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CONSIDERAÇÕES SOBRE A ELABORAÇÃO

DE ROTEIRO PARA ENTREVISTA SEMI-


ESTRUTURADA
OBJETIVO
Apresentar algumas considerações
sobre a coleta de dados por meio de
entrevistas, mais especificamente,
alguns cuidados que poderão ser
tomados para a elaboração de
roteiros para entrevistas, ou seja,
apresentaremos e discutiremos
questões relacionadas ao
planejamento para a coleta de
informações por meio de entrevista.
SOBRE A ENTREVISTA
Como um instrumento ou método de coleta de
informações, a entrevista é um instrumento
utilizado nas pesquisas em Educação, Psicologia e
Sociologia, que podem ser didaticamente
divididas, em três grupos:
questões relacionadas ao planejamento da
coleta de informações
questões sobre variáveis que afetam os dados
de coleta e futura análise
questões que se referem ao tratamento e
análise de informações advindas de entrevistas
PLANEJAMENTO

Necessidade de planejamento de questões que


atinjam os objetivos pretendidos, a adequação da
seqüência de perguntas, a elaboração roteiros e
sua adequação por meio de juízes, a realização
de projeto piloto, para dentre outros aspectos,
adequar o roteiro e a linguagem.
VARIÁVEIS, TRATAMENTO E ANÁLISE

influência do entrevistador na produção do


discurso do entrevistado e nos seus processos
de raciocínio e de memória;
metodologia da análise empregada, tais como,
análise de conteúdo, análise de relato verbal,
análise estatística, jornalística e interpretativa.
Para que serve um Roteiro de Entrevista?

Sua função principal é auxiliar o pesquisador a


conduzir a entrevista para o objetivo pretendido,
além de, segundo a concepção do autor, ter outras
funções como:
auxiliar o pesquisador a se organizar antes e no
momento da entrevista;
auxiliar, indiretamente, o entrevistado a fornecer a
informação de forma mais precisa e com maior
facilidade.
Resumindo, o roteiro de entrevistas pode auxiliar,
parcialmente, na organização da interação social no
momento da entrevista, garantindo a organização
dos conceitos previamente analisada no roteiro e o
não esquecimento de algum item ou pergunta no
decorrer da entrevista.
CUIDADOS COM A LINGUAGEM
O pesquisador deve estar atento para
questões que envolvem a linguagem. Intimidade
com a população entrevistada é um fator
importante para adequar a linguagem, que deve
estar presente nas perguntas exibidas no roteiro,
além de auxiliar na compreensão das palavras
faladas.
PROBLEMAS FREQUENTEMENTE
CONSTATADO EM ROTEIROS
uso de palavras que lhe são próprias
(pesquisador), jargão técnico;
fazer uma pergunta única para investigar um
conceito complexo.
Investigar conceitos pode ser uma tarefa
difícil se o roteiro não estiver claro e preciso, com
perguntas redigidas de forma simples e direta.
Ao elaborar roteiros, vários pesquisadores
acabam listando itens a serem pesquisados, e de
posse desses, realizam a entrevista. Vale ressaltar
que esses itens no momento da entrevista,
garantem a precisão do conceito a ser investigado.
CUIDADOS COM A FORMA DAS
PERGUNTAS
Uma boa maneira de perguntar é ser direto e
simples. A clareza do roteiro dependerá da forma como
as perguntas são redigidas.
Não utilizar na redação da perguntas palavras ou
frases não específicas ou vagas.
Tamanho da pergunta.
Ao fazer as perguntas e ao redigir o roteiro, deve-se
fazer uma análise das dificuldades de elaboração
mental a que o entrevistado está sujeito. Simples
mudanças na forma de se perguntar pode deixar o
entrevistado mais a vontade para responder a
indagação, sem demonstrar que estamos interessados
em altas elucubrações conceituais.
identificar diferentes conceitos em mesma pergunta.
CUIDADOS COM A SEQÜÊNCIA DE
PERGUNTAS
Obedecer uma ordem de dificuldades de
respostas: das mais fáceis para as mais difíceis de
serem respondidas;
Fazer blocos temáticos de perguntas que
objetivam o mesmo assunto;
Explicar que serão fornecidas para os
entrevistados antes de iniciar a coleta de
informações (informação sobre o porquê da
realização da entrevista, da escolha do
entrevistado, solicitação da gravação e sobre
resguardar eticamente a identidade do informante).
ADEQUAÇÃO DOROTEIRO

Adequação do roteiro é a submissão do roteiro


para entrevista à apreciação externa, através de
dois procedimentos comumente utilizados:

apreciação por juízes externos

entrevista piloto
SUGESTÕES PARA ANÁLISE DO
ROTEIRO PARA ENTREVISTA

Roteiro-guia consiste em perguntas que


deverão ser analisadas mediante o roteiro
da entrevista e mesmo após a realização da
entrevista piloto, através da análise de três
pontos:
FORMA DAS PERGUNTAS
 Ao fazer perguntas usou jargão?
 Usou expressões coloquiais?
 Usou palavras técnicas que não familiares à
população da pesquisa?
 Usou palavras e frases vagas?
 Fez perguntas com múltipla finalidade?
 Fez perguntas manipulativas?
 Usou ênfase adequada ou inadequada no tom de
voz?
 Fez uso de palavras ou frases emocionais?
 A extensão das perguntas permitiu
compreensão por parte do entrevistado?
SEQÜÊNCIA DAS PERGUNTAS
 Seguiu estritamente a seqüência das
perguntas que estava no roteiro?
 A seqüência das perguntas obedeceu a
uma ordem por agrupamentos ou temas?
 Indicou ao entrevistado as mudanças de
temas?
 Seguiu uma seqüência de perguntas por
ordem de dificuldade de elaboração mental
por parte do entrevistado?
ABRANGÊNCIA DO FENÔMENO
ESTUDADO
 Todas as perguntas do roteiro foram
feitas durante a coleta?
 Fez perguntas complementares? Essas
perguntas deveriam fazer parte do
roteiro original?
 As perguntas permitiram abranger o
conceito estudado?
DESENVOLVENDO UMA NOVA
FORMA PARA AVALIAR ROTEIROS
Fazer uma análise das ações verbais que estão
expressas nas perguntas do roteiro, sendo utilizada por
vários pesquisadores como embasamento teórico para a
construção de categorias de análise ou unidades de análise
em que lidam com interação verbal.
Nesse sentido, podemos tentar inferir qual é a
intenção que a pergunta apresenta, a temática que a
pergunta traz e que tipo de ação verbal a pergunta enseja.
Vemos, então, que uma simples pergunta requer uma
análise das ações verbais para que todos os elementos da
pergunta estejam suficientemente esclarecidos. Fazendo
isso, é possível identificar as intenções que estão por detrás
da pergunta, sua ação verbal e seus elementos de conteúdo
temático.
CONCLUINDO...

A entrevista requer uma série de cuidados


anteriores à coleta propriamente dita;

Análise pormenorizada do roteiro prévio;

Rigoroso planejamento.
A ENTREVISTA EM
EDUCAÇÃO ESPECIAL:
QUESTÕES METODOLÓGICAS

Anna Augusta Sampaio de Oliveira


UNESP – Campus de Marília
INTRODUÇÃO
A produção do conhecimento científico e
sua validade metodológica têm sido alvo de
preocupações dos pesquisadores em Educação
Especial, devido ao crescimento vertiginoso da
área a partir da década de 70.
Nesse contexto, a entrevista é amplamente
utilizada como procedimento metodológico e
significativo instrumento para coleta de dados,
favorecendo as investigações de concepções e
práticas sociais e educacionais referentes a
Educação Especial, a partir de dados provenientes
da compreensão dos sujeitos envolvidos no
cotidiano dessas práticas.
OBJETIVO
Relatar os procedimentos de análise
metodológica utilizados numa pesquisa realizada,
tendo como principais objetivos: investigar as
representações sociais sobre deficiência e
Educação Especial, de alunos com deficiência e
professores habilitados; comparar as
representações dos dois grupos e analisar o
significado da Educação Especial no contexto
escolar.
PARTICIPANTES DA PESQUISA

Professores de Educação Especial 23 professores


habilitados nas quatro Categorias
de deficiência (auditiva, mental,
física e visual)
Alunos de Educação Especial 44 (total)
Área de deficiência mental 12 alunos
Área de deficiência auditiva 11 alunos
Área de deficiência visual 11 alunos
Área de deficiência física 10 alunos

TOTAL DE PARTICIPANTES 67 Part.


LOCAL DA REALIZAÇÃO DA
PESQUISA
Sala de Recursos e Classe Especial da rede
pública de ensino estadual de Marília

Obs.: -Projeto-piloto Diretoria de Ensino de


Assis
CUIDADOS METODOLÓGICOS
Elaboração das questões;
Planejamento adequado para a coleta de dados;
Participação de consultores para análise temática
e a relação com os objetivos da pesquisa;
Desenvolvimento de projeto piloto, para análise
da clareza e objetividade das questões;
Análise dos dados provenientes das entrevistas
do projeto-piloto e alterações de algumas questões;
Construção do roteiro definitivo para coleta de
dados.
ANÁLISE DAS ENTREVISTAS COM OS
PROFESSORES

Através de um roteiro de entrevista com


questões fechadas, o objetivo dessa análise foi
avaliar em que medida as respostas foram
adequadas referentes ao assunto em estudo: a
concepção do professor em relação à Educação
Especial e à deficiência. Para essa análise, foi
estabelecido um conjunto de categorias derivadas
do objetivo do estudo:
CONJUNTO DE CATEGORIAS
ENTREVISTADO

RA – resposta adequada
D – direta; I – indireta; P – parcial
RI – resposta inadequada
PE – pede esclarecimento sobre a pergunta
EP – esclarece pergunta do entrevistador

Figura1. Categorias para Análise das Interações com os Entrevistados


(Professores)
ANÁLISE DOS DADOS
Este “Olhar” para a adequação dos dados de
entrevista configurou-se como um aspecto
extremamente relevante, na medida em que nos
dá segurança em relação à validade desses dados,
uma vez que, no conjunto, tanto no que se refere à
análise dos sujeitos, quanto das questões, as
informações necessárias foram levantadas de
forma adequada. Isto possibilita ao pesquisador
analisar seus dados da pesquisa empírica com
maior segurança e objetividade.
ANÁLISE DAS ENTREVISTAS
REALIZADAS COM OS ALUNOS
A figura de categorias foi parcialmente mantida, já que
algumas categorias não foram necessárias. Também foi
incluída uma nova categoria ficando da seguinte forma:

ENTREVISTADO

RA – resposta adequada
D – direta; I – indireta; P – parcial
RI – resposta inadequada
NR – não respondeu

Figura 2. Categorias para Análise das Interações entre Entrevistador e Entrevistado


(alunos).
ANÁLISE DOS DADOS
A análise das interações, por sujeito,
demonstra que as entrevistas foram conduzidas de
forma adequada, com um roteiro bem delineado e
com a intervenção precisa do entrevistador.
Em síntese, análise metodológica das
entrevistas realizadas, em busca da evidência de
sua confiabilidade, nos apontou que no saldo final
todas as questões foram respondidas
adequadamente por todos os participantes, o que
nos assegura a validade do instrumento de coleta
de dados utilizado para levantamento de
informações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A entrevista caracteriza-se como importante
estratégia para a coleta de dados de pesquisa
cientifica, pois, nos permite conhecer a
subjetividade humana. Porém, não podemos
desconsiderar os mecanismos que podem alterar a
sua dinâmica interferindo, inclusive, o conteúdo
das respostas dos entrevistados.
Torna-se imprescindível encontrarmos
estratégias metodológicas que garantam a
objetividade dos dados e que possam assegurar
ao pesquisador a validade do instrumento de
coleta como fonte de informações.
REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES
SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL DIANTE DA
INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO COM
NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS NA
ESCOLA COMUM

WANDERLEIA AZEVEDO MEDEIROS

Orientadora: Prof. Dra. Maria Luisa Sprovieri Ribeiro

Faculdade de Educação – USP

2002
PROBLEMÁTICA
Investigar se as representações dos professores
do Núcleo Pedagógico Integrado – NPI, sobre
Educação Especial, norteiam suas práticas
pedagógicas, e se essas representações são
explicitadas através dessas práticas,
demonstrando preocupação com a
integração/inclusão escolar do aluno com
necessidades educativas especiais no âmbito
desse Núcleo Pedagógico.
CENÁRIO DA PESQUISA
A pesquisa foi desenvolvida no NPI –
Núcleo Pedagógico Integrado (Escola
de Aplicação da Universidade Federal
do Pará), que atende a:
Educação Infantil;
Ensino Fundamental;
Ensino Médio.
SUJEITOS DA PESQUISA

Professores do Ensino Fundamental


(1ª à 4ª série) do NPI.
ABORDAGEM METODOLÓGICA
PESQUISA QUALITATIVA (Estudo de
Caso), desenvolvida em duas fases:
 1ª fase: pesquisa bibliográfica e
documental; compreendendo
levantamento de dados e análise;
 2ª fase: estudo de campo, dividido em
quatro momentos.
ETAPAS – ESTUDO DE CAMPO
 Apresentação do projeto de pesquisa aos
professores;
 Observação da atuação dos professores;
 Participação do cotidiano escolar dos
professores;
 Entrevistas individuais (roteiro semi-
estruturado.
MINHAS DÚVIDAS
 Não faz citação sobre projeto/entrevista-piloto???
 Há a necessidade de citar no trabalho se o roteiro
foi submetido a juizes externos??
 Dúvidas quanto ao levantamento das categorias

Relativas ao conteúdo das entrevistas.

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