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colonial
Introdução
Debate
Para alguns autores, as câmaras rivalizam com
o poder do monarca, enquanto para outros elas
não passam de um poder subordinado aos
ditames da metrópole.
Caio Prado e as Câmaras
“As municipalidades sofrem ingerência do rei, de
governadores, ouvidores e corregedores de Comarca,
mas elas também interferem nos assuntos gerais”.
Para ele, as Câmaras exerceriam tanto funções gerais
quanto locais, mas, no geral, elas funcionariam como
apêndice ou órgão executivo local do governador da
capitania; seriam uma espécie de departamento
administrativo do Governo Geral.
Charles Boxer
Câmaras: elementos de unidade e
continuidade entre o Reino e seus domínios.
Tese sobre as câmaras
Órgãos fundamentais de representação dos
interesses e demandas dos colonos.
Grande autonomia: autogoverno.
Mudança: a partir do início do século XVIII
(limitação do poder das câmaras).
Atribuições das Câmaras
Custos da manutenção do Império: a cargo da
população.
Administração e criação de impostos para a
defesa local.
Arrendamento de contratos.
Execução de obras públicas.
Composição das câmaras
Instaladas nas sedes das vilas, eram compostas por 3
ou 4 vereadores. Conhecidos popularmente como
“homens bons”, estes vereadores eram pessoas ricas e
influentes (geralmente grandes proprietários de
terras) da vila, ou seja, integrantes da elite colonial.
Somente os integrantes desta elite colonial podiam ser
eleitos para exercer o cargo de vereador. Escravos,
judeus, estrangeiros, mulheres e degredados não
podiam se tornar vereadores.
As Câmaras Municipais eram dirigidas pelo juiz
ordinário, escolhido pelos integrantes da elite da
cidade.
Vereadores, juiz ordinário, procurador, almotacé,
escrivão da Câmara, o escrivão da almotaçaria, o
tesoureiro, os tabeliães das notas, os tabeliães
judiciais, os inquiridores, os distribuidores, o alcaide-
pequeno, o porteiro, os contadores de feitos e custas,
os solicitadores, o escrivão das sisas, os quadrilheiros,
o carcereiro, o meirinho, o juiz dos órfãos e o
escrivão dos órfãos.
Eleitos e não remunerados.
Cidadãos no Antigo Regime
Indivíduos que, por eleição, desempenhavam
ou tinham desempenhado cargos
administrativos nas câmaras municipais, bem
como seus descendentes.
Proibição: “raças infectas”, ofícios
mecânicos, comerciantes, etc.
Nobreza civil ou política
Diferente da nobreza de sangue (fidalguia)
Enobrecimento em razão do serviço régio
(obras, cargos, postos...)
Nobreza da Terra
Descendente dos primeiros conquistadores:
conquista, povoamento e defesa da colônia.
Direito de conquista: “à custa do nosso
sangue, vidas e despesas da nossas
fazendas...”
Monopólio de cargos e postos.
Homens de negócio
Oposição da “nobreza da terra”.
Investimento pecuniário no serviço régio.
Aquisição de terras: arcaísmo
Noção contratualista
Pacto entre o rei e a nobreza da terra, em
troca de regalias e privilégios.
Obrigações e deveres dos vassalos e do rei
(tiranicídio).