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UROCULTURA E ANTIBIOGRAMA

Ricardo Frederico P. Silveira


CRF/MG 13565
Desafios da Microbiologia para
Laboratórios de Pequeno Porte

• Fazer uma microbiologia simples e honesta;


• Respeitar os limites do laboratório de
pequeno porte;
• Saber administrar o custo;
• Tornar-se referência;
Requisitos Básicos para Boas Práticas
em Microbiologia

 Fonte de consulta e atualização;


 Conhecimento da microbiota normal do organismo;
 Conhecimento das principais síndromes infeciosas;
 Conhecimento detalhado de meios de cultura e suas
particularidades;
 Conhecimento das técnicas microbiológicas;
 Interpretação de dos ensaios;
 Elaboração do laudo;
O que consultar?
Infecção Urinária - ITUs
Infecções Urinárias - ITU

 As ITU podem ser divididas em não complicadas


e complicadas.
 ITU NÃO COMPLICADA:
 Ocorre primariamente em mulheres jovens
sexualmente ativas sem anormalidade anatômica
ou funcional do aparelho urinário. Normalmente
adquiridas na comunidade.
Infecções Urinárias - ITU

ITU COMPLICADA - aquelas que se associam com fatores


complicadores como:
 OBSTRUÇÃO: presença de cálculos renais, hiperprasia
prostática, neoplasias.
 ANATOMO-FUNCIONAIS: bexiga-neurogênica, refluxo vesico-
ureteral, doença policística renal
 METABÓLICAS: diabetes melittus, transplante renal
 INSTRUMENTALIZAÇÃO: cateterismo vesical, ou
procedimentos cirúrgicos do trato urinário
 Pelo maior risco, as ITUs em crianças, gestantes e homens
bem como as infecções do trato urinário alto são
consideradas infecções complicadas.
Infecção Urinária Relacionada à
Assistência à Saúde

 Corresponde a 30-40% das IRAS


 80% é relacionada com a cateterização vesical
 Risco de Infecção urinária aumenta em 50%, após 7-10
dias de cateterização
 15-20% dos pacientes internados são cateterizados
 Tempo de hospitalização: aumento de 4-5 dias
 Até 4% podem causar bacteremias
 Taxa de mortalidade: 12%
Fatores relacionados às ITUs
Agentes Etiológicos: ITUs

 Etiologia principalmente BACTERIANA.

 VIA ASCENDENTE:
 Gram Negativos: Escherichia coli, Proteus, Klebsiella,
Enterobacter, Serratia, Pseudomonas, Acinetobacter, etc.
 Gram Positivos: Staphylococcus saprophyticus; Enterococcus,
Corynebacterium urealyticum.
 Pacientes cateterizados: infecção polimicrobiana!
 AGENTES ETIOLÓGICOS

•Microrganismos freqüentemente isolados e que crescem


bem em meios de rotina em 24 horas.
• Escherichia coli
• Klebsiella pneumoniae
• Proteus mirabilis
• Outras enterobactérias
• Pseudomonas aeruginosa
Hospitalares
• Acinetobacter spp.
• Enterococcus spp.
• Staphylococcus saprophyticus
• Staphylococcus aureus
Candida spp. (outras leveduras)
Agentes Etiológicos

 Podem ser uropatógenos mas requerem


meios especiais ou mais de 24 horas de
incubação:
• Corynebacterium urealyticum
• Clamydia sp.
• Ureaplasma sp.
• Micoplasma sp.
Agentes Etiológicos

Germes não relacionados com ITUs:


• Anaeróbios
• Actinomyces spp.
• Lactobacillus spp.
• Estreptococcus alfa hemolíticos
• Estafilococos Coagulase Negativa
• Outras Corinebactérias
Agentes etiológicos: via
hematogênica

• Staphylococcus aureus
• Salmonella typhi
• Leptospira spp.
• Mycobacterium tuberculosis
• Candida albicans
Sintomas de ITUs

 CISTITE: disúria, urgência e freqüência

 PIELONEFRITE: sintomas semelhantes aos da


cistite, com febre, calafrios e dor lombar

 Podem evoluir para quadros com abscessos


renais;

 Episódios recorrentes: perda de função renal.


Diagnóstico Laboratorial

 Avaliação da Piúria
 Métodos diretos: sedimentoscopia à fresco
 Mais de 10 piócitos por campo de 400X (Sensibilidade – 95%)
 Visualização de cilindros leucocitários/ hemácias
(pielonefrite)

 Falsos positivos: quadros de calculose renal, nefrites,


processos inflamatórios trato genital, processos
traumáticos vesicais e estado febril (crianças).
 Falsos positivos: infecção por Trichomonas, etc.
 Falsos negativos: leucopenia; uso de drogas
imunossupressoras; quadros de bacteriúria assintomática.
Diagnóstico Laboratorial

 Avaliação da Bacteriúria

 Métodos diretos:

 Esfregaço de urina não centrifugada e corado


pelo Gram:
 Mais de 01 bactéria/campo 1000X = 105UFC/mL
(baixa sensibilidade: 40-70% e alta especificidade:
85-95%)
Avaliação da Bacteriúria

Métodos indiretos:
 Cultura quantitativa (padrão ouro)
 Teste da redução do nitrato a nitrito (presença de
enterobactérias)
 Falsos negativos: uso de ácido ascórbico.
Cultura Quantitativa

Quadros de infecção podem ser distinguidos de contaminação


através de métodos quantitativos de cultura (coleta de urina
através de micção espontânea).

Método da alça calibrada

Em geral considera-se bacteriúria significativa =


Contagem > 105UFC/mL

Culturas quantitativas não se aplicam para amostras de urina


coletadas através de punção suprapúbica, com exceção de
estafilococos coagulase negativos (>103 UFC/mL).
Critérios de Stamm - 1982

Em pacientes do sexo feminino apresentando


infecção urinária sintomática não complicada, o
limite de 105 UFC/mL corresponde a uma alta
especificidade e uma baixa sensibilidade.

 > 103 UFC/mL de E. coli ou outra


Enterobactéria em mulher sintomática;

 > 104 em homem sintomático;

 > 103 em crianças, dependendo da colheita.


Coleta e Transporte

 Lavagem cuidadosa com sabão e água

 3 horas de retenção vesical

 Não ingestão de muito líquido

 Coleta em frasco estéril

 Transporte e processamento rápidos da amostra

 Volume: 2-3mL para cultura; 10 mL para urinálise


Coleta e Transporte

 TIPOS DE COLETA:
 Amostra de urina de jato médio: mais comum

 Amostra de urina de qualquer jato: crianças (saco coletor –


trocar a cada 1 hora)

 A partir de cateter vesical: não recomendada.

 Punção suprapúbica: crianças < 2 anos; infecção por


anaeróbios
Falha no Diagnóstico Laboratorial

 Falso-negativos:

 Uso de antimicrobianos;

 Hiper hidratação;

 Tempo de retenção vesical menor que 3h;

 Envolvimento de bactérias apresentando exigências


nutricionais ou respiratórias especiais (Coleta por punção
suprapúbica).
Falha no Diagnóstico Laboratorial

 Falso-positivos:

 Erros de coleta (higiene mal feita; transporte inadequado;


demora no processamento).

Condições ideais

Higiene cuidadosa; Coleta jato médio;


Transporte e Armazenamento (2h, na TA ou
24h, refrigerada).
Relação da ITU x Piúria:
Diagnóstico diferencial

 Piúria não infecciosa: nefropatia por uso de analgésicos;


cálculos e corpos estranhos; ciclofosfamida; transplante;
trauma; neoplasias; glomerulonefrite;
 Infecciosa (MO de difícil cultivo): Micobactérias; fungos;
vírus (herpes, varicela e adenovírus); Haemophilus;
Chlamydia; Ureaplasma; anaeróbios; gonococos;
 Outras: Residual pós terapia; infecção mascarada por
antibióticos, infecções adjacentes ao trato urinário;
Lembre-se que:

O resultado da urinocultura deverá ser


avaliado juntamente com os outros dados
laboratoriais (pesquisa de bacteriúria e/ou
piúria) e clínicos (presença ou ausência
de sintomas, fatores predisponentes,
população de risco).
Microscopia e Coloração

Método direto sem coloração;


Bacterioscopia Gram;
Gram de gota;
Meios para Semeadura Primária
Importante!!!

 Saber a constituição do meio;


 Compreender o comportamento da bactéria
no meio de cultura;
 Compreender o comportamento do meio
frente a bactéria;
 Ex: Cled/ MacConkey;
Características Macroscópicas da
Colônia

 Tamanho
 Cor
 Hemólise
 Forma da Colônia
Podemos “fabricar” nossos meios?
Semeadura Quantitativa
Principais Provas de Identificação
Bacteriana

 Catalase
 Coagulase
 Oxidase
 Indol
 PYR
 Discos: Bacitracina / Optoquina / Novobiocina
 TSA auxiliar à Identificação
 Crescimento a 42 e 44°C
 Utilização de fontes de carbono/aminoácidos /enzimas
 Teste de Motilidade
Meios Comerciais para Provas de
Identificação

 Rugai
Reações bioquímicas: fontes de
carbono / aminoácidos / enzimas
Fluxograma: Não Fermentadores
Antibiograma
Fundamentos

 Método: Kirby e Bauer;


 Técnica “Artesanal”;
 Etapa final de um longo processo;
 Resgate de conhecimentos básicos:
farmacologia de antibacterianos, biologia
celular e mecanismos de resistência
bacteriana;
 Interpretação...
Principais Classes: Antibacterianos

 Penicilinas;
 Cefalosporinas;
 Carbapenemicos;
 Monobactamicos;
 Associação com Inibidores de Betalactamase;
 Aminoglicosídeos;
 Quinolonas e Fluorquinolonas;
 Sulfas;
 Polimixinas
 Glicopeptídeos;
 Outros;
Mecanismos de Resistência
Microbiana.

 Bomba de efluxo;
 Alteração de permeabilidade de porinas;
 Sítio de ligação;
 Alteração de via metabólica;
 Inativação enzimática;
Característica da Resistência

 Constitutiva ou Intrínseca;
 Induzível ou Cromossômica;
 Adquirida
Padronização

 CLSI
 Mesclar característica farmacológica x
mecanismo de resistência x padrões
propostos CLSI x realidade do laboratório
 Atualizações...
Técnica: Kirby e Bauer

 Princípio;
Vantagens do método

 Baixo custo;
 Flexibilidade;
 Estudo de resistência;
 Resultados de fácil interpretação clínica;
 Não requer utilização de equipamentos
especiais.
Desvantagens do Método

 Técnica qualitativa;
 Susceptível a erros técnicos e interpretativos;
 Técnica trabalhosa;
 Conservação de material;
 Tempo para liberação do laudo;
 Ausência de padronização do método para alguns
microrganismos;
 Falta de mecanização ou automação para realização
deste teste;
Método de disco difusão

Nem sempre sensível é sensível, mas o


resistente sempre será.
 Fatores relacionados ao germe  Abscesso,
Resistência Bacteriana...
 Fatores relacionados ao fármaco  baixa
biodisponibilidade, dose, ligação a proteínas...
 Fatores relacionados ao indivíduo  imunidade,
idade, doença de base, estado nutricional, infecção x
colonização...
Placas
Preparo da Suspensão McFarland

 Cloreto de bário 1%
 Ácido sulfúrico 1%
Inóculo
Escolha dos Discos

 Gram
 Provas bioquímicas preliminares
 Suspeita de determinados germes
 Normas CLSI
Disposição dos discos

 Recomendado: 12 discos / placas 150mm


 Cuidado: sobreposição de halos
Medição do Halo de Inibição
Controle de Qualidade

 Cepas ATCC
 Discos:
 Certificação ISO 9001;
 registro M.S.;
 Rígidos limites de impregnação do
antiibiótico -> erros de interpretação!!!
 Embalagem desenvolvida para controle de
umidade e estabilidade;
Para quais germes se aplica o TSA?

 Enterobactérias;
 Pseudomonas spp.,
 Acinetobacter spp.;
 Staphylococcus spp.;
 Enterococcus spp.;
 Streptococcus pneumoniae;
 Streptococcus do grupo viridans e beta-hemolítico;
 Haemophilus influenzae;
 Complexo Burkholderia cepacia;
 Stenotrophomonas maltophilia;
 Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis.
Principais Resistências
Intrínsecas

 Staphylococcus spp: Ácido Nalidíxico, Ácido


Pipemídico;
 Staphylococcus saprophyticus: Fosfomicina,
Novobiocina;
 Enterococcus ssp: Oxacilina, Cefalosporina,
Clindamicina e Sulfazotrim
Principais Resistências
Intrínsecas

 Klebsiella ssp., Citrobacter spp.: Ampicilina,


Amoxicilina, Ticarcilina, Carbenicilina;
 Enterobacter spp., Citrobacter freundii:
Ampicilina, Amoxicilina com ou sem
Clavulanato, Cefens 1ºG, Cefoxitina,
Cefuroxima;
Principais Resistências
Intrínsecas

 Proteus spp., Morganella sp., Providencia


ssp.: Ampicilina, Cefens 1º Geração,
Cefuroxima, Colistina, Nitrofurantoína;
 Salmonella spp. e Shigella spp: Cefens de 1º
e 2º Geração, Aminoglicosídeos (Salmonella
ssp)
Principais Resistências
Intrínsecas

 Pseudomonas aeruginosa: Ampicilina,


Amoxicilina com ou sem Clavulanato, Cefens
de 1º e 2º Geração, Cefotaxima, Ceftriaxona,
Kanamicina, Tetraciclina, Cloranfenicol,
Ácido Nalidíxico, Ácido Pipemídico,
Ertapenem.
Principais Resistências
Intrínsecas

 Acinetobacter spp.: Ampicilina, Amoxicilina,


Cefens de 1º e 2º geração e Nitrofurantoína.
 Stenotrophomonas maltophilia: todos os
Beta lactâmicos com exceção de Ticarcilina
+ Clavulanato, Aminoglicosídeos.
Resistências Incomuns

 Staphylococcus spp.: VAN / TEI / LNZ


 Streptococcus pneumonae: VAN / TEI / LNZ /
LEV ou CIP / CEFENS 3ºG
 Streptococcus sp. Beta Hemolítico: PEN /
AMP / VAN / TEI / LNZ / LEV ou CIP /
CEFENS 3ºG e 4ºG
 Enterococcus sp.: AMP / VAN / TEI / LNZ
Resistências Incomuns

 Enterobactérias: Carbapenêmicos
 E.coli – Klebsiella sp. – Proteus sp: CFO
 Pseudomonas sp – Acinetobacter sp: POL
 Stenotrophomonas maltophilia : SUT
Não fazer o TSA para:

 Bacilos Gram Positivos: Lactobacillus sp.,


Bacillus sp., Corynebacterium sp. e
Listeria sp;
 Staphylococcus saprophyticus;
 Moraxella catarrhalis;
 Outros germes incomuns/ fastidiosos:
Aeromonas, Pleisiomonas, Legionella,
Campylobacter, etc...
Como reportar?

 Reportar o germe isolado.


 Obs: Não estão estabelecidos padrões
pela CLSI para realização de TSA para o
germe isolado, sugere-se terapia empírica
com antimicrobianos de espectro
apropriado e acompanhamento clínico
adequado.
Terapia Empírica:

Moraxella catarrhalis: Amoxicilina + Ácido


Clavulânico, Cefalosporinas de 2° e 3°
gerações, Macrolídeos, Tetraciclina e
Rifampicina. Fluorquinolonas são
indicadas exceto para pacientes com
histórico de utilização prévia.
Terapia Empírica:

Bacillus sp.: Tetraciclina, Eritromicina,


Gentamicina, Cloranfenicol e
Fluorquinolonas;
Listeria sp.: Penicilina, Ampicilina (agente
de escolha para infecções sistêmicas),
Gentamicina, Eritromicina, Tetraciclina,
Sulfametoxazol + Trimetroprim, Imipenem.
Terapia Empírica:

Corynebacterium sp.: Penicilâmicos,


Cefalosporinas de 1° e 2° gerações,
Cloranfenicol, Clindamicina, Eritromicina,
Ciprofloxacin, Gentamicina, Rifampicina,
Imipenem, Tetraciclina, Vancomicina,
Teicoplamina e Nitrofurantoína.
Terapia Empírica

Staphylococcus saprophyticus:
Ampicilina, Cefalexina, Ciprofloxacin,
Nitrofurantoína, Penicilina e
Sulfametozaxol + Trimetroprim.
Vamos dar um plús!!!

 Método de disco aproximação


 Princípio
 Finalidade
Disco aproximação: importância

Indentificação presuntiva de resistência


bacteriana:
 ESBL
 Amp-C
 Carbapenemase
 Metalobetalactamases
 Resistência induzida à Clindamicina
Disco aproximação: Interpretação
ESBL

 Espécies: Escherichia coli; Klebsiella 
pneumonae; Proteus sp.
Como Reportar?

 Cepa bacteriana sugere a produção de beta


lactamases do tipo ESBL.
 OBS: Devem ser considerados resistentes todas as
cefalosporinas testadas, mesmo apresentando
sensibilidade in vitro.
 Tratamento de Escolha: Carbapenemicos ou
associações com inibidores de beta lactamase
sensíveis.
 OBS: Pode ser sensível à Piperacilina + Tazobactam
Amp-C: padronização?

 Espécies: Grupo CESP


Expressão AMP-C

 Resistência à cefoxitina;
 Não inibida associações de antibióticos
associados aà inibidores de betalactamases.
Como Reportar?

 Cepa bacteriana sugere produção de beta


lactamases do tipo Amp-C;
 Conduta: deve se atentar a possibilidade de
falha terapêutica, decorrente da produção de
tais enzimas, quando utilizada como terapia
cefalosporinas de 2° e 3° geração, exceto
em ITU.
 Droga de escolha: Cefepime
Detecção de Carbapenemases

 Suspeita: Qualquer enterobactéria


fermentadora intermediária ou resistente a
Imipenem ou Meropenem.
 Pacientes internados ou com passagem no
hospital: teste compulsório de
Carbapenêmicos!!!
 Não testar Ertapenem
Como relatar suspeita de
Carpapenemase?

 “CEPA BACTERIANA SUGERE A


PRODUÇÃO DE CARBAPENEMASE”
Teste de Hodge

 Detecção de Carbapenemases;
 Importante: Enterobactérias -> resistente a
maioria dos ATM e halo limítrofe ou
resistente para carbapenemicos -> KPC?
 Atenção com BGN oxidase positivo e
assacarolíticos.
 E. coli ATCC 25922 - Disco de IMP ou ERT
Metalobetalactamases

 Expresso por múltipla resistência bacteriana;


 Expressão: resistência à Carbapenêmicos e
sensibilidade à Monobactâmicos;
 Inibida pelo EDTA;
Como reportar?

“ Cepa bacteriana sugere produção de


Metalobetalactamase”
Observações importantes: Laudos

 Grupo CESP: Citrobacter, sp.,


Enterobacter sp., Serratia sp. e
Providencia sp.
“Cepa bacteriana pertencente ao grupo
CESP, com potencial de produção de beta
lactamases do tipo AMP-C em níveis
basais.”
Enterobactérias

Quando ocorrer resistência de


Enterobactérias a Carbapenêmicos, deve
ser reportado:
“Cepa bacteriana sugere produção de
Carbapenemases, sendo necessário
confirmação por técnicas específicas.”
Não Fermentadores:
Pseudomonas sp. Acinetobacter sp.

Apesar destes germes apresentarem beta


lactamases da classe ESBL e AMP-C,
podem apresentar múltiplos mecanismos
de resistência, portanto não devemos
reportar qualquer mecanismo, apenas
interpretar e liberar o antibiograma
conforme normas do CLSI.
Padronização de Antibiogramas
TSA: Enterobactérias na urina
(Ambulatorial)

 AMP
 AMC
 CFO
 CFZ
 CRO
 SUT
 TET
 FOS
 GEN
 CIP
 NIT
 NOR
TSA: Enterobactérias na urina
(Hospitalar)

 IMI ou MER
 PPT
 CFO
 CRO
 CAZ
 CPM
 SUT
 TET
 AMI
 GEN
 LEV
 CIP
TSA : Staphylococcus sp.

 Discos importantes: OXA (CFO), PEN, SUT e


VAN;
 Teste de indução com Clindamicina;
 Importante: VAN I ou R MIC
 Caso OXA R: considerar resistentes todas
penicilinas associadas ou não a inibidores de
betalactamase, cefalosporinas e
carbapenemicos como  Resistentes!
TSA: Staphylococcus sp. na urina

 ERI – CLI ( D TEST )


 CFO ( OXA )
 CFZ
 PEN
 TET
 VAN
 RIF
 SUT
 CIP
 GEN
 NIT
 NOR
Resistência Induzida: Clindamicina

 Espécies: Staphylococcus sp.
TSA para Pseudomonas sp.

TSA simplificado em placa de Mueller Hinton


pequena utilizando os seguintes antibióticos:
 CAZ
 AMI
 POL
 MER
 CIP
 CPM
 PPT
TSA para Acinetobacter ssp.

 TSA simplificado em placa de Mueller Hinton


pequena utilizando os seguintes antibióticos:
 SBA
 AMI
 POL
 MER
 CIP
 CPM
 PPT.
TSA: Enterococcus sp. na urina

 VAN
 AMP
 TET
 GEN (HLAR) 120
 CIP
 NOR
 NIT
Sistemas Poli Discos: Fácil e
Atualizado
Caracteristicas Importantes dos
Discos no TSA

 Tetraciclina: serve como marcador para


os antimicrobianos Minociclina e
Doxicilina.
 Eritromicina: serve como marcador para
antimicrobianos Azitromicina e
Claritromicina.
 Vancomicina: não se reporta resistente
pelo método de disco difusão, apenas por
métodos quantitativos.
Continuação...

 Polimixina: qualquer halo formado deve


ser reportado como sensível.
 Clindamicina: sempre deve ser realizado
o D TEST, colocando próximo o disco de
Eritromicina.
 Cefoxitina: quando testada, não necessita
ser reportada como sensível ou
resistente.
Continuação...

 Clindamicina  Lincomicina
 Cefazolina  CEFENS orais de 1º e 2ºG
 NIT / PIP / NAL / Sulfonamidas /
Trimetoprim  testar somente em
amostras de urina.
Antibiograma x Identificação

 Auxílio na identificação bacteriana pelo


conhecimento da resist. Intrinseca.
 Proteus sp.: Nitrofurantoína
 Stenotrophomonas maltophilia.: Sulfazotrim
 Serratia sp. Providencia sp.: Polimixina B
 Enterobacter sp.: Cefoxitina e Amox + Clav.
 Klebsiella sp.: Ampcilina
 Enterococcus sp.: Oxa, Cli, Cefalosp. Sulf.
 Staphylococcus sp.: NAL e PIP
Interpretação x Cuidados: Germes

 Staphylococcus aureus x Vancomicina;
 Enterobactérias x Carbapenemicos;
 Pseudomonas aeruginosa x Polimixina B;
 Streptococcus pneumonae x Vanco,
Penicilina (MIC), Cefalosporinas de 3° G.
 Enterococcus sp. x vanomicina, linezolida,
teicoplamina
Resultados Incompatíveis: Revisão

 Casos onde verifica-se a possibilidade de


erro e a qualidade dos insumos utilizados.
Caso 1 – Staphylococcus sp.

 Staphylococcus spp: CLI (R) e ERI (S)


 Staphylococcus spp: CLI (R) ERI (R) OXA(S)
 Staphylococcus spp: VAN (S) TEI (R)
Caso 2 – Streptococcus pneumoiae

 Cefalosporinas 3°G Intermediária ou


Resistente e Penicilina Senvível.
Caso 3 - Enterobactérias

 Cefalosporinas 3°G (R) e 2°G (S) ->ESBL?;


 APS (R) e AMP (S);
 Amicacina (R) e Gentamicina (S);
 Levofloxacin (R) e Ciprofloxacin (S);
 CIP e LEV (R) e NOR (S)
Caso 4 – Pseudomonas aeruginosa

 Amicacina (R) e Gentamicina (S);


 Levofloxacin (R) e Ciprofloxacin (S);
 CIP e LEV (R) e NOR (S)
 Polimixina B (R)
Caso 5 – Stenotrophomonas maltophilia

 Imipenem sensível
 Sulfazotrim resistente
Perfil TSA Clássico

 Klebsiella pneumonae – ESBL/MBL


K. pneumoniae producing a KPC
Pseudomonas aeruginosa producing
an ESBL
Enterobacter cloacae with AmpC
β‑lactamase
MRSA with reduced susceptibility to
vancomycin (VISA/GISA)
MRSA with inducible clindamycin
resistance
Formatação de Laudos
Laudo convencional: cultura negativa

Material: xxxxxxx

“Material semeado em meios usuais (seletivos,


etc...), cultivado em aerobiose (tensão de CO2,
etc...), a 37°C durante 48hs, não apresentou
crescimento bacteriano ou fúngico.”
Urina: Urocultura negativa – 1000 UFC/ml ou
Colônias Ausentes.
Laudo convencional: cultura positiva

 Material: xxxxxxx
 Germe isolado: Escherichia coli
 Contagem de colônias: quando aplicável
 Sensibilidade: Amicacina, Ciprofloxacin...
 Resistência: Ceftriaxona, Cefepime...
 Observação: Cepa bacteriana sugere
produção de ESBL...
Laudo não convencionais:
contaminação / indeterminados

Material semeado em meios...


“Houve o crescimento polimicrobiano
característico de contaminação da amostra. À
critério médico proceder nova coleta”
“Houve o crescimento de germe (espécie ou
simplesmente característica Gram) com
contagem inferior ao limite patológico”.
Laudo não convencional: Flora normal
Exemplo

Material: Swab orofaringe


“Houve o crescimento de Streptococcus sp.
Alfa hemolítico, característico da flora
anfibionte local. À critério médico, proceder
diagnóstico diferencial ou terapia empírica
adequada.”
MUITO OBRIGADO!!!!

 http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/contr
ole/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo5/in
troducao.htm
 www.hematosul.com.br
 Leitura recomendada: Resistência
Bacteriana – Raquel Rossi
 Contato: ricardo@hospsl.com.br

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