardíaca;
⁻ Oximetria de pulso;
⁻ Eletrocardiograma de 12 derivações;
⁻ Pressão arterial média (PAM) não-invasiva ou invasiva
⁻ Medicações e exames direcionados a LOA.
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


1 - DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA
• Quadro Clínico:
• Dor torácica, de início agudo-retroesternal, irradiando para o dorso, geralmente
para a região interescapular, algumas vezes para o abdome, acompanhada de
sintomas adrenérgicos.
• Ao exame físico :
⁻ presença de choque, com PA elevada,
⁻ assimetria de pulsos,
⁻ sopro de regugitação aórtica,
⁻ sinais de tamponamento cardíaco e derrame pleural.
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


1 - DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA ATENÇÃO!!!
Dissecção aguda da aorta do tipo A
• Conduta: devem ser encaminhados para cirurgia
(exceto na vigência de comorbidades
• Ecocardiograma transtorácico (transesofágico). que contraindiquem o tratamento
cirúrgico), e os do tipo B devem ser
• Nitroprussiato de sódio (0,25 a 10 mg/Kg/min)
mantidos em tratamento clínico.
- PAS abaixo de 140 mmHg na 1° hora
- após esse período valores abaixo de 120 mmHg.
• Betabloqueador – Metoprolol (5 mg IV em 5 minutos,
repetido de 2-3 vezes)
- obter uma FC: 60 bpm.
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


4 - CRISE DO FEOCROMOCITOMA
• Quadro clínico:
⁻ 50% - episódios paroxísticos,
⁻ 50% mantêm hipertensão sustentada.
• sinais e sintomas: taquicardia postural, hipertensão arterial grave,
cefaléia intensa, sudorese profusa, palidez ou rubor intenso, dor
abdominal, precordialgia, dispneia.
- A elevação brusca da PA pode evoluir com EAP ou encefalopatia hipertensiva.
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


4 - CRISE DO FEOCROMOCITOMA
• Conduta:
• Dosagem de catecolaminas plasmáticas e urinárias (ou de seus
metabólitos);
• Teste de supressão da clonidina (não verificação da queda das
catecolaminas plasmáticas 3h após uso oral de clonidina);
• Expansão volêmica adequada (risco de choque hipovolêmico);
• Nitroprussiato de sódio (0,5-5mcg/kg/min);
- CONTRA-INDICADO USO ISOLADO DE BETABLOQUEADOR (risco de agravar a crise);
Remoção cirúrgica do feocromocitoma.
- Uso de alfabloqueador no controle dos paroxismos (prazosin VO);
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Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


5 - ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO - AVE

• Quadro Clínico:
⁻ Diminuição ou perda súbita da força na face, braço, perna ou hemicorpo;
⁻ Alteração súbita da sensibilidade com sensação de formigamento;
⁻ Perda súbita de visão – um olho ou dois olhos;
⁻ Alteração aguda da fala (dislalia, disartria);
⁻ Cefaleia súbita, intensa e sem causa aparente;
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


5 - ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO - AVE
Conduta:
A.V.E Hemorrágico:
• PAS - 150 e 220 mmHg + sem contraindicação: PAS para 140
mmHg em 1 hora com infusão IV de anti-hipertensivos e
monitorização da PA 5/5 min;
• PAS > 220 mmHg: reduzir PA de forma agressiva com infusão IV
contínua e monitoramento frequente.
• Anti-hipertensivo: Nitroprussiato de sódio – 0,25
µg/kg/min em BIC 3ml/h
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


5 - ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO - AVE
Conduta:
A.V.E Isquêmico:
• Sem indicação de trombólise e PA inicial > 220/120 mmHg, não se deve reduzir PA em
mais de 15-20%, mantendo-se a PAD em 100 -110 mmHg nas primeiras 24 horas.

• Não se deve instituir tratamento anti-hipertensivo durante o atendimento inicial, a


menos que a PAS seja > 220 mmHg ou PAD > 120 mmHg.

• Com indicação de trombólise e PA inicial > 185/110 mmHg, reduzir a PA para < 185/105
mmHg por, no mínimo, as primeiras 24 horas após trombolítico.
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


6- SINDROME CORONARIANA
• Quadro Clínico:

⁻ Dor subesternal, visceral e profunda, descrita como dor ou pressão, irradiada para dorso,
mandíbula, braço esquerdo ou direito, ombros ou todas essas áreas.

⁻ Dispneia, diaforese, náuseas e vômitos; e aliviada um pouco ou apenas temporariamente


com repouso ou nitroglicerina.
• Conduta: Atenção !!!
Apresentação atípica: Ocorre em
⁻ Nitroglicerina: 5-100mg/ml EV em infusão contínua;
pacientes diabéticos e idoso,
geralmente com queixa de
⁻ Metoprolol: 5mg EV (repetir 10/10min)- máx 20mg;
indigestão, que alivia
espontaneamente, semelhante a
⁻ Morfina: 2 a 4 mg (repetir até 3x) eructação.
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


7- Hipertensão Arterial Acelerada Maligna

Elevação da pressão arterial e perca da autorregulação vascular


+
Insuficiência renal rapidamente progressiva
+
Retinopatia com exsudatos, hemorragias e papiledema
+ Outras EHs
Crise Hipertensiva

Classificação e Condutas – Emergências Hipertensivas


8- Hipertensão Arterial Acelerada Maligna

• Quadro clínico:
⁻ Fase Inicial: Cefaleia em região occipital, emagrecimento, dispneia, náuseas e
vômitos.
⁻ Fase aguda: Emergências hipertensivas como EAP, IAM, Encefalopatia
Hipertensiva, Lesão Renal rapidamente progressiva.
• Conduta:
⁻ Fase aguda: controle pressórico, e verificar necessidade de diálise em caso de
injuria renal grave.
⁻ Fase de manutenção: Diurético de alça, bloqueador beta adrenérgico e IECAs.
Drogas utilizadas nas Urgências hipertensivas
Drogas utilizadas nas Emergências hipertensivas
Referências
BALES A. hypertensive crises. How to tell if it´s an emergency or an urgency. Postgrad Med, 1999.

DESHMUKH A, et al. Effect of joint national committee VII report on hospitalizations for hypertensive emergencies in the
United States. Am J Cardiol. 2011.

FACCI JR C., et al. Captopril na crise hipertensiva. Arq Bras Cardiol, 1984.

FEITOSA-FILHO, GILSON SOARES, et al. "Emergências hipertensivas." Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 2008.

GANDHI SK, et al. The pathogenesis of acute pulmonary edema associated with hypertension. N Engl J Med. 2001.

GASQUES J. C. P., et al. "Caracterização da crise hipertensiva em pacientes de grupo de hipertensão de um ambulatório-
escola." Rev enferm UERJ, 2008.
Referências
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medicina cardiovascular. Editora Roca, São Paulo, 1996.

MALACHIAS, M. V. B., et al. "7ª Diretriz brasileira de hipertensão arterial." Arq Bras Cardiol, 2016.

MARTIN J. F. V., et al. "Perfil de crise hipertensiva: prevalência e apresentação clínica." Arq Bras
Cardiol, 2004.

RODRIGUES, CIBELE I. SAAD. "Tratamento das emergências hipertensivas." Rev Bras Hipertens, 2002.

V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Revista da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2006.

FURTADO R. G. E. B. C.; FERNANDO N. "Urgências e emergências hipertensivas." Medicina (Ribeirao


Preto. Online), 2003.
Obrigado !!!

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