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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DE SANTARÉM


30º CURSO DE ENFERMAGEM
UC: ENFERMAGEM II
AT: ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA

A PESSOA/CUIDADOR SUBMETIDA A
ARTROPLASTIA TOTAL DO JOELHO
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO

Autores:
Ana do Rosário Silva
Fernando Júnior
Orientador:
Filipe Ganaipo
Professor Joaquim Simões
Isabell Gonçalves
João Piteira
Luís Gonçalves
OBJETIVOS

Geral
• Compreender a intervenção do enfermeiro com a pessoa/cuidador submetida a
artroplastia total do joelho.

Específicos
• Contextualizar o desenvolvimento da Atividade de Vida Mobilizar-se e a influência da
mesma nas restantes atividades de vida da pessoa submetida a ATJ;
• Identificar os fatores que determinam a necessidade da realização da ATJ;
• Identificar as complicações resultantes da ATJ;
• Descrever a intervenção do enfermeiro face à pessoa submetida a ATJ no período
perioperatório e na preparação do regresso a casa numa perspetiva teórico-prática.

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PLANO DE SESSÃO

Etapa Duração Conteúdo Método Recursos Preletores

Apresentação do tema, objetivos e estrutura da


Introdução 3 min
apresentação
Expositivo PowerPoint Filipe Ganaipo

Caraterização da importância da AV Mobilizar-se;


Conceito de artroplastia total de joelho; Isabell Gonçalves
Desenvolvimento 25min Intervenção do enfermeiro no peri-operatório; Expositivo PowerPoint Fernando Júnior
Filipe Ganaipo
Preparação do regresso a casa;

Conclusão 2min Síntese Expositivo PowerPoint Isabell Gonçalves


A IMPORTÂNCIA DA AV MOBILIZAR-SE

“a atividade física é uma orientação humana básica


mesmo na terceira idade”.

“dada a sua natureza específica a palavra mobilidade


está intimamente relacionada com a maior parte das
outras atividades de vida. A capacidade de
movimentar o corpo de forma livre é tomada
como normal para a maioria das pessoas.”
(Roper, Logan e Tierney, 1995: 304)
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Biológicos:
Dor;
Mobilidade
reduzida.

Político- Psicológicos:
Económicos: Receios, medos;
Recursos Conhecimento;
económicos; Crenças e
Lista de espera. motivações.
Fatores

Ambientais: Socioculturais:
Condições da Apoio familiar;
habitação; Apoio da
Condições sociedade;
hospitalares. Religião. 5/28
ARTROPLASTIA TOTAL DO JOELHO

Artroplastia é a “substituição de parte ou


da totalidade das superfícies articulares”.

(Smeltzer e Bare, 2002: 1717)

Artroplastia Total do Joelho ou


Substituição articular total consiste na
“substituição de ambas as superfícies
articulares dentro de uma articulação por
materiais metálicos”, ou seja, próteses.

(Smeltzer e Bare, 2002: 1717)


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FATORES DE RISCO

Lesões
Idade Atividade osteoarticulares
física/profissio inflamatórias e
• Entre os 50 nal Excesso de degenerativas,
e 70 anos • Calceteiro
peso traumas ou com
outras
• Construção Civil
comorbidades
• Operário fabril

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CRITÉRIOS PARA A REALIZAÇÃO DE ATJ
Dor articular grave ou • Que limita as atividades diárias simples
rigidez articular

Dor moderada a grave • Com o joelho em repouso

Inflamação Crónica • Sem melhoras no repouso ou com terapêutica

• Joelhos para dentro (valgismo)


Deformidade acentuada • Joelho para fora (varismo)

Falha no tratamento • Ausência de melhoras com terapêutica e fisioterapia


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INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO

Pré-
operatório

Período
Peri-
operatório
Pós- Intra-
operatório operatório

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• Avaliação Inicial:
• Colheita de dados:
PERÍODO PRÉ- • Idade;
OPERATÓRIO • • Condições
Garantir jejum desociofamiliares
pelo menos 6 horas (ex: apoio familiar,
antes da hora
• marcadacomdada
Admissão quem vive,eetc.);
pessoa
cirurgia apresentação do serviço;
• Gerir ambiente físico, escutar e esclarecer o doente,
•• Dar
Nas 2Condições
• conhecimento
a 3 horas
promovendo habitacionais
à pessoa
antes
o conforto de do
ir ao (ex:oescadas,
sobre
bloco,
mesmo; tapetes,
procedimento
deve tomar, um
4 DI
24 8 A DA
H OR CI RUR
AS ANT E RGIA:
I OR ES: banhodeclive,
geral; tipo de terreno, casa de banho, etc.);
cirúrgico
• Ao jantar, proporcionar uma refeição ligeira de sopa
•• Vigiar Hábitos
ou• fruta;
Colheita tabágicos;
de sangue
a eliminação para controlo analítico de
vesical;
referência
• e deintestinais;
Hábitos compatibilidade;
• Avaliar
Informar osdasinais vitais e saturação
necessidade de manterdejejum
oxigénio
de 6 horas
Consiste essencialmente em • Consultar
periférica
antes a folha
para de prescrição
referência;
da cirurgia;
• Terapêutica (ex: terapêutica, para anti-
anticoagulantes,
três momentos: admissão do administrar a terapêutica
hipertensores, etc.); pré-anestésica se prescrita
• Cateterizar
e/ou outra; veias
Administração periféricas
medicação e colocar perfusão
pré-anestésica;
doente, véspera e dia da conforme
• Hábitos protocolo
etílicos; instituído;
•• Ensino de alguns exercícios
Explicar à pessoa o que esperar a realizar no o
durante pós-
período
cirurgia. Executar tricotomia,
• operatório
• Como
pré-anestésico o deserecuperação;
se edesloca necessário;
(ex: carro, a pé, transportes
• Removerpúblicos);
próteses e adornos;
• História
• Encaminhar clínica; ao bloco operatório.
a pessoa
• Alergias;
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• Avaliação da dor.
• Não existe contacto da pessoa com o serviço
antes da sua admissão;
ARTICULAÇÃO COM A • Entra no dia antes que antecede a cirurgia, ou
PRÁTIC A
seja 24 horas, por gestão de serviço, para
admissões, colheitas de sangue e exames
Serviço de Ortopedia II, do complementares;
Hospital Distrital de
Santarém • A admissão é feita pelo enfermeiro que tiver
de serviço no dia;

• Os dados recolhidos durante a avaliação inicial


relacionam-se antecedentes pessoais, como é a
mobilidade em casa e se ainda caminhava em
casa.

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• Manutenção da segurança
• Assegurar a contagem correta
das compressas, agulhas e
instrumentos;
• Posicionar o doente:
PERÍODO
INTRAOPERATÓRIO • Exposição do local a operar
com o joelho intervencionado
a 90º;
• Manutenção do
posicionamento durante toda a
cirurgia.
• Vigilância psicológica
• Proporcionar apoio psicológico à
pessoa
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ARTICULAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA
TEÓRICA PRÁTICA
• Os tipos mais comuns de anestesia são a anestesia geral • A anestesia mais usada é epidural;
ou anestesia raquidiana, epidural ou bloqueio nervoso
• Complicações não são muito frequentes, se
regional;
surgirem são relacionadas com
• Hemorragia – normalmente, todo sangramento de vasos tromboembolismo e trombose venosa profunda;
são protegidos durante a operação usando suturas ou
• A cirurgia tem uma duração de 1 a 2 horas;
cauterização elétrica. Às vezes um vaso pode ser deixado
de fora, e isso pode levar a uma hemorragia posterior na • Algumas pessoas fazem transfusões heterólogas
articulação, o que poderá levar à realização de uma de sangue;
transfusão de sangue;
• O material utilizado para encerrar a ferida são
• O procedimento em si leva de 1 a 2 horas mais ou menos; agrafos.
• O material mais utilizado são os agrafos, são retirados 10
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a 14 dias após a cirurgia.
COMPLICAÇÕES FREQUENTES

Infeção
Retenção Trombose
Urinária Venosa
Profunda
Dor
Hemorragia
persistente
Estase
Venosa
Smeltzer e Bare, (2002)
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PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO 24H-48H

• Monitorizar o estado de consciência;


• Avaliar e monitorizar os sinais vitais;
• Gestão de analgesia;
• Vigiar resposta urinária;
• Vigiar as características do penso cirúrgico;
• Vigiar as drenagens;
• Avaliar a sensibilidade motora nos membros inferiores;
• Manter o membro elevado e em extensão;
• Aplicação de crioterapia no membro intervencionado;
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• Aplicação das meias de compressão elásticas.
PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO

• Realizar o penso à ferida e avaliar características da ferida


cirúrgica;
• Explicar à pessoa a importância de realizar exercícios com o
membro intervencionado;
• Promover a exercitação do membro intervencionado
utilizando a tala de mobilização passiva contínua;
• Remover dreno (após 48h se o conteúdo drenado for inferior
a 50cc);
• Ensinar à pessoa que tipo de exercícios pode realizar.
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PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO

E NSI NAR A P E SSOA A:

• Realizar movimentos ativos após o primeiro dia de cirurgia, contraindo e


descontraindo os músculos da coxa;
• Realizar a flexão e extensão do membro são;
• Realizar movimentos articulares circulares com o tornozelo;
• Não fletir os joelhos excessivamente;
• Aplicar crioterapia;
• Utilizar as canadianas ou andarilho (para auxiliar na deambulação após a cirurgia);
• Realizar o levante e treino de marcha.

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ARTICULAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA

TEÓRICA PRÁTICA
• Não está estabelecido que um tempo de internamento • O doente permanece na UCPA até estar
mínimo melhore o grau de satisfação ou a segurança dos hemodinamicamente estável;
doentes. Segundo a Sociedade Americana de • As complicações mais frequentes: risco de
Anestesiologia, os doentes devem permanecer na UCPA infeção e alterações motoras;
até que os riscos de depressão do sistema nervoso • Realizar 1º penso 48h após a cirurgia;
central ou cardiovascular sejam ultrapassados; • Realizar 2º penso 3 ou 4 dias depois,
dependendo da avaliação que se
• As complicações mais frequentes: hemorragia, retenção
estabeleça.
urinária, estase venosa, infeção, dor persistente,
trombose venosa profunda;

• O penso não deve ser mudado antes de 48 horas após a


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cirurgia.
ARTICULAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA

TEÓRICA PRÁTICA
• Na retenção urinária existe um controlo de • Algaliar em caso de retenção urinária;
perto do débito urinário desde a cirurgia, • Garantir restabelecimento de ingestão
e a enfermeira incentiva a pessoa a urinar alimentar logo após à cirurgia: em
de 3h em 3h, evitando a retenção urinária primeiro lugar líquidos, água e chá e
e a distensão vesical; depois alimentos sólidos;
• Inicia-se por alimentos leves, como • Retirar dreno aspirativo 48h após a
líquidos, se a pessoa tolerar começa-se a cirurgia ou 24h após se não estiver a
introduzir alimentos sólidos; funcionar devidamente.
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• Retirar os drenos aspirativos após 48h.
CUIDADOS A TER COM O JOELHO INTERVENCIONADO NO PÓS -
OPERATÓRIO

Com o objetivo de prevenir complicações futuras, o enfermeiro deverá


ensinar à pessoa os cuidados que esta deverá ter com membro inferior
intervencionado.

Mantenha o joelho estendido Sempre que puder Deitado de barriga para


e elevado, quando estiver em movimente os pés para cima e com a perna
repouso. Não utilizar uma baixo e para cima e da esticada, force o joelho
almofada debaixo do joelho. esquerda para a direita. contra a cama
contraindo o músculo 21/28
da coxa.
Deitado de barriga para Quando estiver sentado Para levantar de uma
cima, mantenha o realize movimentos de cadeira, desloque-se para
joelho intervencionado flexão e extensão do joelho a beira da mesma,
estendido e o outro intervencionado. Quando estenda a perna operada
fletido. De seguida, estiver cansado, utilize a para frente e levante-se
levante a perna operada outra perna para apoiar a fazendo força com a
até a altura do joelho lesada. perna não operada.
fletido e depois volte a
posição inicial. Realize 3
séries de 10 repetições. 22/28
Quando se Quando utilizar Tome banho
deitar de lado, a sanita, sentado num
deite-se sobre o mantenha a banco ou em pé
lado não perna operada segurando-se
intervencionado estendida para em algum apoio
e coloque frente e o firme e estável.
almofadas entre tronco
as pernas. inclinado para
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trás.
PREPARAÇÃO DO REGRESSO A CASA

• Informar a pessoa/cuidador sobre a importância de uma dieta equilibrada


(manter um peso adequado);
• Reforçar à pessoa/cuidador sobre a importância de cumprir o regime
terapêutico;
• Informar à pessoa/cuidador que deve aplicar crioterapia com a perna elevada,
pelo menos 3 vezes ao dia num período de 20 a 30 minutos;
• Informar a pessoa/cuidador da utilização de meias elásticas durante 3 a 4
semanas aproximadamente;
• Informar a pessoa/cuidador que deve manter o penso bem colocado e seco;
• Ensinar a pessoa/cuidador sobre como identificar sinais e sintomas dos riscos de
infeção.
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PREPARAÇÃO DO REGRESSO A CASA
• Informar a pessoa /cuidador que em decúbito dorsal deve manter a perna intervencionada
elevada e em extensão;
• Informar a pessoa/cuidador que em decúbito dorsal , não deve colocar almofadas por baixo
do joelho intervencionado quando estiver em repouso;
• Informar a pessoa/cuidador que deve evitar tapetes e fios soltos em casa;
• Informar a pessoa/cuidador que deve utilizar calçado fechado, bem adaptado ao pé e com sola
antiderrapante;
• Ensinar a pessoa/cuidador a utilizar auxiliares de marcha como canadianas, andarilho ou
bengala;
• Informar a pessoa/cuidador a tomar banho sentado ou em pé segurando-se em apoios;
• Informar a pessoa/cuidador que deve evitar agachar-se;
• Informar a pessoa/cuidador que durante a marcha não deve rodar sobre o membro
intervencionado;
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• Ensinar a pessoa/cuidador a sair da cama pelo lado são.
PREPARAÇÃO DO REGRESSO A CASA

O enfermeiro deverá reforçar a importância da continuidade dos exercícios praticados


durante o internamento para promover uma melhor recuperação da pessoa.

Em pé com as mãos apoiadas Em pé com as mãos apoiadas na Sentado numa cadeira, levantar a
numa mesa, elevar a perna para parede, levantar os calcanhares perna e descer, não esticar
trás e voltar à posição inicial. do chão e voltar à posição inicial, completamente o joelho, 3 séries
3 séries de 10 repetições. de 15 repetições.
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Para subir degraus:
- Suba primeiro a perna não
intervencionada, depois as
muletas, e por último a perna
operada.
Para descer degraus: A preparação do
- Primeiro desça as muletas, regresso à casa
depois a perna operada, e por
assemelha-se com
último a perna não operada.
alguns cuidados
que o enfermeiro
Para entrar no carro, deve ter no
sente-se com as período pós
pernas ainda para operatório.
fora do carro, e leve
as pernas juntas
para dentro do
carro. Para sair,
realize o mesmo
procedimento. 27/28
DISCUSSÃO

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