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LIBERAÇÃO MIOFASCIAL MANUAL E

INSTRUMENTAL

Prof. PhD. Mosiah Araújo Silva/Prof.Ms. Alexandre Lamaro


INSTRUTORES

Prof. PhD. Mosiah Araújo Silva Prof. Ms. Alexandre Lamaro


MAIS UMA FERRAMENTA TERAPÊUTICA
SISTEMA FASCIAL
DEFINIÇÃO DE FASCIA
1. O Federative International Committee on Anatomical
Terminology (1998) descreve fáscia como “bainhas, folhas
ou outros agregados de tecido conectivo dissecável”,
incluindo “revestimentos de vísceras e estruturas dissecáveis
relacionadas a elas” (Terminologia Anatômica, 1998).
2. Standring et al. (2008) descrevem fáscia como “massas de
tecido conectivo grandes o suficiente para serem visíveis a
olho nu”, observando que “as fibras na fáscia tendem a ficar
entrelaçadas” e que ela inclui “tecido conectivo areolar
frouxo”, tal como a “fáscia superficial” subcutânea.
3. Schleip et al. (2012) caracterizam a fáscia como “tecidos
colagenosos fibrosos que fazem parte de um sistema de
transmissão de força tensional amplo do corpo”.
Seção transversal do antebraço. Note a continuidade fascial da pele até o
osso. A. Pele; B. fáscia "favo de mel" com os nódulos de gordura; C.
Fáscia superficial; D. fáscia profunda; E. septos intermusculares; F. osso.
FASCIA SUPERFICIAL
INERVAÇÃO DA FASCIA
INERVAÇÃO DA FASCIA
"As diferentes camadas do corpo contêm tecidos
conjuntivos frouxos viscosos que permitem a função de
deslizar, proteger as estruturas neurais sensíveis, bem
como facilitar o movimento eficiente sem dor e a
transmissão de força. A função de deslizamento pode ser
perdida por trauma, inflamação ou envelhecimento,
resultando em fibrose, espessamento e densificação".
Pavan et al 2014
DENSIFICAÇÃO DA FASCIA
A densificação refere-se a uma alteração do tecido
conjuntivo frouxo. A densificação pode envolver
uma alteração na qualidade dos componentes do
tecido conjuntivo frouxo (células adiposas,
glicosaminoglicanos e ácido hialurônico) e uma
alteração na viscosidade fascial. Um aumento na
densidade afeta a função da fáscia profunda,
impedindo o deslizamento das estruturas dos
tecidos moles.
FIBROSE DA FASCIA
A fibrose é definida como uma alteração do tecido
conjuntivo denso, através da produção e
deposição de colágeno excessivo
Fatores que influenciam a rigidez
mecânica do tecido fascial e seu
impacto hipotético.
As setas para cima simbolizam um
efeito positivo (por exemplo,
aumento da contratilidade celular
aumenta a rigidez),
As setas para baixo simbolizam um
efeito negativo (por exemplo,
aumento do uso de corticosteroides
diminui a rigidez),
As setas duplas simbolizam uma
associação ambígua (por exemplo, o
hialuronano diminui a rigidez se for
mobilizado por estímulos mecânicos,
mas leva ao aumento da rigidez se
nenhum estímulo for aplicado).
BIOTENSEGRIDADE
O QUE É TENSEGRIDADE?

• A palavra tensegridade ( tensão + integridade, ou


seja, integridade das tensões ) foi criada e utilizada
por R. Buckminster Fuller - arquiteto, engenheiro,
cientista e sonhador - que a descreveu como "uma
propriedade presente em objetos cujos
componentes usam a tração e a compressão de
forma combinada, o que proporciona estabilidade
e resistência, assegurando sua integridade global".
TENSEGRIDADE
• Estruturas biológicas tais como músculos e ossos,
estruturas elásticas ou rígidas se tornam fortes devido ao
uníssono das partes tensionadas e comprimidas.
• O sistema musculoesquelético é uma sinergia de músculos
e ossos. Os músculos e os tecidos conectivos fornecem
tração contínua e os ossos, compressão descontínua,
fortalecendo-se mutuamente.
• Devido a propriedade elástica das
interconecções , quando um elemento da
estrutura "Tensegrity" é deslocado, esta
mudança será transmitida por toda estrutura e
todos os elementos serão deslocados, ou se
adaptarão para uma nova configuração,
cedendo a essas mudanças sem quebrar".
TRILHOS ANATOMICOS MIOFASCIAIS
MECANOTRANSDUÇÃO
• O mecanismo pelo qual as células convertem
um estímulo mecânico em atividade química.
• Forças mecânicas influenciam o crescimento e a
forma de praticamente todos os tecidos e
órgãos do nosso corpo.
• Sinais mecânicos transduzidos em alterações na
bioquímica celular e na expressão gênica.
RECEPTORES DE SUPERFÍCIE
Integrinas e Caderinas
• Permitem a adesão do citoesqueleto à Matriz
Extracelular (ECM)
• A partir dessas proteínas que um estímulo
mecânico aplicado à superfície da membrana
será transmitido para o interior da célula.
ESTIRAMENTO MIOFASCIAL E
INFLAMAÇÃO
NEUROCIÊNCIA DA DOR
DEFINIÇÃO DE DOR

“Experiência SENSITIVA e “A dor é uma experiência angustiante


EMOCIONAL desagradável, associada associada a dano tecidual REAL ou
a uma lesão tecidual REAL ou POTENCIAL com componentes
POTÊNCIAL, ou DESCRITA EM SENSORIAIS, EMOCIONAIS, COGNITIVOS
TERMOS DE TAIS LESÕES.”(IASP, 1979) e SOCIAIS.” (2016)

“Uma experiência somática que reflete a


apreensão de uma pessoa de ameaça à
sua integridade corporal ou
existencial. (2018)
SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA
Neuroimagem da dor
Evidência Humana e Relevância
Clínica do Processamento e
Modulação do Sistema Nervoso
Central
CRONIFICAÇÃO DA DOR

“A cronificação da dor descreve o processo de


dor transitória que progride para dor persistente;
O processamento da dor muda como resultado
de um desequilíbrio entre a amplificação da dor
e a inibição da dor; fatores genéticos,
ambientais e biopsicossociais determinam o
risco, o grau e o tempo de cronificação.”
Na cronificação da dor a
ativação/representação
cerebral migra do circuito
nociceptivo/sensorial para
os circuitos neuronais
cognitivo-emocional
DOR CRÔNICA

NOCICEPTIVA

NEUROPÁTICA

SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL
DOR MIOFASCIAL
HISTÓRICO
• 1900 – Aldler – Reumatismo
Muscular;
• 1904 – Gowers – Fibrosite;
• 1938 - Kellgren – Injeção de solução
salina
• 1950 – Travell – Dor Miofascial e
ponto gatilho miofascial;
• 1983 –Travell e Simons – 1ª Edição
do Livro (Myofascial Pain and
Dysfuntion: The Trigger Point
Manual)
• 2018 – 3ª Edição do Livro
(Myofascial Pain and Dysfuntion:
The Trigger Point Manual)
DEFINIÇÃO
• A dor miofascial é uma desordem
muscular regional caracterizada pela
presença de pontos hipersensíveis
(trigger points), localizados em
bandas rígidas de músculos
esqueléticos, doloridos à palpação e
que podem produzir dor referida.
BANDA TENSA
EPIDEMIOLOGIA
• Não existem grandes achados epidemiológicos,
mas há evidências que a dor miofascial seja uma
condição bastante comum.
• Dor Orofacial;
• Dor de cabeça e pescoço;
• Dor lombar.
FISIOPATOLOGIA

• Teorias
• Neuropática
• Fuso muscular anormal
• Botões Sinápticos disfuncionais
• Crise energética
• Hipótese integrada
IDENTIFICOU AS SUBSTÂNCIA LOCALIZADAS
DENTRO DOS PONTOS GATILHOS.
ETIOLOGIA
• Microtraumatismos
• Movimentos repetitivos
• Posições de tensão
• Macrotraumatismos
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS PONTOS GATILHOS
ACHADOS COMUNS DOS PONTOS GATILHOS

• Banda tensa palpável com palpação em pinça ou


plana transversal a fibra muscular;
• Ponto hipersensível na banda tensa;
• Resposta contrátil local quando estimulada
adequadamente;
• Pode produzir fenômeno autonômico e motor;
• Pode restringir a ADM;
• Pode causar fraqueza inibitória no músculo.

SIMONS, PONTOS GATILHOS ATIVOS PONTOS GATILHOS LATENTES


SIMONS e • Refere ou reproduz a dor que é reconhecível pelo • Dor local ou referida que não
TRAVEL, 1999. paciente; é reconhecível pelo paciente;
• Dor espontânea local ou referida. • Dolorido somente quando
palpado ou agulhado.

OPINIÃO DE • Reproduz qualquer sintoma(s), não apenas a dor • Não reproduz sintomas
EXPERTS NO experimentada pelo paciente; experimentados pelo
ESTUDO • O paciente reconhece o sintoma como familiar; paciente;
DELPHI, 2018. • O(s) sintoma(s) pode estar ausente no momento • O paciente não reconhece os
da avaliação, mas irá aparecer durante a sintomas por meio da
palpação; palpação em pinça ou plana
transversal a fibra muscular
FASCIA/TRIGGER POINTS
FASCIA/TRIGGER POINTS
No tecido muscular com trigger
points, os endomísios são sempre
mais estreitos do que nos
controles sem trigger points.
Imagem do microscópio eletrônico,
ampliada 300 vezes.

(A) Tecido muscular com trigger


points: endomísio encolhido.
(B) (B) Controle sem trigger
points: endomísio normal.
Feigl-Reitinger et al., 1998
TRATAMENTO

• Eletrofototermoterapia;
• Terapia Manual;
• Agulhamento “Molhado” (Injeções);
– Anestésico local;
– Salina
– Costisona;
– Botox;
*A natureza da substância injetada não faz diferença no
resultado e que o agulhamento molhado não é
terapêuticamente superior ao agulhamento seco.
(Cummins & White, 2001)
• Agulhamento Seco (Dry Needling);
• Alongamento e Fortalecimento;
MÉTODO STECCO
IASTM
O QUE É IASTM?

Instrument Assisted Soft Tissue


Mobilization
OU
Mobilização de Tecidos Moles Assistida por
instrumentos
QUAL O MELHOR INSTRUMENTO PARA MOBILIZAR
OS TECIDOS MOLES?
TÉCNICAS DE LIBERAÇÃO MIOFASCIAL MANUAL
• Rolfing – Ida Rolf
• Cyriax – James Cyriax
• Terapia de Indução Miofascial - Andrzej Pilat
• Trilhos Anatômicos – Thomas Myers
• Método Stecco – Luigi Stecco
• Massagem do tecido conjuntivo – Elizabeth Dicke
• Modelo de Distorção Fascial - Stephen Typaldos
TÉCNICA INSTRUMENTAL DE LIBERAÇÃO
MIOFASCIAL
• GUA SHA
TÉCNICA INSTRUMENTAL DE LIBERAÇÃO
MIOFASCIAL
• DAVID GRASTON – 1994 – (Graston Technique®) (GT-IASTM)
KIT MIOBLASTER
EXISTEM EVIDÊNCIAS DO IASTM?
Prática Baseada
PRATICA BASEADAemEM
Evidência (PBE)
EVIDÊNCIAS

DEPENDENDO DO TIPO DE
PERGUNTA CLÍNICA QUE SE
QUER RESPONDER, OS
NÍVIES DE EVIDÊNCIA
DESSA PIRAMIDE PODEM
SER TROCADOS, COM
EXCEÇÃO DAS REVISÕES
SISTEMÁTICAS QUE
SEMPRE SERÃO O MAIOR
NÍVEL DE EVIDÊNCIA.
COMPLEXIDADE DOS SISTEMAS

UM DESFECHO
É O RESULTADO
DA INTERAÇÃO
DE MÚLTIPLOS
FATORES
Prática Baseada em Evidências
• Estudos científicos ainda limitados;
• Muitos estudos de caso e series de casos;
• Existem alguns estudo de base;
• Poucos ensaios clínicos.
MECANISMO DE AÇÃO DO IASTM
NAS LESÕES DOS TECIDOS MOLES
PRINCÍPIOS PARA A PRÁTICA
• Limitar o uso de cremes e óleos nas técnicas
manuais
• Quanto mais profunda a técnica mais lento o
procedimento
• Trabalhe as camadas de superficial para profundo
• Respeite sempre a sensibilidade do paciente
COMPRESSÃO
TRAÇÃO
TORÇÃO
CISALHAMENTO
O PUNHO
OS DEDOS
PALMA DA MÃO
O COTOVELO E ANTEBRAÇO
AS JUNTAS
O POLEGAR
PINÇAR, PUXAR E MOVER
INDICAÇÕES
ESPORTE (OVERUSE)
OUTRAS PATOLOGIAS OU CONDIÇÕES
BODYBUILDING
CONTRA-INDICAÇÕES
CONTRA-INDICAÇÕES
• Febre
• Doença de pele
• Convulções
• Disturbios hemorrágicos
• Alergias
• Abdômem de grávida
VENTOSATERAPIA
HISTÓRICO
• Conhecida na Coreia como Buhang Yopo ( 부 항
요법 ), no Japão como Suidamá ( 吸い 玉 ).
• Conhecida na China como Jiao Fa ( 拔罐法 ).
• Atualmente usamos uma bomba manual de
vácuo e copos de ventosa de acrílico. Os
Chineses e Coreanos utilizam muito a
ventosaterapia na sua clinica diária.
DEFINIÇÃO
• Este método consiste em, através do vácuo da
ventosa, diminuir a pressão atmosférica sobre a
pele e criar uma pressão negativa, ativando o
movimento das células.

• Quanto maior a pressão negativa, maior a


diferença de pressão entre a epiderme e derme,
maior a eliminação de gases e toxinas da pele.
VENTOSATERAPIA
O Copo de ventosa
possui uma válvula
para adaptação da
bomba de vácuo. Esta
mesma válvula
quando puxamos
deixamos entrar o ar e
a ventosa se solta
facilmente.
A ventosa pode ser aplicada a varias partes do
corpo se aderindo a pele pelo vácuo.
Há 3 tipos de qualidade de vácuo:
1. Fraco – quando puxamos 1 vez apenas a bomba.
2. Médio - quando puxamos a bomba 2 vezes.
3. Forte – quando puxamos a bomba 3 a 4 vezes.
Sendo considerado como 3 tipos de força de sucção
VENTOSATERAPIA

Há três tipos de
tamanho de copo de
ventosa:
Pequeno, médio e
grande para facilitar a
adaptação a todas as
áreas do corpo.
VENTOSATERAPIA
A terapia com ventosas é feita com uso de pressão
negativa (sucção), para que haja absorção da pele
e fluidos, causando congestão sangüínea local, a
fim de obter um estímulo como método de
tratamento de uma doença.
CUIDADOS
• Idosos, crianças;
• Viagens, festas
• Feridas
• Dermatoses
• Região óssea
• Edema agudo
• Infecção
MÉTODOS DE APLICAÇÃO
• Fraco (leve)
• Médio
• Forte
• Deslizante
• Com Agulha
• Com Moxa (Agulha Quente)
• Para o Vazio (Flash)
• Para a Plenitude (Sangria)
• Herbáceo
• Com Água
DOSAGEM

• A força de sucção, o número de ventosas e a


duração do vácuo devem ser adaptadas às
condições de saúde e à resistência física do
paciente.
• Recomenda-se moderação nos primeiros dias
• Duração – 30s a 5min
• Aplicação por local – 2 a 8 vezes
• Intervalos de 24 horas no mesmo local
VAMOS À PRÁTICA
MEMBROS INFERIORES
FASCIA PLANTAR e ABDUTOR DO
HÁLUX
TIBIAL ANTERIOR
FÍBULARES
GASTROCNÊMIOS
ISQUIOTIBIAIS
QUADRÍCEPS
TENSOR DA FASCIA LATA E
TRATO ILIOTIBIAL
MÚSCULOS ADUTORES DO
QUADRIL
LIBERAÇÃO MANUAL COM MOVIMENTO
LIBERAÇÃO MANUAL ARTICUÇÃO DO
JOELHO
QUADRIL/PELVE
GLÚTEO MÁXIMO
GLÚTEO MÉDIO
GLÚTEO MÍNIMO
PIRIFORME
ABDÔMEN e DIAFRAGMA
ILIOPSOAS
DIAFRAGMA
ABDÔMEN
ABDÔMEN
DIAFRAGMA
TRONCO/COSTAS
PARAVERTEBRAL SUPERFICIAL
QUADRADO LOMBAR
INFRA-ESPINHAL
SUPRA-ESPINHAL
REDONDO MAIOR
TRAPÉZIO
ELEVADOR DA ESCAPULA
ROMBÓIDE
TRONCO COM MOVIMENTO
TRONCO COM MOVIMENTO
TRONCO COM MOVIMENTO
MEMBROS SUPERIORES
BRAQUIORADIAL
BÍCEPS
TRÍCEPS
PEITORAL MAIOR
SUBESCAPULAR
MEMBROS SUPERIORES
CABEÇA E PESCOÇO
SUBOCCIPITAL
ESPLÊNIO
ETERNOCLEIDOMASTÓIDEO
ESCALENO
TEMPORAL
MASSETER
CABEÇA E PESCOÇO
CABEÇA E PESCOÇO
CABEÇA E PESCOÇO
CABEÇA E PESCOÇO
OBRIGADO!!!

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