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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Profª Anna G B Kipel


Vigilância epidemiológica

• O interesse em acompanhar a ocorrência de


doenças em comunidades com o sentido de
prevenir suas disseminações existe desde
épocas remotas.

• Ao longo do trajeto histórico o


comportamento das doenças sofreram
modificações em decorrência da interação e
ação do homem com o meio ambiente, sua
mobilidade.
Vigilância epidemiológica

• No entanto, as ações na vigilância


epidemiológica ainda tem como
principal objetivo coletar dados para
desencadear ações de prevenção e
controle de doenças e agravos a saúde
1. Bases históricas da
epidemiologia

• Maomé: não se locomover para o local de


epidemias e as que lá estiverem, não se
locomoverem

• Séc XVII – XX: ações de vigilância médica (


vigilância de pessoas, com medidas de
isolamento e quarentena aplicadas
individualmente) - a consolidação de um
sistema de coleta, análise e divulgação de
estatísticas vitais
• Séc XIX: campanhas sanitárias que visavam
controlar doenças infecciosas e parasitárias
que comprometiam a atividade econômica.
Para controle das pestes foram implantados
serviços de saúde pública em vários países.

• A intensificação do intercâmbio comercial


entre os países surge a necessidade de
ações efetivas de caráter coletivo :
vacinação, controle de vetores, saneamento
ambiental
• Séc XX – 1946 : surge o Comunicable
Diseases Center (EUA) com programas de
controle da malária em regiões de guerra, e
os programas nacionais de vigilância de
doenças específicas em Praga

• 1951 Serviço de Inteligência para Epidemias,


um sistema de informação de morbidade
para detectar epidemias precocemente
(focando guerra biológica)
• 1965: OMS cria uma Unidade de
Vigilância Epidemiológica na Divisão de
Doenças Transmissíveis
2. Atividades da Vigilância
Epidemiológica

• Coletar, processar, analisar e


interpretar dados;

• Promover e avaliar a eficácia e


efetividade das medidas de controle;

• Divulgar as informações obtidas


3. Etapas da Vigilância
Epidemiológica

• Obtenção de dados

• Tipos de dados : demográficos,


ambientais,socioeconômicos,morbidade,
mortalidade, áreas e situações de risco,
notificações de surtos e epidemias.
• O papel da vigilância epidemiológica
não se restringe à interrupção da
cadeia de transmissão de uma doença,
mas intervir sobre os acontecimentos
que podem originar os agravos a saúde
Fontes de dados:

• Censo – site IBGE www.ibge.gov.br,


www.datasus.gov.br,

• SINASC ( Sistema de Informações de


Nascidos Vivos
Notificação compulsória: SINAN Sistema
de Informação de Agravos de
Notificação www.funasa.gov.br;
• Dados de morbidade do Sistema de
Informações de Saúde do SUS
(DATASUS), através do Sistema de
informações hospitalares SIH-SUS;

• Sistemas de informações ambulatoriais
SAI-SUS; www.saúde.gov.br
• Busca ativa – investigação epidemiológica
(epidemias),
• Áreas e situações de risco,
• Laboratórios, farmácias e indústrias de
medicamentos
• Imprensa e comunidade
• Notificação e Retroalimentação do Sistema
(desde dados até análises mais complexas)
• Fluxo de informações
• Em 1975 foi instituído o Sistema
Nacional de Vigilância Epidemiológica –
Lei nº 6.529 e também foi criada a
obrigatoriedade da notificação
compulsória de doenças
(periodicamente atualizada)
• www.funasa.gov.br
• A periodicidade para o envio de
notificação de casos obedece ao
Calendário Epidemiológico definido pela
OMS
4. Investigação
Epidemiológica

• A investigação epidemiológica visa

 complementar, conferir, confirmar, corrigir as


informações contidas nas notificações

 Buscar informações sobre fontes de infecção,


mecanismos de transmissão, existência de
novos casos, permitindo instituir medidas de
controle)
• Possibilita Identificar, confirmar o índice, o
caso primário, acompanhar ou confirmar o
surgimento de casos secundários, confirmar
diagnóstico

• Objetiva avaliar a ocorrência de doenças e


suas implicações na saúde coletiva,
determinar características epidemiológicas,
identificar as causas, orientar medidas de
controle
• Para cada doenças específica são
estabelecidos critérios para
investigação.
5. Sistema Nacional de
Vigilância Epidemiológica

• Abrange um conjunto integrado de


instituições públicas e privadas do
Sistema Único de Saúde de nível
federal estadual e municipal que direta
ou indiretamente notificam e ou
orientam condutas para o controle de
doenças
• Órgãos responsáveis:

• Nacional – Ministério da Saúde,


Conselho Nacional de Saúde

• Central Estadual - Secretaria Estadual


de Saúde, Conselho Estadual de Saúde
• Municipal – Secretaria Municipal de
Saúde, Conselho municipal de Saúde

• Local – Centro de Saúde Unidade


Mista, Posto de Saúde, Hospital,
Ambulatório, Consultório Médico,
Laboratório, Escola, Extensão Rural,
Agremiações, Igreja
6. Avaliação da Vigilância
Epidemiológica

• Em 1988 os Centers for Disease Control and


Prevention dos EUA desenvolveram uma
metodologia de avaliação de sistemas de
vigilância epidemiológica com base em
critérios preestabelecidos e está
internacionalmente reconhecida o que
permite comparar as avaliações em outros
países
Critérios de avaliação

• EVENTO: magnitude,
transcendência,vulnerabilidade

• SISTEMA: atributos de utilidade,


qualidade(sensibilidade, especificidade,
representatividade, oportunidade,
simplicidade, flexibilidade,
aceitabilidade) e custo
Instrumentos de avaliação

• Evento: indicadores epidemiológicos


mensuram as questões relativas à
importância do evento
• Sistema: indicadores operacionais são
instrumentos que utilizam dados
operacionais do sistema para avaliar o
desempenho das atividades de
vigilância
• Sistema:
• Utilidade
• Qualidade – sensibilidade (capacidade
de detectar casos verdadeiros do
evento), valor preditivo positivo V P P (
sistema que aciona medidas de
controle diante de casos + ou - )
• Representatividade capacidade de
detectar a ocorrência do evento em
qualquer momento segundo a
distribuição por tempo, lugar e pessoas
• Oportunidade capacidade do sistema
acionar medidas de prevenção e controle no
momento necessário para que as ações
tenham o impacto necessário

• Simplicidade capacidade de se adaptar às


mudanças, objetivando garantir a utilidade
das informações obtidas
• Flexibilidade capacidade de se adaptar
as mudanças para garantir a utilidade
das informações obtidas – agilidade
simplicidade e menor custo

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