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DISCURSO JURÍDICO
Virgínia Colarers
O DISCURSO TEM O PODER
CONSTRUTIVO TRÍPLICE:
(1) produz e reproduz conhecimentos e
crenças por meio de diferentes modos
de representar a realidade;
TEXTO
PRÁTICA DISCURSIVA
(produção, distribuição, consumo)
PRÁTICA SOCIAL
Atividade cotidiana dos sujeitos
O termo crítica é usado para
indicar que esta forma de análise
lingüística tem como objetivo expor
os laços ocultos entre linguagem,
poder e ideologia.
• A ACD procura encontrar, na
superfície dos textos analisados,
evidências de como as estruturas
e práticas sociais afetam e
determinam a escolha dos
elementos lingüísticos utilizados
num texto, e que efeitos estas
escolhas lingüísticas podem ter
sobre as estruturas e práticas
sociais como um todo.
"através do contato com textos
marcados por desigualdade de
poder, os sujeitos lingüísticos/
sociais são treinados a assumir
certas posições de poder nos
textos que produzem e
consomem.“
(KRESS 1989, p.449).
OBJETIVOS DA LINGÜÍSTICA
CRÍTICA
• investigar estruturas e relações
de poder presentes no discurso,
pois os processos lingüísticos são
produto de estruturas de
dominação, nas quais o poder é
distribuído assimetricamente;
• essas desigualdades de poder
afetam a produção de textos, e
conseqüentemente afetam também
a produção de sujeitos sociais;
SIGNIFICANTE REFERENTE
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5. consciente e voluntariamente,como fim precípuo de satisfazer sua própria
6. concupiscência, no interior do Hotel Caravellas, nesta Comarca, mediante
7. presumida violência, uma vez que contava a vítima LLMS, com apenas
8. 13 anos de idade na data do fato, constrangeu-a o denunciado a permitir
(Fragmento 01, DJ 01)
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340. Em sã consciência, NÃO HÁ NADA, nada mesmo nestes autos que
341. demonstre uma vítima inocente, frágil, coagida por um bárbaro
342. explorador de jovens indefesas. Ao revés, o que se vê nestes
343. autos é uma menina-mulher que muda suas versões como muda de
344. roupas, escondendo detalhes e dados importantíssimos que uma
(Fragmento 02, DJ 01)
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355. Há na solidão de todo quarto um forte apelo sexual, principalmente
355. quando a mulher que ali se encontra corresponde aos atos pré-
356. sexuais de forma pacífica e incisiva, as 03:00 horas da madrugada,
(Fragmento 03, DJ 01)
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366. É impossível acreditar que uma jovem, numa praça movimentada, no
[...]
373. para o quarto, ADERE a relação sexual que lhe é prontamente
374. ofertada, possa ser equiparada a inocente "criança" que o legislador
375. de 40 quis proteger.
( Fragmento 04, DJ 01)
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427. como concluir, na espécie, pela caracterização. A presunção não é
absoluta
428. cedendo as peculiaridades do caso como são as já apontadas, ou seja,
o fato
429. de a vítima aparentar mais idade, levar vida dissoluta, saindo altas horas
( Fragmento 05, DJ 01)
“conseqüentemente, é inútil querer
interpretar as estruturações lingüísticas sob
o ponto de vista das pretensas estruturas
‘objetivas’ da realidade: é preciso começar
por estabelecer que não se trata de
estruturas da realidade, mas de
estruturações impostas à realidade pela
interpretação humana.”
( COSERIU, 1978, p. 78)
“A referência passa a ser considerada
como o resultado da operação que
realizamos quando, para designar,
representar ou sugerir algo, usamos
um termo ou criamos uma situação
discursiva referencial com essa
finalidade: as entidades designadas
são vistas como objetos-de-discurso e
não como objetos-do-mundo.”
(KOCH, 2002, p.79)
REFERÊNCIAS
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• _________. Analysing discourse: textual analysis for social research. London:
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• MAGALHÃES, Izabel. Teoria Crítica do Discurso e Texto. In: CALDAS-COULTHARD,
Carmen Rosa; FIGUEIREDO, Débora de Carvalho. Linguagem em discurso. v.1,
n./1, Tubarão-SC, Ed. UNISUL, 2000. p.113-131.