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Alimentação e suplementos
Relevância A/B
• Aleitamento materno
• Aleitamento artificial
• Alimentação no 1º ano de vida
• Alimentação após o 1º ano de vida
• Suplementos
Legenda
SÍMBOLO COMPETÊNCIA SÍMBOLO SIGNIFICADO
MECANISMOS
MD de DOENÇA
INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO
D
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P
Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de GESTÃO DO
ESSENCIAL
GD DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA INCOERÊNCIA
CHECK
a outros capítulos ou livros
4
Pediatria
Aleitamento materno
Relevância A
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Introdução
Em 2011,
Alta incidência do AM
• Taxa de inicio de AM 79%
120% • 90% das mães portuguesas iniciam AM
• Mas continuação abaixo do
• ~50% das mães desistem de dar de
desejado 100%
mamar no 1-2º mês
80%
60%
40%
20%
0%
Inicio 2 meses 4 meses 5 meses
Registo do aleitamento materno (RAM) Relatório de Jan-Dez 2013; Observatório do aleitamento materno
Introdução
“The American Academy of Pediatrics reaffirms its recommendation of exclusive breastfeeding for about 6
months, followed by continued breastfeeding as complementary foods are introduced, with continuation of
breastfeeding for 1 year or longer as mutually desired by mother and infant.”
American Academy Of Pediatrics “Policy Statement: Breastfeeding and the Use of Human Milk” Pediatrics
Volume 129, Number 3, March 2012
Introdução
Exclusivo Misto
Predominante Parcial
GD
Reflexo da ocitocina ou reflexo de ejeção
Como ajudar o reflexo da ocitocina: Faz com que o leite que já está na mama flua para esta mamada
- Sentimentos agradáveis
- A confiança na sua capacidade de amamentar e a
convicção de que o seu leite é o melhor para o bebé • Provoca a contração do útero no pós-parto ajuda
a reduzir as perdas de sangue, para além de acelerar
O que pode bloquear o reflexo da ocitocina: a involução uterina
- Sentimentos desagradáveis, dúvidas se a mãe tem
leite suficiente e, de um modo geral, o stress
Fisiologia da amamentação
Composição do Leite Materno:
Recém-Nascido Mãe
Menor risco de infeções - otite média, infeções Menor risco de patologias como hipertensão,
respiratórias baixas graves, gastroenterite, obstipação, hiperlipidemia, DCV, osteoporose e diabetes maternas
enterocolite necrotizante Menor risco de cancro da mama e ovário
Efeito protetor sobre patologias como dermatite Involução uterina mais precoce, com diminuição do
atópica, asma, APLV, obesidade, diabetes tipos 1 e 2, risco de hemorragia pós-parto
leucemia, síndrome de morte súbita do lactente
Melhor adaptação aos alimentos na diversificação Menor incidência de depressão pós-parto
alimentar, menor intolerâncias/alergias alimentar
Ganho de peso adequado e saudável Maior vinculação Mãe-Filho
Temperatura ideal Método mais barato
Efeito anticoncetivo - período mais longo de
amenorreia
Sempre fresco, sem necessidade de preparação
Contraindicações Aleitamento Materno
Temporárias
• Mãe com doenças infeciosas ativas – varicela,
herpes com lesões mamárias, Tuberculose não
tratada
• Recomeço da amamentação pode ser feito após
início da terapêutica ou desaparecimento das
lesões mamárias locais
• Medicação
Definitivas
• Mães com patologias graves, crónicas e debilitantes
e/ou necessidade de medicação nociva para o
lactente (neuroses e psicoses graves)
• Mães infetadas pelo VIH (países desenvolvidos)
• Latentes com doenças metabólicas como a
galactosémia e fenilcetonúria
Prática de Aleitamento Materno
Posicionamento:
GD
• Providenciar boa pega
• Evitar problemas mamários
02 Modo
• Inicialmente o RN deve mamar nas duas mamas para estimular a produção máxima de leite.
• Depois aconselha-se a esvaziar completamente uma mama antes de passar para a outra, de modo a obter a
última parte do leite rica em lípidos que lhe confere saciedade e aumento ponderal.
• Realizada num ambiente calmo, numa posição confortável, evitando stress ou sentimentos desagradáveis
Prática da Amamentação
GD
03 Alimentação materna
• As mães deverão praticar uma dieta saudável e variada, evitando comer grandes quantidades de qualquer
alimento ou alimentos mais alergizantes ou que possam excitar o bebé.
• Se na família houver casos de alergia, as mães não deverão abusar do leite e dos seus derivados.
• Alguns sabores dos alimentos, condimentos e bebidas ingeridas pela mãe passam para o LM podendo ser
facilitadora da aceitação doa alimentos na DA.
04 Consumos
• Mãe deve ser aconselhada contra o uso de substâncias ilícitas como o álcool, drogas, cafeína e nicotina
• Qualquer fármaco prescrito para os latentes pode geralmente ser consumido através do leite materno sem
efeitos adversos
• Poucos fármacos estão absolutamente contraindicados: estes incluem compostos radioativos,
antimetabolitos, lítio, e certos fármacos antitiroideus
Sucesso da Amamentação
Sucesso do aleitamento materno
(boa adaptação)
Bom estado
nutricional e
desenvolvimento
Padrão das micções e
psicomotor
dejeções do latente
• Consumo insuficiente de leite materno e/ou • Após a primeira semana de vida, a presença
pouco ganho ponderal na primeira semana de prolongada de níveis elevados de bilirrubina
vida pode resultar da existência de um fator
• Elevação dos níveis de bilirrubina não desconhecido no leite que aumente a
conjugada secundária a uma maior circulação absorção intestinal de bilirrubina
enterohepática da mesma
Transitória
geralmente dura cerca de 1-2 semanas
Sucesso da Amamentação
• O sucesso do aleitamento materno pode ainda ser definido pela qualidade da interação entre
mãe e o bebé, durante a mamada, pois este proporciona a oportunidade de contacto físico e
visual e a vivência da cooperação mútua entre a mãe e o bebé.
• Num aleitamento materno com sucesso, verifica-se habitualmente uma boa transferência de leite
entre a mãe e o bebé, sendo o papel do bebé particularmente importante na regulação da
quantidade de leite que ingere, na duração da mamada e na produção do leite pela mãe.
• Ao falarmos de sucesso, temos também de ter em conta o projeto materno; sob o ponto de vista
da mãe, a prática do aleitamento materno de curta duração pode ser um sucesso desde que
corresponda às suas expectativas.
• Não podemos nem devemos culpabilizar uma mãe que não quer ou não pode amamentar,
providenciando nestes casos os conselhos adequados à prática de uma alimentação com leites
artificiais. Temos, no entanto, a obrigação de informar e aconselhar todas as futuras mães quanto
à prática do aleitamento materno, nomeadamente às mães indecisas.
Sucesso da Amamentação
• Um comunicado conjunto da OMS/UNICEF contempla 10 medidas importantes para
o sucesso do aleitamento materno que deveriam ser implementadas nos serviços
de saúde vocacionados para a assistência a grávidas e recém-nascidos, definindo
objetivos e estratégias que, a serem cumpridos, confeririam a esses mesmos
serviços de saúde a categoria de «Hospital Amigo dos Bebés».
01. Ter uma política de promoção do aleitamento materno, afixada, a transmitir regularmente a toda a equipa de cuidados de saúde.
02. Dar formação à equipa de cuidados de saúde para que implemente esta política.
03. Informar todas as grávidas sobre as vantagens e a prática do aleitamento materno.
04. Ajudar as mães a iniciarem o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento.
05. Mostrar às mães como amamentar e manter a lactação, mesmo que tenham de ser separadas dos seus filhos temporariamente.
06. Não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou líquido além do leite materno, a não ser que seja segundo indicação médica.
07. Praticar o alojamento conjunto: permitir que as mães e os bebés permaneçam juntos 24 horas por dia.
08. Dar de mamar sempre que o bebé queira.
09. Não dar tetinas ou chupetas às crianças amamentadas ao peito.
10. Encorajar a criação de grupos de apoio ao aleitamento materno, encaminhando as mães para estes, após a alta do hospital ou da
maternidade.
Complicações/Dificuldades
• Nas primeiras semanas de amamentação podem surgir algumas dificuldades, principalmente para
as mães que estão a amamentar pela primeira vez
• Mamas tensas e ingurgitadas e fissuras dos mamilos são os problemas mais frequentes
Complicações/Dificuldades
Descida do leite (D2-D3):
Mas:
Ingurgitamento mamário
• Se o leite não é retirado em quantidade suficiente, as
mamas podem ficar tensas, brilhantes e dolorosas,
podendo ser difícil retirar o leite
• A aréola fica tensa e é difícil para o bebé agarrar uma
quantidade suficiente da mama para poder sugar
• A mãe amamenta menos porque tem dor.
Complicações/Dificuldades
Ingurgitamento mamário
• A produção de leite diminui (rapidamente) porque a criança mama durante pouco tempo e de modo não
eficaz, e o leite não é retirado.
• Risco de sobreinfeção local
• Causas prováveis:
• Uso de roupas apertadas (soutien),
• Trauma local
• Posição de amamentação/má pega (latente não suga de parte
da mama)
O que é importante é que a mãe coloque o bebé ao peito A mãe pode tentar rodar o mamilo entre os dedos
logo após o nascimento (durante a primeira hora); evite o de modo a ficar mais saliente.
uso de tetinas e de chupetas, para evitar que o bebé tenha
maior dificuldade em pegar.
Aleitamento Artificial
Relevância A
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Aleitamento Artificial – Fórmulas Infantis
• Quando não é possível a amamentação, por ausência ou insuficiência de leite materno, quando
este está contraindicado ou quando a mãe não quer amamentar, existem no mercado leites ou
fórmulas infantis.
São classificados de acordo com o grupo etário a que se destinam:
• Leite para lactentes (tipo 1) - estão indicados como suplemento ou substituto do leite materno nos
primeiros 6 meses de vida
• Leite de transição (tipo 2) - apresentam um teor de cálcio, fósforo e ferro superiores, estando apenas
recomendados a partir dos 6M e até aos 12-24M.
Fórmulas anti-cólica
Fórmulas anti-obstipantes (AO)
Dieta semi-elementar (fórmulas hipoalergénicas) Dieta elementar (fórmulas hipoalergénicas) Fórmulas sem lactose
• Fórmula extensamente hidrolisada, mas sem • Fonte proteica é constituída por aa livres, • Recomendadas no défice 1º de lactase e
lactose e com adição de TCM di ou tri-péptidos, sem lactose galactosémia
• APLV, síndromes de má absorção • APLV grave, intolerâncias a proteínas da • Mas por vezes usadas na diarreia
dieta, enterecolite não IgE, eczemas prolongada e síndrome pós-gastroenterite
graves, síndromes de má absorção
Aleitamento Artificial – Fórmulas Infantis
Modo de preparação:
• O cálculo de volume de leite a preparar para cada refeição rem em conta as necessidades diárias em água de um
lactente: 150ml/Kg/dia até um máximo de 1000ml/dia, a dividir pelo número total de refeições diárias.
• Exemplo:
• Lactente de 3 meses; P=6000g
• 150 mL x 6 kg = 900 mL/dia
• 900mL / 6 refeições = 150 mL/biberão
• 150mL / 30mL de cada medida = 5 medidas
(150 mL água + 5 medidas de leite em pó).
Bibliografia
a) Suplementar com leite de fórmula, com indicação para fazer 100ml a cada 4h e reavaliar daqui a 1
semana.
b) Pedir avaliação analítica, com urina tipo II e urocultura para excluir ITU.
c) Suplementar com leite de fórmula, com indicação para fazer 120 ml a cada 4h e reavaliar em 1 semana.
d) Manter LM de 2/2h pois é o que está recomendado até aos 6M de idade.
e) Iniciar diversificação alimentar de modo a melhorar a MPP.
Pediatria
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Diversificação alimentar
O que é?
• Diversificação Alimentar - processo de transição de uma alimentação láctea para a alimentação da família,
caracterizada pelo fornecimento de qualquer alimento líquido ou sólido para além do leite.
Maturação endocrinológica: transição de uma dieta rica em gordura (leite) para uma dieta rica em
hidratos de carbono leva a alterações hormonais (insulina, hormonas da suprarrenal) que influenciam
o próprio processo de crescimento e adaptabilidade digestiva
Neuro-desenvolvimento:
» 4 meses: - maior estabilidade do maxilar e pescoço
- padrão primitivo de sucção começa a modificar-se
Aspiração crescimento
Obesidade infantil Carências nutricionais (ex: ferropenia)
Aporte energético inadequado e Atraso de função oro-motora
excessivo com da carga de solutos
Aversão à comida sólida e a novos
renais
sabores
LM exclusivo LA
DGS 6 meses 4-6 meses
OMS 6 meses
ESPGHAN 6 meses
Diversificação alimentar
• O gosto pelo doce e a aversão pelo amargo são inatos, a preferência para o salgado desenvolve-se a partir do
segundo semestre de vida, mas a tolerância ao amargo ou o ácido dos legumes e da fruta, pode implicar oferecer
mais de 10 vezes o mesmo alimento até ser aceite.
• Capacidade do lactente aceitar novos sabores, principalmente amargos ou ácidos, vai aumentando gradualmente
MAS a janela para a habituação é estreita e começa a fechar-se aos 2 anos, encerrando aos 3 anos.
A administração de novos alimentos, sempre por colher, deverá ser feita de forma
gradual, para se identificarem eventuais intolerâncias alimentares, oferecendo-o
repetidamente até ser aceite, sem forçar.
Diversificação alimentar
Princípios orientadores:
• Entre os 4-6 meses
• Os planos alimentares não são rígidos!
Não dar leite de vaca antes dos 12M (idealmente só após os 24-36 meses)
Não usar sal ou açúcar na confeção da comida do bebé
Não dar chocolate antes dos 12M
Não dar morango, citrinos e kiwi antes dos 12M
Não dar marisco e caracóis antes dos 24M
Não dar mel antes dos 36M
• Progressivamente introduzem-se novos legumes: alface, alho, alho francês, curgete, brócolos, feijão-verde e
couve-branca, em grupos de 4-5
• Os vegetais têm baixo valor energético mas são importantes fontes de macronutrientes (exceto gorduras) e
micronutrientes (vitaminas e minerais)
• Quantidade semelhante à que fazia de leite: inicialmente 150-180mL de sopa
Beterraba
Elevado teor em
Aipo
nitratos/fitatos até aos Substitui uma das refeições de leite embora
Nabo, Nabiça
~12 meses. nos primeiros dias, se necessário, ainda
Espinafres
possa ser completada com o leite.
Diversificação alimentar
4-5 Meses
b) Papa sem glúten
c) Fruta:
• Iniciar com maçã, pêra, banana
• Crua se estiver madura (ralada ou esmagada), cozida ou assada; sempre sem casca e trituradas
• Oferecer a fruta individualmente e não em puré com mistura de frutas ou sob a forma de sumo
• Complemento da refeição da sopa mas não deve constituir uma refeição
Lanche: papa/leite
Jantar: Leite
Noite: Leite
Diversificação alimentar
6-7 Meses
d) Carne
• Iniciar com carne de frango, perú, pato e coelho e, posteriormente, borrego e
vitela. Não dar porco antes dos 1-2 anos. Porco só a partir dos
• Recomendado 15g/dia de carne branca limpa e sem pele ou gordura que deverá 12-15 meses
ser progressivamente aumentada até os 30g/dia (1 colher de sopa rasa depois de
triturada)
e) Peixe:
• Começar a introduzir na sopa peixe fresco ou congelado: pescada, maruca, solha,
faneca e linguado Salmão, sardinha,
• Recomendada uma quantidade de 10g por refeição que deverá ser progressivamente carapau e bacalhau só a
aumentada até às 30g (1 colher de sopa cheia). partir dos 10-12 meses
Diversificação alimentar
6-7 meses
f) Fruta:
• Pode iniciar outras frutas como pêssego, alperce, ameixa, melão, meloa, uva, manga, papaia, abacate
Evitar o uso de boiões de fruta: contêm sacarose/outros açúcares, concentrado de sumo de limão,
farinha de arroz, entre outros ingredientes, que conferem um sabor mais apurado, podendo levar
o bebé a recusar a fruta natural.
Noite: Leite
A partir do 7º mês pode adicionar-se a carne ou peixe a açorda e a
partir dos 8/9 meses a arroz ou massa, cozidos sempre com legumes
Diversificação alimentar
7-8 meses GD
h) Iogurte:
• Pode começar a comer iogurte natural (150-200mL), sem aditivos
(açúcar, mel ou natas)
• Pode dar-se ao lanche, em alternativa ao leite ou à papa, e pode ser Manhã: Leite
misturado com fruta ou 2 bolachas trituradas
• Rico em pré/probióticos Almoço: Sopa carne/peixe +
fruta
Iogurte + fruta
Lanche: Papa/leite ou Iogurte
com bolacha ou Iogurte com
Iogurte + bolacha fruta
i) Ovos:
• Introduzir a gema de ovo, começando por introduzi-la na sopa, em
substituição da carne e do peixe
Truque prático:
¼ de gema por semana até 1 gema por semana
J) Arroz e massa
• Inicialmente na sopa de legumes e depois a partir dos 9-10 meses no prato juntamente com a carne e/ou peixe
K) Leguminosas
• Cerca dos 9-10 meses de idade pode introduzir-se as leguminosas: o feijão frade, branco ou preto, grão,
ervilha e lentilhas
• Devem ser dadas inicialmente previamente demolhadas, descascadas e em pequenas quantidades que vão
aumentando progressivamente; podem ser adicionadas à sopa ou dadas separadamente
• Importante fonte proteína vegetal, HC complexos, minerais e fibra
Noite: Leite
Diversificação alimentar
12 meses
• Os alimentos devem ser dados em pequenos pedaços e separados por sabores, ou seja, a sopa, o
segundo prato e a fruta. Dieta será progressivamente semelhante à da família.
• É a partir desta altura que o leite pode ser alterado para outro adequado à idade: o leite da
família!
• Recomenda-se até aos 3 anos o consumo do leite especial crescimento ou, caso isso não seja possível,
leite de vaca gordo ou meio-gordo (não magro!)
• Pode ser introduzida na dieta o ovo inteiro
• Pode começar a introduzir-se citrinos, frutos vermelhos, kiwi, maracujá (em pequenas
quantidades por serem libertadores de histaminas)
Diversificação alimentar
Água:
Não é uma verdadeira dieta Dieta vegetariana mais comum Considerada a dieta vegetariana Tipo de alimentação específica,
vegetariana. • baseia-se no consumo de mais radical. baseada em cereais integrais,
• Dieta sem carne bovina ou produtos de origem • Exclui qualquer alimento de vegetais, frutos, legumes e algas.
suína mas que inclui o vegetal, ovos, leite e origem vegetal, produtos que • Neste tipo de dieta há indicações
consumo de carne de aves exijam o sacrifício de animais particulares quanto à proporção
derivados;
ou peixe. (lacticínios, ovos, mel), assim dos grupos alimentares a serem
• não recomenda o consumo
• Existe a variante pesco- como os produtos testados utilizados, não sendo incluído o
vegetariana (inclui o de carne, peixe, aves e em animais.
outros produtos derivados. consumo de leite, lacticínios e
consumo de peixe) e a • Esta dieta baseia-se no ovos.
pollo-vegetariana (inclui o consumo de legumes, nozes,
consumo de carne de aves). sementes, grãos e frutos.
Diversificação alimentar
Dietas especiais
• O primeiro ano de vida é caracterizado por período de rápido crescimento e desenvolvimento e, por isso,
particularmente sensível a défices nutricionais e alimentares.
• A sua implementação e supervisão de forma regular por nutricionista e médico deve ser feita pelo pediatra
assistente e por uma equipa de nutrição pediátrica, de modo a garantir este equilíbrio e a potenciar os
benefícios destas dietas.
• Os vegetarianos têm um IMC mais baixo, TA e colesterol mais baixo, e têm menor risco de doença
isquémica e de cancro.
A Associação Dietética Americana considera também que estas dietas podem ser benéficas
para a saúde na prevenção e tratamento de determinadas doenças (obesidade, doenças
coronárias, HTA, diabetes tipo 2).
Diversificação alimentar
Dietas especiais
• As dietas restritivas como vegan ou macrobiótica apresentam um risco elevado de carências
nutricionais
• Para além da vitamina B12, devem ser suplementadas com DHA, ferro, e zinco
• As crianças que efetuem uma dieta vegetariana devem receber uma quantidade diária de cerca de 500ml de
leite (materno ou fórmula infantil) ou de lacticínios e, ainda, uma oferta pelo menos semanal de produtos
animais (peixe).
Diversificação alimentar
Dietas especiais
GD • 0-6M:
• Aleitamento materno exclusivo
• Suplementação com vitamina B12 0,4ug/dia se mãe for vegan
• Na ausência de leite materno deverá ser privilegiado o uso de uma fórmula standard ou, em alternativa,
uma fórmula com proteína de soja
• Não é necessária suplementação com vitamina B12
• Mães a efetuar dietas vegetarianas restritivas deveram garantir adequado aporte em ferro, vitamina
B12, DHA, cálcio e zinco
• Caso contrário deverão ser dados suplementos de ferro, vitamina B12 e DHA
• O dia alimentar da criança deve ser cuidadosamente (re)avaliado de forma a assegurar a oferta de
alimentos energicamente densos e ricos em gordura e em proteínas de origem vegetal e ainda em
cálcio, ferro, zinco e cobalamina (vitamina B12)
• Aproximadamente aos 6 meses de vida é sugerida a introdução de alimentos semissólidos como complemento
à amamentação.
• Introdução gradual dos alimentos, com 2-3 dias de intervalo até à introdução de um novo, estando atentos
para sinais de reação alérgica como diarreia, exantema e vómitos.
• Sem conservantes ou sal.
• Todos os alimentos que possam obstruir as vias aéreas do latente devem ser evitadas até aos 4 anos.
• O mel não deve ser dado antes do 1º ano de vida pelo risco de botulismo.
• Com a introdução dos alimentos sólidos, a água deve ser adicionada à dieta do lactente.
Redução do apetite
Diminuição do consumo de alimentos mais nutritivos incluindo leite (materno ou fórmula)
Pode causar diarreia, dermatite da fralda e aumento de peso
Diversificação alimentar
E noutros países? …
• A evicção de alimentos com elevado potencial alérgico na infância (p.e. peixe, nozes, amendoins, produtos
lácteos e ovos) já não é defendida e a sua introdução antecipada pode de facto ajudar na prevenção de
alergias alimentares.
• Uma vez que o latente consiga levar as mãos ou outros objetos à boca, os pais devem providenciar “finger
foods” de modo a estimular o latente a alimentar-se sozinho.
Vantagens Preocupações
Motricidade fina e grosseira Risco asfixia
Controlo quantidade consumida Deficiência Fe/Zn
(intake energético) De modo a evitar o engasgamento,
Manifestação de preferências Oscilações/atraso DEP verificar que qualquer alimento
dado é fácil de engolir, mole, e
Menor taxa obesidade Oscilações progressão ponderal
cortado em pedaços pequenos.
Melhor qualidade da dieta
Impacto positivo na alimentação da família
Refeições partilhadas
Diversificação alimentar
Alergia alimentar
• O aleitamento materno exclusivo até aos 4/6 meses, e a sua manutenção durante a diversificação
alimentar são as únicas medidas efetivas na prevenção da doença alérgica
• previne ou retarda a ocorrência de dermatite atópica, de alergia às proteínas do leite de vaca e de
sibilância na primeira infância.
• Sem evidência de que o atraso na introdução de alimentos potencialmente alergénicos (p.e.
peixe, nozes, amendoins, produtos lácteos e ovos) para além dos 4 meses reduzisse o risco de
alergia, quer em lactentes da população geral como nos que tem história familiar de atopia.
Diversificação Alimentar
Relevância B
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Alimentação após 1º ano de vida
• Alcançados os 12 meses, a criança passa a fazer uma alimentação mais parecida à da família e
com a família.
• É a partir desta idade que se vai construir a base para uma alimentação saudável
• Os primeiros 1000 dias de vida são um marco importante para uma nutrição adequada e saudável que vão
promover o bem-estar. Um crescimento pós-natal acelerado em lactentes e crianças jovens é um importante
fator de risco para a obesidade.
Alimentação após 1º ano de vida
Após o 1º ano de vida …
• Crescimento
• Atividade motora
• Apetite
Peso:
• PN 3x no 1º ano
• PN 4x no 2º ano
Comportamento alimentar errático:
• Criança distrai-se com facilidade
• Apenas consomem/gostam de uma quantidade limitada de
alimentos e ... durante um determinado período de tempo
3 refeições principais
• A rotina alimentar diária deve ser
constituída por 3 momentos chave:
Pequeno-almoço
Outros alimentos, para além do leite, na
primeira refeição da manhã:
- Pão (de mistura preferencialmente)
Pequeno-almoço - Cereais com teor médio de fibra e menor
teor de açúcar
Almoço - Fruta
Obrigatória, variada e uma das mais
importantes do dia
Jantar
Almoço e Jantar
Constituídos por sopa + prato + sobremesa
Quantidades moderadas dos alimentos
• Nas crianças pequenas deve
promover-se as refeições intermédias
3 refeições principais
• É preciso dinamizar a alimentação: apostar em novos sabores, texturas mais complexas e formas de
preparação mais arrojadas.
• O leite e a sopa devem continuar a fazer parte da realidade infantil, mas em quantidades diferentes
e com protagonismo diferente.
GD
• A sopa deve ser servida em menor quantidade, com texturas
irregulares e mais leve (sopa vs puré de legumes).
• O consumo de fruta crua e de legumes crus, em saladas, deve
abundar.
• Não substituir alimentos ou refeições por leite
• O aporte lácteo diário depois do 1º ano não deve ultrapassar
os 500 ml
• Evitar dar leite antes de ir dormir ou durante a noite
Alimentação após 1º ano de vida
Com a frase “dieta igual à da família” vêm os muitos erros alimentares…
• Plataforma MyPlate®
• Baseada nas guidelines dietéticas americanas de 2010
• Providenciar uma representação visual dos diferentes grupos
alimentares e das suas proporções
É preciso:
- Criança com cadeira e talheres próprios
- Juntar a família à mesa, preferencialmente num único momento
- Evitar: televisão à hora da refeição, brincadeiras em excesso, que a
refeição seja um suplício ou um castigo.
Alimentação de crianças e adolescentes
• A modulação dos comportamentos alimentares pelos pais é um pilar importante nas escolhas
alimentares das crianças e adolescentes.
02
Encorajar a comer mais devagar
Mastigar de forma apropriada, com
01 conversas à mesa de modo a
prolongar a refeição ~15 minutos 03
Refeições regulares em família
Limitar a quantidade de comida
Estão associadas a uma melhoria da
Oferecer vegetais no início da
qualidade da dieta, por mais
refeição e tentar distração no final
oportunidades reforço parental positivo
com outra atividade
Alimentação na adolescência
• O baixo consumo de cálcio durante a adolescência pode predispor na idade adulta para
osteoporose e fraturas osteoporóticas
Suplementação
Relevância B
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Suplementação
Vitamina D
• Regulação do metabolismo fosfo-cálcico, promovendo a absorção de cálcio para uma
adequada mineralização óssea, evitando o raquitismo e a osteomalácia
• Tendo em conta que a exposição solar direta está desaconselhada durante o primeiro
ano de vida e que poucos alimentos são naturalmente ricos nesta vitamina, a sua
suplementação oral está aconselhada.
P Prevenção:
Colecalciferol: 400UI/dia de vitamina D durante o primeiro ano
Suplementação
Ferro
• Importante componente de inúmeras proteínas incluindo enzimas e hemoglobina
• Ao contrário do ferro não-hémico de origem vegetal, o ferro hémico da carne tem uma boa biodisponibilidade
sendo por isso uma boa fonte alimentar deste mineral.
O elevado ritmo de crescimento e desenvolvimento cognitivo que ocorre nos primeiros três anos de vida, tornam
as crianças desta faixa etária particularmente sensíveis
P Prevenção:
• RN com baixo peso ao nascer (≤2.500g), 1 a 2mg/kg/dia durante os primeiros 6 meses de vida
• Prematuros com peso ao nascer ≤1.800g, 2 a 3mg/kg/dia que poderão manter durante o 1º ano de vida
• A diversificação alimentar com alimentos ricos em ferro
• Não dar leite vaca durante o 1º ano e restringir o seu consumo até máximo de 500ml/dia até aos 3 anos
Suplementação
Flúor
• Encontrado no solo, água, plantas e animais
• Fundamental na prevenção e tratamento da cárie dentária da criança e do adulto
• fortalecendo o esmalte e inibindo a atividade da placa bacteriana
P Prevenção:
• Escovar os dentes 2x/dia, uma das quais antes de deitar.
• Usar um dentífrico fluoretado com 1000-1500 ppm numa gaze, dedeira ou
escova macia
• A quantidade de dentífrico depende da idade da criança: desde a erupção
até aos 6 anos deve ser igual ao tamanho da unha do 5º dedo da criança e
a partir daí cerca de 1cm
Suplementação
Outros macrominerais…
• Cálcio: necessário à formação óssea, à contração muscular e aos impulsos nervosos. O excesso tem como consequência a
formação de cálculos renais. São alimentos ricos em cálcio, o leite e derivados, a sardinha e a as hortaliças verde-escuras. O
suprimento em Ca é suficiente no primeiro ano de vida dado que a base da alimentação é láctea. O leite ou o iogurte não
devem acompanhar as refeições ricas em ferro.
• Fósforo: está presente em todas as membranas celulares, integra a estrutura dos ossos e dos dentes e é componente de
algumas enzimas. São alimentos ricos em P, as carnes, as aves, os peixes, as gemas de ovos, as leguminosas e os derivados do
leite.
• Potássio: é necessário ao equilíbrio hídrico e promove os processos fisiológicos relacionados com o músculo e com o
metabolismo. São alimentos ricos em K os abacates, as bananas, as frutas cítricas e secas, as leguminosas, os vegetais e os
produtos de grão integral.
• Sódio e Cloro: é fundamental no equilíbrio hídrico e promove também os processos fisiológicos relacionados com o músculo
e com o metabolismo. No primeiro ano de vida o sal (NaCl) não deve ser acrescentado aos alimentos. Sal de cozinha,
derivados do leite, frutos do mar, temperos e a maioria dos alimentos processados, são os principais fornecedores de Na.
• Magnésio: coenzima do metabolismo proteico-energético e ativador enzimático. São alimentos ricos em Mg, as verduras, as
leguminosas, os cereais e os pães integrais, as carnes, os peixes e os ovos.
• Cobalto: a sua deficiência provoca carência de vitamina B12 e hipotiroidismo. O seu excesso associa-se a cardiomiopatia
Suplementação
Outros macrominerais…
• Zinco: necessário ao crescimento, à reprodução e aos processos de reparação tecidular. É necessário para manter a normal
concentração de vitamina A no plasma. Uma deficiência ligeira de zinco pode levar a perda do sabor, do apetite e a
desaceleração do crescimento. O seu suplemento pode ser recomendado em crianças malnutridas com GEA (não é um
problema habitual no nosso pais)
• Iodo: necessário para a biossíntese das hormonas tiroideias, e essencial para o crescimento e função cerebral. No primeiro
ano de vida, não se advoga suplementação. A deficiência de iodo é deletéria para o feto provocando atraso de
desenvolvimento no lactente. Água do mar, algas, mariscos com concha e peixes de recife são ricos em iodo, bem como os
produtos lácteos e cereais enriquecidos. A dose diária recomendada é de 90 μg/dia até aos 2 anos, de 150 μg/dia a partir dos
12 anos e de 250 μg/dia na grávida.
• Selénio: parece ser necessário à proteção cardíaca e da membrana celular. O seu suprimento alimentar é importante em
certas zonas do globo (China e Nova Zelândia). Entre nós só tem relevância clínica em crianças malnutridas ou com
alimentação parentérica total sem suplemento de selénio. A sua carência pode aumentar a suscetibilidade às infeções. São
bons fornecedores alimentares de selénio, os cereais integrais, alguns peixes (salmão e bacalhau), os ovos e alguns produtos
hortícolas como os bróculos, o alho, o repolho e a cebola.
• Chumbo: em excesso provoca neuropatia. A intoxicação pelo chumbo foi um relevante problema de saúde pública que
determinou a proibição do uso de tintas com chumbo dado que as crianças com pica comiam as tintas que revestiam os
edifícios com consequente neuropatia pelo chumbo. O diagnóstico diferencial entre anemia microcítica por intoxicação pelo
chumbo e a mais frequente anemia por deficiência de ferro deve ser tido em conta.
Suplementação
Em Resumo….
Suplemento
Vitamina D colecalciferol 1 gota (400UI/dia no 1º ano de vida)
Ferro 1 a 2mg/kg/dia nos RN com baixo peso ao nascer (≤2.500g) durante os primeiros 6 meses de
vida
2 a 3mg/kg/dia em prematuros com peso ao nascer ≤1.800g durante o 1º ano de vida
A partir dos 6m, a DA deve ser rica em ferro (carne e alimentos fortificados em ferro)
Leite de vaca em espécie apenas após os 12m de vida e em quantidade diária inferior a
500mL na primeira infância
Fluor Após a erupção do 1º dente, dentífrico fluoretado com 1000-1500 ppm numa gaze, dedeira
ou escova macia, de tamanho adequado a boca da criança.
Zinco Crianças malnutridas com GEA (não frequente em Portugal)
Exceto em situações clínicas particulares, não estão recomendados quaisquer outros suplementos, nomeadamente
polivitamínicos, mas sim uma alimentação adequada (nem para o prematuro após as 40 semanas de idade corrigida).
Bibliografia
Um lactente de 6 meses de idade sob aleitamento materno desde o nascimento é trazido ao seu consultório para uma
consulta de rotina. Esteve sob aleitamento materno exclusivo até há duas semanas, altura em que iniciou diversificação
alimentar com papa de cereais. A mãe pretende introduzir legumes e frutas na dieta durante o próximo mês. O lactente
encontra-se com bom estado geral e apresenta um desenvolvimento psicomotor normal. Você recomenda continuar a fazer
leite materno e introduzir alimentos sólidos.
Adicionalmente, qual dos seguintes suplementos é o mais aconselhável recomendar à mãe para que inicie ao seu filho?
(B) Cálcio.
(C) Ferro.
(D) Vitamina C.
(E) Zinco.
Casos Clínicos Prova-Piloto
Versão A – pergunta 148:
Um lactente de 6 meses de idade sob aleitamento materno desde o nascimento é trazido ao seu consultório para uma
consulta de rotina. Esteve sob aleitamento materno exclusivo até há duas semanas, altura em que iniciou diversificação
alimentar com papa de cereais. A mãe pretende introduzir legumes e frutas na dieta durante o próximo mês. O lactente
encontra-se com bom estado geral e apresenta um desenvolvimento psicomotor normal. Você recomenda continuar a fazer
leite materno e introduzir alimentos sólidos.
Adicionalmente, qual dos seguintes suplementos é o mais aconselhável recomendar à mãe para que inicie ao seu filho?
(B) Cálcio.
(C) Ferro.
(D) Vitamina C.
(E) Zinco.
Pediatria
Alimentação e suplementos
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