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ROCHOSOS
Prof.: Antônio Carvalho Filho
TENSÕES NOS MACIÇOS ROCHOSOS
TENSÕES NOS MACIÇOS ROCHOSOS
• A observação desta coletânea de medições confirma a necessidade de medição das tensões
virgens do maciço e a impossibilidade de sua determinação analítica. Deve ser tomado um
cuidado especial na determinação das tensões, em função da variação espacial do tensor de
tensões. Este fato dificulta a determinação do estado natural de tensões a partir de um
pequeno número de medições aleatórias de tensão, requerendo a elaboração de uma
metodologia adequada de medição para obtenção de resultados consistentes.
• As tensões laterais ou horizontais são estimadas, conforme dito, por:
•
• H = Kp onde: 1< K <3 para y <1000m
• 0,5< K< 2 para y >1000m
• com K = /(1-), conforme Silveira (1987).
•
• H = tensão horizontal média;
• p = tensão vertical;
• - coeficiente de Poisson
•
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• De acordo com a relação anterior, as tensões laterais num
maciço rochoso seriam invariavelmente menores que as
tensões verticais. Isto torna restrita a utilização desta
relação, como evidenciado na discussão sobre os fatores
condicionantes do campo de tensões naturais.
•
• K = /(1-) não tem validade em um maciço que sofre
ciclos de carregamento e descarregamento. A erosão de
uma camada de rocha sobrejacente tende a aumentar o
valor de K
•
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• 2.2. - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA LAVRA SUBTERRÂNEA
•
• A forma e as dimensões da zona de perturbação das
tensões nas vizinhanças de uma escavação dependem dos
seguintes fatores:
• profundidade dos trabalhos;
• natureza das rochas;
• presença de planos de descontinuidades;
• e, principalmente, da forma e das dimensões das escavações.
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• - DESMONTES COM ABANDONO DE PILARES
•
• Nos métodos com abandono de pilares, o desmonte é realizado com o
avanço de várias câmaras paralelas, convenientemente espaçadas e que
são posteriormente interligadas para formar os pilares, de formas e
dimensões adequadas, que irão limitar os vãos livres das aberturas e
promover a sustentação do teto (figura 1.5). Acima dos vãos formam-se as
zonas de alívio e as tensões são distribuídas para os pilares.
• Os pilares devem ser dimensionados para resistirem às cargas
relacionadas ao material envolvido pelo arco de pressão. Sendo necessário,
para a segurança dos trabalhos, deve ser efetuado um controle das tensões
instaladas e das deformações nos pilares e no teto, de forma a prevenir-se
contra a ocorrência de esboroamentos inesperados.
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• Em minas subterrâneas, a resistência à compressão do maciço rochoso é
a propriedade de resistência mecânica determinante da capacidade de
suporte dos pilares em rocha e é, portanto, aquela cujo conhecimento é
fundamental para o seu dimensionamento. Tal importância avulta
quando a lavra é realizada pelo método de câmaras e pilares.
• Tem-se observado que a resistência à compressão varia inversamente
com a dimensão do corpo de prova cúbico, segundo uma função
exponencial. Tal efeito tem sido justificadamente chamado “efeito de
escala” ou “size effect” e tem-se considerado como “tamanho crítico” do
corpo de prova aquele a partir do qual não se observa mais uma variação
significativa da resistência. Esta seria a dimensão na qual o fator de
escala seria o adequado à verificação da propriedade para o maciço
rochoso.
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• Por outro lado, verifica-se também, que para corpos de prova
prismáticos, de seção quadrada ou retangular e corpos de
prova cilíndricos, a mesma propriedade varia diretamente com
a esbeltez dos espécimes ensaiados, entendendo-se por
esbeltez a relação entre a menor dimensão de sua seção e sua
altura (L/H). É o chamado efeito de forma (“shape effect”). Tal
efeito é também observado sobre pilares em rocha.
• Não é por outro motivo que inúmeros pesquisadores têm-se
preocupado com o estudo desses efeitos, realizando suas
constatações através de: ensaios sobre corpos de prova de
pequenas dimensões; ensaios realizados in situ; métodos
observacionais.
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• Os fatores de segurança, conforme calculados, necessitam de uma interpretação cuidadosa.
• Os fatores de segurança para pilares, como recomendados nos primeiros trabalhos de
Mecânica de Rochas, sobre ensaios de laboratório e sem considerar o efeito de escala, variam
de 2 a 4.
• Atualmente, considerando-se o efeito escala, os fatores de segurança recomendados situam-
se entre 1,5 e 2,5.
• Juntas inclinadas em um pilar de seção quadrada interceptarão as laterais, reduzindo a
estabilidade. Por este motivo, muitas vezes, prefere-se usar câmaras longas perpendiculares à
direção de juntas fortemente inclinadas mais problemáticas.
• A maior redução na resistência do pilar ocorre quando a direção das descontinuidades é
paralela às laterais e mergulham com um ângulo de (45 + /2)º (Goodman, 1980).
• As descontinuidades com aproximadamente esta atitude devem governar a orientação das
laterais. Em câmaras simples, é usualmente desejável escolher o eixo maior oblíquo à direção
de todos os conjuntos de descontinuidades maiores.
• Para determinar as dimensões de um pilar ou avaliar o grau de segurança de uma dada
configuração do pilar, a tensão média sobre o pilar (v) calculada deve ser comparada com a
resistência do pilar (p).
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•
• Existem várias maneiras de se calcular a tensão média em pilares, como as teorias da
área tributária, da deflexão de viga, da deflexão de pilar ou dos coeficientes de
carregamento. Apresentaremos aqui a primeira destas.
•
• Tensões ao redor de escavações múltiplas
•
• Pode ser feita uma analogia entre o fluxo de um rio obstruído por pilares de uma ponte
com a transmissão de tensões através dos pilares entre uma série de escavações paralelas.
• Na teoria da área tributária, a tensão é calculada assumindo-se que os pilares suportam
uniformemente a carga sobrejacente a eles e às aberturas.
• A tensão em um ponto do pilar depende da tensão média no pilar (que depende da
razão da área total escavada para a área remanescente como pilares) e da concentração de
tensões (que é função da forma do pilar).
• Considerando-se um conjunto de pilares uniformes e um plano horizontal simples, a
tensão vertical média no pilar é dada por:
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• Para pilares quadrados:
• p = Pz(1+ W0/Wp)2 = z(1 + W0/Wp)2
•
•
• onde z é a profundidade; Wo, Lo são as dimensões da abertura; Wp, Lp
são as dimensões do pilar (figura 1.6)
• Para pilares laterais, de comprimento unitário:
• p = z(1 + W0/Wp)
•
• Para pilares retangulares:
• p = z(1 + W0/Wp)(1+Lo/Lp)
•
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• Para pilares irregulares:
• p = z Ai / Ap
•
•
• Ai = área de influência
• Ap = área do pilar
• Ou ainda:
• p = z 1/ (1-R)
• ,onde R é o fator de recuperação.
•
• Figura 1.6 - Teoria da Área Tributária (Hoek e Brown, 1980 ou BRAdy e Brown,
1985).
•
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• 2.2.1.2 - DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES EM PILARES
•
• Influência da Forma do Pilar
• A forma de um pilar entre duas escavações adjacentes depende da forma da escavação e da
distância que as separa. A forma de um pilar tem uma influência principal na distribuição de
tensão dentro do pilar.
• Estudos fotoelásticos foram feitos para determinar a distribuição de tensão em pilares laterais
entre um número de túneis circulares paralelos. O tipo de modelo de placa que poderia ser
usado em tais estudos está mostrado na figura 1.7. A figura 1.8 mostra que a tensão vertical
média, a meia altura do pilar é dada por:
•
• p = Pz(1+ W0/Wp) = z(1 + W0/Wp)
•
•
• Fig. 1.7 - Modelo de placa que contém uma série de furos que representam túneis circulares
paralelos. A distribuição de tensões principal maior em pilares depende da tensão média e da
concentração de tensões em túneis individuais (Hoek & Brown, 1980).
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