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Contexto
A produção da vasta obra de Weber ocorreu num período de grande surto
de industrialização e crescimento econômico, levado a cabo por Bismarck e
continuado por Guilherme II. Tratava-se de uma industrialização tardia,
comparada com a industrialização da Inglaterra e da França. O capitalismo
industrial alemão não nasceu de uma ruptura radical com as forças feudais
tradicionais, tal como se verifica na sociedade francesa. O arranque
econômico da Alemanha dessa época foi realizado com base em um
compromisso entre os interesses dos latifundiários prussianos - os Junkers -
e os empresários industriais do Oeste Alemão.
A debilidade da burguesia alemã da época para controlar o poder político,
mesmo dominando a vida econômica, abriu um formidável espaço para a
burocracia enfeixar em suas mãos a direção do Estado. Esta burocracia, que
geralmente recrutava seus membros na nobreza, passava a impor a toda a
sociedade suas opções políticas, exercendo um verdadeiro despotismo
burocrático.
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Sociologia de Weber
Mas é possível que as várias tendências, escolas, teorias e
interpretações se reduzam, em essência, a três polarizações
fundamentais. Umas e outras têm como base, em última instância, um
dos três princípios explicativos: causação funcional, conexão de
sentido e contradição. Esses são os princípios explicativos principais,
nos quais se sintetizam os fundamentos das mais diversas tendências,
teorias, escolas ou interpretações. O princípio da causação funcional
está presente em Spencer, Comte, Durkheim, Parsons, Merton, Touraine
e outros. O da conexão de sentido inspira Dilthey, Rickert, Weber,
Toennies, Nisbet e outros. E o da contradição fundamenta as
contribuições de Marx, Engels, Lenin, Trotsky, Rosa Luxemburgo, Lukacs,
Gramsci, Goldmann e outros.
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Weber
MÉTODO OU SOCIOLOGIA COMPREENSIVA – Tem esta denominação porque
Weber quer compreender os comportamentos praticados pelo indivíduo em
relação a outros, e para ele o indivíduo é o único portador de um
comportamento provido de sentido e intencionalidade (conexão de sentido).
São os modos de agir das pessoas que criam o Estado, o capitalismo, etc.
A realidade social seria um feixe inesgotável de acontecimentos díspares,
fragmentos sem encadeações lógicas entre si. O mundo da sociedade seria um
caos arbitrário e desordenado. Caberia aos cientistas sociais escolher alguns
aspectos dessa realidade, que em si mesma não teria sentido, para construir
um modelo de explicação coerente, que contribuísse para a compreensão da
realidade. Cada cientista social pode construir seu modelo de explicação (o
chamado ‘tipo ideal’), baseado em alguns aspectos da realidade, que seria
impossível abranger no seu conjunto. Disso decorre que não há uma única
verdade científica: dependendo do prisma pelo qual a realidade for abordada,
podemos ter visões distintas e igualmente válidas para compreendê-la.
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Sua visão metodológica parte da ideia de que
existe uma divisão entre ciências naturais e
ciências sociais. Cabe a esta última compreender
os fenômenos sociais e não elaborar leis. Neste
sentido a presença dos valores dos indivíduos
pode ser encontrada em sua construção
sociológica, pelo menos na parte referente a
escolha do objeto de pesquisa.
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Conceitos
Ação Social: é toda conduta humana dotada de sentido, que tem um
motivo. Seu caráter é social pois interfere na ação de outro.
“A ação humana é social na medida em que, em função da
significação subjetiva que o indivíduo que age lhe atribui, toma em
consideração o comportamento dos outros e é por ele afetada no
seu curso”.
Exemplos: moda, consumo, mercado, política, religião, crime,
trabalho, etc.
A Sociologia é:
- Compreender a ação social dos seres humanos individualmente. As
motivações do indivíduo no agir social.
- Não fazer julgamento de valor sobre as ações humanas.
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AÇÃO SOCIAL : MOTIVAÇÃO, SENTIDO E VALORES
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2. Ação racional orientada por valores:
- As ações são orientadas por valores ou convicções determinadas.
Exemplos:
. Ser contra o aborto;
. O Capitão que afunda com o seu navio;
. Não comer carne na Semana Santa;
. Não mentir;
. Não aceitar suborno;
. Cumprir sua palavra.
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3. Ação Afetiva:
- É um ação orientada, basicamente, por emoções. Ação bem irracional.
Exemplos:
. Ter ciúmes do amigo da namorada;
. Vingar-se de uma ofensa recebida;
. Ser fã incondicional de um político;
. Idolatrar pessoas ou artistas famosos;
. Respeitar as pessoas mais velhas.
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4. Ação Social com relação ao regular ou Tradicional:
- É a ação menos consciente, tem base no costume e nos hábitos.
Totalmente irracional.
Exemplos:
. Adoração dos ingleses pela monarquia;
. Votar sempre nos mesmos políticos;
. Não comer carne na semana santa;
. Fazer o sinal da cruz diante de igrejas.
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Weber
RACIONALIZAÇÃO – a sociedade humana passa por um
processo de crescente de racionalização da vida,
abandonando concepções mágicas e tradicionais como
justificativas para o comportamento do homem e da
administração social (desencantamento do mundo), com
um predomínio acentuado de regras racionais,
administração racional (hierarquizada, profissional e
burocrática), dominação racional. Este quadro permitirá o
desenvolvimento do capitalismo fornecendo as garantias
para os contratos, a constituição de empresas modernas e
a formação de um corpo de funcionários especializados, a
burocracia, para dirigir os governos e as empresas.
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Weber – Teoria da Dominação
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Tipo ideal
Nesse sentido, o tipo ideal é uma “utopia”, pois não é empiricamente
encontrado na realidade: é uma construção intelectual do pesquisador.
O tipo ideal não é um fim, mas um método, um conceito, que permite
compreender os fenômenos concretos: ele só será importante na
medida em que for eficaz; se deixar de sê-lo, deve ser substituído por
outro tipo ideal, mais adequado à compreensão dos fenômenos.
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DOMINAÇÃO – seria a probabilidade de encontrar
obediência a um determinado mandato. Isto é, ele
procura construir um modelo explicativo para
compreender por que, em todos os campos da vida
social, em todas as épocas, alguém manda e alguém
obedece às ordens que lhe são dadas pelo mandante.
Ele se preocupa com a legitimidade da dominação, que
ocorre quando as pessoas que acatam ordens de seus
superiores consentem conscientemente em obedecer,
aceitando de bom grado as ordens, como
indispensáveis para o bom funcionamento da
sociedade. Para Weber, só a dominação legítima seria
estável, só ela teria condições de se manter
continuamente sem basear-se apenas no uso da força,
já que estaria fundada nas vontades livres e
conscientes dos indivíduos que compõem a sociedade.
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Os tipos ideais ou puros de dominação
são três:
1. tradicional
2. carismática
3. racional-legal
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1. TRADICIONAL:
Apoia-se na crença da santidade das ordenações e dos
poderes senhoriais. Seu tipo mais puro é a dominação
patriarcal. O tipo do que ordena é o senhor, e os que
obedecem são súditos. O poder é pessoal, emana da
dignidade própria e santificada do líder e responde à lógica
da fidelidade. As regras são determinadas por tradição. A
categoria da disciplina não é relevante, regem a honra e a
boa vontade. Os princípios materiais prevalecem aos
formais na atividade administrativa. Seria aquela baseada
na crença da santidade da tradição, que passa de pai para
filho, de geração para geração.
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Autoridade do “ontem eterno”, passado, tradição,
costume, etc. (...) dá orientação habitual para o
conformismo” (Weber). Exemplos: patriarcas antigos,
príncipes patrimonialistas (como em Portugal no tempo
das navegações, etc.). Certos políticos brasileiros.
Ex: José Sarney, Marconi, Iris, etc
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2. CARISMÁTICA:
Apoia-se na “devoção afetiva a pessoa do senhor e seus
dotes sobrenaturais (carisma) e, particularmente: as
faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder
intelectual ou de oratória”. O poder é pessoal: obedece-se à
pessoa do líder, por suas qualidades excepcionais (e não em
virtude de sua posição estatuída ou de sua dignidade
profissional). A dominação só dura enquanto permanecer o
carisma. Este tipo não considera o conceito racional de
competência e o conceito estamental de privilégio. A
autoridade não deriva do reconhecimento por parte dos
submetidos: a fé e o reconhecimento são considerados
deveres. Sua forma pura tem caráter autoritário e
dominador.
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O tipo que ordena é o líder, e os que obedecem são
apóstolos.
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3. RACIONAL-LEGAL:
Autoridade vem das regras jurídicas ou leis racionalmente
criadas. Obedecemos às ordens superiores porque
concordamos com um regulamento escrito que nos
obriga a tanto, estabelecendo nossos direitos e deveres.
O exercício da autoridade racional depende de um
quadro hierarquizado e profissional, que se caracteriza
pela existência de uma burocracia. Ideia básica:
“qualquer direito pode ser criado e modificado mediante
estatuto sancionado corretamente quanto à forma”.
“A associação dominante é eleita ou nomeada e todas as
suas partes são empresas...”
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O poder é impessoal, ou seja, “obedece-se não à pessoa
em virtude de seu direito próprio, mas à regra estatuída”.
A administração é um trabalho profissional, “sem a
menor influência de motivos pessoais e sem influências
sentimentais”. A base do funcionamento é a disciplina do
serviço.
Exemplos: A estrutura moderna do Estado e do município.
Empresas capitalistas privadas. “União de qualquer
natureza que disponha de um quadro administrativo
numeroso e hierarquicamente articulado.” Autoridade
dos modernos servidores do Estado (presidentes,
professores, juízes, prefeitos, etc.); relação entre patrão e
empregado, etc.
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Aviso:
1. Todos os fenômenos políticos que existiram até hoje,
isto é, aqueles referentes ao fato de alguns mandarem
e de outros obedecerem, podem ser enquadrados num
dos três tipos puros de dominação. Não que esses tipos
existam no mundo real exatamente como foram
descritos. Eles são apenas tipos puros ideais, recursos
metodológicos que servem para nos orientarmos ao
analisar cada caso concreto de dominação. Assim, por
exemplo, pode-se tomar o caso do governo de Getúlio
Vargas no Brasil, nos anos 50. Estava em vigor a
Constituição de 1946, portanto a dominação era do
tipo legal, mas Getúlio era simultaneamente um líder
carismático(...)
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2. Antigamente, vigoravam os dois primeiros tipos. Atualmente, o
terceiro tipo, mas sempre com “fraturas” e “espaços” para os outros
dois tipos.
3. Não devemos esquecer que são tipos “ideais” de dominação. Um tipo
nunca se apresenta puro.
4. No Brasil, isso, por exemplo, é uma confusão, pois a dominação é
uma “mistura” desses três tipos.
FHC tinha autoridade mais racional legal. ACM e outros misturam
tradição com carisma. Lula indica ser mais “carismático”. O melhor é
analisar com cuidado, pois a confusão é grande. Razão: o capitalismo
brasileiro mistura alta modernidade tecnológica com os maiores atrasos
sociais e políticos, dando margem para essa “bagunça aparente”, que
tanto “nojo” causa ao povo/eleitores.
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5. A essência da política, então, é a luta pelo
poder/dominação. Um “mercado político”, com tremenda
competição, etc. A vitória daqueles que alcançam o poder –
por que meios for (o que lembra Maquiavel) – é o processo
de “seleção social” (que não é a mesma coisa do que a
seleção natural de Darwin).
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RELIGIÃO E CAPITALISMO
A oportunidade de trabalho
disponibilizada por Deus não
pode ser rejeitada, e se a Ele
Puritanos apresenta essa possibilidade
como lucro, o faz com proposito
sobreano. Ao homem resta
obedecer.
“A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” (1904)
ÉTICA DA RACIONALIDADE
SALVAÇÃO BUSCA RACIONAL DO
ÉTICA LUCRO
CALVINISTA VALORIZAÇÃO DA
ASCETISMO PROFISSÃO
DISCIPLINA;
PARCIMÔNIA;
ASCETISMO;
POUPANÇA.
O ESPIRITO DO
É marca da cultura ocidental
CAPITALISMO
O “impulso para o ganho”
ou a “ânsia de lucro” nada
tem a ver em si com o
capitalismo
RACIONALIDADE
Há dois elementos no capitalismo
ocidental: a formação de um
mercado de trabalho formalmente
livre, o uso da contabilidade racional.
Reinvestimento da riqueza:
assegurar o lugar de eleito,
de “salvo”
- O importante neste mundo é
trabalhar para criar riqueza e criar
riqueza não para o desfrute
pessoal e esbanjamento, mas para
que se crie novamente trabalho.
Esta é a base da salvação do
homem.
- Esta mentalidade acabou
configurando a tipologia do
empresário moderno.
Desencantamento
“O desencanto (ou desencantamento) do mundo está em que os
indivíduos, que criaram livremente a sociedade, tornam-se
prisioneiros dessa mesma sociedade, um processo cada vez mais
marcante no mundo contemporâneo. De homens livres
tornaram-se homens esmagados pela rotina burocrática. O
aparelho de Estado moderno, que originalmente era um meio
para realização de certos fins valiosos decididos pelos cidadãos,
torna-se um fim em si mesmo, que se impõe à vontade dos
agentes. Então, as decisões políticas não seriam mais expressão
de liberdade, e sim de opressão. O mundo perderia seu encanto.
As sociedades comunistas seriam o exemplo mais bem-acabado
dessa supressão da vontade política livre do indivíduo pela
máquina burocrática.
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Para combater o mundo crescentemente desencantado, sem
liberdade e autonomia dos indivíduos, evitando que eles
sucumbissem totalmente à burocracia, Weber apontava a
necessidade de partidos políticos e de um parlamento forte, com
deputados combativos que se opusessem ao gigantismo
administrativo estatal, representando os cidadãos que tendem a
ser governados burocraticamente. Indicava também a
necessidade de empresários individuais empreendedores que
fizessem valer sua vontade livre no mercado, evitando que a
rotina empresarial e a burocracia estatal reinassem absolutas.
Finalmente, esperava que surgissem líderes carismáticos capazes
de despertar e conduzir as vontades políticas autônomas dos
indivíduos, cada vez mais burocratizadas.
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É curioso que Weber chegue, ao final de sua análise, no que era o ponto
de partida de Durkheim: o indivíduo no mundo contemporâneo está
submetido à sociedade a ao Estado. Como vimos, Durkheim encarava
isso como desejável e natural, ao passo que Weber se desencantava
com esse mundo. O que para Weber é o crescente estreitamento da
liberdade do homem, para Durkheim é a própria realização da
individualidade no interior da sociedade.
Weber como Marx, conclui que o homem vive subjugado no mundo
contemporâneo. Só que para Marx a história da humanidade tem sido a
da crescente libertação do homem, cada vez menos submetido à
escassez, às necessidades impostas pela natureza hostil, vislumbrando-
se depois da Revolução Industrial a possibilidade de criação da
sociedade socialista, com abundância de riquezas, sem a dominação do
homem pelo homem, superando as contradições de classe do
capitalismo. Se para Marx o humano se constrói, segundo Weber o
humano se destrói, caminha da liberdade e da vontade consciente do
indivíduo na constituição das relações sociais para uma sociedade que
aprisiona esse indivíduo. (...)”.
Ridenti, Marcelo. Política pra quê?. São Paulo, Atual Editora, 1992.
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CONCLUSÃO
teve uma contribuição importantíssima
para o desenvolvimento da Sociologia.
Em meio a uma tradição filosófica
peculiar, a alemã, e vivendo os
problemas de seu país, diferente da
França de Durkheim, pode trazer uma
nova visão não influenciada pelo
WEBER racionalismo positivista.
Ao contrário, as estruturas da
sociedade eram formadas por uma
complexa interação de ações.
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Finalidades da educação:
Despertar o carisma: não é propriamente
uma pedagogia.
Preparar o aluno para uma conduta de vida:
pedagogia do cultivo
Transmitir o conhecimento especializado:
pedagogia do treinamento.
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Despertar o carisma:
Revelar qualidades mágicas ou dons heroicos.
Weber refere-se aqui ao ascetismo mágico antigo e aos heróis
guerreiros da antiguidade e do mundo medieval, que eram
educados para adquirir uma “nova alma”, no sentido animista, e
portanto “renascer”.
Pelo termo animismo, designa a manifestação religiosa imanente a
todos os elementos do cosmos (Sol, Lua, estrelas), a todos os
elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a
todos os seres vivos (animais, fungos, vegetais) e a todos os
fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite); é um princípio vital
e pessoal, chamado de ânima, o qual apresenta significados
variados: cosmocêntrica significa energia; antropocêntrica significa
espírito; teocêntrica significa alma. Consequentemente, todos
esses elementos são passíveis de possuírem: sentimentos,
emoções, vontades ou desejos e até mesmo inteligência.
Resumidamente, os cultos animistas alegam que: "Todas as coisas
são vivas", "Todas as coisas são conscientes", ou "Todas as coisas
têm ânima".
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Pedagogia do cultivo
Ela procura formar um tipo de homem
que seja culto, onde o ideal de cultura
depende da camada social para a qual o
indivíduo está sendo preparado, e que
implica em prepará-lo para certos tipos de
comportamento interior (ou seja para a
reflexibilidade) e exterior (ou seja, um
determinado tipo de comportamento
social).
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Pedagogia do treinamento
Com a racionalização da vida social e a
crescente burocratização do aparato
público de dominação política e dos
aparatos próprios às grandes corporações
capitalistas e privada, a educação deixa
paulatinamente de ter como meta
“qualidade da posição do homem na vida”
e torna-se cada vez mais um processo de
preparo especializado com o objetivo de
tornar o indivíduo um perito.
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Com a racionalização da vida social e a
crescente burocratização do aparato
público de dominação política e dos
aparatos próprios às grandes corporações
capitalistas e privada, a educação deixa
paulatinamente de ter como meta
“qualidade da posição do homem na vida”
e torna-se cada vez mais um processo de
preparo especializado com o objetivo de
tornar o indivíduo um perito.
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Weber via na pedagogia do treinamento,
imposta pela racionalização da vida, o fim
da possibilidade de desenvolver o talento
do ser humano, em nome da preparação
para a obtenção de poder e dinheiro. A
racionalização é inexorável, invencível, e a
educação especializada, a lógica do
treinamento, para Weber, também é. Para
ele, não há nada que se possa fazer a
respeito.
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Conclusão
A educação enquanto processo formal de aprendizagem
social está envolvida, numa pedagogia de treinamento
com vista a formar o especialista, que possui uma
competência técnica especifica destinada a ocupar um
lugar na vasta organização de uma grande empresa ou
órgão público burocratizado. Esse tipo de educação, tem
sido cada vez mais questionada por educadores, pois
desvincula o aprendizado dos valores humanistas e
longe de uma perspectiva criticamente orientada para
transformação da realidade social.
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