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ACONSELHAMENTO E PSICOTERAPIA

Sandra Almeida, Docente do Centro Universitário Anhanguera


Santo André, Psicóloga especializada em Psicoterapia Psicanalítica
pela USP, membro associado da Associação de Psicoterapia
Psicanalítica.
Primórdios

• Antes da década de 40: atividades independentes;


• A partir de 1940 com a publicação de “Counseling and
Psychotherapy (1942), de Carl Rogers, passou-se a identificar
ambas as atividades;
• Antes a psicoterapia estava relacionada à psicanálise e aos
domínios da medicina;
• O aconselhamento fundamentava-se na abordagem traço e fator,
de Williamson e era exercido por psicólogos, especialistas em
orientação vocacional, matrimonial e educacional;
Primórdios

• Dificuldades quanto ao acesso que não levasse os aconselhadores


pelos domínios da psicoterapia de base psicanalítica que
demandava uma formação específica à qual dificilmente tinham
acesso;
• Rogers ofereceu, a partir de sua teoria, a possibilidade da prática
de uma técnica não-psicanalítica, além de destruir as diferenças
entre aconselhamento e psicoterapia,
• Maior liberdade para uma atuação mais ampla.
Teoria de Carl Rogers (repercussões e reflexões)

• Sua contribuição foi inegável (como já assinalado, destruiu as


diferenças entre aconselhamento e psicoterapia);
• Ocasionou confusão na área, que perdura até hoje, pois dentro da
teoria Rogeriana não poderiam ser diferenciados;
• Ideia de que se os profissionais adotam práticas que objetivam
permitir que o individuo saia da entrevista (aconselhamento ou
psicoterapia) mais bem ajustados às dificuldades e enfrentando a
realidade da vida de maneira mais construtiva despertam
interesse à teoria adotada por Rogers.
Teoria de Carl Rogers (repercussões e reflexões)

• Em 1942, Rogers faz referência a uma certa tendência para se usar


o termo aconselhamento para entrevistas mais superficiais e
casuais e o termo psicoterapia para contatos mais intensivos e
duradouros, visando a organização mais profunda da
personalidade, mas destaca que o aconselhamento intensivo e
bem sucedido não pode ser distinguido da psicoterapia intensiva e
bem sucedida.
Pensando a distinção das práticas

• Patterson (1966): aconselhamento se refere ao trabalho com cliente


menos perturbados ou que apresentem problemas específicos, sem
relativo comprometimento da estrutura da personalidade e a
psicoterapia refere-se ao trabalho com clientes mais seriamente
perturbados;
• Associação de Psicologia Americana (1961) o aconselhamento centraliza-
se nas potencialidades e nos aspectos psicologicamente saudáveis do
indivíduo;
• Em aconselhamento lida-se com problemas dos quais o indivíduo é
consciente, acompanhados de ansiedade normal; em psicoterapia, os
conflitos são inconscientes e a ansiedade é patológica (Mowrer (1951,
1953)
Pensando a distinção das atividades

• O aconselhamento é educativo, preventivo, de apoio, situacional, voltado para


a solução de problemas; objetiva facilitar a realização adequada das opções das
quais depende o desenvolvimento ulterior do indivíduo; volta-se para a
“higiologia”, estudo de problemas de pessoas normais e da prevenção de
dificuldades emocionais sérias
• Visa promover o desenvolvimento através de escolhas acertadas e utiliza a
psicoterapia quando o indivíduo não dispõe de ajustamento necessário para
realizar escolhas;
• Lida com material consciente e enfatiza a normalidade,
• O aconselhamento focaliza áreas específicas como: educacional, vocacional,
marital, ocupacional, ligados aos problemas evolutivos associados a atividades
profissionais, à mudanças sociais, à procura de maior senso de identidade e
autocontrole e a psicoterapia na estrutura total da personalidade.
Definição de Psicoterapia

• Tratamento por meios psicológicos de problemas de natureza emocional,


relação de um especialista com um paciente, visando remover, modificar ou
retardar sintomas existentes de padrões de comportamento patológicos e de
promover crescimento e desenvolvimento positivo da personalidade (Wolberg,
1961);
• Lida com a “psicopatologia” do comportamento;
• É remediativa e reconstrutiva, voltada para a exploração em profundidade,
focalizando o inconsciente, enfatizando o neurótico e outros problemas
emocionais, lida com estados de tensão e desconfortos duradouros,
• Cabe a psicoterapia efetuar modificações na personalidade, no sentido de
proporcionar ao indivíduo condições de prontidão para fazer escolhas.
Diferenciação quanto à técnica

• Admite-se uma dificuldade no estabelecimento de uma distinção


absoluta entre as técnicas das duas atividades: reflexão e
interpretação são utilizadas por ambas;
• Pode-se destacar algumas:
o Duração do processo;
o Frequência dos contatos e da extensão,
o Técnicas específicas de aconselhamento: interpretação de
resultados dos testes de aptidão, de inventários de interesse – em
termos de planejamento futuro.
Diferenciação quanto à técnica

• No aconselhamento há menor ênfase no passado e maior utilização


de testes psicométricos;
• Maior uso de informação e sugestão e menos da relação de
transferência,
• As sessões ocorrem menos frequentemente em aconselhamento
que é de menor duração que a psicoterapia.
Pontos em comum: aconselhamento e psicoterapia

• Ambos os processos objetivam o desenvolvimento positivo da


personalidade. Contudo, tal meta é obtida em psicoterapia como
consequência da eliminação de patologias;
• As duas atividades representam dois pontos extremos em um
“continuum” que, ocasionalmente se sobrepõem, mas não
constituem a mesma atividade (Shostrom e Brammer, 1960).
Atividade em sala de aula

• Dividam-se me grupo e façam uma tabela distinguindo


aconselhamento e psicoterapia...

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