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CIVILIZAÇÕES
Surgimento das cidades
Mesopotâmia
Egito
Hebreus
1...E o homem criou as cidades
1.1. POR QUE surgem as cidades?
■ Em primeiro lugar, não é uma resposta fácil.
■ Não havia consciência individual ou de grupo e, muito menos, modelos e objetivos
bem determinados.
■ A agricultura e a urbanização iniciaram-se no Oriente Próximo, mais exatamente, no
Crescente Fértil.
■ O que fez com que a urbanização tenha iniciado no sul da Mesopotâmia e no vale
do Nilo?
■ Uma hipótese plausível: no Egito e na Mesopotâmia havia condições potenciais
favoráveis à agricultura, no entanto, precisavam ser aproveitadas com um trabalho
sistemático, organizado e da grande envergadura.
■ A necessidade como a mãe das invenções.
O Crescente Fértil
1...E o homem criou as cidades
1.2. URBANIZAÇÃO e civilização
■ Concepção eurocêntrica
■ Caracterização da civilização em parâmetros objetivos
■ Uma civilização implica em:
– uma organização política formal; projetos amplos que demandem trabalho
conjunto e administração centralizada; criação de um corpo de sustentação
política; a incorporação de crenças por uma religião vinculada ao poder
central, direta ou indiretamente; uma produção artística que tenha sobrevivido
ao tempo; a criação ou incorporação de um sistema de escrita; a criação de
cidades.
■ De fato, sem cidades não há civilização.
■ Relação dialética entre invenções e descobertas e a revolução urbana: invenções e
descobertas são pré-condições para a organização social do tipo urbano, que por
sua vez provoca novas descobertas, mediante processo de exploração e adequação
ao meio ambiente.
1...E o homem criou as cidades
1.3. DO CAOS à cidade
■ ...e Deus criou, do caos, os céus e a terra.
■ Hoje sabe-se que muito do conteúdo dos primeiros livros da bíblia são adaptações
de mitos criados por sumérios e outros povos babilônicos.
■ Esse caos bíblico era a representação do caos mesopotâmico, em que água e terra
não tinham separação definida, após as cheias do Tigre e do Eufrates.
■ Aqui foi o homem, abrindo canais para irrigar os campos e secar os pântanos;
construindo plataformas para proteger homens e gados das enchentes; dominando
a água por meio de diques e definindo a terra no meio dos juncos.
■ Criando, do caos, a terra e a água. A recompensa fixou o homem à terra.
■ Trabalho de grupo que exigia estoques de alimento que liberava indivíduos para a
tarefa coletiva. Quanto maior o pedaço de terra a ser resgatado do caos, maior o
numero de trabalhadores tinha que ser requisitado e mais comida tinha de ser
colocada à disposição.
■ Alimento excedente em quantidade crescente quantidade crescente de
força de trabalho concentrada organização social mais complexa.
1...E o homem criou as cidades
1.4. CIDADE e poder
■ No Egito e na Mesopotâmia o indivíduo tinha de fazer parte do grupo maior, um de
muitos elemento na engrenagem: o grupo dependia dele e ele do grupo.
■ Imposição da solidariedade social.
■ O rei investia-se de pode moral, outorgado pelo interesse do grupo e do poder de
coação, podendo aplicar sanções a quem não se enquadrava nas regras da
comunidade.
■ Necessidade de matérias-primas, como madeiras, pedras e minérios.
■ Com as obras hidráulicas, egípcios e sumérios desenvolveram comércio com povos
vizinhos para suprirem sua necessidade de matérias-primas grupos de
comerciantes, trabalhadores em transportes e de artesãos alimentados
pelo restante da sociedade que continuava a produção de alimentos.
■ Surgimento dos soldados; escribas e uma série de funcionários do Estado para
conciliar conflitos de interesses. Aparecem funcionários religiosos e templos.
■ Alterações na economia. Aumento na complexidade dos papéis sociais, verdadeira
divisão do trabalho e instituição de um poder político que se solidifica e busca se
perpetuar.
■ Justificativa religiosa e legitimação supostamente divina para a autoridade real.
1...E o homem criou as cidades
1.5. A CIDADE que se expande
■ Os governantes das primeiras cidades expandem os seus tentáculos na busca por
matérias-primas não encontradas em seu território.
■ A partir dos contatos comerciais, vários povos vizinhos aos egípcios e sumérios,
transformaram aldeias em cidades.
■ Agrupamentos humanos simples, compostos de aldeia e campo, metamorfoseiam-
se em cidades complexas com atividades manufatureiras.
■ As cidades-mães estabeleciam influência sobre as demais.
■ Estruturas sociopolíticas semelhantes, além de padrões de comportamentos e
valores.
■ Em diversas ocasiões o contato era marcado pela violência.
2. Mesopotâmia
■ Três mil anos a.C. testemunha um considerável número de unidades urbanas
desenvolvendo-se em torno do Tigre e do Eufrates. O período que vai de 2700 a
2100 a.C., tem uma grande lista de reis em lugares como Lagash, Umma, Kish, Ur,
Uruk, Akad, Gatium e Elan.
■ Em Uruk foi encontrado vestígios de um templo que tinha mais de dois mil metros
quadrados. Perto dele foi erguido um monte artificial (zigurate) com 11 metros de
altura, edificado com tijolos e enfeitados com pedaços de cerâmica.
■ Requinte e técnica na construção.
■ Os próprios dirigentes dos templos se organizavam em sua força de trabalho, que
às vezes atuavam como arquitetos, engenheiros, mestres-de-obras em nome dos
deuses que representavam na terra.
■ Possivelmente, a “casa divina” foi o primeiro lugar onde se desenvolveu uma
especialização de atividades .
■ Ao especializar-se o artesão, pedreiro, pintor, tecelão ganha em habilidade e,
portanto, em produtividade, porém passa a depender daqueles que organizam a
atividade produtiva.
■ A transição de uma economia de para uma estrutura que contempla trabalhadores
braçais de um lado e organizadores da força de trabalho de outro.
2. Mesopotâmia
■ Cercado de desertos por quase todos os lados, o Egito antigo manteve, durante toda
a sua existência algumas características advindas da diversidade produzidas ao
longo de milênios.
■ O felá que aprendeu a dominar o rio acabou sendo domado pelo faraó. Realizava
sua parte no trabalho coletivo, mas não tinha controle sobre o resultado de sua
obra.
■ Nem como camponês que tinha parte de sua produção subtraída, nem como braçal
que lutava contra as cheias do rio Nilo.
■ Nenhum invasor quis alterar essa força de trabalho útil e mansa. Isso implicava não
modificar outros elementos do Egito Antigo
3. Egito
O FARAÓ
■ Semelhantemente a outros grupos, o início da civilização era atribuído a um único
indivíduo, Menés, que teria sido o primeiro rei da primeira dinastia, o herdeiro dos
deuses, aquele que revelou aos egípcios a agricultura, o artesanato e a escrita.
■ Não há nenhuma comprovação documental disso, nem poderia haver, uma vez que
unificar um reino implica num certo nível de desenvolvimento material e de
organização social.
■ A lenta e dificultosa unificação decorreu de um processo onde a centralização
administrativa passou a ser necessária para a maior racionalização do trabalho.
■ A lenta e dificultosa unificação decorreu de um processo onde a centralização
administrativa passou a ser necessária para a maior racionalização do trabalho.
■ Um dos símbolos do poder faraônico, a coroa cerimonial, que combina duas cores
distintas: a alta mitra branca do sul, com a touca vermelha do norte. Também o
papiro, vegetação dos charcos do delta, associada ao lótus, do vale, em outro
símbolo do poder.
3. Egito
■ O mito confunde-se com a realidade do rei legitima-se pela sua origem divina.
■ Isso é uma característica de muitos povos, mas entre os egípcios adquire uma
expressão literal: o rei não tem apenas origem divina, ele expressa o próprio deus.
■ Mais do que comandante dos exércitos ou superior juiz, o faraó é o símbolo vivo da
divindade.
■ Ao longo dos tempos, o faraó foi identificado com diferentes deuses: inicialmente
com o falcão, Hórus; depois Hórus-Rá, e no Novo Império, em Tebas, Amon-Rá.
Depois de morto transfigura-se em Osíris.
■ Sob a ótica do egípcio, somente um deus imortal explica uma natureza vivificada de
vida do rio. O faraó morria como individuo, mas não como deus vivo.
■ Vida, rio, deus, faraó – de certa forma, tudo se confundia, era a mesma coisa.
Graças ao poder divino do faraó as colheitas eram abundantes: o Nilo era o ponto
de partida de toda a prosperidade, tinha de respeitá-lo.
■ O seu papel em favor do seu povo é que assegurava ao faraó a vida eterna.
3. Egito
UMA CIVILIZAÇÃO ORIGINAL
■ A relação entre ciência, religião e arte é estreita e bastante significativa no Egito.
■ As convicções dos egípcios sobre os reis mortos propiciam grande desenvolvimento científico, já que,
sem o conhecimento da matemática, geometria, mecânica e outras construções como as pirâmides
seriam impossíveis.
■ Também a pintura, a arquitetura, a escultura e a arte de embalsamar, entre outras artes, progrediram
para dar forma às convicções religiosas.
■ Enquanto na Mesopotâmia a unidade era a cidade, no Egito, depois de unificado, passou a ser o
reino.
■ Materialmente e ideologicamente, a identidade do egípcio assentou-se no conjunto de aldeias e de
nomos reunidos sob a tutela do rei-deus.
– Nomo era uma divisão administrativa do Antigo Egito. A palavra nomo deriva do grego
nomos(plural: nomoi). Para se referirem a estas regiões administrativas os egípcios usaram
primeiro a palavra sepat e mais tarde, durante o período de Amarna.
■ O grande tamanho do Egito foi a base de sua força. Mas, foi também o que causou o esmagamento
de seu povo.
■ Muitos esforços foram empregados para manter a unidade da terra do faraó; uma complexa
administração foi mantida à custa de muito trabalho e a submissão do felá foi massacrante.
3. Egito
ESCRIBAS: intelectuais ou fiscais?
■ Tendo uma ideia do funcionamento da civilização egípcia, estabelecem-se as
seguintes questões: quem age em nome do faraó, como age e por meio de quais
mecanismos?
■ Embora o poder seja exercido em nome de entidades abstratas diferentes,
materializa-se em pessoas muito próximas.
■ A importância de se entender o papel dos escribas.
■ Centralização administrativa supõe uma maquina eficiente que faça as ordens do
faraó chegarem a todo o reino.
■ A palavra Faraó significa “casa grande”, sede da administração, de onde tudo
emana e para onde tudo converge.
■ O “Vizir” ou primeiro-ministro
■ O Nomarca: autoridade regional, espécie de governador que administrava os
nomos.
■ Cada aldeia podia eleger o seu líder local e um conselho. Autonomia limitada por
funcionários do poder central.
3. Egito